Rute — uma estrageira moabita — é uma das cinco mulheres citadas explicitamente na genealogia de Jesus no Evangelho segundo Mateus (1:5), ao lado de Tamar, Raabe — uma protistuta, Bate-Seba — uma adúltera — e a própria Maria.
Era muito incomum que mulheres fossem citadas em genealogias no Oriente, mas essas mulheres faziam parte do propósito de Deus de enviar o Cristo. Na história de Rute podemos ver claramente a soberania de Deus na escolha do improvável para cumprir os seus propósitos.
O propósito de Deus eliminando os paradigmas sociais e religiosos
A história de Rute é muito conhecida entre os cristãos, sobretudo por conta de sua parceria com Noemi, sua sogra, e seu casamento com Boaz, o que resultou no incrível fato de uma gentia ter se tornado uma ancestral do rei Davi e, principalmente, sido mencionada na genealogia do próprio Messias. Em mais um capítulo da minha série especial de artigos Personagens Bíblicos, conheceremos um pouco sobre quem foi Rute e sua importância nos registros das Escrituras.
Qual a origem dos moabitas
Os moabitas eram uma tribo descendente de Moabe, filho de Ló, nascido de uma relação incestuosa com sua filha mais velha (Gênesis 19:36,37). De Zoar, o berço desta tribo, na fronteira sudeste do Mar Morto, eles gradualmente se espalharam pela região a leste do Jordão.
Pouco antes do Êxodo, os amorreus guerreiros atravessaram o Jordão sob Siom, seu rei, e expulsaram os moabitas da região entre o vale do rio Arnom e o rio Jaboque e ocuparam-na, tornando Hesbom a sua capital. Os moabitas foram então confinados ao território ao sul do vale de Arnom (Números 21:26-30).
Durante o Êxodo, os israelitas não passaram por Moabe, mas pelo "deserto" a leste, eventualmente chegando ao país ao norte de Arnom. Os moabitas ficaram alarmados, e seu rei, Balaque, procurou socorro dos midianitas (22:2-4). Esta foi a ocasião em que ocorreu a visita de Balaão a Balaque (22:2–6).
Nas planícies de Moabe, que estava em poder dos amorreus, os filhos de Israel tiveram seu último acampamento antes de entrarem na terra de Canaã (22:1; Josué 13:32). Foi do alto de Pisga que Moisés, o mais poderoso dos profetas, olhou para a Terra Prometida; foi aqui em Nebo que ele morreu a sua morte solitária; foi aqui no vale em frente a Bete-Peor onde ele foi sepultado (Deuteronômio 34:5,6).
Uma pedra de basalto, com uma inscrição do Rei Mesa, foi descoberta em Dibom por Klein, um missionário alemão em Jerusalém, em 1868, consistindo de trinta e quatro linhas escritas em caracteres hebraico-fenícios. A pedra foi criada por Mesa por volta de 900 a.C. como registro e memorial de suas vitórias.
Ela registra as guerras de Mesa com Omri, seus edifícios públicos e suas guerras contra Horonaim. Esta inscrição suplementa e corrobora a história do Rei Mesa registrada em 2 Reis 3:4-27. É a mais antiga inscrição escrita em caracteres alfabéticos e, além de seu valor no domínio das antiguidades hebraicas, é de grande importância linguística.
Talvez o personagem bíblico mais significativo que veio de Moabe tenha sido Rute, que era "das mulheres dos moabitas", mas estava geneticamente ligada a Israel por meio de Ló, sobrinho de Abraão (Rute 1:4; Gn 11:31; 19:37).
Rute é um exemplo de como Deus pode mudar uma vida e levá-la em uma direção que Ele preordenou, e vemos Deus executando o Seu plano perfeito na vida de Rute, assim como faz com todos os Seus filhos (Romanos 8:28).
