sexta-feira, 7 de março de 2025

ESPECIAL — O QUE HÁ POR TRÁS DO DRAMA SOCIAL DOS DESAPARECIMENTOS?

O que veremos no texto deste artigo especial, é uma prestação de serviço sobre um dos dramas sociais que mais impactam famílias de todas as classes no Brasil inteiro: o desaparecimento.

A realidade dos desaparecimentos de pessoas no Brasil ainda desafia o poder público. Conforme dados do Anuário da Segurança Pública 2024, no ano passado foram registrados 80.317 casos em todo o país.

Fatores como problemas familiares, distúrbios mentais, envolvimento com drogas, assassinatos e tráfico humano são citados por investigadores e especialistas como as principais causas desses desaparecimentos.

As motivações, por sua vez, variam de conflitos com pai e mãe a juramento de morte, seja por dívida, seja briga entre facções. Apesar de o desaparecimento voluntário estar entre as principais causas, os especialistas ressaltam que são esses os casos que têm a maior taxa de resolução.

O drama da saúde mental


Outro fator representativo de sumiços de pessoas no Brasil é a saúde. Indivíduos diagnosticados com distúrbios mentais, como esquizofrenia, Alzheimer e autismo, tendem a desenvolver mania de perseguição e fogem.

Há ainda os casos de poriomania, que é uma obsessão doentia por andar. Em alguns deles, os pacientes andam até não serem mais encontrados e não conseguem voltar para casa.

A importância do cuidado com a saúde mental


Este último dado supra citado sinaliza a impotância de se debater outra questão. Cuidar da saúde mental deve ser uma ação tão importante e presente na vida das pessoas quanto o cuidado com o corpo. 

Ou seja, da mesma forma que alguém se preocupa em estar bem fisicamente, é essencial que também se preocupe em estar bem emocionalmente.

Infelizmente, a maioria ainda não pensa dessa forma e o cuidado com a saúde mental acaba sendo um tabu, posicionamento que se agrava quando há o desenvolvimento de doenças relacionadas, como a e a .

Mas, afinal, o que é saúde mental? Pode ser definida como uma condição que permite um indivíduo reagir e superar as tensões, exigências, mudanças e desafios da vida.

Uma pessoa que está bem mentalmente não deixa de sentir emoções, tais como tristeza, raiva, frustração e outras. Porém, ela consegue lidar com esses sentimentos de forma saudável, harmonizando os seus pensamentos e cumprindo com as suas obrigações de trabalho, relacionamentos, familiares, de amizade, etc.

Cuidar da saúde mental é fundamental, visto que impacta diretamente na qualidade de vida da pessoa, no seu raciocínio, emoções, comportamentos e na maneira como se relaciona com os outros. Isso vale desde criança, para evitar a e que ela se prolongue com o passar do tempo.
O vício em drogas também entra no tópico da saúde. Às vezes, a pessoa deseja sumir sem avisar, para não gerar problemas à família.

Assassinatos e tráfico de pessoas


Há casos de desaparecimentos ainda mais trágicos, quando ocorrem assassinatos, e a família da vítima a procura por meses ou anos sem saber que ela não está mais viva.

São pessoas mortas por facções, ou até mesmo pela polícia, e ninguém sabe. Nessas situações, os corpos das vítimas podem não ser localizados nunca mais — alguns são enterrados pelo assassino ou vão parar em valas comuns como indigentes.

Já o tráfico de pessoas ocorre majoritariamente com crianças e 
"visa à exploração sexual, ao trabalho escravo e ao tráfico de órgãos"
informa a diretora da Adepol Brasil — Associação dos Delegados de Polícia do Brasil, Raquel Gallinati.

1. O que é desaparecimento?


Desaparecimento é o sumiço repentino de alguém, sem aviso prévio a familiares ou a terceiros. Uma pessoa é considerada desaparecida quando não pode ser localizada nos lugares que costuma frequentar, nem encontrada de qualquer outra forma. 
 
