segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

PAPO RETO — DEPENDÊNCIA DIGITAL: UM PROBLEMA CRÔNICO QUE MUITOS INSISTEM EM IGNORAR

Estamos em período do fim das férias escolares. Em todo o Brasil o retorno às salas de aulas nas escolas públicas e particulares, vieram com uma novidade: a proibição do uso de celulares e dos chamados relógios inteligentes durante as aulas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou no dia 14 de outubro do ano passado, a proibição do uso de aparelhos celulares por alunos nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil.

O texto aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado determina que aparelhos eletrônicos ficam proibidos nas escolas públicas e privadas. O objetivo, segundo o PL 4.932/2024, é proteger a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes.
Entretanto, existem algumas exceções, como as atividades pedagógicas que exigem o uso de dispositivos. Nesses casos, os alunos podem usar o celular ou um computador sob a orientação dos professores.

O que dizem os especialistas sobre a dependência das telas por parte dos jovens

Dependência digital é o uso excessivo e compulsivo de dispositivos digitais, como smartphones, videogames e internet. Ela pode afetar a vida pessoal, social e profissional, além do bem-estar físico e mental.

A dependência digital é semelhante à dependência química, pois o uso prolongado de dispositivos digitais libera dopamina no cérebro, gerando prazer.
O uso excessivo de telas está relacionado a uma piora da saúde mental de seus usuários, independentemente da idade, constatou tese defendida no Programa de Pós-graduação em Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da UFMG. 

Os resultados da pesquisa mostraram, de forma inesperada, a presença da nomofobia (medo de ficar longe do celular) em idosos. Considerando apenas os estudos que avaliaram crianças, 72% deles constataram aumento da depressão associado ao abuso da exposição a telas nesse grupo.

Uma possível explicação dessa relação é o aumento do tempo em frente às telas no dia a dia, após a pandemia de covid-19. As telas são, cada vez mais, utilizadas para trabalho, entretenimento e estudo. 
Renata Santos, professora e pesquisadora  | Arquivo UFMG
"Percebeu-se que os pacientes jovens com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, além de depressão, tinham as telas a todo momento, e, no período de pandemia, elas foram as principais aliadas contra a solidão. Porém, as consequências desse uso excessivo podem ser vistas agora",
afirma Renata Maria Silva Santos, autora da pesquisa.

Outra motivação para esses resultados é a utilização dos dispositivos como distração para as crianças, enquanto os pais fazem suas tarefas, o que contribui para a elevação das horas de uso. Nesse sentido, o distanciamento entre pais e filhos pode provocar um aumento da disposição para a depressão nas crianças.

Revisão sistemática


O estudo foi feito por revisão sistemática, isto é, análise de estudos primários sobre o assunto — foram 142 artigos e mais de dois milhões de pessoas de diferentes países acompanhadas. 
"A maior parte dessas pessoas são adolescentes, porque eles são os nativos digitais. Mas chama a atenção a quantidade de idosos que desenvolveram a fobia de ficar separados do celular. Esse estudo é um alerta sobre o uso excessivo das telas, a relação das pessoas com elas e o conteúdo consumido"
diz a pesquisadora.

A tese mostra ainda que a participação em redes sociais foi responsável por maior risco de depressão em meninas, uma vez que parte considerável do que exibe nas redes são corpos considerados perfeitos, o que gera comparações e afeta a saúde mental. 

O mesmo ocorre com idosos que consomem conteúdos violentos na televisão. Renata Santos: é preciso limitar o tempo de tela e enriquecer o tempo fora delaFoto: Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina da UFMG
"A conclusão é que não basta limitar o tempo de tela, é necessário também enriquecer o tempo fora dela, tentando manter a mente ativa. A falta de gerenciamento do tempo aumenta o estresse de forma considerável. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 30% dos adultos jogam em seus aparelhos, o que atrapalha as tarefas do dia a dia"
defende a pesquisadora.

Com base nesses resultados, os pesquisadores sugerem algumas alternativas, como a determinação do tempo de tela de acordo com a idade e a busca por atividades que propiciem mais possibilidades de socialização, como o cinema. 

Além disso, o incentivo à prática de atividades físicas ao ar livre é essencial para combater o uso excessivo de aparelhos. 
"O estudo indica que a dependência pode diminuir em 10% caso o smartphone esteja a um metro do usuário, o que contribui para elevar a carga cognitiva, fator responsável pelo raciocínio"
completa Renata Santos.

Telas e QI


A pesquisa também revelou que o uso excessivo de telas pode levar à diminuição do quociente de inteligência (QI) antes do previsto. Isso ocorre porque falta incentivo a atividades que exigem pensamento rápido e outras habilidades que contribuem para o funcionamento ativo do cérebro.

A pesquisadora ressalva que algumas atividades podem ser realizadas, mesmo com a tela, desde que haja interação: 
"Quando a pessoa interage com a tela, ocorrem estímulos cognitivos. Isso pode melhorar a memória e o raciocínio, principalmente em idosos. Com esses ganhos, o processo depressivo pode demorar mais a se instaurar"
afirma.

Renata Santos defende ainda que seu trabalho pode auxiliar as pessoas que procuram ajuda para problemas de saúde mental, na medida em que demonstrou o impacto das telas nesse campo. Segundo a autora, a tese também sugere formas saudáveis de manejo delas. 
"Mesmo quando se está imerso no mundo digital, é preciso buscar maneiras de conviver de forma saudável com as telas. E precisamos auxiliar as pessoas que são afetadas pelo seu uso inadequado"
conclui.

