quinta-feira, 18 de novembro de 2021

LIVROS QUE EU LI — "OS CINCO PORQUINHOS", AGATHA CHRISTIE

Um crime cometido há mais de 16 anos. Uma esposa assassina, condenada e morta. A possibilidade de inocência. Um caso perfeito para o icônico detetive Hercule Poirot.

Ler os livros da Agatha Christie é sempre gratificante e arrebatador. Em todos os momentos nos vemos considerando as possibilidades e exercitando nossa mente. Desde que comecei minha prática como leitor, eu já me apaixonei pelo estilo literário de Agatha. 

Na década de 1980, quando fiz parte de um Clube do Livro, tive a oportunidade de ler mais da metade dos livros dessa brilhante escritora britânica, que merecidamente, registrou seu nome na galeria dos grandes escritores do mundo.

Além de conseguir prender seus leitores em suas narrativas repletas de mistérios, transformando-nos a todos em "detetives" e, claro, nos surpreendendo com finais que se distanciam muito do que imaginávamos.

Em "Os Cinco Porquinhos", não é diferente. Acompanhamos mais uma missão do renomado detetive Hercule Poirot, um dos personagens mais aclamados da lendária autora Agatha Christie.

Sobre a autora


Agatha Christie — nascida Agatha Mary Clarissa Miller — (1890/1976) em Torquay, condado de Devonshire, Inglaterra, a 15 de setembro de 1890. Filha de uma casal tipicamente vitoriano, mesmo sendo o pai, Frederick Miller, americano, foi criada segundo a melhor tradição européia. 

Seus pais tudo fizeram para que ela seguisse uma carreira de cantora lírica ou pianista. Mas Agatha Christie preferia passar o tempo escrevendo poemas e contos. Começou a escrever motivada por um desafio feito pela irmã: escrever uma história policial em que o leitor não pudesse descobrir a identidade do assassino antes do final da narrativa.

Daí surgiu "O Misterioso Caso de Styles" (1920) , que tinha como protagonista um belga chamado Hercule Poirot, inspirado nos vários políticos belgas que se refugiaram na Inglaterra naquela época. Hercule Poirot seria ainda protagonista de uma série de outros livros, se consagrando como um dos maiores detetives já criados. Sobre o personagem, Agatha declarou:
"Por que não seria belga meu detetive? Deixei que crescesse como personagem. Deveria ter sido inspetor, de modo a poder ter certos conhecimentos sobre crimes. Seria meticuloso, ordenado, pensei com meus botões, enquanto arrumava meu quarto. 
Um homenzinho bem ordeiro. Parecia-me até que o via, um homem muito alinhado, sempre cuidando de colocar tudo no devido lugar, amante dos objetos aos pares, das coisas quadradas, e não redondas. 
E seria muito inteligente — teria muitas células cinzentas —, essa era uma boa frase, devia recordá-la: ele possuiria não poucas células de matéria cinzenta. 
Seu nome seria espetacular — um desses nomes como existiam na família de Sherlock Holmes. Como era mesmo o nome do irmão dele? Mycroft Holmes! E se chamasse ao meu homenzinho Hercules? Ele seria um homem baixo — Hercules seria mesmo um bom nome. 
Seu sobrenome era mais difícil. Não sei por que me decidi por Poirot. Se fui eu própria quem o inventou, ou se o vi em algum jornal, ou escrito em algum lugar, não sei — mas assentei que seria esse o nome. Combinava bem, não com Hercules, com 's', mas sim com Hercule — Hercule Poirot. Estava certo, assente, graças a Deus!" 
Agatha Christie
Ela foi educada em casa, onde estudou piano e canto, até que se casou em 1914, com o coronel Archibald Christie, cujo sobrenome adotaria até o final da vida. Quando começa a Primeira Guerra Mundial, ela se alista como voluntária no Exército da Cruz Vermelha. 

Atuando como enfermeira na Inglaterra, aceita um desafio da irmã: escrever uma história policial em que o leitor não pudesse descobrir a identidade do assassino antes do final da narrativa. Daí surgiu "O Misterioso Caso de Styles", que tinha como protagonista um belga chamado Hercule Poirot, inspirado nos vários políticos belgas que se refugiaram na Inglaterra naquela época. 

Hercule Poirot seria ainda protagonista de uma série de outros livros, se consagrando como um dos maiores detetives já criados. Mas só em 1926 ela conseguiu chamar a atenção do público com "O Assassinato de Roger Ackroyd" (1926). 

Desaparecimento ou marketing pessoal?


Algum tempo depois do lançamento deste, Agatha Christie desapareceu misteriosamente. Como em suas histórias, deixou rastros efêmeros, pistas difusas, confundindo toda a polícia inglesa, e provocando sérias suspeitas de estar à procura de promoção de publicidade para uma carreira mal começada.

Em 1930, já divorciada e romancista de sucesso, casa-se novamente. Desta vez com Max Mallowan, arqueólogo, com quem viaja pelo Oriente. É dessas viagens que ela tira inspiração para vários livros de sucesso como: "Morte no Nilo" (1937), "Intriga em Bagdá" (1951) e outros.

