Retornando à minha série especial de artigos sobre Personagens Bíblicos, vamos conhecer um pouco sobre o que se sabe (não é muita coisa) de um personagem bíblico que teve uma passagem relâmpago, mas, muito significativa na trajetória terrena de Jesus.
Os evangelhos escritos por Mateus, Marcos e Lucas relatam que Simão [o] Cirineu foi obrigado a carregar a cruz de Jesus no caminho rumo ao Calvário: Mateus 27:32, Marcos 15:21 e Lucas 23:31.
O evangelho segundo escreveu João não relata esse detalhe (19:17), mas o fato de afirmar que Jesus carregou a sua própria cruz, João não contradiz os demais evangelistas, pelo contrário, a mensagem que ali estava sendo passada é que Jesus foi o Senhor da situação, em todo o tempo.
História de Simão Cirineu
Quando se lê "Simão cirineu", imediatamente pode-se pensar que cirineu era o sobrenome de Simão, mas não. A menção "cirineu" é porque Simão era da cidade de Cirene, então pode-se dizer com mais claridade assim: "Simão, o cirineu" ou "Simão de Cirene", por exemplo.
Simão era natural da cidade de Cirene, localizada na Líbia, hoje atual Tunisia, que fica na costa norte da África. Em Cirene, de onde veio Simão, viviam muitos judeus, então podemos dizer que Simão era um judeu africano.
As especulações sobre a real origem de Simão
Cirene, conforme o dicionarista Davis, é o nome de uma importante cidade colonial da Grécia, situada no Norte da África, numa belíssima planície. É banhada pelo mar Mediterrâneo. Alguns afirmam que ela foi fundada pelos dórios, ano 632 a.C.
Estima-se que a cidade de Cirene foi fundada em 630 a.C. Durante o reinado de Alexandre o Grande, Cirene esteve debaixo de seu governo. Depois ela ficou sob a jurisdição dos Ptolomeus, e no primeiro século antes de Cristo passou a pertencer aos romanos.
Quando os Ptolomeus a dominaram, no terceiro século antes de Cristo, muitos judeus se estabeleceram em Cirene. Cirene chegou a ser reconhecida como um centro intelectual. Em seu auge, acredita-se que Cirene alcançou uma população de aproximadamente cem mil habitantes.
Cirene é mencionada na Bíblia no Novo Testamento. No texto bíblico ela é conhecida principalmente em conexão à pessoa de um de seus habitantes, Simão, o cireneu. Esse foi o homem que ajudou Jesus a carregar a cruz de Jesus.
Alguns historiadores, sem base bíblica, afirmam que ele era negro, pois nascera no continente negro, outros, no entanto, dizem quem ele era judeu de Cirene e daí o seu nome: Simão Cirineu (Mt 27:32)
Os filhos de Simão
Simão foi pai de Alexandre e Rufo. O evangelho de Jesus segundo escreveu Marcos relata esse detalhe expondo um pouco de sua família:
"E ocorreu que certo homem de Cirene, chamado Simão, pai de Alexandre e de Rufo, passava por ali, vindo do campo. Eles o forçaram a carregar a cruz" (15:21).
O Simão foi pai do mesmo Rufo que Paulo apresenta na sua carta aos Romanos:
"Saudai Rufo, eleito no Senhor, e sua mãe, que tem sido mãe pra mim também" (16:13).
A mulher de Simão, mãe de seu filho Rufo, era para Paulo como uma mãe sentimental.
Estudiosos afirmam ainda que quando Barnabé procurou Paulo para cooperar no ministério em Antioquia, ele estava hospedado na casa dos pais de Rufo (Atos 11:25,26).
Uma curiosidade sobre Simão, o Cirineu
Segundo alguns estudiosos, quando o Lucas escreveu sobre um tal de Simão Niger —
"Na Igreja em Antioquia havia profeta e mestres: Barnabé, Simeão, conhecido por seu segundo nome, Niger, Lúcio de Cirene, Manaém que era irmão de criação de Herodes, o governador, e Saulo" (At 13:1).
— ele estava se referindo ao mesmo de Marcos 15:21 e, portanto, pai de Rufo.
Lucas, o médico, no seu livro histórico, afirma que os judeus de Cirene, bem como os libertinos, fundaram uma sinagoga em Jerusalém. Alguns desses cirinenses se tornaram cristãos e Lucas ainda diz que os cireneus entrando em Antioquia falaram aos gregos, anunciando o Senhor Jesus.
