sexta-feira, 29 de novembro de 2019

A BÍBLIA COMO ELA É - ENTENDENDO ATOS 3:1-9: O DEUS QUE SURPREENDE

"E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. 
O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: 'Olha para nós'. E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa. E disse Pedro: 'Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda.' 
E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. E todo o povo o viu andar e louvar a Deus" (Atos 3:1-9).
Essa é uma passagem bastante conhecida das Escrituras. Acredito que você já tenha ouvido várias ministrações sendo feita sobre ela. Eu mesmo já tive a oportunidade de ministrá-la algumas vezes. Mas o que torna a Palavra de Deus um tesouro de inestimável riqueza é justamente a possibilidade que ela tem de se renovar e nos trazer revelações inéditas, mesmo em textos com os quais já estamos familiarizados. Hoje vou compartilhar com você uma revelação que o Senhor me trouxe sobre essa passagem.

O paradoxo do homem coxo na porta formosa


Junto à Porta Formosa do Templo ficava um homem todos os dias para pedir esmola. A Bíblia o cita o homem da Porta Formosa como um homem coxo. Esse homem tinha um problema na perna que o paralisara desde o seu nascimento. Ou seja, ele nunca andou. Era paralítico, não tinha condições de andar, de deambular, como os médicos dizem quando escrevem relatórios sobre os doentes que atendem.

Onde ficava a Porta Formosa?


Essa pergunta é bem difícil de responder. A Porta Formosa era uma das portas do Templo de Jerusalém mas não se sabe exatamente qual das portas do Templo era chamada "Formosa" naquela época, impossibilitando sua localização precisa. Isso ocorre porque faltam informações detalhadas sobre a área do Templo após a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C.

O que se sabe é que no século 1 d.C., nos dias de Jesus e dos apóstolos, o Templo de Jerusalém, também conhecido como o Templo de Herodes, estava construído no meio de um grande pátio, chamado de Pátio dos Gentios.

Tudo formava um grande complexo, mas havia também uma muralha que separava esse pátio exterior da área central do Templo, que na verdade era o Templo propriamente dito. Numa possível crise, essa muralha fornecia uma proteção a essa área principal e transformava o Templo em uma fortaleza.

Assim, diante das dificuldades, os estudiosos apresentam pelo menos três possibilidades como alternativa para a localização da Porta Formosa. Vamos conhecê-las:
  1. A Porta Formosa seria a também chamada Porta de Susã, localizada na muralha externa a leste do Templo. A Porta de Susã ficava próxima ao Pórtico de Salomão, do lado de fora do Pátio dos Gentios.
  2. A Porta Formosa seria uma porta que dava acesso ao Pátio das Mulheres quando se estava vindo do Pátio dos Gentios, ficando então localizada a leste do Pátio das Mulheres na muralha interna.
  3. A Porta Formosa era uma porta localizada entre o Pátio das Mulheres e o Pátio dos Homens, portanto situada numa área ainda mais interior no Templo. Essa porta também é chamada de Porta de Nicanor, apesar da segunda opção apresentada acima também ser chamada pelo mesmo nome.
Das três possibilidades apresentadas, a menos provável é a última opção, pois a narrativa de Lucas relata que, após ser curado, o homem coxo acompanhou os apóstolos Pedro e João para dentro dos pátios do Templo (3:8).

Entre as opções 1 e 2, a segunda possui vantagem, e boa parte dos estudiosos entende então que a porta oriental é a Porta Formosa mencionada no livro de Atos.

O que é dizer que um homem é coxo?


O Dicionário Aurélio traz a informação de que coxo é o que coxeia. Diz ainda que se trata de um objeto a que se falta pé ou perna.

O Dicionário online Dício traz as seguintes definições:
  • Coxo (adjetivo substantivo masculino) — Que ou aquele que coxeia temporária ou permanentemente; (adjetivo) que apresenta uma extremidade mais curta que a outra ou a que falta uma perna ou pé (diz-se de objeto).O verbo coxear por sua vez traz a informação de que é andar firmando o passo mais de um lado que de outro, em decorrência de uma deficiência física.
  • Coxear (transitivo direto e intransitivo) —caminhar com dificuldade, apoiando-se com mais frequência em uma das pernas por defeito físico ou por qualquer lesão temporária; claudicar, mancar. Exemplo: "O homem coxeava visivelmente de um pé."; (intransitivo) [em sentido figurado ou figuradamente] — apresentar hesitação (diante de alguma coisa); hesitar, vacilar. Exemplo: "Na hora que ele tem um problema, coxeia."
  • Caxingar — Existe o verbo caxingar também, que significa coxear. Só que esse verbo fica por conta do brasileirismo, isto é, da linguagem brasileira que o poro inventa por aí. O ruim disso tudo é que coxear, mancar, capengar, caxingar e outros verbos que as pessoas inventam traz à mente da pessoa com algum tipo de deformidade a ideia de alguém que tem problema no corpo. Ou seja, na locomoção do corpo.
Muitas pessoas não aceitam isso e ficam tristes, afastadas da família, da sociedade e de todos os seus amigos.

A realidade dos deficientes físicos 


Em Roma as leis não eram favoráveis às pessoas que nasciam com deficiência, aos pais era permitido matar as crianças com deformidades físicas pela prática do afogamento ou abandonavam seus filhos em cestos no Rio Tibre, os sobreviventes eram explorados nas cidades ou passavam a fazer parte de circos para o entretenimento dos homens ricos.

Quando surgiu o cristianismo ainda no Império Romano a doutrina combateu, dentre outras práticas, a eliminação dos filhos nascidos com deficiência, nesse período é que surgiram os primeiros hospitais de caridade que abrigavam indigentes e pessoas com deficiências.

Atualmente o que se percebe é que mesmo com avanços significativos no que se referem a questões sociais, políticas e legais as pessoas portadoras de deficiência ainda continuam à margem da sociedade, sendo taxados como incapazes e improdutivos chamados por nomes pejorativos como: coitadinhos, pobrezinhos e tantos outros.

O homem da Porta Formosa


Pois bem, o homem que ficava à porta Formosa do templo para pedir esmola fazia isso porque não tinha condições de trabalhar.