Criou também outros personagens, como Miss Jane Marple, uma simpática velhinha profunda conhecedora da natureza humana, moradora da pequena Saint Mary Mead. A estréia de Miss Marple ocorreu no livro "Assassinato na Casa do Pastor" (1949).

Seus mais de 80 livros publicados venderam mais de 1 trilhão de cópias em todo o mundo, fazendo de Agatha Christie a maior escritora de romances policiais de todos os tempos. Agatha Christie morreu no dia 12 de Janeiro de 1976 e seu marido 2 anos depois.

Apesar de ter se revelado como uma das maiores escritoras de narrativas policiais, Agatha Christie é autora de seis romances, dois livros de poesias, um livro infantil, duas autobiografias e já foi dramaturga.

Sobre o livro


Um diferencial nesse livro é que o detetive Poirot é contratado para desvendar um assassinato que ocorreu há 16 anos, quando Caroline Crale é acusada e condenada pelo homicídio de seu famoso esposo e pintor Amyas Crale, conhecido por todos como um excêntrico e infiel artista.

O crime acontece em um casarão de família onde o casal vive juntamente com sua filha, Carla Lemarchant, a irmã de Caroline, Angela Warren e a governanta Cecilia Williams. Como podemos ver, Agatha manteve a estrutura de seus clássicos: mansão e vários personagens que figuram como possíveis suspeitas. 

Acontece que havia mais uma pessoa passando a temporada na mansão Crale e essa pessoa era Elsa Greer, a jovem amante declarada de Amyas que estava servindo de modelo para um de seus quadros há alguns dias.

O relacionamento do casal é descrito como uma guerra constante. Alguns dizem que se odiavam e que a esposa era um verdadeiro demônio manipulador, enquanto outros afirmam que as brigas constantes eram o que mantinha o relacionamento de pé e a forma com a qual demonstravam seu amor um pelo outro. 

Todos, porém concordaram com a personalidade boemia e desrespeitosa de Amyas para com Caroline , o que automaticamente a coloca no topo da lista de suspeitos.

Após um almoço em que Amyas não compareceu a Sra. Crale e a Sra Williams encontram seu corpo sem vida no estúdio em que realizava sua pintura e logo sua esposa devotada se vê no banco dos réus e posteriormente condenada por homicídio por envenenamento. Após algum tempo cumprindo pena, Caroline morre na prisão.

Quando sua filha Carla, agora com 21 anos, procura Hercule Poirot, afirma que sua mãe era inocente com base em uma carta que a própria Caroline escreveu pouco antes de morrer e pede-o que descubra quem foi o verdadeiro assassino de seu pai.

Baseada apenas no testemunho dos moradores da casa, vizinhos amigos de infância e os envolvidos no processo judicial (advogados, promotores, etc), o detetive tem o desafio de descobrir a verdade e as circunstâncias que levaram toda uma família à ruina.

Mistério e mais mistério...


Assim como em todos os livros dessa autora, o mistério é uma constante e a forma como os personagens são apresentados, todos tendo oportunidade e motivos para cometer o crime, nos envolvem e colocam as engrenagens de nossa mente para funcionar e tentar juntar as peças do quebra cabeça.

Com o intuito de solucionar este quebra-cabeça Poirot inicia uma investigação com as cinco pessoas que estiveram na casa dos Crale no dia do crime, os quais ele denominou: "porquinho foi ao mercado", "porquinho ficou em casa", "porquinho comeu rosbife", "porquinho não ganhou nada" e por último "o porquinho que gritou 'cuim, cuim, cuim'" — isso explica o título do livro. 

A investigação começa com uma entrevista aos cinco suspeitos, posteriormente M. Poirot solicita aos "cinco porquinhos" que lhe enviem uma narrativa descrevendo minuciosamente do que eles se recordavam do dia do crime.

De posse das entrevistas e narrativas, Hercule avalia, tanto o cenário do crime, como também faz uma sagaz análise psicológica dos suspeitos, e assim consegue solucionar o mistério envolvendo a morte do famoso pintor.

O final revelador não foge do padrão. Todos os personagens reunidos em uma sala enquanto Poirot narra detalhadamente sua investigação e os detalhes que para muitos passariam despercebidos, mas para os olhos de alguém como ele serviram para colocar luz no mistério. Remonta os passos de cada um e como toda a tragédia aconteceu enquanto todos esperam apreensivos.

Conclusão


A narrativa é bem construída e a cada capítulo eu tentava, juntamente com Poirot, desvendar o autor do crime. Não achei que a obra teve um fim tão surpreendente, porém a conclusão do crime foi muito bem articulada. 

Gostei do destaque que os aspectos psicológicos tiveram na estória, estes foram imprescindíveis para a conclusão de mais uma obra de temática policial de Agatha Christie. "Os Cinco Porquinhos" é mais uma grande narrativa policial de Agatha Christie.
  • Título: "Os Cinco Porquinhos"
  • Título Original: "Five Little Pigs"
  • Autora: Agatha Christie
  • Tradução: Edson Ferreira dos Santos
  • Editora: Record
  • Páginas: 237
  • Ano de Publicação: 1984
  • Gênero: Romance Policial / Mistério
  • Avaliação:

A Deus toda glória.
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