Embora ela tenha vindo de um passado pagão em Moabe, quando conheceu o Deus de Israel, Rute se tornou um testemunho vivo para Ele pela fé. Rute, a moabita, é uma das poucas mulheres mencionadas na genealogia de Jesus Cristo.
Quem foi Rute na Bíblia?
Rute foi uma moabita que viveu no período dos juízes, e que aparece como personagem principal do livro do Antigo Testamento que leva seu nome. O significado do nome "Rute" é discutido entre os estudiosos, porém há uma possibilidade do hebraico rut ser derivado de re’ut que significa algo como "companhia feminina".
Rute se casou com dois fazendeiros judeus. Primeiro com Malom (Rt 4:10), depois, já viúva, casou-se com Boaz. Malom era o filho primogênito de Elimeleque e Noemi (Rt 1:2; 4:3), e Boaz era um parente de Elimeleque (Rt 4:3).
O relato bíblico nos revela que os dois filhos de Elimeleque se casaram com mulheres moabitas. Elimeleque e sua família eram israelitas vindos de Judá, e partiram para Moabe durante um período de fome.
Isso significa que a família de Elimeleque havia ignorado o mandamento que proibia o relacionamento entre judeus e moabitas (Dt 23:3,4). Talvez eles não tivessem conhecimento dessa proibição, embora essa possibilidade pareça pouco provável.
Entendendo o contexto
A história de Rute se passa na época dos juízes, quando houve uma fome muito severa na terra. Nesse período, um homem chamado Elimeleque, que morava em Belém, se mudou com sua família para as terras dos Moabitas.
Rute se viu em uma situação difícil em Moabe quando seu marido Malom morreu após dez anos de casamento. Dizer que ela estava pobre é o mínimo sobre a situação. As mulheres nos tempos antigos não tinham emprego, mas dependiam inteiramente dos homens em suas vidas para obter apoio financeiro.
Como uma viúva sem filhos, Rute não tinha ninguém para apoiá-la, mas tinha que contar com a generosidade de estranhos se não houvesse membros da família para fazê-lo. Ela estava entre as classes mais baixas e desfavorecidas do mundo antigo.
Rute se aliou a alguém que estava em situação ainda pior - sua sogra Noemi. Desde a morte de seu marido e dois filhos, Noemi também ficou viúva sem filhos. Ela não tinha família em que confiar em Moabe e já havia passado da idade marital.
Noemi estava em uma situação desesperadora e lamentável e determinada a retornar ao seu país natal, Israel. Rute mostrou sua feroz lealdade e amor ao se recusar a deixar sua sogra sozinha em uma situação tão terrível.
Rute poderia ter ficado em seu próprio país de Moabe, com sua família para apoio. Ela era jovem o suficiente para se casar novamente e poderia ter ganhado alguma estabilidade financeira dessa forma, mas ela estava determinada a ajudar Noemi, mesmo ao custo de perder seu próprio país, amigos, família, cultura e deuses.
Rute deu um dos maiores discursos sobre lealdade e amor quando disse a Noemi:
"Não me peça para deixá-la ou para me afastar de você. Aonde você for, eu irei, e onde você ficar, eu ficarei. Seu povo será meu povo e seu Deus meu Deus. Onde tu morreres, eu morrerei, e lá serei enterrada; faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a morte me separar de ti" (Rt 1:16).
Rute e Noemi
Essa declaração de Rute contrasta nitidamente com a declaração de Noemi ao chegar a Belém, onde ela atribuiu a Deus a amargura que estava sentindo, e insistiu que as mulheres lhe chamassem de Mara, que em hebraico significa amargo, ao invés de seu nome.
Elimeleque acabou morrendo, e, em seguida, seus dois filhos também faleceram. Com a morte do marido e dos filhos, Noemi resolveu partir rumo à sua terra natal, e, com isso, ela liberou suas noras a retornarem ao seu povo.
