quarta-feira, 20 de outubro de 2021

"ROUND 6", AFINAL, HÁ MESMO O QUE TEMER?

Você certamente já deve ter ouvido falar sobre a série "Roud 6". Uma produção que tem recebido muitas críticas ao redor do mundo por conta do conteúdo cheio de violência física, mental e apologia ao abuso de drogas e suicídio. De acordo com a Netflix — principal plataforma de streaming de vídeo —, em menos de um mês, a série "Round 6" ("Squid Game", em inglês) alcançou oficialmente 111 milhões de fãs, tornando-se seu maior lançamento de todos os tempos. 

O enredo


A série sul-coreana centra-se em centenas de jogadores desesperados financeiramente, que aceitam um estranho convite para competir em jogos infantis. O que acontece a seguir é um jogo de sobrevivência extremamente violento, em que os perdedores são executados.

A popular série da Netflix tem classificação "MA" nos EUA, o que significa que não se destina a menores de 17 anos. No entanto, sua popularidade atingiu adolescentes e até crianças. Tanto que aqui no Brasil, uma boneca usando vestido laranja e blusa amarela (foto) tem sido usada em memes em muitas redes sociais, mostrando o sucesso que a série Round 6, da Netflix.

Por ser direcionado para maiores de 16 anos, "Round 6" traz cenas de violência explícita, sexo, suicídio, tráfico de órgãos e muito mais. Muitos acreditam que os personagens de "Round 6" serão as fantasias de Halloween mais populares em 2021.

Alertas


O que é perturbador é que as escolas estão emitindo declarações para avisar os pais para manter seus filhos longe da série, já que as crianças estão reproduzindo as brincadeiras na escola (veja abaixo).

Por exemplo, de acordo com a CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), 
"uma escola na Bélgica está relatando que as crianças estão imitando a série no playground e batendo naqueles que perdem os jogos".
Embora possam existir temas relevantes em "Round 6" — como questões sobre economia e sociedade —, os questionamentos econômicos e sociais não estão ao alcance das crianças. Em vez disso, a violência é o foco, e ela pode ter um impacto perigoso.

Perigos da violência na mídia


Como acontece com todos os meios de comunicação social, a dramaturgia, além de possuir o poder e o grande mérito de contribuir para o crescimento cultural e humano do indivíduo, pode cercear a liberdade, especialmente dos mais fracos, quando distorce a verdade, e se situa como espelho de comportamentos negativos, com o emprego de cenas de violência e de sexo que ofendem a dignidade da pessoa, com a finalidade de "despertar emoções violentas e estimular a atenção do espectador".

Não fosse isso, porque a insistência de se "pesar a mão" em cenas de sexo e violência na maioria das produções dramatúrgicas, tanto do cinema quanto da televisão e até mesmo da literatura? E outra reflexão a ser fazer é o fato de que as produções que têm esse tipo de conteúdo, geralmente atrai um número expressivo de público, demonstrando o interesse das pessoas pelo consumo desse tipo de produto.

Liberdade de expressão?


Não pode ser definido como livre expressão artística a atitude de quem, irresponsavelmente, desperta sentimentos degradantes, cujos efeitos prejudiciais constatamos diariamente nas páginas dos jornais. É fato que a exposição a conteúdos violentos provocam efeitos espirituais negativos sobre as crianças, os adolescente e os jovens.

No caso específico das crianças, a exposição frequente à violência na mídia pode ser confusa para elas, que podem não ser capazes de distinguir prontamente entre fantasia e realidade. Em um estágio posterior, a violência na mídia pode condicionar as pessoas mais impressionáveis, especialmente os mais jovens, a considerar isso como um comportamento normal e aceitável, passível de imitação.

Outro fato é que também ninguém — nem mesmo nós, os adultos — está a salvo das consequências e sim, corre-se o risco de degradar ainda mais a sociedade.

