sábado, 20 de agosto de 2022

DIRETO AO PONTO — A IMPORTÂNCIA DO CONTROLE FINANCEIRO NA VIDA CRISTÃ

"Qual de vocês, se quiser construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para completá-la?" (Lucas 19:28)
Quem nunca teve problemas financeiros? Quem nunca passou "aperto" por falta de dinheiro? Quem nunca se preocupou em ganhar dinheiro, pagar dívidas, comprar alguma coisa a mais? 

Se você puder responder: "Eu", parabéns? Esses são problemas antigos, pois o ser humano insiste, muitas vezes, em dirigir a sua vida baseando-se em falsos valores e não nos valores de Deus. Há muito tempo a área financeira tem provocado inúmeros problemas:
  • 1. Distanciamento no relacionamento conjugal;
  • 2. Insegurança familiar;
  • 3. Irritação, tensão, saúde afetada;
  • 4. Mau testemunho diante da sociedade, etc.
Isto se agrava mais em nossos dias, marcados pelo consumismo, pelo materialismo, pelo viver na moda, pela procura de status, ou seja: uma vida apoiada sobre falsos valores. 

Que os princípios que vamos analisar neste artigo, mais um capítulo da série especial Direto ao Ponto, nos orientem na manutenção ou recuperação de uma vida financeira equilibrada, tudo, claro, à luz da Bíblia!

O perigo do consumismo


Em relação aos hábitos de consumo (Isaías 55:2), nós podemos ler no livro de Provérbios: 
"Tesouro desejável e azeite há na casa do sábio, mas o homem insensato os desperdiça" (21:20). 
Aqui Salomão relata uma atitude de alguém que poupa, e chama esta pessoa de sábia, e relata também a atitude de alguém que desperdiça seus recursos, e chama esta pessoa de insensata. 

Possivelmente a forma mais comum de desperdiçarmos nossos recursos hoje em dia seja através dos padrões de consumo. Vivemos em uma cultura do consumismo, rodeados por instituições e pessoas que nos estimulam a consumir determinados bens ou serviços que muitas vezes nem sequer precisamos ou consumiremos. 

O próprio marketing, seja via TV, internet, ou qualquer outro veículo, está sempre nos impulsionando na direção de um consumismo sem reflexão quanto aos nossos meios de pagamento. 

Também temos o exemplo do crédito pessoal, seja ele governamental ou bancário, que mesmo em momentos de crise, é relativamente fácil de ser conseguido, resultando frequentemente em endividamento causado pelo consumo. 

Mesmo que algo custe 1 real, se não for consumido, simplesmente perderemos 1 real. Com certeza podemos enumerar várias situações em que consumidos algo somente porque estava barato, porém, no final das contas, nem sequer chegamos a consumir tal bem.

Dinheiro: bênção ou maldição?


Até aqui já podemos chegar a nossa primeira conclusão, de que o dinheiro, quando bem administrado, desde que não tome o lugar de Deus, desde que não tome o lugar da família, desde que não tome o lugar dos amigos ou de qualquer outra coisa em que ele não deve tomar o lugar, pode ser sim considerado uma benção. 

Pois, sendo apenas um instrumento, serve para que objetivos financeiros sejam atingidos. Todos nós temos desejos de consumos ou objetivos financeiros. Quem não gostaria, por exemplo, de chegar a um restaurante, pegar o menú, escolher sua refeição pelo lado esquerdo do menú, e não pelo lado direito, que é o lado dos preços? 

Quem não gostaria da fazer uma viagem com os filhos, o marido ou esposa para, digamos, a Europa? Quem não gostaria de pode pagar a faculdade dos filhos? Ou, melhor ainda, pagar boas escolas para que no futuro não seja necessário gastar com faculdade? 

Quem não gostaria da fazer uma festa de casamento inesquecível? Quem não gostaria de ter um carro mais confortável? Ou, trazendo para o contexto da igreja, todas as vezes em que missionários vierem nos visitar, oferecermos a eles não apenas oração, mas também uma ajuda financeira que é tão necessária? 

Dependendo do país no qual o missionário vive, qualquer quantia pode fazer uma enorme diferença. Além desses, diversos outros exemplos de objetivos financeiros poderiam ser citados. 

Importante notar que são desejos totalmente legítimos e plausíveis na maioria dos casos. No entanto, para que tais objetivos se tornem realidade, é preciso planejamento financeiro, feito através de um orçamento doméstico. 

No versículo com o qual abri este artigo, Jesus está dando uma lição de orçamento doméstico, dizendo que se alguém quiser construir ou comprar algum bem, é necessário primeiro se sentar para calcular as despesas e verificar se determinado negócio cabe no orçamento.

Veja um exemplo de planilha para o registro de despesas e receitas, ou seja, orçamento doméstico:


Após a planilha orçamentária ter sido concluída, é possível que a família se encontre em 3 situações diferentes: 
  • A situação deficitária — na qual a família gasta mais do que ganha, ficando no vermelho, geralmente com dívidas. 
  • A situação neutra (equilibrada) — na qual a família não possui dívidas, mas também não consegue guardar nada do que ganha. 
  • E a situação mais desejável — a superavitária, na qual a família gasta menos do que ganha e é capaz de economizar todos os meses.

