quinta-feira, 31 de março de 2022

GENTILEZA: MAIS QUE UM DEVER, UMA VIRTUDE

Há muito que sinto que, nos círculos reformados, há uma grande necessidade de pastores e teólogos cultivarem a virtude da gentileza. Acho que todos sabemos que a gentileza é um dos "gomos" do fruto do Espírito, em Gálatas 5:22,23. Ela também aparece em uma lista semelhante de virtudes cristãs, em 1 Timóteo 6:11, virtudes estas específicas da liderança cristã.

Mas a gentileza não costuma ser uma das primeiras qualidades que buscamos em um pastor ou líder. Na verdade, parece que a gentileza é uma daquelas virtudes cristãs que são deixadas de lado quando avaliamos a nós mesmos e aos outros. É sobre essa que, na minha opinião, é uma premissa em todos os tipos de relacionamentos, o tema deste artigo.

A triste realidade da escassez da gentileza, quando ela tem se tornado cada vez mais essencial


Gentileza. Infelizmente,em nossos dias, esta atitude parece cada vez mais rara. É comum nos depararmos com pessoas que não respeitam o próximo, não cumprimentam, tomam atitudes individualistas, sem se importar com quem está em volta. 

Aqui, veremos a opinião de alguns especialistas em comportamento para entender os motivos que levaram a essa situação, qual a importância da gentileza do ponto de vista pessoal, profissional e religioso e de que modo a atitude pode ser resgatada. 

Enquanto o individualismo, a criminalidade, o aumento do trânsito são apontados como alguns dos fatores que contribuem para esse tipo de comportamento, governos, ONGs e muitas pessoas procuram soluções, por meio de leis, ações de voluntariado e práticas cotidianas.

No período mais crítico da pandemia, parece ter havido um florescimento da gentileza nos mais diversos círculos relacionais, mas, infelizmente, o que vemos hoje, quando a situação já não tem mais um aspecto de caos é que todas as flores não maturaram ao ponto de gerarem frutos e mais sementes.

Gentileza gera bem-estar


Se por um lado uma atitude egoísta não leva a lugar algum, ser gentil pode ser muito benéfico e gratificante pessoalmente, pelo sentimento positivo gerado ao fazermos bem ao próximo, pela certeza de que se está agindo de forma cidadã. 

Afinal de contas, este é o motivo de vivermos em sociedade: nos relacionarmos uns com os outros da melhor maneira possível. Quando uma pessoa está bem e age de modo gentil, quem está por perto também é contagiado. Então aproveite as reflexões deste proposta no texto deste artigo para colocar em prática você também a gentileza.

Ser gentil é...


Desde os primórdios, o ser humano busca ser o mais forte, o mais rápido, o mais poderoso. Porém, muitas vezes acaba se esquecendo de outras questões humanas importantes, como a gentileza. A gentileza pode ser definida como a capacidade de perceber uma necessidade de alguém e (ou) retribuir algo que lhe foi feito, sem ser pedido. 

Atitudes como ajudar uma senhora idosa a subir no transporte público, ser cordial no convívio urbano ou até mesmo conversar com uma pessoa que parece triste ou cabisbaixa são alguns exemplos de atitudes gentis que não estão mais tão presentes na rotina das pessoas. Ao contrário, quando praticadas podem até se tornar estranhas ao olhar de pessoas que não estão mais habituadas a ser amáveis.

Com a palavra, os especialistas


Para a professora de Filosofia da Universidade Metodista de São Paulo, Suze de Oliveira Piza, o problema está vinculado ao individualismo. De acordo com Suze, vivemos em uma sociedade com discursos e práticas em que as pessoas se preocupam apenas consigo mesmas. 
"Temos um individualismo exacerbado, ao mesmo tempo em que não encontramos os indivíduos refletindo sobre si"
explica.
 
Para a professora de Filosofia, esse tipo de postura impede que os indivíduos sejam pessoas plenas e altruístas.

  • Individualismo latente 

Segundo Suze, a falta de gentileza e o individualismo são fatores que se agravam através do tempo. 
"Com a busca cada vez maior por status social e financeiro, as pessoas acabam deixando em segundo plano as relações afetivas para priorizar a relação com o dinheiro"
afirma. 

Antigamente, ter uma postura gentil era algo normal dentro de uma sociedade onde os cidadãos se relacionavam mais uns com os outros. As crianças, de todas as classes sociais, brincavam nas ruas e todos conheciam seus vizinhos de bairro. 

Atualmente, a distância entre as pessoas está mais latente e muitos dos relacionamentos reais foram substituídos por contatos virtuais. Para a pesquisadora, a tecnologia e outros fatores como o aumento da criminalidade e do trânsito nas grandes cidades dificultam a relação entre as pessoas. 
"Essa situação se torna normal a partir do momento que é aceita de maneira generalizada. Naturalmente não é desejável que isso ocorra. O ser humano poderia, e deveria, viver uma vida muito mais plena"
afirma Suze Piza. 
Para construir uma sociedade mais justa, cidadã e gentil é preciso retomar antigos hábitos. Atitudes como abraçar alguém, elogiar um trabalho bem feito, dar bom dia ao porteiro do prédio, ajudar o outro sem esperar nada em troca, são maneiras práticas e efetivas de exercitar a gentileza em todos os locais.

Gentileza gera gentileza 

Saiba como pequenas atitudes no cotidiano podem mudar o mundo ao nosso redor


Na década de 1980, José Datrino, mais conhecidocomo "Profeta Gentileza", ficou famoso pela frase "Gentileza gera gentileza". Nascido no interior de São Paulo, onde teve uma infância sofrida, o ex-andarilho ficou célebre no Rio deJaneiro. 

Nessa cidade, suas marcas registrada seram a túnica branca e a longa barba grisalha. Gentileza escrevia frases motivacionais nos viadutos cariocas e pregava mensagens de paz, amor e respeito ao próximo em praças e no transporte público. 

Datrino morreu em 1996, mas deixou discípulos desuas práticas, como a ONG Gentileza gera Gentileza. Para o profeta, nenhum gesto de gentileza, por menor que seja, é perdido. 

Segundo o professor da Faculdade de Humanidades e Direito da Universidade Metodista de São Paulo Oswaldo de Oliveira Santos Jr., atitudes bondosas geram um círculo virtuoso. 
"Ao garantir e respeitar os direitos das outras pessoas, estamos exercitando o amor ao próximo em nosso cotidiano"
diz.

Rotina agitada, horários apertados, trânsito, dívidas, conflitos familiares. Diante de tantos desafios diários, são diversos os motivos que acabam embrutecendo os sentidos das pessoas na vida cotidiana. 

