E lá se vão oito anos. Lançada em 2008, a música "Faz Um Milagre Em Mim", composta e interpreta por Regis Danese, além de ser a responsável pelo voo na carreira do cantor e compositor em sua incursão na música gospel, foi uma das músicas mais cantadas, recantadas e premiadas nos últimos anos, tendo rompido os limites do mercado gospel ao ser regravada por grupo de pagode, de forro, dupla sertaneja e até ganhou sua versão funk.
Há pouco tempo era super comum ouvir a tal música sendo cantada dentro de bares, boates e igrejas tanto protestantes, quanto católicas. Aliás, alguns padres cantores também a entoaram em suas missas-shows e a colocaram como faixa em seus cds e dvds. Tudo isso fez com que a música rendesse ao seu compositor o disco de platina pela vendagem de mais de 40.000 discos do cd "Compromisso", de onde é uma das faixas. E ainda hoje, oito anos depois, ela é exigida pelo público que se aventura a ir assistir alguma apresentação do Regis Danese. E em todo o programa de televisão que ele aparece, sempre tem alguém pedindo a ele que cante a famigerada música.
Mais um tema ao "deus ego"
Foi sucesso porque
"Faz Um Milagre Em Mim" ganhou força exatamente por sua índole religiosa e sua suposta fundamentação bíblica que abriu caminho para o seu estrondoso sucesso.
Essa crítica é algo que poderia ser deixado de lado sem o mínimo de prejuízo para a doutrina cristã, mas devido os constantes questionamentos sobre o assunto e o mau uso dessa música nos cultos, faz-se necessário um estudo mais aprofundado da mensagem da letra em paralelo a mensagem de Lucas onde o autor imagina ter buscado inspiração.
Nada disso precisaria ser feito, mas devido à distância entre as duas mensagens, é interessante esclarecer certos aspectos para que os equívocos com relação ao uso da canção sejam evitados. Afinal de contas, onde seríamos levados por tal mensagem?
Observa-se na letra da música a grande quantidade do uso do pronome possessivo singular que dá ideia de posse indicando a astúcia do autor para o seu sucesso. Vivemos em um tempo onde o individualismo está em alta. Onde a ascensão imediata é adorada como valor absoluto, basta observar os reality shows que são promovidos constantemente. É uma tendência criada pela mídia por interesse do mercado que precisa vender seus produtos. O autor percebeu que a maioria das pessoas que vivem sobre essa realidade e se familiarizam com uma mensagem intimista que acima de tudo tem aspectos de religiosidade, eis o segredo do sucesso.
No campo religioso, não é diferente. Vivemos em um mundo imediatista onde muitas denominações cristãs buscam na religião um consolo individual descompromissado. Agrada a ideia de um "deus-servo" à disposição da vontade humana que está pronto para atender os caprichos dos homens no momento em que precisar. Deus atende aos pedidos sim, mas somente aqueles que vão fazer um bem verdadeiro, ou seja, que vão ajudar na minha salvação e não os puramente interesseiros.
É fácil aceitar Jesus, mas os valores cristãos exigem posturas diferentes, por isso sua doutrina acaba sendo rejeitada. O milagre e a cura são sempre bem vindos, mas assumir um compromisso com Jesus não interessa a ninguém. É a religião do proselitismo onde muitos percebem essa realidade e tiram vantagem para atrair adeptos e encher igrejas.
Uma pequena reflexão sobre o contexto em que vivemos, mas que abre o caminho para explicar o sucesso da música que vamos analisar em paralelo a mensagem do Evangelho. Lucas tem seu objetivo e Regis Danese também. A diferença das duas mensagens e a relevância para nossas vidas e para a vida da Igreja será explorada nesse artigo. Resta ainda a pergunta: com qual mensagem vamos ficar? Essa decisão é pessoal. Que Deus abençoe a sua escolha.
As duas mensagens
"Faz um milagre em mim"
O título da música evoca toda a intenção do autor e dá para se ter uma ideia do caminho que ele vai percorrer. O que muitos querem é o milagre e isso ele propõe. Não teria problema algum se ele não tivesse utilizado como base de sua mensagem a passagem de Lucas no capítulo 19:1-10 onde está a narração da conversão de Zaqueu . Lucas narra a caminhada de Jesus que sai da Galileia e vai até Jerusalém para o cumprimento da missão e nessa caminhada vai encontrando as pessoas que ao perceberem sua presença mudam de vida e passam a viver conforme seus ensinamentos mostrando a riqueza de seu seguimento conforme vemos em Lucas 9.