Como não andava, ele era trazido para aquele lugar todos os dias, talvez por pessoas de sua família, a fim de que pedisse esmola aos que passavam para se sustentar.

A Bíblia não explica ao certo quem o trazia e nem se ele ganhava esmola o suficiente ou não. Só nos faz crer que ele era um homem de fé e que tinha desejo de ser curado. Caso contrário não daria atenção aos dois apóstolos de Jesus Cristo que se aproximaram dele. Entretanto, certamente quando Pedro e João pararam na frente dele, e ele pensou que lhe diriam dinheiro.

Contudo, ao contrário, Pedro e João lhe disseram:
— "Olhe para nós."
O homem olhou para eles esperando que lhe dessem algum dinheiro. Porém, o impetuoso Pedro lhe disse:
— "Não tenho prata nem ouro. Mas o que tenho, isto lhe dou."
Isto é, o apóstolo Pedro tinha a Palavra da cura, ensinada pelo Senhor Jesus Cristo e não titubeou em usá-la com a autoridade necessária à ocasião. Então, ele disse:
— "Em Nome de Jesus, o nazareno, levanta-te e anda."
É importante notarmos nessa passagem bíblica que Pedro ajuda o homem a se levantar. Ou seja, não aguarda que ele tome a decisão e levante-se por si próprio. Pois estende a mão ao homem e ele a segura. Assim, com a ajuda de Pedro se põe de pé. Isso revela a confiança que o apóstolo tinha na palavra por ele liberada.

Esse gesto também indica que se o homem não pegasse na mão de Pedro talvez não se levantaria. Ficaria sentado à porta Formosa até que a morte o levasse, acreditando que jamais seria curado. Ou seja, a lição que tiramos é que não basta apenas a palavra da fé, é preciso também a atitude da fé. Foi o que o apóstolo Tiago disse (2:14-26).

Pois bem, mas Lucas nos informa que ele se levantou e até saltou. Ainda, ao perceber que se firmava de pé, andou com naturalidade. Então, entrou no templo com Pedro e João não só andando mas saltando, e louvando a Deus.

O milagre "na" — não "da" — Porta Formosa


Esta emblemática passagem onde essa porta é nomeada como "Formosa" relata a cura desse homem coxo — mais um dos inúmeros personagens bíblicos cujo nome não é mencionado. A narrativa bíblica conta que Pedro e João estavam indo ao Templo na hora da oração, ou seja, às três horas da tarde, no meio da tarde.

Ali, junto a Porta Formosa, ficava este aleijado de nascença que pedia esmolas diariamente a quem passasse pelo local. 

Obviamente diante de uma porta tão valiosa, as palavras do apóstolo Pedro soam de forma bem apropriada, e também estabelece um contraste muito significativo. Infelizmente algumas pessoas na atualidade criam réplicas dessa porta, colocando-a num tipo de posição mística, quando na verdade, por mais valiosa que fosse, ela era apenas uma porta.

O paralítico possivelmente esteve ali naquela porta muitas vezes durante seus mais de 40 anos de invalidez, e ainda não havia recebido a cura (cf. At 4:22).

Isso significa que ele não foi curado porque estava na Porta Formosa, nem mesmo pelo nome "Formosa" que talvez fosse uma indicação de seu esplendor, mas foi curado pela fé no nome Jesus Cristo de Nazaré (3:6,16). Jesus, através da vida do apóstolo Pedro, foi quem restaurou aquele homem.

Conclusão


A história do homem coxo que pedia esmola na porta do templo mostra a postura de um homem que usava sua condição física para pedir dinheiro. A Bíblia diz que todos os dias pessoas o levavam ao tempo e o deixavam à porta, para que ali ele pedisse esmola e ganhasse, quem sabe?, o sustento da família.

Entendemos que esse homem trabalharia, se não estivesse doente. Certamente ele executaria tarefas com mais facilidade se fosse desprovido de enfermidade. Mas começou a pedir dinheiro. Talvez tivesse escolhido a porta do templo porque as pessoas que entram na igreja de Deus são mais propensas a dar esmolas.

Talvez esse homem nunca tivesse entrado no templo. Talvez os que os deixavam ali também não entrassem. Então, a atividade desse homem era ficar junto à porta e pedir esmolas. Será que esse homem não tinha fé? A Bíblia não explica isso.

O que a Bíblia explica, no entanto, é que ao Pedro dizer a ele: "Olhe para nós" — evidenciando que ele e João estavam na mesma sintonia de fé — , ele olhou. Devemos entender que ele poderia não ter olhado. Poderia ter dito simplesmente: 
— "Eu quero dinheiro e vocês pedem para olhar pra vocês? Por quê"? 
Mas o homem, em vez de contestar, olhou para eles. Logo, o homem demonstrou que tinha sim fé. Esse homem poderia ter dito: 
— "Mesmo que eu conseguisse levantar, não consigo andar". 
Pedro pegou na mão dele e o levantou. Ele poderia dizer a Pedro:
— "Não adianta pegar na minha mão, porque não consigo andar”. 
Porém, ele aceitou a mão amiga e forte de Pedro. Levantou-se, em Nome de Jesus, e andou.

A Bíblia diz ainda que ele entrou com Pedro e João no templo, coisa que nunca fazia antes disso. Esse homem aceitou a cura. Decidiu ser curado. Decidiu parar de receber esmolas e procurar um emprego ou trabalhar por conta própria.

A beleza impressionante dessa história é exatamente a mensagem que ela nos traz: 
  • aceitar a Palavra de Deus. Aceitar a cura divina. Acreditar quando alguém nos disser:
— "Em Nome de Jesus, o nazareno, levante e ande”. 
Amém!