Muitas vezes não enxergamos alguém que precisa de ajuda por estarmos completamente absortos em nossos próprios pensamentos e problemas. E deixamos de lado atitudes básicas, porém importantes, como dizer bom dia ou segurar a porta do elevador para o vizinho. 

Para o professor, o que possibilita a vida em sociedade é justamente o respeito à existência do próximo. 
"O princípio da cidadania é compreender a importância do outro para a minha própria existência"
explica. 
"Um lugar onde as pessoas se ajudam e colaboram umas com as outras é muito melhor do que aquele onde impera o egoísmo."

A gentileza na realidade do contexto cristão


No segmento cristão, a concepção de gentileza não é diferente. 
"Os evangelhos nos ensinam a enxergar as pessoas como seres humanos e não como coisas que podem ser descartadas. Somos todos iguais",
 afirma Oliveira.

  • Pequenas atitudes que fazem diferença 

Ensinar os filhos a ceder o lugar para o idoso nas filas ou no transporte, ajudar alguém a atravessar a rua e dizer sempre "por favor" e "obrigado". Estas são lições essenciais que podem fazer do mundo um lugar melhor. 
"Creio que a educação é um dos caminhos para o exercício e aprendizado da convivência"
afirma o especialista. 

Trabalhar como voluntário em alguma instituição também é uma atitude transformadora. 
"Levar gentileza a quem necessita é uma maneira de promover os direitos humanos e a cidadania plena"
completa o professor. 

Pelo direito de não ouvir


São 6h da manhã, o metrô ou o ônibus está lotado, as pessoas espremidas a caminho de mais um dia de trabalho ou estudo. São cidadãos comuns, de gostos diferentes, mas estilos de vida parecidos. 

Todos têm conta para pagar, compromissos a cumprir. No vagão, van ou ônibus, alguns leem, pois a viagem é longa. Outros cochilam e há quem ouça música no fone de ouvido. 

Muitas vezes, estes últimos exageram no volume, incomodando quem está ao lado. Claudete de Souza, professora de Direito Ambiental da Universidade Metodista de São Paulo, afirma que não há leis que proíbam esse tipo de ação. 

Contudo, há alguns artigos de lei que podem ser usados como defesa por quem se sente invadido pelo som alheio. 
"A poluição sonora é um deles. Temos a Lei das Contravenções Penais, que diz que perturbar o trabalho ou o sossego alheio, abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos, dá multa ou pena de prisão, de 15 dias a três meses"
comenta Claudete. 

A situação é tão incômoda e frequente que algumas cidades brasileiras já começaram a tomar providências. 
"Campinas, Salvador, Manaus e São Sebastião já têm leis próprias. No Rio de Janeiro, por exemplo, o motorista de ônibus tem a autoridade de pedir para o passageiro deixar o veículo se não desligar o som ou colocar os fones"
diz.
 
Segundo Claudete, a solução está no governo e na sociedade civil, que precisam se unir para mostrar que ouvir música alta é falta de respeito e de solidariedade. 
"Assim como ocupar lugar dos idosos e deficientes e parar o carro na faixa de pedestres."
Para a especialista, a única solução é fazer uma campanha educativa, nas escolas e na sociedade.

O fato é que, todos gostam de música, mas o som alto que sai dos fones de passageiros de transportes públicos incomodam quem está ao lado e prejudica a audição de todos.

  • Lei do silêncio para igrejas, bares e casas noturnas  

As reclamações de poluição sonora não giram apenas em torno dos "dj's de transporte público". Igrejas, bares e casas noturnas próximas a áreas residenciais e som alto nos carros também são um grande problema para o sossego da população. 
"Às vezes são duas horas da manhã, estamos tentando dormir e tem algum vizinho tocando música alta. Aquilo fica na nossa cabeça e no dia seguinte estamos até cansados" 
comenta a especialista. 

E, se engana quem pensa que o problema é só dos bares e das casas noturnas. Há muitas igrejas que não têm absolutamente nenhum critério  o um mínimo de bom senso quanto ao controle de sua expansão acústica. Não são poucas as que o perído de louvor, ao invés de ser uma bênção, acaba por se tornar em um enorme incômodo devido ao descontrole sonoro. Não são raras as vezes em pessoas que moram próximas de igrejas, formalizam reclamações quanto ao barulho e há até mesmo o registro de confusões por causa disso.

Deus Fracote, Deus Severo


De fato, creio que há entre nós alguma confusão sobre o que fazer com a gentileza. Certamente, os antigos teólogos liberais distorceram o conceito quando o usaram, na verdade, para eliminar a ira e o julgamento de Deus de suas pregações. 

Deus, eles disseram, era tão gentil, mas tão gentil, que jamais puniria alguém por pecar contra Ele. Desta maneira, eles roubaram a justiça de Deus; de fato, eles substituíram o Deus bíblico por um deus bonzinho, leniente e indulgente, que surge de suas próprias imaginações.

Juntamente com esta distorção de Deus, havia também uma distorção sobre Jesus. O Jesus liberal era uma alma bondosa que abraçava bebês e acariciava a cabeça de cordeiros, mas que não tinha dentro dEle nenhuma gota de ira justa, ciúme ou zelo pela verdade. 
Para os liberais, um Deus e um Cristo assim certamente não aprovariam medidas severas para preservar a santidade de sua igreja. Nas igrejas liberais, a disciplina formal para assuntos doutrinários — até mesmo para transgressões morais — se tornou coisa do passado.
Os evangélicos reagiram compreensivelmente contra tal mal-entendido da gentileza divina. Eles grandemente ridicularizaram e desprezaram o "Jesus gentil, manso e amável" dos teólogos liberais, e expuseram a Jesus como o Senhor da Terra e dos Céus, que ressurgiu e ascendeu, o qual logo retornaria em fogo flamejante para trazer seus terríveis julgamentos à Terra. 

O leão Aslam — de "As Crônicas de Nárnia" —, C. S. Lewis (✰1898/✞︎1963), nos lembrou, não era um leão domesticado. E por isto temos argumentado que há um lugar para a disciplina formal na igreja.

Às vezes, os pastores necessitam ser severos, fortes e zelosos pela justiça de Deus. Muitos ensinadores reformados hoje, enfatizam especialmente que os cristãos não devem ser débeis. Não devemos tolerar docilmente a maldade da sociedade; devemos ser um verdadeiro exército cristão, colocando toda a armadura de Deus (Efésios 6:10-14), derrubando imaginações, levando cada pensamento cativo a Cristo, conquistando todos os empreendimentos humanos em nome do Rei.

E desta maneira o pêndulo oscila, do liberalismo generalizado à militância pelo domínio. No entanto, o que aconteceu com a gentileza em tudo isso? Novamente, sabemos que faz parte da vida cristã, e especialmente que é uma das qualificações para pastores cristãos. Entretanto, tem sido deixada de lado. Ironicamente, o conceito de gentileza em si parece ser muito gentil. Não grita para nós; parece quase se esconder nas longas listas de virtudes.