No final dessa caminhada está o episódio de Zaqueu que é exclusividade de Lucas. Nenhum outro evangelista fala sobre Zaqueu, portanto, só podemos chegar à conclusão que foi aqui que o autor da música se inspirou. Nessa passagem Lucas fala abertamente sobre a conversão de Zaqueu e enfatiza suas atitudes após o encontro e como sabemos conversão não é milagre .
O termo milagre nem sequer faz parte dos temas teológicos de Lucas que trabalha a conversão, a oração, a universalidade e o Espírito Santo. Marcos é quem contempla essa realidade dos milagres, mas Lucas não, principalmente nessa passagem que o autor em questão se baseou mostrando assim a distância de sua mensagem com o que a Bíblia coloca.
Para Lucas o que interessa é a conduta de Zaqueu e mais nada. Ele sentiu o chamado e foi ao encontro de Jesus, subiu na árvore e desceu para uma vida nova. Converteu-se definitivamente ultrapassando qualquer expectativa. Zaqueu mudou de vida e dá provas disso, pois deu a metade do que tinha aos pobres e ainda prometeu restituir quatro vezes mais o que tinha roubado (19:8). Sua conversão foi autêntica, pois o levou ao cumprimento radical das prescrições da Lei (conforme Êxodo 21:37; Levítico 5:20-26).
Não restitui apenas os 120%, mas vai além porque encontrou o amor de Deus em Jesus. Sua atitude mostra decisão e força de vontade. Seguir Jesus requer decisão, não basta dizer "estou curado", não bastam as boas intenções. Da conversão o discurso não serve para nada, são os frutos que interessam e isso o Lucas enfatiza. Não vemos nada de milagre, não se dá para entender de onde o autor tirou essa ideia. Sendo assim, podemos ter uma noção do equívoco em comparar as mensagens. Mas isso é só o título, vamos ao restante da letra.
'Como Zaqueu eu quero subir
O mais alto que eu puder
Só pra te ver, olhar para ti
E chamar sua atenção para mim...'
Nessa primeira estrofe o autor "se encarna" em Zaqueu e tenta reproduzir seus sentimentos ou talvez sentir o que Zaqueu sentiu. Até que a construção poética é bela, mas o objetivo não foi alcançado. Ele fala que como Zaqueu ele quer subir, mas agora fica a pergunta: será que Zaqueu queria subir? Um homem de posição, um "empresário", rico e com uma reputação a zelar não se prestaria ao papel de macaquinho apenas por achar bonito subir na árvore.
Dentro do contexto bíblico, o subir na árvore é perder a dignidade social baseada no poder e na riqueza. Talvez Zaqueu preferisse utilizar de sua influência, mas não estava em condições de exigir muita coisa. Zaqueu era considerado como cobrador de impostos pecador para os judeus e sendo rico distante do Reino dos céus para Jesus (Lc 12:33; 18:24-27), portanto, um caso muito difícil de resolver.
Assim, sendo fiel ao contexto bíblico, se conclui que Zaqueu não queria subir na árvore, mas subiu porque precisava subir, porque era de baixa estatura, era pequeno (Lc 9:48), era pecador e precisava de Jesus e tinha a consciência atormentada. É por isso que seu coração palpitava de desejo de ver Jesus.
O fato é que Zaqueu subiu sim, não se sabe se foi tão alto como fala a música, mas certamente deu para ele ver Jesus. A única coisa que queria era ver Jesus e sentir seu amor porque já ouvira falar coisas boas dEle. Mas Jesus não se contenta apenas em ver Zaqueu, vem ao seu encontro e envolve sua vida com a de Zaqueu. Jesus não se contenta, quer ir mais a fundo na questão. Todo mundo só via em cima daquela árvore um pecador, mas Jesus viu um homem de consciência atormentada que precisava de sua ajuda.