A Deus, toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

DÍVIDAS: UMA BOLA DE NEVE DESCENDO O ABISMO DA INSENSATEZ


"E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: 'Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor; e veio o credor, para levar os meus dois filhos para serem servos'. 
E Eliseu lhe disse: 'Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa'. E ela disse: 'Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite'. Então disse ele: 'Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas. 
Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia'. Partiu, pois, dele, e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e ela as enchia. 
E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: 'Traze-me ainda uma vasilha'. Porém ele lhe disse: 'Não há mais vasilha alguma'. Então o azeite parou. Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: 'Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto'" (2 Reis 4:1-7, grifo meu). 
"A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei" (Romanos 13:8, grifo meu).
O primeiro texto que uso como base para este artigo é sempre usado dando ênfase no milagre operado por Deus, através da vida do profeta Eliseu, mas o que vou chamar a atenção aqui, é justamente pela situação difícil na qual o marido dessa senhora a deixou, após o seu falecimento. E, o mais importante, se tratava de um "crente", uma pessoa de relevância religiosa em sua comunidade.
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Antes de discorrer sobre o tema, vou compartilhar com você um episódio do qual eu mesmo participei. 

Certa feita, após uma reunião de culto, um amado irmão me procurou desesperado, pedindo que eu orasse por ele, pois estava envolvido em um número muito grande de dívidas e preso no mínimo do cartão de crédito. O irmão me disse que "o inimigo tinha se levantado" contra a vida financeira dele e que ele já não sabia mais o que fazer, por isso era para eu orar "amarrando aquele demônio". 

Eu ouvi atenta e pacientemente a narrativa do irmão e quando ele terminou eu disse a ele: irmão, você quer mesmo que eu te ajude? Ele respondeu que sim. Eu pedi a um obreiro que me providenciasse uma tesoura. O irmão, sem entender, me perguntou o que eu faria com o objeto. Eu disse a ele: você está com seu cartão de crédito aí na carteira? Se sim, me dê ele aqui que, ao invés de "amarrar o demônio que está se levantando contra sua vida financeira", eu vou fazer melhor, vou cortá-lo ao meio. O irmão ficou me olhando um pouco constrangido, mas entendeu bem o recado. 

Um abismo, que chama outro abismo, que chama outro abismo...


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Sempre que conto essa história, as pessoas acham engraçado e riem, mas, sejamos sinceros, muitos são os que conhecem de perto essa realidade. O abismo dos problemas financeiros faz com que mesmo trabalhando muito, o dinheiro que entra na conta bancária de muitas pessoas mal dá para pagar as dívidas, aluguel e compras do mês.

E a chegada do fim do ano pode se tornar uma armadilha para os brasileiros. Presentes, viagens e festas são os principais pretextos para o consumismo desenfreado nesta época. Somadas a boletos e parcelas do cartão de crédito, esse tipo de despesa pode contribuir para aumentar ainda mais a dívida de milhões de pessoas. 

Tem um ditado que diz que quando as dívidas entram por uma porta, o amor sai por outra. E isso é a mais pura verdade. Essa situação gera diversas brigas dentro de casa  inclusive até com agressões físicas . Esse tipo de situação, além dos conflitos e problemas conjugais e familiares, também afetam a saúde mental, física e espiritual.  São momentos de muita dor, de muita briga, muita luta, porém, em vão. Quando a pessoa vê, já está escravo daquela situação de impotência, de sofrimento e de não ter uma saída, de não ter uma solução para aquele problema e se encontra escravizada pelas dívidas.

Cuidado com as armadilhas


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Dados de especialistas em economia apontam que o Brasil tem hoje 63,2 milhões de consumidores inadimplentes, segundo a Serasa Experian. Será que dá para fazer algo diferente desta vez? É possível aproveitar as últimas semanas do ano para reorganizar as contas e se livrar das dívidas?

Consultores e educadores financeiros explicam que o primeiro passo é ser realista. De acordo com eles, é sempre importante lembrar que dívida é sintoma, não é doença. As dívidas são consequência de alguma situação, então a pessoa precisa descobrir a origem, que pode estar relacionada à falta de renda, a um imprevisto ou ao estilo de vida incompatível com os ganhos.

O que fazer

Acertando as contas


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Para quem já está endividado, a dica é tentar evitar compras desnecessárias. Precisamos repensar os gastos de fim de ano. Eu recomendo que as pessoas não cedam às pressões do comércio. Em novembro — impulsionada pela tal da Black Friday (escrevi sobre esse tema: ➫ aqui, ➫ aqui e ➫ aqui) e dezembro — impulsionada pela tradicionais festas natalinas e de virada de ano , a balança tende para o vendedor. Se precisar comprar algo, espere as liquidações de janeiro.

Antes de renegociar as dívidas, é fundamental fazer as contas de todas as despesas fixas e dívidas. O próximo passo é organizar o orçamento para 2020, anotando todas as contas, impostos e parcelas pendentes.

Você precisa fazer um planejamento para saber qual é a sua verdadeira capacidade de pagamento e quanto sobra para pagar as dívidas. Ao renegociar uma dívida, você faz uma nova dívida.

Cartão, o vilão


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Os economistas e consultores de empresas destacam que as compras no crédito podem dar origem a muitas dívidas. Segundo eles, hoje temos uma quantidade enorme de devedores porque há facilidade de crédito. Quanto mais fácil o crédito for, pior para o consumidor, que é influenciado a gastar mais, uma vez que os cartões dão um poder de compra na maioria das vezes incompatível com a real condição financeira do consumidor. Muitos não percebem que os juros do crédito são muito altos e que não pagar as parcelas significa assumir uma dívida enorme.

Não empreste seu nome


Emprestar o nome para que outras pessoas façam compras também é perigoso. Se você empresta o seu cartão de crédito, por exemplo, a dívida é feita em seu nome. Ao mesmo tempo, se a pessoa está pedindo, em geral ela não tem dinheiro e terá dificuldades para pagar o empréstimo.

A escravidão da dívida


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De volta à história bíblica podemos perceber todos os conflitos, angústias e apertos que as dívidas podem trazer para uma família. Separação, escravidão e grande temor.