Embora ninguém possa se considerar imune aos efeitos da violência ou a salvo de dano pelas mãos daqueles que agem sob sua influência, os jovens e os imaturos são especialmente vulneráveis e os mais propensos a serem vitimados. A violência sádica corrói as relações humanas, explora indivíduos — especialmente mulheres e jovens —, mina o casamento e a vida familiar, promove o comportamento anti-social e enfraquece a fibra moral da própria sociedade.

"Round 6" é um lembrete para todos nós de que não é espiritualmente saudável cercar-se de imagens violentas.

Alerta de especialistas


A psicóloga cristã Marisa Lobo publicou artigo pontuando aspectos negativos da série "Round 6"

Para a psicóloga, a série explora de forma negativa vários assuntos, promovendo a "banalização da violência". 
"Diferente do que acontece em filmes de ação, policiais ou de suspense, nos quais o crime é retratado da forma que merece – ou seja, sendo condenado, combatido e moralmente repudiado —, alguns filmes com conteúdos extremamente populares no mundo atual fazem o inverso disso, chegando até a romantizar situações trágicas como o suicídio"
disse ela.

De acordo com ela, 
"'Round 6' mostra um jogo sórdido onde pessoas endividadas e sem perspectiva de vida aceitam participar e lutam pela sobrevivência sendo submetidas a situações diversas.

O fato é que, nesse jogo, vale praticamente tudo pela sobrevivência, inclusive a violência extrema. Há cenas de assassinato, suicídio, sexo, pederastia, tráfico de drogas. Muito do que não presta é explorado e exibido na série Round 6" 
comentou Marisa Lobo (grifos acrescentados para efeito de ênfase).

A profissional se preocupa principalmente com a forma com que os jogos são apresentados, usando brincadeiras infantis, atraindo assim o público menor que a classificação indicativa da obra que é recomendada para maiores de 16 anos.
"Toda a violência está associada a uma linguagem infantil, que são os jogos. Com isso, crianças e adolescentes são facilmente atraídos para algo aparentemente 'inocente', mas que, no final das contas, só explora a perversidade, o terror e a zombaria de forma banalizada"
alerta ela.

Marisa Lobo também aconselha os pais: 
"Não permitam que os seus filhos assistam à série 'Round 6'. Sei que é difícil, em alguns casos, controlar isso, sobretudo com relação aos adolescentes. Nestes casos, recomendo que, antes da proibição, vocês se sentem juntos e conversem. Recomendo isto mesmo com jovens enquadrados na classificação indicativa, que é [acima] de 16 anos".

 

Palavra dos educadores


Diante da polêmica, uma escola particular do Rio de Janeiro resolveu fazer um alerta aos pais sobre os riscos que a série pode trazer para crianças.

Professores e diretores da Escola Alladin, na zona oeste do Rio de Janeiro, emitiram uma nota classificando o conteúdo como inapropriado para crianças, por saber que os pais podem não controlar o conteúdo consumido por seus filhos nas plataformas de streamings.

Além disso, foi percebido que muitos alunos pequenos estavam comentando sobre a série na escola, despertando a atenção dos professores.

Leia a nota na íntegra:

"Carta aberta aos Pais e Responsáveis

 

Prezados,

A parceria entre escola, família e sociedade é fundamental para o sucesso da Educação. Sendo assim, nosso objetivo com esta carta é alertar aos responsáveis sobre algo que temos escutado durantes os dias com nossos alunos e tem nos chamado atenção.

No dia 17 de setembro de 2021, foi lançada na NETFLIX a série 'ROUND 6'. A série coreana, com classificação etária de 16 anos, está batendo os ‘records’ de audiência, inclusive nas redes sociais como: Facebook, Instagram e Tik Tok.

O conteúdo da série que contém: violência explícita, tortura psicológica, suicídio, tráfico de órgãos, cenas de sexo, pederastia, palavras de baixo calão entre outras coisas tem sido assunto entre nossos alunos durante o recreio e horários livres.