Muito mais que uma questão de Fé


O que as finanças têm a ver com a Bíblia ou com a Fé? Como um livro tão antigo pode ser útil em nossas finanças pessoais? A Bíblia sequer fala de assuntos monetários? 
Na verdade, o que os consultores financeiros atualmente ensinam é análogo ao ensino encontrado nas páginas bíblicas. 
Por incrível que pareça, os princípios de educação financeira básica que aprendemos hoje já são abordados pela Bíblia há vários séculos, sendo ela um livro muito mais atual do que muita gente poderia imaginar. 
Da mesma forma que os assessores financeiros tratam de orçamento doméstico, poupança, dívidas, etc, as escrituras também abrangem esses temas.
O assunto finanças pessoais querendo ou não diz respeito à maioria das pessoas, é um assunto importante, e, sobretudo, é um assunto bíblico. 
Aliás, se falássemos na igreja com a mesma frequência com que a Bíblia trata do assunto, falaríamos muito mais vezes sobre o tema.
Abordar finanças pessoais é especialmente desafiador no Brasil, pois o brasileiro médio infelizmente não sabe muito bem como lidar com seu próprio dinheiro. 

Existem informações, nem sempre disponíveis, é verdade, porém, por uma questão cultural, o brasileiro não se interessa tanto pelo tema e acaba não indo atrás destas informações. E, convenhamos, o "economês" usado pelos especialistas, muitas vezes mais nos confunde do que nos orienta.

Trazendo para o contexto da igreja, ainda que você nunca tenha frequentado uma aula de Economia, ainda que nunca tenha lido um livro sobre finanças, ou nunca tenha lido nada a respeito, se você já leu a Bíblia, certamente já deve ter percebido a quantidade de princípios e ensinamentos financeiros para serem seguidos que Deus nos deixou na sua Palavra. 

O livro de Oséias diz: 
"O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento" (4:6). 
Obviamente Oséias estava se referindo a outro assunto, mas podemos perfeitamente trazer para a área das finanças. 

De fato, a Universidade do Kansas nos EUA, realizou um levantamento mostrando que o principal motivo de divórcios, juntamente com a infidelidade conjugal, é por razões relacionadas à administração do dinheiro do casal. 

Portanto, é algo que não pode ser deixado de lado, precisamos levar em consideração, pois infelizmente, tal assunto tem causado separação entre os casais. De que adianta conhecermos o que as Escrituras dizem acerca de determinado tema se não praticarmos?

O bom tesouro da sabedoria


Para ficar mais fácil a compreenção, façamos algumas análises, na forma de tópicos ou princípios.
  • 1. O princípio do não às dívidas (Pv 22:7)
O mercado produz e tenta convencê- lo: 
"Você tem de comprar. Faça em 12 vezes sem juros."
Alguns recebem uma carta dizendo que são clientes preferenciais. E, pior, acreditam mesmo serem preferenciais. 

É ordem do Senhor não devermos cousa alguma a ninguém, exceto o amor (Romanos 13:8). As dívidas desgastam nossas emoções, nosso tempo, nossa família, nossa vida espiritual (conforme 2 Reis 4:1-7). Por isso: evite financiamentos e empréstimos, especialmente para bens de consumo (Pv 18:9).

Hoje, se você financia um bem em 12 vezes, você paga em média 70% a mais do que ele vale. Em outras palavras, está jogando dinheiro fora. Os financiamentos para compra de imóvel e de bens duráveis devem ser analisados criteriosamente e submetidos a Deus, em oração.
  • 2. Evite cartões de crédito
O cristão não pode servir ao Master (Senhor) e ao Mastercard ao mesmo tempo. Brincadeiras a parte, cuidado com os seus cartões de crédito (ou de dívida?). Se você não consegue conviver bem com eles, é melhor não tê-los.
Se você não planejar o uso do seu dinheiro e gastar conforme seus impulsos, terá problemas. Se estiver endividado, sair dessa situação começa com um bom planejamento. 

Em seguida, coloque-se diante do Senhor com o propósito de não contrair mais dívidas e ore por isso. Se necessário, procure ajuda do seu pastor ou de sua liderança na execução do seu planejamento.
  • 4. O princípio do que é necessário
Antes de comprar, faça algumas perguntas a si mesmo:
  • 1. Eu realmente necessito do que estão me oferecendo?
  • 2. O uso justifica a compra?
  • 3. Tenho condições de pagar?
  • 4. Como esse bem me ajuda a cumprir os propósitos de Deus para a minha vida?
  • 5. Se eu não comprar, o propósito Dele estará prejudicado? Não ame e nem valorize as coisas que lhe são oferecidas como necessárias para que você tenha apenas prazer e conforto.
  • 5. O princípio da poupança e do investimento
  • 1. Visando tempos difíceis (Pv 30:25).
  • 2. Para ter o que dar não somente aos seus filhos, mas também aos seus netos (13:22; 19:14). Todavia, não guarde mais do que deve.
  • 3. Deus nos administrará a Sua graça com generosidade, à medida que formos generosos (19:17; 22:9; 28:27; Lc 6:38).
Isso não significa distribuir dinheiro indiscriminadamente, para qualquer um que pede, mas 
"Informa-se o justo da causa dos pobres" (Pv 29:7).

Conclusão


Em momentos de crise, aqueles que tiverem o mínimo de conhecimento sobre finanças e souberem aplicar tudo aquilo que a Bíblia ensina sobre o assunto, sem dúvida saberão lidar com a crise ao menos com maior facilidade que as demais pessoas.

O missionário escocês David Livingstone (✰1813/✞︎1873) afirmou: 
"Não darei valor a qualquer coisa que possua, a não ser à luz do relacionamento com o reino de Deus. Utilizarei tudo o que possuir para promover a glória daquele a quem devo toda a minha esperança no tempo e na eternidade."
  • Aplicações práticas
  1. Faça uma avaliação da sua situação financeira hoje.
  2. Verifique como você está ganhando e gastando os seus recursos.
  3. Elabore um orçamento, mesmo que seja bem simples.

Ao Deus Perfeito Criador, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.

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