Vivemos no meio de uma sociedade consumista e vaidosa. Muitas dívidas são contraídas apenas por inveja, por causa do "status social", por causa do impulso consumista estimulado pelas propagandas da mídia. Há constantemente propostas do tipo: 
  • "Compre agora e pague depois em suaves prestações mensais"; ou 
  • "Compre sem entrada e pague daqui a dois meses".
Depois da compra feita se descobre que a cobrança chega mais rápido que o salário e que as prestações não são tão suaves como falaram…

O "marketing" de vendas tem a proposta de "encantar" o cliente e fazê-lo sonhar com seu produto e desejar possuí-lo. E as pessoas compram o que não precisam com o dinheiro que não têm. Usam cartões de crédito, cheque especial e empréstimos pessoais para adquirir bens não duráveis, que irão lhes custar tão caro…

Uma pesquisa norte-americana divulgou dados afirmando que 56% dos divórcios nos EUA são resultantes de dívidas e pressões financeiras. Sabemos que as dívidas trazem acusações nas conversas entre os casais e muito atrito. 

Muitas decisões precipitadas, como, por exemplo, pegar empréstimos para pagar dívidas, acabam piorando a situação e trazendo desconforto nos relacionamentos. Geram irritação, impaciência, ira e descontrole emocional. E muitas doenças psicossomáticas vêm por causa de dívidas. Como ficar livre delas?

O que a Bíblia nos diz sobre as dívidas


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Paulo escreve aos irmãos de Roma que se abstenham das dívidas (Rm 13:8), o segundo texto que uso como base para este artigo. Nesta orientação de Paulo, podemos perceber a direção para uma vida livre dos laços das dívidas: voltar os olhos para o próximo e não apenas para si e para as próprias "necessidades". Quando amamos de fato então não nos preocupamos com coisas supérfluas que são apresentadas nas propagandas para as massas.

A dívida realmente escraviza, conforme o texto de Provérbios: 
"O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta" (22:7). 
Nos ensinos de Moisés para o povo de Israel, a dívida se apresenta como maldição decorrente de desobediência (Deuteronômio 28:15; 43,44). Tiago adverte, em sua Carta, a respeito da presunção do coração do homem (4:13-15), quando este diz: 
"Atende agora, vós que dizeis: 'Hoje, ou amanhã, iremos para a cidade tal, e lá passaremos um ano, e negociaremos, e teremos lucros'. 
Vós não sabeis o que sucederá amanhã. Que é a vossa vida? Sois apenas como neblina que aparece por instante e logo se dissipa. Em vez disso, devíeis dizer: 'Se o Senhor quiser, não só viveremos mas faremos isso ou aquilo'."
Quando o Senhor está no controle da vida do crente, o milagre do suprimento acontece. Devemos orar apresentando as nossas necessidades e permitir que Deus opere de forma maravilhosa. 
"Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças" (Filipenses 4:6).

O custo real das dívidas


As dívidas que são mais comuns estão relacionadas ao cartão de crédito, cheque especial e financiamentos diversos. As taxas de juros cobradas ao mês são altas, em ordem crescente: empréstimos pessoais nos bancos, crediário, cheque especial, cartão de crédito e financeiras. 

Conclusão

Como se libertar das dívidas


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Ore, busque ao Senhor antes de fazer qualquer compromisso financeiro. Peça ao Senhor um aumento em seus rendimentos. Seja fiel em seus compromissos financeiros com a igreja. 

Espere a direção do Senhor quanto ao pagamento de suas dívidas. Faça um orçamento de suas despesas, relacionando os gastos todos (grandes e pequenos). Corte gastos supérfluos. Por algum tempo você terá que mudar radicalmente seu estilo de vida. 

Não pague dívida com dívida. Pague as dívidas menores primeiro e negocie com os credores o parcelamento de seus débitos maiores. Não faça mais dívidas. Livre-se de cartão de crédito e do cheque especial. Procure comprar somente à vista.

Seja satisfeito com o que você já tem. Compre somente o que for realmente necessário. Faça uma separação entre o desejo e a necessidade.

A Deus, toda glória. 
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CRÍTICAS: VOCÊ SABE LIDAR COM ELAS?

"Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. 
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. 
Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará" (Filipenses 3:12-15).
Fato: o ser humano quer que seu ego seja sempre "massageado". O que ele mais gosta é quando as outras pessoas concordam com seus pensamentos, suas atitudes, seu jeito, etc. Quer vê-lo se sentir mal? Basta alguém discordar de uma opinião ou fazer uma crítica. 

Crítica vem do grego "ckritike", que quer dizer "apreciação minuciosa". Significa processo de purificação. Dizem os entendidos que a palavra origina-se na prática de purificar o ouro: trata-se de derreter (destruir) o minério bruto e natural, a fim de retirar suas impurezas, para aproveitar somente à parte purificada, para que o minério adquira valor. Por isso, aprendemos desde cedo a rejeitar a palavra crítica, entendendo-a de como uma expressão negativa.

Afinal, quem gosta de ser contrariado?


Em meus textos, gosto sempre de citar pesquisas, pois assim, já derrubo o argumento dos que gostam de levar tudo pra base do "isso é papo de crente". Uma pesquisa feita pelo instituto canadense PsychTests com 3 mil pessoas mostrou o quão despreparadas as pessoas estão para lidar com as críticas que recebem no dia a dia. 

O levantamento mostrou que 66% dos participantes admitem que não lidam bem com o "feedback (resposta) negativo" e dificilmente mudam; 14% acham que quem critica o faz por raiva ou por inveja; e 29% consideram que os comentários críticos são feitos com o intuito de lesar e não de ajudar.

Outros entrevistados disseram que perdem a motivação para trabalhar quando são avaliados desfavoravelmente. A crítica acaba sendo vista com maus olhos e não é aproveitada como uma forma de aprendizado.

É preciso aprender


Será que toda crítica é ruim? Segundo especialistas, é preciso analisar de que forma a opinião de uma pessoa que confronte a sua/minha pode contribuir para o seu/meu aperfeiçoamento. Ter alguém que nos ajude a enxergar em que ponto estamos errando na nossa vida é um privilégio e não um problema. E, mesmo que as críticas sejam injustas ou com intenção de nos diminuir, é possível sim extrair o que é bom delas.