Entretanto o autor coloca no final da estrofe que queria chamar a atenção só para ele. Com certeza essa não era a vontade de Zaqueu, pois ele não gritou, não escreveu faixas e não fez nada de extraordinário, apenas subiu. O "chamar sua atenção para mim", portanto, é forçar o texto, tirando-o de seu contexto.
O chamar a atenção só para si revela a religiosidade de interesse e intimista impregnada na mentalidade popular. Como é grande o desejo de muitos de terem um Deus à sua disposição pronto para atender as suas necessidades. É o sonho de muita gente que Jesus fosse um gênio da lâmpada mágica que na hora em que precisasse, era só esfregar e Ele aparece para realizar o desejo.
A atenção de Jesus só para mim, para mais ninguém. Como se só eu precisasse de Jesus. É a mentalidade de muitas religiões e muitas seitas e pessoas que pensam em enquadrar Jesus a suas necessidades e objetivos. Talvez o autor nem tenha consciência disso, mas está sujeito a esse tipo de ideologia infelizmente comum em nossos dias. O pior é saber que se essa música fez tanto sucesso, não é só ele quem está nesse barco, muitos navegam sem saber.
Basta apenas frisar que um dos temas teológicos mais profundos de Lucas é a universalidade, ou seja, Jesus veio para salvar a todos sem distinção e os pecadores são os preferidos de seu coração misericordioso. Portanto, o chamar a atenção só para mim é algo do autor e da mentalidade popular, não de Lucas para quem Jesus é para todos. Não precisa nem dizer que foi mais uma bola fora, talvez a maior delas, mas confiemos, Jesus é misericordioso.
'...Eu preciso de ti, Senhor
Eu preciso de ti, oh, Pai
Sou pequeno demais
Me dá tua paz
Largo tudo pra te seguir...'
Nessa estrofe pode-se concluir que o autor foi mais feliz, mas não tanto assim. Todo mundo precisa de Jesus, Zaqueu eu e você, todos nós. Que bom que essa consciência ainda perdura. Claro que como já vimos, saber que precisa é uma coisa, aceitar Jesus e suas exigências é outra. Mas mesmo assim, é preciso dizer que Jesus não é Pai, mas sim, o Filho, a segunda Pessoa da Trindade. Jesus é Deus tal e qual o Pai, com a mesma substância, mas com missão diferente.
É Deus quem fez uma aliança com o povo de Israel e prometeu fidelidade para sempre (Gênesis 6:18; Êx 19:9-15). Mas Zaqueu, como o povo de Israel, como eu e como você quebrou essa aliança e caiu na infidelidade. Deus ama e por isso mandou seu Filho que é Jesus para salvar Zaqueu e a nós, e para mostrar a misericórdia divina. A abertura do homem à graça da conversão é obra do Espírito Santo. É a Trindade agindo na obra da salvação. A missão do Filho que é Jesus ao qual o autor se refere é salvar, mas Ele não é o Pai, Pai é Deus.
Diante do amor de Deus manifestado em Jesus somos todos pequenos, porque amor de Jesus nos constrange (2 Coríntios 5:14). Reconhecer a pequenez é um bom caminho e isso tem a ver com a mensagem de Lucas. Foi o que Zaqueu fez. A paz de Jesus também é uma boa, mas a paz de Jesus incomoda e exige (Mateus 10:34,35). A paz que muita gente deseja é a ilusão de que tudo está bem. É isso que muita gente busca na religião, um consolo psicológico apenas, o estar perto de Jesus porque isso faz bem.
A paz é sim dom de Deus, mas é preciso construí-la. Não apenas se recebe gratuitamente de Jesus, porque ela é fruto da justiça (Isaías 32:17). É nos pequenos atos de doação, de partilha, de amor que a paz se faz presente, a paz é uma conquista.
O autor ainda coloca que larga tudo para seguir Jesus. É uma promessa um pouco leviana e contraditória do autor, a não ser que estivéssemos falando de um Francisco de Assis. Mas Jesus em Lucas não quer apenas seguidores atrás de si sem nada para oferecer (Lc 8:1–3). Ele quer pessoas generosas que mesmo tendo alguma coisa, sabem partilhar aquilo que têm (21:1-4).