Orfa, cunhada de Rute, aproveitou a proposta e deixou Noemi, sua sogra. Rute, entretanto, demonstrou seu profundo amor por Noemi, e lhe comunicou que não a deixaria e somente a morte poderia separá-las (Rt 1:17).
Essa decisão de Rute implicava, necessariamente, em sua troca de nacionalidade, ou seja, ela estava disposta a se tornar uma judia e abandonar o seu deus (talvez Quemos, cf. Nm 21:29; 1Rs 11:7,33) a favor do Deus de Noemi (Rt 1:16; cf. 2:12,13) e ser sepultada no mesmo local de sua sogra (Rt 1:14-17).
Rute e Boaz
Quando chegaram a Belém, Rute se aproveitou da época da colheita da cevada que precede a colheita do trigo, para conseguir um meio de sustento para ela e para sua sogra. Rute então foi respigar nos campos de Boaz, um parente rico de seu sogro falecido.
Rute demonstrou muita dedicação no que fazia, e logo Boaz ficou sabendo de sua situação e da lealdade que ela possuía para com Noemi (Rt 2:11). Boaz então lhe concedeu alguns privilégios especiais que a favoreceu durante toda colheita da cevada e do trigo.
Mais tarde, Noemi instruiu Rute a ir à eira durante a noite, a fim de persuadir Boaz a se tornar um parente remidor, ou seja, aquele que poderia comprar a propriedade de Elimeleque, Malom e Quiliom, e, apelando para o casamento levirato, se casar com Rute (cf. Levíticos 25:25, 47-49; Dt 25:5-10).
Boaz consentiu com a proposta de Rute, e a enviou de volta para casa com um presente de seis medidas de cevada. Entretanto, havia um parente mais próximo do que Boaz, e este deveria declinar de seu direito para que Boaz pudesse casar-se com Rute.
Então, na presença de dez anciãos da cidade, foi oferecida ao parente mais próximo de Noemi a oportunidade de redimir um terreno que pertencia a Elimeleque e se casar com Rute.
Assim que esse parente desistiu de seu direito como parente remidor, Boaz, voluntariamente, assumiu o seu lugar e seguiu o costume do casamento levirato, um estatuto presente no livro de Deuteronômio (25:5-10) que permitia que o cunhado se casasse com a viúva de seu irmão. Vale lembrar que Boaz não era irmão de Malom, ex-marido de Rute. Boaz era apenas um parente próximo.
Boaz casou-se com Rute, e o primeiro filho do casal foi Obede, que significa "servo". Com o nascimento de Obede, a amargura de Noemi foi amenizada, e ela foi a sua ama (Rt 4:16). Obede veio a ser o avô do rei Davi (Rt 4:18-22; 1 Crônicas 2:12).
Conclusão
Essa história era tão importante para a formação do povo bíblico que ela foi guardada e transmitida, oralmente, por vários séculos, até se tornar um documento escrito e incluído no livro sagrado de Israel.
Naquele tempo, como ainda hoje, o povo procurava cumprir as formalidades externas da lei, sem, contudo, relacioná-la à vida humana e suas carências básicas, a saber: o amor, a bondade, a compaixão...
Foi nesse momento, que o povo crente fez uso da história de Rute, para mostrar às pessoas que o amor é mais importante que a letra da lei. A letra da lei é morta, se desassociada da obediência por amor. Seu cumprimento é necessário, pois nem um til passou dela, porém, não sejamos, apenas, legalistas.
Essa narração mostra também que Deus cuida de nós, dirige-nos em nossos caminhos, por isso, devemos entregar a nossa vida a Ele, sem dúvidas e sem reservas, pois Ele sabe o que é melhor para nós, e o tempo oportuno.
[Fonte: Estilo Adoração, por Daniel Conegero]
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
Apesar da flexibilização no uso da máscara, onde o uso do acessório já não é mais obrigatório nos ambientes abertos em muitas regiões da Federação, o bom senso e a concientização individual, ainda é uma premissa para a segurança e a proteção coletiva.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia.
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