Eles ainda observam que não se deve viver buscando a aprovação das pessoas. Nós recebemos críticas e sugestões o tempo todo. E isso, claro, sem que peçamos, mas é preciso que saibamos que agir para contentar alguém é frustrante, pois as pessoas nunca se satisfazem. Haverá sempre algo em nós que mereça suas intervenções. Então, para que nossa vida produza uma bela melodia, desejemos ardentemente agradar a Deus e estejamos atentos ao que diz a Sua Palavra. Os conselhos são bons e todos nós precisamos deles, mas devemos escolher bem aqueles que vão nos servir. E exatamente este o contexto do segundo e terceiro capítulos da epístola do apóstolo Paulo à igreja em Filipo.

É importante deixar a sensibilidade de lado (tão aflorada na geração atual — considerada por muitos psicólogos como a "geração mimimi") e saber receber feedbacks, sobretudo quando eles vêm de quem gosta de você. Não é fácil admitir o próprio erro ou aceitar uma opinião contrária porque essas questões afetam o ego, mas toda pessoa que deseja ser melhor para Deus precisa vencer essa dificuldade e aceitar orientações dos outros, olhar para dentro de si mesma e mudar sempre que for necessário.

Saiba discernir


É claro que nem todas as críticas agregam algo à nossa vida.

As críticas fazem parte do dia a dia, especialmente no âmbito profissional. E, infelizmente, nem todas as críticas serão construtivas, ou seja: críticas do bem e que servem para auxiliar o indivíduo a crescer e melhorar. Algumas críticas, chamadas de destrutivas, podem ser bem agressivas e gerar desânimo, tristeza e desmotivação. Para o nosso crescimento em todas as áreas da vida, entretanto, é fundamental aprender a lidar com os dois tipos de crítica.

Críticas construtivas — como identificar e lidar com elas


As críticas construtivas estão muito próximas dos conselhos. Uma crítica deste tipo, em geral, consiste em uma dica a respeito de algum ponto fraco e como melhorá-lo. A crítica construtiva é positiva, uma vez que dá oportunidade para que o indivíduo identifique seus erros e trabalhe para corrigi-los. Ela costuma ser apontada quando a pessoa se comporta de maneira inadequada ou realiza uma tarefa de modo que não tenha sido positiva para todos.

Apesar das críticas construtivas serem boas, elas nem sempre são recebidas com facilidade. Por isso, não se assuste se ficar preocupado ou receoso em um primeiro momento: toda vez que uma crítica construtiva for recebida, o primeiro passo é refletir a respeito dela. Pense no que aconteceu e como você realmente deveria agir para reverter a situação de modo a crescer e a amadurecer como pessoa.

Críticas destrutivas — o que são e como lidar com elas


As críticas destrutivas são um pouco mais delicadas e, consequentemente, complicadas de lidar. Isso porque essa é uma crítica que geralmente é acompanhada de indelicadeza, acusações errôneas/sem fundamento e são realizadas de maneira incorreta, o que pode ofender quem a recebe.

Além disso, as críticas destrutivas normalmente não são acompanhadas de soluções. Sendo assim, o indivíduo que a faz simplesmente julga, mas não traz uma contribuição para que o indivíduo criticado saiba como agir para amadurecer, melhorar ou crescer.

Críticas destrutivas são realizadas por indivíduos despreparados, que não sabem como se relacionar com as pessoas de modo a motivá-las a serem melhores. Não à toa, as críticas destrutivas não oferecem feedbacks positivos e assertivos, e podem gerar sentimentos como culpa, raiva e desmotivação.

Como reagir a esse tipo de crítica?


Ao ser criticado de modo destrutivo, o primeiro passo é agir com inteligência e controlar o estado emocional. É preciso reconhecer o quanto antes que as críticas destrutivas são recheadas apenas de informações e fatos negativos, ou seja: coisas que não devem comprometer a nossa saúde mental.

Dar muita atenção para uma crítica destrutiva pode prejudicar o indivíduo em vários sentidos, afetando diretamente sua produtividade, autoestima e até mesmo minar sua motivação para continuar trabalhando. Por isso, o ideal é sempre ser resiliente, refletir a respeito de suas ações e tomar cuidado com as explosões.

Conclusão


Não estou afirmando aqui que todos aqueles que fazem uma crítica destrutiva seja mal caráter, alguns a fazem sem saberem do que estão falando, por isso sempre é muito bom analisar e pensar antes de falar, porque além de humilhar e constranger as pessoas podem até mesmo causar a destruição moral e psíquica na vida das pessoas.

Não saia por aí falando daquilo que você não sabe ou não tem conhecimento, e cuidado sempre ao fazerem uma crítica, pensem que elas podem mudar a vida de uma pessoa, um rumo de um ministério e até mesmo de uma empresa, drasticamente se você não souber sobre o que está falando. Porém se sua crítica é para construir, ajudar, colaborar, fale a vontade e mude o mundo e as pessoas a sua volta, que isso fará um bem enorme para você também.

Infelizmente, algumas pessoas são ríspidas quando falam e apenas proferem palavras para inferiorizar o outro. Em contrapartida, quem quer o seu bem não falará algo para magoá-la, mas para ajudá-la no seu desenvolvimento. Por isso, é indispensável saber diferenciar o que é construtivo do que é destrutivo. Todas temos qualidades e defeitos. Use as críticas para o seu amadurecimento.

Você pode ter certeza de sua posição como pessoa perfeita diante de Deus, porque, pela fé nas promessas de Deus, você está se movendo de suas imperfeições hesitantes em direção a mais e mais santidade. Nossa imperfeição remanescente não é uma evidência de nossa desqualificação, e sim uma marca de todos aqueles que Deus "aperfeiçoou para sempre" — se estamos no processo de sermos transformados (2 Coríntios 3:18).

Anime-se. Fixe seus olhos naquela obra de aperfeiçoamento que Cristo fez para sempre. E resista a todo pecado conhecido. Este é o processo diário, gradativo e evolutivo do alcance da tão vislumbrada perfeição, que, enfim e consequentemente, sobrepujará às críticas.

A Deus, toda glória. 
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ALCOOLISMO: MAIS QUE UM VÍCIO, UMA ENFERMIDADE

É do conhecimento de todos que enfrentamos uma realidade que atinge milhares de pessoas – homens, mulheres, adultos, jovens e adolescentes: o alcoolismo. Muitos pensam que isso não é um problema, mas sim, uma decadência moral ou um pecado. 