Devemos seguir Jesus sim, mas com o que temos e com o que somos, no lugar em que estamos. O deixar tudo (5:11) para Lucas é colocar tudo a serviço do seguimento de Jesus continuando sua palavra e ação no mundo. Largar tudo não é a vontade de Jesus, mas sim o amor que leva a pessoa a se doar pela causa do Reino.
Senhor ou servo?
'...Entra na minha casa
Entra na minha vida
Mexe com minha estrutura
Sara todas as feridas
Me ensina a ter santidade
Quero amar somente a ti
Porque meu Senhor é meu bem maior
Faz um milagre em mim'
Pelo que parece, esse é o refrão da música e certamente nele esta as "grandes verdades" do autor. Mas o que percebemos é que ele nem sequer leu o Evangelho no qual ele pensa que se baseou. Algo que angustia é saber que Lucas de todas as formas enfatiza as atitudes de conversão de Zaqueu e as iniciativas que tomou. Aqui, o que vemos é alguém exigindo um monte de coisa de Jesus.
Ao invés de servir Jesus, como propõe o Evangelho, aqui Jesus é feito de empregado com um monte de tarefa a cumprir. É alguém dando ordens e esperando tudo de braços cruzados como se as pessoas não precisassem fazer nada. É o que o mundo quer, é o que o autor propõe, por isso faz sucesso.
- A primeira ordem é: "Entra na minha casa, entra na minha vida"
Ele vai não porque o pecador chama, mas porque o pecador precisa dEle. Para Zaqueu bastou apenas descer da árvore e recebê-lO com alegria. Descer da árvore é mais importante que subir porque indica a aceitação de Jesus. Com a acolhida de Jesus e das exigências que sua presença supõe tudo mais acontece.
- As ordens continuam: "...Mexe com minha estrutura..."
São pedidos interessantes, mas exigentes. Jesus não mexeu na estrutura de Zaqueu. Ele mesmo tomou consciência de seu pecado, depois disso mudou de vida e tomou as atitudes que tomou. Não é preciso mexer com as estruturas, é perigoso desmoronar tudo. Basta perceber a presença de Jesus e tomar consciência, tomar vergonha dos erros e querer melhorar. Mexer nas estruturas é função minha, não de Jesus. Foi o que Zaqueu fez, é o que Lucas transmite.
- A outra ordem para Jesus também é reveladora e intrigante: "...sara todas as feridas..."
E quais foram feridas que Jesus curou em Zaqueu? Se curou alguma, a Bíblia não registra. É o que muita gente pensa, reduz Jesus a curandeiro como se essa fosse sua única função ao se encarnar no mundo. É inegável que Jesus fazia milagres, realizava curas, o próprio Lucas relata isso (5:17-25; 6:6-11), mas sua maior função é salvar a humanidade, foi por isso que Ele fez o caminho e morreu na cruz.
Vamos entender então que as tais "todas as feridas", se referindo a Zaqueu, ele esteja falando do pecado. A cura de todas as feridas (pecado) não depende somente de Jesus, depende de mim, da minha força de vontade de sair da situação de pecado, de me arrepender e buscar o perdão de Deus. As piores feridas que carregamos existem em função do pecado e da falta de perdão.
Zaqueu buscou o perdão de Deus e experimentou a sua misericórdia. Dar ordens para Jesus não adianta nada, é preciso aceitar o remédio e esse - para surtir efeito - às vezes causa dor. Não foi fácil para Zaqueu tomar as atitudes que tomou. A cura depende também de quem está doente.
- Mais uma ordem: "...Me ensina ter santidade..."
Jesus já ensinou e continua ensinando. Basta ler os evangelhos (Mt 5:1-12). O maior ensinamento de Jesus é o amor a Deus e ao próximo, eis o caminho da santidade. Zaqueu percebeu isso. Depois aparece uma atitude típica da religiosidade atual. Uma contradição com a primeira proposição. Santidade é amar a Deus e aos irmãos, como é que agora aparece esse desejo de amar somente Jesus?