Vamos olhar mais de perto para como Deus se definiu para Moisés:
"SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos e nos filhos dos filhos, até à terceira e quarta geração!" (Êxodo 34:6,7).
Sim, há julgamento aí. Um julgamento temível. Mas há também misericórdia, longanimidade e compaixão. Tal como nos diz o Novo Testamento, Deus é amor (1 João 4:8) e também fogo consumidor (Hebreus 12:9).

Deus É Gentil


O pecado merece a morte instantânea, mas Deus é muito misericordioso e gentil com os pecadores. Aprendemos quão gentil ele é quando lemos no Novo Testamento que 
"Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). 
O Senhor Jesus vem como o pastor gentil do seu povo, enviado por Deus. Lembra-se de Isaías 40.11? 
"Como pastor, apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os cordeirinhos e os levará no seio; as que amamentam ele guiará mansamente".
Verdadeiramente, nosso Senhor é gentil.

Jesus não se acometeu sobre pessoas culpadas de pecado. À mulher imoral de Samaria, ele ofereceu a água viva de vida eterna. Ele ofereceu a ela uma dádiva maravilhosa, antes mesmo que seus pecados adentrassem a conversa. Sim, mais tarde ele conversou sobre os pecados dela, mas de uma maneira terna. Ele curava as pessoas primeiro e depois dizia: 
"Vá e não peques mais".
E pense em quantas vezes Paulo enfatizou a importância da gentileza no ministério:
"Embora pudéssemos, como enviados de Cristo, exigir de vós a nossa manutenção, todavia, nos tornamos carinhosos entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos" (1 Tessalonissences 2:7). 
"E eu mesmo, Paulo, vos rogo, pela mansidão e benignidade de Cristo […]" (2 Co 10:1).
Pense no livrinho de Filemom (escrevi artigo especial sobre essa breve, porém, riquíssima epístola ➫ aqui), onde Paulo pede que seu amigo trate bem o ex-escravo Onésimo, a quem ele está enviando-lhe de volta. Onésimo agora era um irmão cristão. Paulo diz a Filemom que poderia, como apóstolo, ordenar que ele fizesse a coisa certa, mas, ao invés disso, pede humildemente, com base no amor: 
"Pois bem, ainda que eu sinta plena liberdade em Cristo para te ordenar o que convém, prefiro, todavia, solicitar em nome do amor" (v. 8,9). 
Depois, acrescenta: 
"...nada, porém, quis fazer sem o teu consentimento, para que a tua bondade não venha a ser como que por obrigação, mas de livre vontade" (v. 14).
Paulo tinha grande autoridade como apóstolo, mas, tal como Jesus ensinou, não acreditava que um líder deveria "dominar" seu rebanho, ordenando que eles fizessem isto ou aquilo, e ameaçando, e coagindo, e tornando-lhes miserável a vida. 

Em vez disso, ele procurava resolver os problemas da maneira mais gentil possível. Tal como um bom pai, ele não queria provocar seus filhos à ira. Antes, ele queria ensiná-los, por palavra e exemplo, a amarem os caminhos de Deus de coração. E amar a Deus de coração envolve obediência espontânea.

Mais Como um Pastor


Certamente não há depreciação da justiça, nem comprometimento da santidade da igreja. Paulo de fato defendeu a excomunhão para aqueles que não poderiam ser alcançados de outra maneira (1 Co 5), mas ele via até a excomunhão como um meio de restaurar e curar: 
"...entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor [Jesus]..." (5:5).
Mas o conceito de pastorado de Paulo, certamente, tem muito menos a ver com o de um rei ou general do que com um pastor de ovelhas, ou até mesmo com uma mãe que amamenta.

Outra maneira de dizer, talvez, é que Paulo não se via em um relacionamento litigioso com seu povo. Ele não era inimigo deles, mas um amigo, pai, uma mãe que os amamentava. Creio que tenho ficado bastante triste com alguns relatos que ouvi, de líderes que adotaram uma postura litigiosa contra suas próprias ovelhas.

Robustez e Ternura


A Igreja não é uma sociedade de debate acadêmico, e nem um lugar onde alguém procura, por qualquer meio, provar que está certo e que o outro está errado.
É, acima de tudo, um lugar onde cuidamos uns dos outros como mães cuidam de seus bebês. E se esta atmosfera de cuidado, proteção, nutrição e amor for substituída por um clima antagonístico, a própria vida da igreja estará em perigo.

Se pregarmos a dureza de Deus sem procurar apaixonadamente manter sua gentileza, cometeremos um erro oposto ao do modernismo, e igualmente ruim. Falar a verdade em amor — este é o equilíbrio que Deus nos chama a manter.
"Seja a vossa moderação [por que 'moderação', ao invés de outra coisa?] conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor" (Filipenses 4:5). 
"Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado" (Gl 6:1).
Restaure, reprove e repreenda; mas nunca deixe que a gentileza de Jesus se perca.

Conclusão


E quanto a você? É capaz de nutrir aos outros dessa maneira? Talvez você ame as pessoas, mas não sabe como corrigi-las de uma maneira verdadeiramente gentil, sem dureza, sem magoar. 

Se este for o caso, encontre alguém que lhe possa servir de modelo e mestre nesta área; é tremendamente importante. E, pelo bem de nosso Senhor Jesus Cristo e por amor de suas ovelhas, fique fora do pastorado até que tenha aprendido.

Por fim, a única conclusão equilibrada a se chegar, é que a gentileza tem grande influência para o sucesso pessoal, profissional e espiritual, além de contribuir para a felicidade daquele quem é gentil. 

A máxima de que "gentileza gera gentileza" já está cientificamente comprovada através de estudos comportamentais. Bora começar agora a semear gentileza, até que tenhamos muitas arvóres onde nós e nossa descendência poderemos colhê-la?

[Universidade Metodista de São Paulo - Espaço Cidadania, por Gustavo Carneiro; TGC - Coalizão pelo Evangelho, por John M. Frame é professor de teologia sistemática e filosofia emérito no Reformed Theological Seminary em Orlando, Flórida (tradução: João Pedro Cavani)]

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quarta-feira, 30 de março de 2022

PERSONAGENS BÍBLICOS — RUTE, A MOABITA

Rute — uma estrageira moabita — é uma das cinco mulheres citadas explicitamente na genealogia de Jesus no Evangelho segundo Mateus (1:5), ao lado de Tamar, Raabe — uma protistuta, Bate-Seba — uma adúltera — e a própria Maria. 