Não é necessário aguardar algum intervalo de tempo para que alguém seja considerado como desaparecido. Várias causas podem levar a essa desaparição, por exemplo, conflitos familiares, uso problemático de drogas, alcoolismo, transtorno mental, depressão, violência, dentre outras. O desaparecimento pode ser:
    • Voluntário — quando a pessoa se afasta por vontade própria e sem avisar. Isso pode acontecer por motivos diversos, como desentendimentos, medo, aflição, planos de vida diferentes, entre outros conflitos. 
    • Involuntário — quando a pessoa é afastada do cotidiano por um evento sobre o qual não tem controle, como um acidente, um problema de saúde, um desastre natural (como no caso do rompimento das barragens em Mariana e Brumadinho). 
    • Forçado — quando outras pessoas provocam o afastamento, sem a concordância da pessoa, como em um sequestro, ou pela ação do próprio Estado.

2. Por que agir rápido em caso de desaparecimento?

Normalmente, não estamos preparados para vivenciar o desaparecimento de algum ente querido. Ele acontece de repente e sem que se saiba sua causa. Quanto mais rápido você procurar ajuda, mais são as chances de reencontro, especialmente quando se trata de um desaparecimento forçado ou involuntário.

3. O que fazer em uma situação de desaparecimento voluntário?

Toda pessoa tem o direito de mudar de vida, independentemente do motivo. No entanto, quando uma pessoa decide, voluntariamente, se afastar de sua rotina ou do convívio com a família, é importante que ela comunique a decisão de se ausentar. 

O desaparecimento voluntário abala a rotina de outras pessoas e também do Poder Público, que deve se concentrar na busca de pessoas que desapareceram de forma involuntária ou forçada. 

É importante compreender que a pessoa que desapareceu por vontade própria tem o direito de, quando encontrada, não retornar ou, não reatar o vínculo familiar, desde que seja maior de idade e capaz de ser responsável por si. 

Nesses casos, o Poder Público deve apenas comunicar os familiares que o desaparecido foi encontrado e não quer ser localizado.

4. O que fazer em caso de desaparecimento de crianças, adolescentes e pessoas com transtorno mental?

Para a lei, crianças, adolescentes e pessoas com transtorno mental desconhecem a gravidade de mudar de vida sem o apoio da família ou de pessoas próximas. Por isso, elas nunca são consideradas como casos de desaparecimento voluntário e devem imediatamente ser procuradas e reconduzidas a um local seguro. 

Ou seja, mesmo que ela tenha se esquecido de avisar aonde foi, tenha fugido ou se afastado por vontade própria, é dever do Poder Público procurá-la com a máxima urgência, sem esperar nem um minuto a mais. 

Se a criança, adolescente ou incapaz tiver desaparecido em razão de violência ou perseguição, ela deverá ser encaminhada a um conselho tutelar ou órgão competente.

5. O registro do BO só pode ser feito depois de passadas algumas horas?

Pelo contrário! Quanto mais rápido você iniciar sua busca, há mais possibilidades de localizar a pessoa desaparecida.

Prevenção de desaparecimento:

    • Crianças — não deixe a criança sem acompanhamento direto de um adulto; oriente a criança a não conversar com estranhos nem aceitar presentes de pessoas desconhecidas; monitore os aparelhos decomunicação (telefone celular, computador, tablet), etc. 
    • Adolescentes — procure manter um bom relacionamento com o adolescente, pois grande parte dos desaparecimentos de adolescentes se deve a conflitos familiares; esteja atento a qualquer comportamento incomum ou mudança de atitude, etc. 
    • Idosos — evite deixar a pessoa idosa sair sozinha de casa se ela começar a apresentar sinais de esquecimento ou perda de memória. Insista para que a pessoa idosa, ao sair de casa, guarde consigo sempre um documento de identificação, etc. 
    • Pessoas com deficiência mental ou intelectual também podem se tornar mais suscetíveis ao desaparecimento.