Entretanto, esta é uma forma muito simplista de encarar as coisas isso porque na verdade o alcoolismo é uma doença crônica e que tem que ser tratada. Por isso, o alcoólatra é uma pessoa que precisa ser orientada a não buscar no álcool uma possível fuga para seus problemas. 

Muitos foram os artistas que tiveram graves problemas com o alcoolismo, como por exemplo, os cantores Renato Russo (✰1960/✞1996), Cazuza (✰1958/✞1990) e o ator Fábio Assunção, que está sempre protagonizando lamentáveis episódios amplamente divulgados na mídia por estar sob o efeito de álcool e de outras substâncias químicas.

Será que nós, pastores e pastoras já tomamos uma posição diante deste problema, sendo que, as pessoas das nossas igrejas não estão isentas desta doença? Será que nós temos uma proposta pastoral para este tipo de doença? Mais cedo ou mais tarde, certamente estaremos nos deparando com pessoas que sofrem desse problema e teremos que estar preparados para podermos fazer algo por eles. Saber viver bem é uma arte que poucas pessoas conhecem.

O falso brilho do primeiro copo e o papel bíblico da Igreja


O alcoolismo tem atingido amplamente a sociedade, e a mesma torna-se inoperante frente ao problema e não sabe lidar com tal fato. Aliás, o que vemos por parte de alguns setores da sociedade é uma falsa glamourização do hábito de beber através de filmes, novelas e peças publicitárias. 

Como Igreja, somos chamados à dar uma resposta cristã a esse fato tão grave que envolve homens e mulheres, independente da situação financeira, social, moral, religiosa. 

Ao estudarmos os Evangelhos, vemos que Jesus se identificou com os grupos marginalizados de sua época, onde destacamos os pobres, os famintos, os aflitos, os cegos, os leprosos, os surdos, as mulheres, prostitutas, crianças, etc. Em momento algum ou em nenhuma situação Ele se omitiu, muito antes pelo contrário, identificava o problema com firmeza, porém sem acusação, mas sempre levando uma mensagem de amor e uma opção de mudança, de transformação de vida.

Segundo a Bíblia, somos criados de um modo assombrosamente maravilhoso (Salmo 139:14-16) Como Criador, Deus pede a todos os que o servem algo muito importante:
"Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus" (2 Coríntios 7:1).
Embora o contexto de 2 Coríntios 7:1 esteja provavelmente relacionado com impureza advinda da idolatria, não acho um exagero "esticar" a interpretação de "purificarmo-nos de toda impureza da carne e do espírito" ao modo como muitos estão escravizados ao álcool e às drogas. Eles têm sido a razão de viver (ou de morrer) de muitos. E como tudo começa? A maioria dos viciados admitem que experimentaram drogas e álcool graças às más companhias (1 Co 15:33).

Deus quer que apresentemos os nossos corpos a Ele da seguinte forma:
"Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:1, 2).
Como Igreja, ao exemplo de Jesus, precisamos ajudar os viciados a terem uma nova visão de mundo e não olharem para a vida nos termos desse século. E o maior desafio é fazer isso nos desarmando dos preconceitos, do sentimento de superioridade e das acusações. 

No caso das drogas, desde a mais fraca até a mais terrível, todas elas destroem a vida quantitativa e qualitativamente. E visto que cada vez o indivíduo deseja uma droga mais forte, valeria a pena começar com a "mais fraca", no caso, o álcool?

Quanto ao álcool, alguns afirmam – inclusive muitos dos que se dizem "crentes" – que beber um pouco em casa não fará mal a ninguém. Mas todos os alcoólatras começaram com um pouco. Será que a Bíblia permite o seu uso? Paulo, ao escrever a Timóteo, aconselhou-o:
"Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades" (1 Timóteo 5:23).
Muitos veem nessa passagem uma licença, um respaldo, uma desculpa para beber álcool (cerveja, caipirinha, vinho – principalmente este –, vodca, etc). Todavia, parece que o texto apresenta um sério motivo para se beber vinho. Mas, fazendo uma análise contextual, entendemos que o texto diz que Timóteo não devia beber somente água.

Na época, não havia água encanada, muito menos tratamento para ela. Talvez a água da cidade em que Timóteo morava não fosse boa para se beber, e esta piorasse os problemas estomacais de Timóteo. Para esse fim medicinal, Paulo aconselha-o a usar "um pouco" de vinho. Com certeza, nada a ver com beber socialmente. O contexto é dietético-medicinal.

Sobre o vinho, escreveu O Dr. Salvatore P. Lucia (✰1901-✞1984), que foi professor de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia – e ele não foi qualquer um, o Dr. Lucia foi Professor Emérito de Medicina Preventiva e Medicina e Professor de História e Bibliografia Médicas, um dos médicos e educadores médicos mais ilustres da Universidade da Califórnia: 
"O vinho é amplamente usado no tratamento dos distúrbios do sistema digestivo. [...] O teor de tanino e as moderadas propriedades anti-sépticas do vinho o tornam valioso no tratamento das cólicas intestinais, da colite mucosa, da constipação espástica, da diarreia e de muitas doenças infecciosas do trato gastrointestinal."
Assim, ao desejar beber álcool, pergunte-se: Para que fim medicinal desejo ingeri-lo? Mas não é só isso. 

Jesus, bêbado?


No afã de justificar o uso de bebidas alcoólicas, alguns cristãos mencionam o fato de Jesus ter transformado a água em vinho (João 2:9-11). Não entrando nos meandros especulativos sobre o teor alcoólico de tal vinho (isso é coisa para imbróglios teológicos, dos quais eu quero distância), o texto mostra que Jesus fez esse milagre para manifestar a sua glória e para que seus discípulos cressem nEle. 

Assim, quando bater em você uma vontade de ingerir álcool, pergunte-se: a glória de quem quero manifestar bebendo álcool e a quem desejo converter? Em quem eu quero que as pessoas creiam com essa minha atitude? 