Jesus não quer apenas pessoas ajoelhadas diante de si para adorá-lO. Quer pessoas dispostas a aprender a mansidão e a bondade de coração que Ele transmite e pessoas que tenham coragem de ajoelhar aos pés dos irmãos para lavar-lhes os pés (Jo 13:2-11). Se não acreditamos nisso, podemos rasgar os Evangelhos de nossas Bíblias que não irão fazer falta alguma. Não dá para ser santo amando apenas Jesus, isso é um absurdo, pois seu maior mandamento é amar uns aos outros como Ele próprio amou, isso todos os evangelistas falam (Mt 22:39; Marcos 12:30,31; Lc 10:27,28; Jo 13:34).
A única coisa que se salva nessa composição
Por fim, uma coisa interessante: a afirmação de que "o Senhor é meu bem maior". Ainda bem que a música termina com uma afirmação verdadeira. Ter consciência que Jesus é o bem maior deve produzir atitudes em nós que valorizem esse bem. Zaqueu assim o fez e Lucas cravou na história essa passagem para mostrar a todos nós o que deve ser feito. Se Jesus é um bem, deve ser buscado como um bem, não por interesse apenas. Zaqueu subiu na árvore, se esforçou. Quais esforços realizamos para adquirir esse bem? E o autor finaliza com o tema da música que já estudamos.
Conclusão
É inegável o sucesso da música e a grande aceitação popular de sua mensagem. Não se pode questionar o talento de Regis Danese que soube utilizar as expectativas atuais para lançar suas ideias. Certamente tinha o objetivo de evangelizar, e o fez segundo a proposta de seu segmento religioso. Não podemos exigir dele o conhecimento bíblico que acabamos de verificar. Mas dos pastores que utilizam essa música em suas ministrações, é preciso exigir o mínimo de senso crítico. Para isso foi feito e estudo do Evangelho em contraponto à letra da música.
A música em si pode até ser bonita (Eu a acho horrível!!!), e as coisas belas fazem bem a alma, mas a ideologia que transmite nem sempre é benéfica. É por isso que o senso crítico é necessário. Nossa Igreja é rica em conteúdo, temos uma tradição grande e belíssimos cânticos com amplas mensagens fiéis às escrituras, não há motivos para se rebaixar ao gosto popular.
Seguir o modismo não é critério sábio para quem deseja fazer uma boa evangelização. De intimismo e individualismo o mundo está cheio, o que precisamos é do amor de Deus e de uma teologia lúcida que transmita esse amor. Para isso temos as Sagradas Escrituras e temos sim bons compositores que são fiéis à ela, não precisamos recorrer e depender do modismo e suas peripécias.
Podemos depois de tudo encontrar alguém que venha dizer: "mas essa música me faz bem", "Deus falou comigo através dessa música", "fui tremendamente abençoado com essa música"... Não cabe a mim discutir as experiências pessoais de ninguém, entretanto, por mais que eu as respeite, por mais importantes e reais que elas possam ser, elas não me são base doutrinária para absolutamente nada. Minha base é a Bíblia e não as experiências pessoais de outrem.
Diante disso basta apresentar a mensagem do Evangelho. Se a música faz bem, Deus age até por meios imperfeitos, mas se queremos "um bem maior", devemos buscar Jesus e isso os evangelistas oferecem em seus evangelhos com mensagens verdadeiras. Entre Regis Danese e Lucas, eu fico com o Evangelista porque sua mensagem, apesar de exigir conversão e atitudes verdadeiramente cristãs, produz efeitos benéficos na vida dos homens e da Igreja. Esses são os efeitos queridos por Deus ao enviar seu filho Jesus Cristo ao mundo para morrer por nossos pecados.
Esses efeitos não são passageiros como os da música porque tem o objetivo de produzir em nós a salvação eterna. Em pouco tempo ninguém mais se lembrará dessa música (assim espero), enquanto Lucas com sua mensagem já atravessou milênios. O Jesus misericordioso de Lucas nos ama incondicionalmente e está pronto a nos ajudar na conversão que deve ser diária e constante.
O milagre Ele já fez: assumiu nossa condição e nos resgatou da morte e do pecado. Não precisamos pedir por mais milagres (Mc 16:15-20), precisamos da graça de acolhê-lO e deixar sua presença nos transformar em verdadeiros discípulos e missionários. Esse efeito, tal música não produzirá na vida da Igreja de Cristo. Isto posto, o hit tão aclamado e premiado de Regis Danese, recebe com louvor o meu carimbo de:
A Deus toda glória.
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