Era muito incomum que mulheres fossem citadas em genealogias no Oriente, mas essas mulheres faziam parte do propósito de Deus de enviar o Cristo. Na história de Rute podemos ver claramente a soberania de Deus na escolha do improvável para cumprir os seus propósitos.

O propósito de Deus eliminando os paradigmas sociais e religiosos


A história de Rute é muito conhecida entre os cristãos, sobretudo por conta de sua parceria com Noemi, sua sogra, e seu casamento com Boaz, o que resultou no incrível fato de uma gentia ter se tornado uma ancestral do rei Davi e, principalmente, sido mencionada na genealogia do próprio Messias. Em mais um capítulo da minha série especial de artigos Personagens Bíblicos, conheceremos um pouco sobre quem foi Rute e sua importância nos registros das Escrituras.

Qual a origem dos moabitas


Os moabitas eram uma tribo descendente de Moabe, filho de Ló, nascido de uma relação incestuosa com sua filha mais velha (Gênesis 19:36,37). De Zoar, o berço desta tribo, na fronteira sudeste do Mar Morto, eles gradualmente se espalharam pela região a leste do Jordão. 

Pouco antes do Êxodo, os amorreus guerreiros atravessaram o Jordão sob Siom, seu rei, e expulsaram os moabitas da região entre o vale do rio Arnom e o rio Jaboque e ocuparam-na, tornando Hesbom a sua capital. Os moabitas foram então confinados ao território ao sul do vale de Arnom (Números 21:26-30).

Durante o Êxodo, os israelitas não passaram por Moabe, mas pelo "deserto" a leste, eventualmente chegando ao país ao norte de Arnom. Os moabitas ficaram alarmados, e seu rei, Balaque, procurou socorro dos midianitas (22:2-4). Esta foi a ocasião em que ocorreu a visita de Balaão a Balaque (22:2–6).

Nas planícies de Moabe, que estava em poder dos amorreus, os filhos de Israel tiveram seu último acampamento antes de entrarem na terra de Canaã (22:1; Josué 13:32). Foi do alto de Pisga que Moisés, o mais poderoso dos profetas, olhou para a Terra Prometida; foi aqui em Nebo que ele morreu a sua morte solitária; foi aqui no vale em frente a Bete-Peor onde ele foi sepultado (Deuteronômio 34:5,6).

Uma pedra de basalto, com uma inscrição do Rei Mesa, foi descoberta em Dibom por Klein, um missionário alemão em Jerusalém, em 1868, consistindo de trinta e quatro linhas escritas em caracteres hebraico-fenícios. A pedra foi criada por Mesa por volta de 900 a.C. como registro e memorial de suas vitórias. 

Ela registra as guerras de Mesa com Omri, seus edifícios públicos e suas guerras contra Horonaim. Esta inscrição suplementa e corrobora a história do Rei Mesa registrada em 2 Reis 3:4-27. É a mais antiga inscrição escrita em caracteres alfabéticos e, além de seu valor no domínio das antiguidades hebraicas, é de grande importância linguística.

Talvez o personagem bíblico mais significativo que veio de Moabe tenha sido Rute, que era "das mulheres dos moabitas", mas estava geneticamente ligada a Israel por meio de Ló, sobrinho de Abraão (Rute 1:4; Gn 11:31; 19:37). 

Rute é um exemplo de como Deus pode mudar uma vida e levá-la em uma direção que Ele preordenou, e vemos Deus executando o Seu plano perfeito na vida de Rute, assim como faz com todos os Seus filhos (Romanos 8:28). 

Embora ela tenha vindo de um passado pagão em Moabe, quando conheceu o Deus de Israel, Rute se tornou um testemunho vivo para Ele pela fé. Rute, a moabita, é uma das poucas mulheres mencionadas na genealogia de Jesus Cristo.

Quem foi Rute na Bíblia?


Rute foi uma moabita que viveu no período dos juízes, e que aparece como personagem principal do livro do Antigo Testamento que leva seu nome. O significado do nome "Rute" é discutido entre os estudiosos, porém há uma possibilidade do hebraico rut ser derivado de re’ut que significa algo como "companhia feminina".

Rute se casou com dois fazendeiros judeus. Primeiro com Malom (Rt 4:10), depois, já viúva, casou-se com Boaz. Malom era o filho primogênito de Elimeleque e Noemi (Rt 1:2; 4:3), e Boaz era um parente de Elimeleque (Rt 4:3).

O relato bíblico nos revela que os dois filhos de Elimeleque se casaram com mulheres moabitas. Elimeleque e sua família eram israelitas vindos de Judá, e partiram para Moabe durante um período de fome.

Isso significa que a família de Elimeleque havia ignorado o mandamento que proibia o relacionamento entre judeus e moabitas (Dt 23:3,4). Talvez eles não tivessem conhecimento dessa proibição, embora essa possibilidade pareça pouco provável.

Entendendo o contexto


A história de Rute se passa na época dos juízes, quando houve uma fome muito severa na terra. Nesse período, um homem chamado Elimeleque, que morava em Belém, se mudou com sua família para as terras dos Moabitas.

Rute se viu em uma situação difícil em Moabe quando seu marido Malom morreu após dez anos de casamento. Dizer que ela estava pobre é o mínimo sobre a situação. As mulheres nos tempos antigos não tinham emprego, mas dependiam inteiramente dos homens em suas vidas para obter apoio financeiro. 

Como uma viúva sem filhos, Rute não tinha ninguém para apoiá-la, mas tinha que contar com a generosidade de estranhos se não houvesse membros da família para fazê-lo. Ela estava entre as classes mais baixas e desfavorecidas do mundo antigo.

Rute se aliou a alguém que estava em situação ainda pior - sua sogra Noemi. Desde a morte de seu marido e dois filhos, Noemi também ficou viúva sem filhos. Ela não tinha família em que confiar em Moabe e já havia passado da idade marital. 

Noemi estava em uma situação desesperadora e lamentável e determinada a retornar ao seu país natal, Israel. Rute mostrou sua feroz lealdade e amor ao se recusar a deixar sua sogra sozinha em uma situação tão terrível.

Rute poderia ter ficado em seu próprio país de Moabe, com sua família para apoio. Ela era jovem o suficiente para se casar novamente e poderia ter ganhado alguma estabilidade financeira dessa forma, mas ela estava determinada a ajudar Noemi, mesmo ao custo de perder seu próprio país, amigos, família, cultura e deuses.

Rute deu um dos maiores discursos sobre lealdade e amor quando disse a Noemi:
"Não me peça para deixá-la ou para me afastar de você. Aonde você for, eu irei, e onde você ficar, eu ficarei. Seu povo será meu povo e seu Deus meu Deus. Onde tu morreres, eu morrerei, e lá serei enterrada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti" (Rt 1:16).