Portanto, siga a Bíblia, e não dê o primeiro passo dado por todos os drogados e alcoólatras – o primeiro gole ou a primeira "cheirada". 

O que nossas igrejas estão fazendo por essas pessoas? Confesso que poderíamos fazer mais. Só orar não adianta. É preciso diálogo na família – pois em casos de dependência química, a família também adoece junto com o dependente – sobre o assunto, palestras ou seminários nas Igrejas sobre o tema, onde se inclua testemunhos de quem está vencendo o problema do vício. Acima de tudo, aos que ainda apresentam problemas com drogas e álcool, o amor de Deus deve predominar no modo de lidar com essas pessoas.

Conclusão 


Todos os homens e mulheres precisam de gestos de carinho, amor, compreensão, inclusive um alcoólatra que tornou-se conscientizado e desejoso de mudar de vida, ou seja, sarar de sua doença – aliás, este é outro problema? a maioria dos alcoólatras não aceitam sua condição de alcoólatra e/ou de um doente crônico. Infelizmente a maioria dos alcoólatras não sabem como beneficiar-se da graça, do amor, do consolo e da orientação de Deus. 

Após reafirmarmos a ação de Deus junto aos alcoólatras que O buscam, ajudando-os, mostrando novos caminhos, percebemos que se faz necessário uma Ação Pastoral do Povo de Deus. Somos como Igreja chamados(as) a sermos caminho do povo até o encontro com Jesus. Portanto devemos mostrar afeto. O afeto, o amor não se inventa. Ele é sentido, nasce do coração. A Igreja é chamada a ter esse amor, esse afeto por todas as pessoas que necessitam da ação de Deus. 

É importante, dentro da Pastoral, desfazermos a atitude de apontadores de pecado e mantermos uma relação de valorização do ser humano e sermos aqueles(as) que vivem e distribuem graça e esperança. O alcoólatra, normalmente, é pessimista e desesperançoso. A função pastoral não é fornecer um conforto jovial e falso, sem nenhuma convicção, mas através de pequenas e várias estratégias, ajudar o alcoólatra a estabelecer sentimentos de melhora. 

Apesar não ser um especialista no assunto, foram apontados nesse breve artigo alguns caminhos para que se possa trabalhar com um alcoólatra. Naturalmente, tudo o que foi abordado aqui não é suficiente para um acompanhamento mais enriquecedor com um alcoólatra, mas são algumas pistas iniciais, digamos assim, para se trabalhar com um doente alcoólico.

[Fonte: CARSON, D. A. "Comentário Bíblico Vida Nova". Página 1731. Editora Vida Nova. 2009; LUCIA, Salvatore P., "Wine as Food and Medicine (Vinho Como Alimento e Remédio)". Editora Lippincott. 1963. página 58.]

A Deus, toda glória. 
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terça-feira, 26 de novembro de 2019

ATUALIDADE - BLACK FRIDAY E O PARADOXO ECONÔMICO E ESPIRITUAL

De um lado, pessoas reclamando do alto índice de desemprego e dos ainda sensíveis efeitos da famigerada crise econômica que desde 2014 assola o Brasil. De outro lado, pessoas contando os minutos para que chegue logo a tal da "Black Friday" e os empresários e varejistas já de olho em um esperado e já anunciado crescimento no índice de consumo, que, de acordo com as previsões dos especialistas em economia, promete ser bem superior aos dos anos anteriores. E no meio de tudo isso, fico eu aqui, na minha, só observando o andar da carruagem.

O "efeito Black Friday" X a vida real


Você, com certeza, já ouviu falar em "Black Friday" e já percebeu que em uma determinada época do ano sua caixa de e-mail, as lojas físicas e online - as do segmento de e-commerce - ficam cheios de promoções com esse nome, não é mesmo?

No bom e velho português, "Black Friday" quer dizer "sexta-feira negra" - e, curiosamente, mesmo em tempos de discussão sobre discriminação racial, nesse ponto, não tem nenhuma polêmica - e se trata de um dia inteiro de descontos generosos organizados pelo varejo.

Onde nasceu?


Criada nos Estados Unidos, essa grande liquidação acontece um dia depois do feriado americano de Ação de Graças, um dos mais importantes do país.

É nessa data, que sempre cai na última sexta-feira de novembro, que as pessoas saem desesperadas pelas lojas atrás de produtos com 50% e, às vezes, até mais de 70% de descontos.
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E, na correria para conseguir comprar, é que as pessoas na terra do Tio Sam protagonizam aquelas cenas "maravilhosas" que a TV e a internet divulga de pessoas se batendo, caindo e dando cotoveladas para tentar comprar alguma coisa.

Black Friday no Brasil


No Brasil, a Black Friday só chegou mesmo em 2010 e só envolveu varejistas online. A primeira da grande liquidação por aqui foi organizada pelo site Busca Descontos, especializado em cupons de descontos e que atua nas principais lojas virtuais do país.

No ano seguinte, o Extra adotou a Black Friday também para os preços de suas lojas físicas e o evento começou a chamar atenção de comerciantes grandes e pequenos, dentro e fora da internet.
Especialistas acreditam que o que impediu o evento de virar tradição por aqui mais cedo foi a resistência dos brasileiros que vivem do comércio. Os varejistas tinham medo de promover grandes descontos antes do Natal, já que os saldões sempre aconteceram no Brasil depois do Ano Novo.

Claro que as primeiras vezes da Black Friday em terras brasileiras não foram toda essa maravilha que a gente costuma ver acontecendo nos Estados Unidos (até hoje não é bem assim). A maioria dos descontos divulgados não eram reais e muitas outras tramoias foram praticadas, até o Procon tomar partido dos consumidores.

Por que "Black Friday"?


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Embora o nome tenha uma sonoridade legal em inglês (pelo menos para nós, brasileiros), no português a "sexta-feira negra" não parece ter uma boa conotação. E, se você tem essa impressão, não está de todo errado. Calma, eu explico, não tem nada a ver com questões étnicas afrodescendentes.