A série, utiliza-se de brincadeiras simples de criança como: 'Batatinha frita 1,2,3',  'Cabo de guerra', 'bolas de gude' e outras, para assassinar a 'sangue frio' as pessoas que não atingem o objetivo final. O que nos causa preocupação é a facilidade com que as crianças acessam esse material.

Lembramos, apenas para informação, que canais de Streaming como a NETFLIX e outros possuem a 'Restrição de visualização por classificação etária', uma ferramenta preciosa para que nossas crianças acessem somente o conteúdo apropriado à sua idade.

Sabemos que é responsabilidade da família decidir o que é melhor para suas crianças, mas enquanto educadores temos o dever de alertar e honrar o compromisso com a Educação. Certos de sua compreensão, nos colocamos a disposição para qualquer esclarecimento que se faça necessário.

Atenciosamente, Direção" (Grifos acrescentados por mim para efeito de ênfase)

Conclusão


Eu, particularmente, só estou acompanhando toda a polêmica em torno dessa série de longe. Devo confessar que assisti só mesmo para ver do que se tratava, para ter base em minha repercussão do assunto e não gostei nem um pouco do conteúdo. 

Achei a tal série horrível sob todos os aspectos! Sinceramente, eu não sei o porque desse tipo de produção fazer tanto sucesso e atrair tanto público expectador. Mas, essa é uma opinião de alguém "supeito" para falar, já que não é mesmo fã de séries, muito menos ainda das atuais, que são a mola motriz das plataformas de stremiamigs.

Sobre a questão espiritual, à despeito de quaisquer polêmicas, eu vou terminar refletindo acerca de dois textos bíblicos que devem ser uma premissa na tomada de decisão compormental de quem se identifica como cristão. Ambos são duas orientações do apóstolo Paulo que, em análise contextual, é de aplicalibilidade atemporal.

A conveniência X a licitude


Quando se renuncia ao "tudo é permitido", por exemplo, ponto essencial das atitudes e dos comportamentos da "Geração 68" ou "Geração Anos Dourados" (aquela do slogam "sexo, drogas e rock and roll"), coloca-se a questão de saber o que não é permitido.

Perguntar o que não é permitido é colocar o problema dos limites das ordens. O apóstolo Paulo escreve duas vezes sobre o que ele chama de "coisas lícitas". Na Primeira Carta aos Coríntios, capítulo 6, versículos 12 e 13 (parte), ele afirma: 
"Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma". 
E continua: 
"...os manjares são para o ventre e o ventre para os manjares".
Ainda na Primeira Carta, Coríntios, capítulo 10, versículos 23 a 25, ele retorna à assertiva e diz: 
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas me convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam. 
Ninguém busque o proveito próprio; antes cada um o que é de outrem. Comei de tudo quanto se vende no açougue, sem perguntar nada, por causa da sua consciência".
As afirmativas de Paulo colocam claramente os problemas dos limites das ordens. Por mais que alguém se dedique a um estudo profundo da moral e da ética, duvido que chegue a uma formulação tão precisa. 

As ordens estão sempre em interação; são indissociáveis, misturam-se todo o tempo, interinfluenciam-se, no gesto que se faz ou não se faz, na trajetória de cada um, construída pelos próprios atos.

A distinção de ordens não significa a separação delas. Cada uma tem a sua lógica, mas nem por isso deixam de agir umas sobre as outras, em permanente processo de interinfluenciação recíproca.

É da síntese dessas frases que decorre a compreensão que distingue a civilização da barbárie. A essência da formulação filosófica Kantiana (A ética kantiana é a ética do dever, autocoerção da razão, que concilia dever e liberdade. O pensamento do dever derruba a arrogância e o amor próprio, e é tido como princípio supremo de toda a moralidade. Immanuel Kant [✰1724/✞1804]. "Fundamentação da Metafísica dos Costumes e Outros Escritos", editora Martin Claret, 2002, 141 páginas.) também está aí implícita: só posso praticar atos que, se generalizados, concorreriam para o bem.

[Fonte: JM Notícia, por Leiliane Lopes]

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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