Rute e Noemi


Essa declaração de Rute contrasta nitidamente com a declaração de Noemi ao chegar a Belém, onde ela atribuiu a Deus a amargura que estava sentindo, e insistiu que as mulheres lhe chamassem de Mara, que em hebraico significa amargo, ao invés de seu nome.

Elimeleque acabou morrendo, e, em seguida, seus dois filhos também faleceram. Com a morte do marido e dos filhos, Noemi resolveu partir rumo à sua terra natal, e, com isso, ela liberou suas noras a retornarem ao seu povo.

Orfa, cunhada de Rute, aproveitou a proposta e deixou Noemi, sua sogra. Rute, entretanto, demonstrou seu profundo amor por Noemi, e lhe comunicou que não a deixaria e somente a morte poderia separá-las (Rt 1:17).

Essa decisão de Rute implicava, necessariamente, em sua troca de nacionalidade, ou seja, ela estava disposta a se tornar uma judia e abandonar o seu deus (talvez Quemos, cf. Nm 21:29; 1Rs 11:7,33) a favor do Deus de Noemi (Rt 1:16; cf. 2:12,13) e ser sepultada no mesmo local de sua sogra (Rt 1:14-17).

Rute e Boaz


Quando chegaram a Belém, Rute se aproveitou da época da colheita da cevada que precede a colheita do trigo, para conseguir um meio de sustento para ela e para sua sogra. Rute então foi respigar nos campos de Boaz, um parente rico de seu sogro falecido.

Rute demonstrou muita dedicação no que fazia, e logo Boaz ficou sabendo de sua situação e da lealdade que ela possuía para com Noemi (Rt 2:11). Boaz então lhe concedeu alguns privilégios especiais que a favoreceu durante toda colheita da cevada e do trigo.

Mais tarde, Noemi instruiu Rute a ir à eira durante a noite, a fim de persuadir Boaz a se tornar um parente remidor, ou seja, aquele que poderia comprar a propriedade de Elimeleque, Malom e Quiliom, e, apelando para o casamento levirato, se casar com Rute (cf. Levíticos 25:25, 47-49; Dt 25:5-10).

Boaz consentiu com a proposta de Rute, e a enviou de volta para casa com um presente de seis medidas de cevada. Entretanto, havia um parente mais próximo do que Boaz, e este deveria declinar de seu direito para que Boaz pudesse casar-se com Rute.

Então, na presença de dez anciãos da cidade, foi oferecida ao parente mais próximo de Noemi a oportunidade de redimir um terreno que pertencia a Elimeleque e se casar com Rute. 

Assim que esse parente desistiu de seu direito como parente remidor, Boaz, voluntariamente, assumiu o seu lugar e seguiu o costume do casamento levirato, um estatuto presente no livro de Deuteronômio (25:5-10) que permitia que o cunhado se casasse com a viúva de seu irmão. Vale lembrar que Boaz não era irmão de Malom, ex-marido de Rute. Boaz era apenas um parente próximo.

Boaz casou-se com Rute, e o primeiro filho do casal foi Obede, que significa "servo". Com o nascimento de Obede, a amargura de Noemi foi amenizada, e ela foi a sua ama (Rt 4:16). Obede veio a ser o avô do rei Davi (Rt 4:18-22; 1 Crônicas 2:12).

Conclusão


Essa história era tão importante para a formação do povo bíblico que ela foi guardada e transmitida, oralmente, por vários séculos, até se tornar um documento escrito e incluído no livro sagrado de Israel.

Naquele tempo, como ainda hoje, o povo procurava cumprir as formalidades externas da lei, sem, contudo, relacioná-la à vida humana e suas carências básicas, a saber: o amor, a bondade, a compaixão... 

Foi nesse momento, que o povo crente fez uso da história de Rute, para mostrar às pessoas que o amor é mais importante que a letra da lei. A letra da lei é morta, se desassociada da obediência por amor. Seu cumprimento é necessário, pois nem um til passou dela, porém, não sejamos, apenas, legalistas.

Essa narração mostra também que Deus cuida de nós, dirige-nos em nossos caminhos, por isso, devemos entregar a nossa vida a Ele, sem dúvidas e sem reservas, pois Ele sabe o que é melhor para nós, e o tempo oportuno.

[Fonte: Estilo Adoração, por Daniel Conegero]

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Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia.

sexta-feira, 25 de março de 2022

JESUS E A MULHER SIRO-FENÍCIA (OU CANANEIA): O VERDADEIRO EVANGELHO QUEBRANDO OS PRECONCEITOS SOCIAIS

A situação retratada no texto de Mateus 15:21-28 parece ser uma realidade de conflito nas comunidades daquele tempo, provocada por atitudes discriminatórias de judeus para gente estrangeira e para com mulheres. O relato fala do encontro de Jesus com uma mulher estrangeira.

A história do encontro entre Jesus e a mulher siro-fenícia/cananéia pode nos parecer um pouco perturbadora em um primeiro momento. Hoje, quero te convidar a passear por essa história mais uma vez, reunindo nossas questões, perturbações e descobertas sobre a graça de Deus.

Compreendendo o contexto


Naquela época, as pessoas estrangeiras significavam algo detestável no pensamento dominante em Israel. Apesar de as tradições ancestrais mostrarem a necessidade de oferecer-lhes proteção, o judaísmo hegemônico no pós-exílio as considerava impuras, bem como uma ameaça por serem desconhecedoras da lei e perturbadoras da tranquilidade de Israel. 

Reprovava seus costumes, suas tradições e seus ritos. Em Mateus 15:21-28, Jesus rompe fronteiras e se aproxima do território de Tiro. A situação era muito tensa, pois Jesus se encontra junto a terras estranhas e, ali, o seu primeiro encontro é com uma cananeia, considerada duplamente impura por ser mulher e por ser estrangeira.

O texto põe em evidência duas posições discordantes nas comunidades cristãs daqueles anos. Uma delas provém do mundo judeu e olha para as mulheres e pessoas estrangeiras com atitude suspeita. A outra conduta é de quem procedia do mundo greco-romano e que tem uma visão mais aberta, com influência de mulheres e pessoas de origem estrangeira, sendo-lhes mais favorável.

Da Galileia a Tiro 


É interessante que, na narrativa, Jesus aparece como homem judeu, representante do discurso e da mentalidade dominante de seu povo, dirigindo-se à terra da mulher siro-fenícia, terra de gente impura para o pensamento preponderante no judaísmo. 

Segundo o mesmo relato em Marcos 7:24-30, Jesus quer ocultar-Se, manter-Se fora do alcance das pessoas daquele lugar, talvez para manter Sua pureza ritual. Mas, Ele não consegue permanecer oculto, pois logo vem ao Seu encontro uma mulher estrangeira, duplamente condenada pela mentalidade que Ele representa.