No início, o termo foi usado com referência a uma grande queda na Bolsa de Nova York, em 1869. Segundo a BBC, naquele ano, dois especuladores tentaram tomar o mercado de outro da Bolsa e o governo americano precisou intervir, elevando a oferta da matéria-prima. O resultado foi que os preços do ouro caíram demais e muitos investidores quebraram.

O termo "Black Friday" como usamos hoje só surgiu anos depois dessa grande catástrofe econômica, na Flórida. Dizem que alguns policiais começaram a se referir a essa grande liquidação após o Dia de Ação de Graças devido ao trânsito caótico que o evento acabava gerando.

Só em meados dos anos 1990 que o termo realmente saiu da Flórida e se tornou popular nos Estados Unidos. O mais interessante de tudo é que, mesmo depois desse nome, a Black Friday só tomou a proporção que tem hoje, como o principal dia de vendas em território americano, em 2001.

O cristão e a Black Friday


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"Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não vem do Pai, mas sim do mundo. Ora, o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus, permanece para sempre" (1 João 2: 16-17, grifo meu).
Se existem datas "tipicamente" americanas que foram importadas para o Brasil sem ainda muito êxito elas são o Thanksgiving Day (Dia de Ações de Graças) e o Black Friday. Digo isto porque as aspirações brasileiras em torno destas datas não chegam perto da realização dos seus criadores. 

Porém, devido ao "esforço" do marketing, especialmente em cima da segunda delas, gostaria de refletir sobre o antagonismo que percebo entre elas, principalmente no contexto cristão protestante. Como vimos acima, O Black Friday é puro merchandising, é marketing, é a sexta-feira da quarta semana de novembro em todos os anos e que vem crescendo ano após ano.

O Dia de Ação de Graças


Grandemente celebrado nos Estados Unidos e Canadá, o Thanksgiving Day ou o Dia de Ação de Graças é um feriado cristão em gratidão a Deus pelos acontecimentos durante o ano. A história do costume permeia o século XVII, com a imigração de puritanos (protestantes ingleses) para o Novo Mundo. 

O "Mayflower" levava a bordo muitas famílias que fugiam da perseguição religiosa em busca de liberdade. Os protestantes das 13 colônias fundadas, apesar das adversidades, mantiveram sua fé em Deus; e o Senhor os abençoou. 

No outono de 1621, tiveram uma colheita tão abençoada quanto abundante. Emocionados e sinceramente agradecidos, reuniram os melhores frutos, e convidaram os índios, para juntos celebrarem uma grande festa de louvor e gratidão a Deus. Nascia o "Thanksgiving Day". 

No Brasil, inspirados pelo dia norte-americano, desde o Presidente Dutra e a Lei 781, passando pelo Marechal Castelo Branco (1966), o Dia Nacional de Ação de Graças está instituído na quarta quinta-feira de novembro em todos os anos, apesar de uma intensidade diferente.

Definido os termos, reflito: as datas de ambos acontecimentos são próximas: 
  • sendo que uma precede a outra; 
  • uma fala de consumo, a outra de produção; uma denota desconto a outra profusão; 
  • uma estabelece a compra exagerada e a outra a simplicidade da gratidão.
Calma! Não sou contra nem uma, nem outra... Só reflito no antagonismo destas realidades. A oposição de ideias e propósito é clara.

Isto porque


Brigas, multidão, surtos e até prisões. Parece que esta é a cena de uma marcha de protesto apaixonado, ou um jogo de futebol, ou até mesmo a guerra civil. Mas não é. É o departamento de tecnologia do seu supermercado local.

Hoje há milhares de pessoas literalmente lutando uns com os outros para obter pechinchas. Supermercados de todo o país [Estados Unidos] tiveram que chamar a polícia e até mesmo fechar as loja depois de serem confrontados por clientes enfurecidos, porque não havia um número suficiente de bons negócios em oferta.

Isto é "Black Friday": A mais recente exportação indesejável da América do Norte. De alguma forma, a nova tendência já criou mais que um frenesi.

A luta em centros comerciais poderia ser mais compreensível, se houvesse escassez de alimentos e de pessoas com fome. Mas não, os itens em disputa são máquinas de café e outras bugigangas tecnológicas que nós realmente não precisamos.

Um dos meus versos favoritos da Bíblia vem do Eclesiastes: 
"Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente" (05:10).
que vai em consonância linear com a orientação apostólica de Paulo ao jovem pastor Timóteo,  na igreja do primeiro século (1 Tm 6:10). 

Isto pode ser facilmente aplicado a qualquer uma das coisas que o dinheiro pode comprar para nós: roupas, eletroeletrônicos e carros velozes. Assim que pisamos na esteira do consumismo, é muito difícil de sair. Temos de continuar a correr para manter-nos. É um vício - uma substância perigosa que promete euforia e não oferece nada além de frustração e angústia.

Conclusão


Gostaria apenas que os leitores refletissem sobre os perigos do consumismo desenfreado (ênfase), tão proeminente que é celebrado após o Dia de Ação de Graças. Marketing perigoso. Reflitam sobre a insignificância da comemoração de gratidão em nosso país cristão... Omissão perigosa.

O versículo da Bíblia no Eclesiastes continua: 
"Quão insensato é pensar que a riqueza traz a verdadeira felicidade. Quanto mais você tem, mais as pessoas vêm para lhe ajudar a gastá-lo. Assim que bom é a riqueza, exceto, talvez, por vê-la escorregar por entre os dedos!"
As pessoas que estão nos ajudando a gastar o nosso dinheiro são os chefes de supermercados e os profissionais de marketing inteligente que ajudaram a nos convencer de que as coisas nos farão felizes. É claro que elas não fazem - tudo o que acontece é que queremos mais delas. Não é de se admirar que Jesus passou muito tempo nos advertindo sobre os perigos do dinheiro.

Não há maneira mais fácil de perder a sua riqueza do que comprar na armadilha do consumismo. Ele pode verdadeiramente nos consumir.

Enfim, a grande verdade é que, para muitos (incluindo cristãos protestantes) o sincero Thanksgiving Day é seu Black Friday bem sucedido. Neste ponto, não há antagonismo, é mero consumismo.


A Deus, toda glória. 
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