terça-feira, 22 de março de 2022

"DESCULPITE AGUDA", VOCÊ SOFRE DESSA "COMORBIDADE"?

Há pessoas que desvirtuaram a a atitude de pedir desculpas. Ela existe para pedir perdão por algo — sério ou inofensivo, voluntário ou não —, mas a maioria a usa para fazer de conta que o que fez de errado teve um fim e ficou por isso mesmo.

Pior ainda: alguns se desculpam até pelo que não vão fazer, ou seja, apresentam desculpas antecipadas pela inação.

Bem diz o velho ditado:
"uns mostram resultados; outros, desculpas",.
É preferível um mau resultado seguido de atitude inteligente de analisar tudo o que leve a ele (sim, uma espécia de "engenharia reversa" dos fracasso, muito benéfica) para, descobertos os pontos fracos, agir de modo diferente da próxima vez, a simplesmente pedir desculpas e persistir no erro e "lavar as mãos".

Essa análise necessária inclui o homem enxergar qual é a sua responsasbilidade no erro ou no acerto para fazer os devidos ajustes.

Debaixo do tapete


Mas é moda no Brasil atualmente fingir que se é inocente e culpar, convenientemente, os adversários pelos erros e pelas ações de má-fé — vide a política, neste ano ano de eleições, em que ladrões comprovados são inocentados pela Justiça deturpada e a "culpa" passa para os agenda da verdadeira Justiça que os prenderam.

É só mais um sintoma de "desculpite aguda", também conhecida, neste caso, como mau-caratismo.

Mas não só políticos desontestos que se fazem de santos que sofrem desse mal. A "desculpite" é uma pandemia muito mais antiga do que a da Covi-19 e seus sintomas apararecem nas esferas domética profissional, ministerial e em qualquer outra do cotididano.

Complexo do Éden

Jogo de empurra


Eu costumo dizer que a "desculpite aguda" é um dos muitos complexos do Éden. A palavra síndrome vem do grego sundrome, que significa reunião. Costumeiramente chamamos de síndrome o conjunto de sinais e sintomas que caracterizam determinada condição ou situação, geralmente relacionados a uma doença. Algumas síndromes são bastante conhecidas, como por exemplo, a síndrome de Down ou síndrome de Estocolmo.

A "síndrome de Adão e Eva" (ainda que o termo possa estar distorcido aqui) tem sua origem nos relatos do pecado original, narrados no livro de Gênesis, no capítulo 3, onde, após romperem o pacto feito com Deus, Adão e Eva são interpelados por Ele a respeito do que acabara de ocorrer.

À pergunta de Deus se Adão havia comido do fruto proibido responde ele:
"A mulher que pusestes ao meu lado apresentou-me deste fruto, e eu comi" (v. 12).
 Em seguida, respondendo a pergunta de Deus do por que teria Eva feito tal coisa, ela responde: 
"A serpente enganou-me e eu comi" (v. 13).
E, nesse verdadeiro jogo de empurra, a única que não em jogar a culpa, foi a serpente. Creio que esteja ficando claro o que quero dizer com síndrome de Adão e Eva. Esta síndrome faz com que o sindrômico não assuma os seus erros, as suas falhas, as suas ações negativas e procure repassar a outro a culpabilidade do seu ato.

Veja que grave. Adão, antes mesmo de acusar Eva, de certa forma, coloca a culpa no próprio Deus que pôs a mulher ao seu lado, ou seja, em princípio, na resposta de Adão, a culpa original é de Deus. Em seguida ele a acusa que, por sua vez, acusa a serpente.

"Contaminação" sem limites


Infelizmente, essa síndrome de Adão e Eva veio se estendendo milênios afora. É muito comum nos relacionamentos conjugais, o marido culpando a esposa e a esposa culpando o marido porque o casamento vai mal, quando as coisas começam a andar melhor se os dois se sentassem para conversar e tentassem achar, juntos, onde estão os erros para, também juntos, tomarem decisões e airem a respeito.

Mas, não é só no contexto matrimonial que se ve esse problema. É funcionário e empresário contentando-se com o "mais do mesmo" ou o "está bom assim mesmo", sem se se preocuparem com a satisfação da clientela e a imagem da empres, de seu produto ou serviço.

Até no lazer e no esporte a "desculpite" ataca: o cara é ruim em algo e dá a desculpa — na maior parte das vezes a si mesmo — que "não gosta" daquilo. E aí perde belas oportunidades de se exercitar, de ter um momento na bolinha batida com os amigos, de frequentar uma academia, perder peso, se prevenir de uma doença, deixando de comer besteiras e por aí afora. A "desculpite", entre outras coisas, impede o indíviduo de ousar, de sair da sua zona de conforto.

Há o que fazer?


Sim, há! Esse costume - comum a homens e mulheres — deve ser combatido desde a infância: a desculpa pelo que nem vai ser feito, embora a prática seja mais fácil do que se esforçar para fazer.

Esperitualmente, há a desculpa de "não tenho tempo para ir à Igreja, para orar ou até mesmo para ler a Bíblia", pondo a culpa no trabalho, por exemplo, ou não admitindo a simples preguiça e o fato de querer ou não gostar.

Agir contra a desculpa é a o melhor remédio e ele pode virar um hábito. A "engenharia reversa" é melhor do que pedir desculpas levianas e seguir em frente como se ninguém tivesse culpa. Tomar uma atitude de olho nos percalços e reforçando os pontos posirivos evita erros futuros, fazendo com que desculpas sejam necessárias.

Que sempre voltemos ao ditado que diz e reflitamos: desculpas ou resultados, qual deles vamos optar por oferecer? Hora de pensar — e agir — a esse respeito.

Conclusão


Infelizmente, como vimos, essa síndrome não é e/ou está restrita a propaganda, a política ou as lideranças religiosas. Ela está em nosso dia a dia, quando nos assemelhamos a eles, não assumindo a nossa parte na culpa, ainda que a nossa parte não seja o todo, mas com certeza continua sendo uma parte.

Fazendo uma leitura livre do capítulo 3 de Gênesis, me dá a impressão que Deus, ainda que o homem e a mulher tivessem se rebelado comendo do fruto proibido, esperava deles o reconhecimento do seu erro e um pedido de reconciliação. 

Parece-me que Deus vai dando oportunidades a eles para pedirem perdão e eles vão deixando escapar esta oportunidade por entre os dedos e, ao invés disso, pecando cada vez mais e com isso se distanciando ainda mais de Deus, cada vez que não assumindo a sua própria culpa, acusa a outro.

Peçamos a Deus que nos cura, que nos cure desta síndrome de Adão e Eva, para podermos assumir a nossa responsabilidade, reconhecermos que somos pecadores e nos lançarmos em seus braços misericordiosos.

A Deus toda glória.

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E nem 1% religioso.
Apesar da flexibilização no uso da máscara, onde o uso do acessório já não é mais obrigatório nos ambientes abertos em muitas regiões da Federação, o bom senso e a concientização individual, ainda é uma premissa para a segurança e a proteção coletiva.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. Não confuda avanço na vacinação e flexibilização com o fim da pandemia.

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