A primeira atitude de Jesus é a conduta e a mentalidade excludente de judeus que não atendem e não se sensibilizam diante da necessidade de uma mãe com sua filha doente. O interesse de manter a pureza ritual impedia que Ele Se sensibilizasse e Se solidarizasse com a mulher cananeia. 

Jesus silencia, não diz uma palavra sequer à mulher, apesar dos seus gritos de aflição. Diante de Seu silêncio, os discípulos propõem uma saída ainda mais drástica, sugerindo a expulsão dela. Por fim, as palavras de Jesus representam o mesmo discurso que seguramente brotava da boca do setor judeu daquela comunidade: 
"Não fui enviado a não ser para as ovelhas perdidas de Israel. Não é conveniente tirar o pão dos filhos e atirá-lo aos cachorros" (vv. 24:26). 
Para muitos judeus, pessoas estrangeiras não eram outra coisa senão "cães" ou "porcos" (cf. Mt 7:6), provocadoras de grandes calamidades para os filhos de Israel.

Lição genuína de fé


Chama a atenção a resposta da mulher siro-fenícia. Ela podia responder com diversas argumentações ou ficar simplesmente calada como sinal de reprovação diante da discriminação que sofre. Contudo, ela utiliza os mesmos termos de Jesus para fazê-lo repensar sua posição discriminatória: 
"É verdade, Senhor, mas também os cachorros comem das migalhas que caem da mesa de seus donos!" (v. 27). 
Pela boca da siro-fenícia, falam as mulheres e os representantes gentios marginalizados naquelas comunidades cristãs. A ação da mulher é um símbolo do esforço de membros cristãos de origem gentílica para expulsar o "demônio da exclusão" ainda reinante naquela ocasião. Através do personagem da mulher estrangeira, essas pessoas reclamam aceitação na nova comunidade de fé.

E a mudança de Jesus, ao passar a escutar os gritos de aflição da mulher estrangeira, tal como o Deus do êxodo (Êx 3:7,8), representa a nova atitude que as comunidades são chamadas a assumir. 

Quando Jesus se deixa interpelar pela excluída siro-fenícia e se abre para o diálogo com ela, sensibiliza-se com sua realidade e reconhece que o "pão" é direito de todas as filhas e filhos para além de Israel. 

Paradoxalmente, a enfermidade da filha da mulher estrangeira, considerada um mal e uma impureza na mentalidade predominante do judaísmo, torna-se um fator que humaniza e rompe com os opostos. Torna-se um símbolo de recuperação e de cura comunitária.

Conclusão


Esse relato do Evangelho representava um convite à comunidade cristã para assumir uma atitude nova de reciprocidade e receptividade para além do povo judeu. No tempo de Jesus, havia muitas leis que separavam as pessoas. As leis da pureza determinavam quem estava mais próximo de Deus e quem estava mais distante. 

Uma pessoa impura era eliminada do convívio social e novamente admitida mediante rituais de purificação. Havia impurezas transitórias e permanentes — por exemplo, o estrangeiro era considerado impuro por sua própria condição.
O encontro entre Jesus e a mulher siro-fenícia retrata o encontro entre judeus e estrangeiros, entre puros e impuros, também chamados de endemoninhados. Não foi fácil eliminar os preconceitos existentes de ambas as partes. Esse encontro ainda hoje questiona nossos preconceitos e nos convoca a uma abertura maior para o relacionamento com o outro.
Embora não faça parte da nossa cultura o sistema do puro e do impuro, ainda há muitas barreiras e preconceitos que separam e dividem as pessoas nos diversos ambientes sociais.
É preciso rever quais barreiras nos cabe superar para reproduzir em nossa vida a prática cristã. Não podemos nos calar diante de atitudes e comportamentos que excluem outras pessoas do convívio social, nem podemos permitir gestos ou expressões que humilhem o outro simplesmente por sua condição socioeconômica, etnia, gênero ou outras características pessoais.
Como discípulos e discípulas de Jesus, nossa missão é aprender a reler a nossa teologia com base na vida concreta das pessoas, com a certeza de que a misericórdia de Deus não tem fronteiras.


A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
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quarta-feira, 23 de março de 2022

EIS QUE TE DIGO!

 

"Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo..." (Tiago 3:1,2)
As palavras são um dos mais excelentes dons que Deus nos deu. Alguém já disse que elas são mais poderosas que os canhões. De fato, um canhão pode ser aprisionado, mas aprisionar a palavra não será possível. 

Como tudo o que Deus fez, também a palavra é bela, construtora do bem e da paz, e encanta os corações e as mentes, contudo, quando mal empregada, pode ser muito destruidora.

Por meio da palavra, geramos grandes amizades, elevamos o ânimo abatido do irmão que sofre e despertamos forças adormecidas, mas também podemos destruir a honra e a imagem do outro, sufocá-lo até a asfixia de suas forças e gerar a guerra.

As palavras revelam o coração

"...Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo..." (Tg 3:3)
É incrível o poder da palavra! Ela leva consigo o próprio espírito e o poder da pessoa que a comunica. Jesus disse que 
"...a boca fala daquilo que está cheio o coração" (Lucas 6:45).
Se você só pensa em política, você fala de política. Se você só pensa em sexo, só fala de sexo. Se você só pensa em dinheiro e em negócios, você também só fala de dinheiro e negócios. Se você pensa em Deus, gosta de falar d'Ele, e assim por diante.

Palavras agressivas parecem ser a tônica do tempo de polarização atual. Aquelas de baixo calão, inclusive, parece que até deixaram de ser palavrões, de tão usadas publicamente sem o menor critério na mídia ou fora dela e no dia a dia — inclusive pelo nosso ilustre chefe da federação. Muitos até já falam que, em ano de eleições no Brasil, os ouvidos já estão preparados para levar "golpes sonoros" e se machucar.

Não é raro, infelizmente, que muitas pessoas sejam negativas, ofensivas e agressivas ao dar e defender suas opiniões. Só que muitas esquecem que as palavras têm poder. Elas podem levar à vida ou à morte não só no sentido físico, mas também de outras maneiras. 

Relacionamentos morrem por causa das explosões destemperadas de ira nos momentos de contrariedade e o bullying traumatiza. Com raiva, pessoas mandam mensagens de áudio desaforadas, escrevem palavras duras, bloqueiam e ofendem. Mesmo que algumas se arrependam, pode ser tarde demais.