Lucas ainda assevera que na igreja, que estava em Antioquia, havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, Simeão, chamado Níger e Lúcio Cirineu e Manaem, que fora criado por Herodes, o tetrarca.
Essa especulação de que Simão fosse negro — especulação essa que não faz a menor diferença, dita-se de passagem — seja porque Lucas diz que na igreja de Antioquia havia um tal de Simeão, que era chamado de níger, isto é, negro. O dicionarista afirma que as extensas ruínas de Cirene ainda existem com o nome de El-Ksenna (At 11:20; 13:1).
Simão cireneu se tornou um cristão?
O que podemos aprender?
Simão, o cirineu, foi obrigado a carregar a cruz que Jesus carregava, mas não suportou. A verdade é que quem era esse Simão? Não se sabe. Alguns acham que era um escravo, um negro, um judeu e por aí vai. Achar não é ter certeza. A cruz, no entanto, não era somente dele e muito menos de Jesus, na verdade ela era nossa.
Embora a Bíblia não afirme isto diretamente, muito provavelmente Simão o cireneu se tornou um cristão. Quem sabe ele tenha reconhecido Cristo como seu Salvador ao presenciar tudo o que ocorreu no Calvário?
De qualquer forma, seus filhos são mencionados como pessoas que pertenciam ao círculo cristão de Roma. Marcos faz questão de dizer:
"Simão, o pai de Alexandre e de Rufo" (Mc 15:21).
Os cristãos obviamente sabiam de quem ele estava falando.
Em sua Carta aos Romanos, o apóstolo Paulo muito provavelmente faz menção a esse mesmo Rufo, filho de Simão cireneu. Ele escreve:
"Saúda a Rufo, eleito no Senhor, a sua mãe e minha" (Romanos 16:13).
Se de fato for o mesmo Rufo, então o apóstolo tinha um apresso maternal para com a esposa de Simão cireneu. Alguns também identificam Simão cireneu com o Simeão citado em Atos 13:1
Realmente pouco se sabe sobre a história de Simão cireneu. Mas tudo parece indicar que aquele ato, inicialmente forçado, de carregar a cruz de Jesus, resultou numa bênção permanente que alcançou sua vida e sua casa. Embora Simão cireneu tenha carregado literalmente a cruz de Jesus, ele se tornou um exemplo da devoção esperada a todos os seguidores genuínos do Senhor.
Não há informações sobre a morte de Simão de Cirene, contudo podemos entender que após a morte de Jesus, ele se tornou um cristão ou no mínimo um simpatizante do evangelho, não sabemos se já o era, já que os relatos sobre a igreja primitiva o apresentam, ao lado de sua família, como alguém que hospedava missionários.
Conclusão
Gióia Júnior (☆1931/♱1996), o vate, refutando um poeta, numa linguagem poética, no final, encerrando tudo com uma chave de ouro, assim se expressou:
"Isso disse um poeta certo dia, numa hora de busca da verdade; mas, não aceito essa filosofia que contraria a própria realidade. O berço, o jumentinho e o suave pão, os peixes, o barquinho, o quarto e a sepultura, eram dele a partir da criação, 'Ele os criou' — assim dizem as Escrituras. Mas a cruz que ele usou — a rude cruz, a cruz negra e mesquinha onde meus crimes todos expirou. Essa não era sua, essa cruz era minha."
O poeta, refutado por Gióia, o batista e filho de pastor batista, dissera que o berço, o jumentinho, o pão, os peixes, o barquinho, o quarto e a sepultura tudo fora emprestado para Jesus.
Parafraseando, com todo respeito, o grande poeta Gióia, posso, também, me incluir e dizer que a cruz que o habitante de Cirene não conseguiu carregar era minha e de todos os cristãos. Jesus, na rude cruz, nos libertou da pena e do poder do pecado e quando adentrarmos a glória celestial, seremos libertados da presença do pecado.
'...Junto à cruz, ardendo em fé,Sem temor vigio;Firme até a Pátria ver,Santa além do rio...'
Hino 172, denominado "Ao Pé da Cruz", Hinário Presbiteriano, tradução do grande escritor e primeiro evangelista presbiteriano, Júlio Ribeiro (☆1845/♱1890), idealizador da Bandeira dos paulistas. Conheça os seus livros. A cruz que se diz que era de Cristo era minha, era sua, era nossa!
[Fonte: Projeto Gospel]
A Deus toda glória.
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