Além da pesquisa

Especialistas são unânimes em alertar que o uso excessivo de telas por jovens pode prejudicar a saúde mental e física, além de afetar o desenvolvimento cognitivo e motor.
Os efeitos do uso excessivo de telas podem ser:
    • Aumento da irritabilidade e agitação,
    • Dificuldades de autorregulação emocional,
    • Problemas de concentração,
    • Dificuldades de aprendizado,
    • Má formação da coluna,
    • Enxaquecas,
    • Cansaço visual,
    • Dores de cabeça,
    • Miopia,
    • Isolamento social.

Tragédia anunciada


A primeira troca de mensagens via internet aconteceu na década de 1970 entre computadores instalados na Universidade da Califórnia em Los Angeles (Ucla) e no Stanford Research Institute (SRI), ambas nos Estados Unidos. Logo depois, a grande inovação tecnológica atravessou fronteiras e chegou ao Brasil em 1988, se popularizando na década seguinte. 

De lá para cá, os cabos foram trocados pela rede wi-fi, os grandes computadores agora cabem na palma da mão e a internet mudou completamente nosso modo de estudar, de nos informar, de trabalhar, de cuidar do lar, de nos locomover, de educar nossos filhos, de comprar, de cuidar da saúde, de nos relacionar e de viver.

Já não entramos e saímos da internet como outrora, pois estamos constantemente conectados. Já não carregamos mais a carteira com dinheiro em espécie ou cartões, pois tudo está no smartphone ou no relógio inteligente. 

Já não sabemos mais o que é viver se não for em função das facilidades da era moderna. Com isso, o mundo está se transformando rapidamente em uma grande rede de ecossistemas de tecnologia, carros autônomos, casas inteligentes e smart cities (cidades inteligentes). 
[Têm barracos localizados nas periferias que contam com os serviços da tal Alexa — uma assistente virtual da Amazon que usa comandos de voz para realizar tarefas. Ela está presente em dispositivos como alto-falantes, telas e smartphones.]
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 87,2% dos brasileiros com mais de dez anos usam a internet diariamente. São mais brasileiros conectados do que com acesso ao saneamento básico, pois, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), 83,6% possuem acesso ao abastecimento de água e 46,3% ao tratamento de esgoto. 

A verdade é que a internet dominou todas as áreas e espaços, se tornou “onipresente” e impôs uma dependência total a ela. Em breve, quem não estiver conectado será semelhante a alguém sem identidade, pois deixaremos de ser integrantes de uma sociedade para sermos um mero fragmento da internet.

Agora, já parou para imaginar o que aconteceria se as pessoas se permitissem ser guiadas por Deus na mesma proporção que se entregam à tecnologia? E se elas se permitissem consultar a Deus sobre todas as coisas assim como recorrem à internet sempre que estão com alguma dor, alguma dúvida ou planejam realizar um sonho? E se elas investissem na comunhão com Deus da mesma forma como gastam seu tempo conectadas e seu dinheiro em equipamentos tecnológicos?

Fomos à ciência, por que não irmos à Bíblia?


Nas Sagradas Escrituras somos alertados, em Efésios 5:15-18: 
“...vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor. E não vos embriagueis com vinho, em que há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”. 
Se o apóstolo Paulo fosse usado por Deus para escrever tal alerta nos dias atuais, ele poderia tranquilamente substituir o “como andais” por “como usa a internet no dia a dia” e o “não embriagueis com o vinho” por “não sejais tão dependentes da tecnologia”.

Mesmo que venhamos a nos considerar autossuficientes por conta de nossa capacidade de raciocinar, criar e escolher, a verdade é que dependemos de pessoas e itens que facilitem nossa vida. E mais: estamos deixando de raciocinar, criar e escolher porque a internet faz isso por nós. A inteligência artificial (IA) está aí.

Conclusão


Mas, nessa busca por facilidades, muitos não percebem que não há nada maior e mais eficaz do que o Espírito Santo habitando em nós. É a Ele que devemos recorrer a todo momento, é para a Sua Palavra que devemos olhar e transformar esse hábito em horas e é nEle que devemos depositar nossa dependência, o que é infinitamente mais inteligente. 

Afinal, se trata do hoje e do porvir, ou seja, da vida eterna. Aproveitar todas as facilidades que a internet oferece não é errado, pelo contrário. No entanto o ser humano depende do que julga que seja maior e mais importante e não podemos substituir o Criador por criações humanas. Precisamos ter equilíbrio, priorizar o que deve ser priorizado e escolher depender mais de Deus do que de qualquer outra coisa terrena.

Dicas para evitar a dependência digital

    • Tenha bom senso e fique atento as consequências físicas: privação do sono, dor na coluna, problemas de visão ou psicológicos.
    • Trabalhe para dosar o uso das tecnologias no cotidiano, e fique atento se não está prejudicando o trabalho ou estudos.
    • Não troque atividades ao ar-livre para ficar conectado e prefira o contato social ao virtual.
    • Por fim, pratique exercícios físicos e não se deixe abalar por publicações na internet.
Todos nós utilizamos tecnologias e temos que concordar que elas são praticamente impossíveis de serem evitadas hoje em dia. Mas, como tudo que é em excesso, vira um problema, com ela não poderia ser diferente. 

Divirta-se na internet, nos jogos e com seu smartphone, mas, se perceber que está deixando de lado outras atividades para se manter conectado, converse com sua família e procure ajuda profissional.
O tratamento da dependência digital pode envolver terapia comportamental, suporte psicológico e medidas práticas.
[Fonte: Folha Universal; UFMG, original por Vitor Pepino | Centro de Comunicação da Faculdade de Medicina]

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
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