Um perigo no qual muitos não pensam é que crianças também reproduzem o que ouvem. Elas aprendem a ser intolerantes, a impor suas opiniões na marra e usam palavrões como se fosse a coisa mais normal do mundo — às vezes imitando seus "ídolos" — os tais influenciadores digitais (de novo eles...) da mídia. A má palavra compromete o futuro da Humanidade.

Danos ao cérebro

"...Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. 
Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia..." (Tiago 3:4,5)
Os perigos do mau uso da palavra não ficam só na esfera teórica e não devem ser algo a ser somente lamentado, mas combatido, como a ciência já comprova. 

Andrew Newberg, neurocientista da Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia, e Mark Waldman, professor de Neuroliderança na Universidade da Pensilvânia, ambas nos Estados Unidos, mostraram em um estudo que uma palavra mal usada pode até danificar o cérebro do ouvinte — após já ter feito isso no do falante. Não importa se falada, escrita ou mesmo só pensada, a má palavra pode definir o rumo da vida da pessoa.

Newberg e Waldman citam que

"...se uma pessoa fosse colocada em uma máquina de ressonância magnética, que grava em vídeo as mudanças neurocerebrais, e ouvisse uma palavra negativa por menos de um segundo que fosse, seriam detectadas liberações repentinas de dezenas de hormônios neurotransmissores produtores de estresse, que interrompem imediatamente o funcionamento normal do seu cérebro, prejudicando a lógica, a razão, o processamento da linguagem e a comunicação"
.

E pode piorar, segundo a pesquisa:
"...apenas ler uma lista de palavras negativas por alguns segundos já fará com que uma pessoa altamente ansiosa ou deprimida se sinta pior e, quanto mais o indivíduo 'ruminar' sobre elas, mais pode danificar estruturas-chave que regulam sua memória, sentimentos e emoções e atrapalharão o sono, o apetite e a capacidade de experimentar felicidade e satisfação a longo prazo".
Como a comunicação é um fenômeno coletivo, os autores alertam que emissor e receptor das palavras ruins experimentam maiores ansiedade e irritabilidade, o que prejudica a cooperação e a confiança e afeta seriamente relacionamentos de qualquer espécie. 
"Na verdade, apenas andar com pessoas negativas já torna alguém mais preconceituoso em relação aos outros"
destacam.

Bola de neve

"...A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno..." (Tg 3:6)
Ainda segundo os dois pesquisadores, as palavras agressivas, ofensivas e ditas sem pensar atraem outras do mesmo tipo e 
"ditas com raiva, mesmo sem serem verdadeiras, causam ainda mais danos. Elas enviam mensagens de alarme pelo cérebro, interferindo nos centros de tomada de decisão no lobo frontal, e isso aumenta a propensão de uma pessoa a agir irracionalmente".
Dessa forma, fica bem claro o processo de uma palavra ruim causar uma ação ruim, como agressões físicas e até mortes, mesmo que não haja intenção, pois a racionalidade é afetada. Esse é mais um motivo para pensar antes de dizer algo.

Pensamento positivo

"...Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal..." (Tg 3:7,8)
Waldman e Newberg também informam como 
"reduzir a possibilidade de gravar permanentemente uma memória negativa em seu cérebro: depois de identificar o pensamento negativo (que geralmente opera logo abaixo do nível da consciência), você pode reformulá-lo escolhendo se concentrar em palavras e imagens positivas. O resultado é que a ansiedade e a depressão diminuem, assim como o número de pensamentos negativos inconscientes".
Mas os cientistas advertem que é preciso pensar pelo menos três coisas positivas para neutralizar cada negativa, pois o que é bom não "alerta" o cérebro tanto quanto o que é ruim, que é "lido" pela mente como uma ameaça, daí essa percepção. 
"O pensamento positivo pode ajudar qualquer pessoa a construir uma atitude melhor e mais otimista em relação à vida. Palavras e pensamentos positivos impulsionam os centros motivacionais do cérebro em ação e nos ajudam a construí-la"
apontam no estudo.

Danos espirituais

"...Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim..." (Tg 3:9,10)
Com base nessas informações, percebe-se o quanto é importante ter domínio próprio, um dos gomos do fruto do Espírito Santo (Gálatas 5:22). Com a sabedoria trazida por Ele, palavras e pensamentos sábios rendem ações também sábias. 

Da mesma forma, é muito importante alinhar o que se pensa e o que se diz com as atitudes, mostrando coerência ao ouvinte — que, por sua vez, também terá boas consequências em sua mente e cultivará sua vida espiritual com Deus.

Já viu uma pessoa querendo dar lição de moral em outra quando ela mesma está fazendo muito pior? Há nas Escrituras o registro de um mau levita incoerente entre o que fazia e o que falava, citado no livro de Juízes (capítulos 18 e 19), tipo de atitude que afasta muitos das igrejas.

Quantos saem da Igreja e dizem que fazem justiça enquanto é só vingança? Eles falam mal da Igreja, das pessoas nela e das autoridades. Essas pessoas que dão sua versão dos fatos, nunca a real, passam a expor e a desvalorizar a Obra de Deus de tal forma que quem está em volta acha que tudo está podre, perdido, que não tem mais jeito e pensa "eu não vou fazer parte de Igreja nenhuma".

Quem fala isso não provoca arrependimento, só mais perdição, pois tal atitude pode bloquear o caminho para a Salvação.

A solução é voltar-se para Deus, com arrependimento. Se você não quer cair, corra para bem pertinho do Senhor Jesus, ligue-se a Ele todos os dias, alimente-se dEle e separe-se do mundo. Até a ciência comprova o que a fé explica há milênios.

Conclusão

É preciso prudência no falar

"...Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce" (Tg 3:11,12).
A atitude de imprudência no falar, é um ato de orgulho e soberba que ofende Deus, Pai de todos. É conhecida a história de uma mulher que foi se confessar e disse ao padre que tinha difamado uma amiga, falando mal dela às outras.

Após o perdão, o sacerdote deu-lhe como reparação dos pecados soltar, do alto da torre da igreja, um saco cheio de penas. Após cumprir a penitência, a mulher foi comunicar ao sacerdote, que lhe disse: 
"agora, a senhora vai juntar todas as penas que o vento levou".
Assim como é impossível juntar todas essas penas, é quase impossível restaurar os efeitos destruidores da calúnia, da fofoca e dos julgamentos indevidos.

Vale a pena meditar: conforme está registrado na Palavra, a língua é um pequeno membro, mas pode se gloriar de grandes coisas. Uma pequena chama pode incendiar uma floresta. Quem fala o que não deve acaba escutando o que não quer. Sejamos prudentes no falar e dispostos a muito ouvir.
"Quem é verdadeiramente sábio usa poucas palavras; quem tem entendimento controla suas emoções. Até o insensato passa por sábio quando fica calado; de boca fechada, até parece inteligente" (Provérbios 17:27,28).
[Fonte: Folha Universal]

A Deus toda glória.

