sábado, 29 de fevereiro de 2020

ACABA-SE O CARNAVAL, FICAM-SE MAIS QUE 50 TONS DE CINZA


Christian Grey (Jamie Dornan), personagem do filme "50 Tons de Cinza" (EUA, 2015)

O Carnaval é considerado pela maioria como um dos eventos populares mais democráticos dentre os existentes. É uma festa que não tem raça, não tem classe social, não tem gênero e, cada vez mais, não tem mesmo nem credo. Pessoas de todas as idades – de bebês a vovôs –, famílias inteiras formam um bloco unânime em seu propósito e diverso em seu contexto inclusivo. 

É sempre a mesma coisa. Inicia-se o ano e muitos são os que já começam a viver sob o clima do carnaval. E na formação desse arcabouço alegórico, as fantasias – e em casos mais, digamos, "específicos", até mesmo a quase total falta delas – dão formas às criatividades e conseguem o feito hercúleo de ocultarem feridas e cicatrizes causadas pela inexorável realidade. 

E foi-se o tempo em que Pierrots e Colombinas ocupavam a corte momesca. Hoje em dia, cada vez mais os foliões dão asas à imaginação e voam alto, nem sempre respeitando os limites da decência, do bom senso e ultrapassando velozmente as fronteiras do ridículo. Tudo sob a égide da "alegria". É o bloco do vale tudo no compasso rítmico da insensatez. 

O carnaval na atualidade também se beneficia e muito do avanço tecnológico, quer seja em seu aspecto técnico, como também em sua forma de espetáculo. E, para fazer parte desse "novo Carnaval", anônimos e celebridades não medem esforços no sentido de dar ao evento o glamour que alimenta a mídia. Neste sentindo, não se vai só atrás dos trios elétricos, mas atrás dos holofotes midiáticos também. 

E este é o carnaval que a televisão e a internet mostram, promovem. O que acontece nos "bastidores", as orgias, as imoralidades, o alto consumo de substâncias entorpecentes, as violências... enfim, a realidade bizarra dos cortejos fantasiados, são ocultados pelo brilho, pelas maquiagens, afinal, o que vale é a alegria, não é mesmo? Nesse ínterim, os gritos de socorro são ensurdecidos pelos ziriguiduns. E as depressões anestesiadas pelo placebo da euforia. 

Qual a origem do Carnaval?


O Carnaval é uma tradicional festa popular realizada em diferentes locais do mundo, sendo a mais celebrada no Brasil. Apesar do forte secularismo presente no Carnaval, a festa é tradicionalmente ligada ao catolicismo, uma vez que sua celebração antecede a Quaresma. O Carnaval não é uma invenção brasileira, pois sua origem remonta à Antiguidade. 

Apesar do fato de muitos estudiosos entenderem o Carnaval como uma "festa cristã" (Isso mesmo!), por causa de ser uma festa que antecede ao período do jejum quaresmal, em que os católicos tiram para fazer sua "consagração", suas características pagãs são que delineiam sua essência profana. 

No Carnaval, dadas as devidas distinções regionais, o que se vê em seu escopo é seu caráter de subversão de papeis sociais. A transformação temporária de um prisioneiro em rei e a humilhação do rei frente ao seu deus. Essa subversão de valores sociais vem à tona, por exemplo, no hábito de homens vestirem-se de mulheres e outras práticas semelhantes. 

A associação entre o Carnaval e as orgias pode ainda relacionar-se com as festas de origem greco-romana, como os bacanais (festas dionisíacas, para os gregos). Seriam eles dedicados ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcados pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne. 

Conclusão 

Os dias seguintes após o Carnaval 


Pois é. Mas, para o desespero dos foliões entorpecidos pela "magia do Carnaval", eis que ele chega ao fim. Apagam-se as luzes, desmontam-se as passarelas do samba e dos demais ritmos, retiram-se as fantasias e recolhem-se os confetes e as serpentinas. É hora de encarar a realidade com seu tom pastel. Estão de volta as crises, as dívidas, os desafios, as responsabilidades. É hora de encarar as dores e rever as cicatrizes – em muitos casos, agora bem maiores que antes. A dureza da realidade em pouquíssimo tempo esmaga o furor da euforia, reduzindo-o a pó, ou melhor, em cinzas nos seus bem mais que 50 tons. 

Uma pergunta deve ser feita para reflexão, mesmo que a resposta a ela não corresponda à verdade dos fatos: valeu mesmo a pena? E não se pode precipitar a responder em palavras sem que antes se faça uma minuciosa análise lá onde ficam armazenados os reais registros da vida: na consciência, essa inseparável companheira, invencível inimiga do sono e que costuma fazer pesar a cabeça como toneladas de chumbo sobre o travesseiro. 

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

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