Mães da Sé

 

Conheça as 'Mães da Sé' projeto que busca por crianças desaparecidas no Brasil
Fundado em 1996, o movimento "Mães da Sé" é um dos mais conhecidos do Brasil na busca por pessoas desaparecidas. Em entrevista à Band, Ivanise Esperidião, fundadora do projeto, falou sobre a busca até hoje por sua filha Fabiana, na época com 13 anos.

Há quase 30 anos, Ivanise se dedica a prestar apoio social, psicológico e amparo para mães de todo o país, enquanto elas buscam por seus filhos. O projeto surgiu um ano após ela iniciar a procura por sua filha que desapareceu após ir visitar uma amiga que morava a 300m de distância na região de Pirituba.
"Esse trabalho nasceu a partir do desaparecimento da minha filha em 23 de dezembro de 1995. E quando procurava sozinha, eu beirei à loucura, eu procurei sozinha em hospitais, IMLs, nas ruas e por infelicidade eu nunca encontrei uma homem que estivesse procurando pelo seu filho desparecido, assim como eu.
Lembro que eu bati nas portas de todas as emissoras de televisão e ouvia a mesma frase ‘senhora, esse assunto não está em pauta’, e eu lá sabia o que era pauta... Hoje, eu estou escolada na linguagem jornalística", 
disse.

Ivanise explica que além de apoio psicológico, o movimento também oferece ajuda jurídica neste momento, além de um parceria com o Ministério Público, Conselhos Tutelares, Varas da Infância.

Atualmente, mais de 12 mil famílias já foram ajudadas pelo movimento "Mães da Sé" e mais de 6 mil crianças foram encontradas. No entanto, Ivanise ainda não achou a sua filha, mas é a certeza de que ela irá encontrar Fabiana que a faz se manter de pé.
 

Conclusão

E os familiares de uma pessoa desaparecida?


Com certeza, no caso de deparecimentos, os familiares são os que mais que sofrem, pois vivem em um limbo, sem poder lidar com o luto devido à falta de certezas. 

Procuram e esperam, às vezes por muitos anos, sem saber se seu ente querido está vivo ou morto, agarrando-se à mais ínfima esperança, sem poder se conformar. Este sofrimento emocional e psicológico é grave.

Como se essa dor não bastasse, as famílias que perdem o sustento da casa costumam mergulhar em dificuldades econômicas. Também podem temer pela própria segurança, com receio de sofrer algum tipo de retaliação por procurar respostas. 

Sentem angústia, culpa e impotência. Em muitos casos, a indefinição da situação jurídica da pessoa desaparecida impede que os familiares tenham acesso a serviços básicos e que possam seguir em frente.

A criação de cadastros nacionais e internacionais mais eficientes para pessoas desaparecidas poderia ser um instrumento valioso para encontrá-las. Uma das apostas do setor de segurança pública para aprimorar as investigações sobre desaparecimentos é a implementação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). 

A lei, aprovada em 2018, ainda demora para sair do papel. O intuito principal do sistema é centralizar as bases de dados da segurança, facilitando o trabalho das diferentes polícias nas unidades da federação.

Infelizmente muitos são os casos de pessoas que desapareceram e nunca mais voltaram a ser encontradas, como o clássico, intrigante e emblemático caso do menino Carlinhos. 

Carlos Ramires Costa desapareceu teria sido sequestrado de sua casa, no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, na noite do dia 02 de agosto de 1973, sem nunca mais ter sido encontrado. Cinco décadas depois, o caso segue sob investigação.

Outro caso que teve enorme repercussão midiática foi o do desaparecimento de Priscila Belfort, irmã do lutador de MMA, Vitor Belfort (escrevi um artigo especial sobre este caso. Quem quiser ler, clique aqui). Há muitos outros casos de anônimos como o deles Brasil afora.


Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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