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terça-feira, 22 de março de 2022

"DESCULPITE AGUDA", VOCÊ SOFRE DESSA "COMORBIDADE"?

Há pessoas que desvirtuaram a a atitude de pedir desculpas. Ela existe para pedir perdão por algo — sério ou inofensivo, voluntário ou não —, mas a maioria a usa para fazer de conta que o que fez de errado teve um fim e ficou por isso mesmo.

Pior ainda: alguns se desculpam até pelo que não vão fazer, ou seja, apresentam desculpas antecipadas pela inação.

Bem diz o velho ditado:
"uns mostram resultados; outros, desculpas",.
É preferível um mau resultado seguido de atitude inteligente de analisar tudo o que leve a ele (sim, uma espécia de "engenharia reversa" dos fracasso, muito benéfica) para, descobertos os pontos fracos, agir de modo diferente da próxima vez, a simplesmente pedir desculpas e persistir no erro e "lavar as mãos".

Essa análise necessária inclui o homem enxergar qual é a sua responsasbilidade no erro ou no acerto para fazer os devidos ajustes.

Debaixo do tapete


Mas é moda no Brasil atualmente fingir que se é inocente e culpar, convenientemente, os adversários pelos erros e pelas ações de má-fé — vide a política, neste ano ano de eleições, em que ladrões comprovados são inocentados pela Justiça deturpada e a "culpa" passa para os agenda da verdadeira Justiça que os prenderam.

É só mais um sintoma de "desculpite aguda", também conhecida, neste caso, como mau-caratismo.

Mas não só políticos desontestos que se fazem de santos que sofrem desse mal. A "desculpite" é uma pandemia muito mais antiga do que a da Covi-19 e seus sintomas apararecem nas esferas domética profissional, ministerial e em qualquer outra do cotididano.

Complexo do Éden

Jogo de empurra


Eu costumo dizer que a "desculpite aguda" é um dos muitos complexos do Éden. A palavra síndrome vem do grego sundrome, que significa reunião. Costumeiramente chamamos de síndrome o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinada condição ou situação, geralmente relacionados a uma doença. Algumas síndromes são bastante conhecidas, como por exemplo, a síndrome de Down ou síndrome de Estocolmo.

A "síndrome de Adão e Eva" (ainda que o termo possa estar distorcido aqui) tem sua origem nos relatos do pecado original, narrados no livro de Gênesis, no capítulo 3, onde, após romperem o pacto feito com Deus, Adão e Eva são interpelados por Ele a respeito do que acabara de ocorrer.

À pergunta de Deus se Adão havia comido do fruto proibido responde ele:
"A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi" (v. 12).
 Em seguida, respondendo a pergunta de Deus do por que teria Eva feito tal coisa, ela responde: 
"A serpente enganou-me e eu comi" (v. 13).
E, nesse verdadeiro jogo de empurra, a única que não em jogar a culpa, foi a serpente. Creio que esteja ficando claro o que quero dizer com síndrome de Adão e Eva. Esta síndrome faz com que o sindrômico não assuma os seus erros, as suas falhas, as suas ações negativas e procure repassar a outro a culpabilidade do seu ato.

Veja que grave. Adão, antes mesmo de acusar Eva, de certa forma, coloca a culpa no próprio Deus que pôs a mulher ao seu lado, ou seja, em princípio, na resposta de Adão, a culpa original é de Deus. Em seguida ele a acusa que, por sua vez, acusa a serpente.

"Contaminação" sem limites


Infelizmente, essa síndrome de Adão e Eva veio se estendendo milênios afora. É muito comum nos relacionamentos conjugais, o marido culpando a esposa e a esposa culpando o marido porque o casamento vai mal, quando as coisas começam a andar melhor se os dois se sentassem para conversar e tentassem achar, juntos, onde estão os erros para, também juntos, tomarem decisões e airem a respeito.

Mas, não é só no contexto matrimonial que se ve esse problema. É funcionário e empresário contentando-se com o "mais do mesmo" ou o "está bom assim mesmo", sem se se preocuparem com a satisfação da clientela e a imagem da empres, de seu produto ou serviço.

Até no lazer e no esporte a "desculpite" ataca: o cara é ruim em algo e dá a desculpa — na maior parte das vezes a si mesmo — que "não gosta" daquilo. E aí perde belas oportunidades de se exercitar, de ter um momento na bolinha batida com os amigos, de frequentar uma academia, perder peso, se prevenir de uma doença, deixando de comer besteiras e por aí afora. A "desculpite", entre outras coisas, impede o indíviduo de ousar, de sair da sua zona de conforto.

Há o que fazer?


Sim, há! Esse costume - comum a homens e mulheres — deve ser combatido desde a infância: a desculpa pelo que nem vai ser feito, embora a prática seja mais fácil do que se esforçar para fazer.

Esperitualmente, há a desculpa de "não tenho tempo para ir à Igreja, para orar ou até mesmo para ler a Bíblia", pondo a culpa no trabalho, por exemplo, ou não admitindo a simples preguiça e o fato de querer ou não gostar.

Agir contra a desculpa é a o melhor remédio e ele pode virar um hábito. A "engenharia reversa" é melhor do que pedir desculpas levianas e seguir em frente como se ninguém tivesse culpa. Tomar uma atitude de olho nos percalços e reforçando os pontos posirivos evita erros futuros, fazendo com que desculpas sejam necessárias.

Que sempre voltemos ao ditado que diz e reflitamos: desculpas ou resultados, qual deles vamos optar por oferecer? Hora de pensar — e agir — a esse respeito.

Conclusão


Infelizmente, como vimos, essa síndrome não é e/ou está restrita a propaganda, a política ou as lideranças religiosas. Ela está em nosso dia a dia, quando nos assemelhamos a eles, não assumindo a nossa parte na culpa, ainda que a nossa parte não seja o todo, mas com certeza continua sendo uma parte.

Fazendo uma leitura livre do capítulo 3 de Gênesis, me dá a impressão que Deus, ainda que o homem e a mulher tivessem se rebelado comendo do fruto proibido, esperava deles o reconhecimento do seu erro e um pedido de reconciliação. 

Parece-me que Deus vai dando oportunidades a eles para pedirem perdão e eles vão deixando escapar esta oportunidade por entre os dedos e, ao invés disso, pecando cada vez mais e com isso se distanciando ainda mais de Deus, cada vez que não assumindo a sua própria culpa, acusa a outro.

Peçamos a Deus que nos cura, que nos cure desta síndrome de Adão e Eva, para podermos assumir a nossa responsabilidade, reconhecermos que somos pecadores e nos lançarmos em seus braços misericordiosos.

A Deus toda glória.

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