Queridos, quando nos encontramos em uma situação de desafios pessoais, quando as circunstâncias e a situação nos são adversas, não são raras as vezes em que o adversário vem nos confrontar com essa pergunta, colocando esse questionamento em nossa mente, em nosso coração:
"Onde está [o seu] Deus?"
Essa pergunta vem sobre nós com um grande peso. É uma pergunta perturbadora e se nos encontra emocionalmente vulneráveis - e em situações extremas, sempre estamos emocionalmente vulneráveis - é tudo o que o adversário precisa para colocar em nós a dúvida de quem somos, de quem é Deus ou onde Ele está. É quando passamos por uma crise de identidade espiritual.
E não devemos subestimar os ardis do adversário (2 Coríntios 10b,11). Ele está sempre à espreita (1 Pedro 5:8). Acredite você ou não, mas o mal é real. E existe um responsável que é nosso inimigo e ele não perde tempo e nem oportunidade para tentar nos derrubar. O interessante que assim como diz o versículo, ele fica ao derredor fazendo barulho, isso porque ele trabalha com a mentira, o engano e a confusão, fazendo com que nós mesmos façamos as escolhas erradas. Por isso devemos vigiar e guardar a Palavra de Deus, para podermos andar no caminho certo, evitando dor e sofrimento.
Os pensamentos de Deus X as mentiras do diabo
Veja o que diz Deus ao nosso respeito:
"'Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito', diz o Senhor; 'pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais'" (Jeremias 29:11).
E esta promessa foi confirmada por Jesus, veja:
"Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém" (Mateus 28:20).
E tem uma palavra na epístola de Judas que reforça - mesmo não sendo necessário nenhum reforço, já que nos basta o que foi dito por Jesus - ainda mais essa palavra ao nosso coração:
"Àquele que é poderoso para impedi-los de cair e para apresentá-los diante da sua glória sem mácula e com grande alegria, ao único Deus, nosso Salvador, sejam glória, majestade, poder e autoridade, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, antes de todos os tempos, agora e para todo o sempre! Amém" (24,25).
Mas, uma coisa é certa. O inimigo sempre tentará contra nós e, já que não pode nos tocar (1 João 5:18b), ele, então, tem como alvo a nossa mente, o nosso intelecto, por isso que o apóstolo Paulo, ao escrever sua epístola à Igreja em Éfeso, nos orienta a que mantenhamos a cabeça coberta pelo capacete da salvação (Efésios 6:17).
O capacete da salvação significa a segurança da salvação que protege a mente do crente das dúvidas e medos lançados por satanás - ele é usado em conjunto com o escudo da fé (que, inclusive, deve ser empunhado antes, ou seja, é a fé que impedi, que neutraliza o progresso da seta atirada pelo maligno em seu alvo: a nossa mente), para, conforme diz o apóstolo, apagar (ou seja, aniquilar, destruir mesmo) as sugestões de satanás, que são os chamadas de "dardos inflamados do maligno" (6:16). Confiando plenamente na fidelidade de Deus, todo cristão verdadeiro pode ser confortado com a certeza de sua salvação; e isto é fundamental na batalha espiritual durante esta vida terrena.
Uma das mentiras do diabo é nos fazer pensar que não haverá nenhuma empolgação ou alegria no céu. E que será um evento triste e melancólico. E que nenhuma emoção sentiremos ao receber a coroa da vitória. O inimigo sempre tenta nos convencer que a vida nos céus é uma vida fria, sem prazer algum. E assim, nos estimula a correr atrás de uma conquista temporal, passageira e perecível aqui na terra.
O apóstolo também combina essa analogia com uma passagem do Antigo Testamento. Nela o profeta Isaías fala figuradamente do Senhor usando o capacete da salvação em Sua cabeça (Is 59:17). O interessante é que Paulo empresta essa referência para revelar que Deus concede esse capacete da salvação aos seus soldados eleitos.
Um dos elementos dessa armadura é justamente o capacete da salvação. O capacete é fundamental na proteção da cabeça de um soldado. Nos tempos antigos o capacete de um soldado era geralmente feito de ferro, bronze e couro. Esse equipamento de segurança era amplamente usado, pois no campo de batalha a cabeça de um soldado era sempre um alvo muito procurado por seus inimigos.
E o diabo, em sua ousadia extrema, teve o desplante de tentar usar essa mesma estratégia contra o próprio Jesus. Veja a passagem na qual Jesus é tentado por ele. O tempo todo ele procura fazer com que Jesus tenha dúvidas de quem Ele era, de quem Deus é e do que em Deus Ele podia (Mateus 4:1-12):
"Se tu és filho de Deus..." (v.6a), "...se, prostrado me adorares..." (v.9b),
Mas Jesus, que não tinha nenhuma crise de identidade, o venceu contra atacando-o com a Espada (a Palavra - Hebreus 4:12).
O diabo e seus ardis
Esta foi a linha de argumentação do diabo. A mesma linha de argumentação usada pelo gigante filisteu contra o exército de Israel (1 Samuel 17:8-11):
"...Escolhei dentre vós um homem que desça a mim. Se ele puder pelejar comigo..." (vs.8b,9a).
Foi essa a argumentação dele com Eva, lá no jardim do Éden: a sugestão, ele atuou justamente ali, na mente, no intelecto, no raciocínio, na razão, no entendimento, lançando dúvidas e distorcendo o que Deus havia dito (Gênesis 3:1-5).
O dilema de Asafe
Ainda teve o caso do salmista Asafe, que, alimentado pelo sentimento de dúvida em seu coração, se achou no direito de "colocar Deus na parede" (leia no Salmo 73, o "desabafo" do salmista e a que conclusão ele chegou no final). O salmo 73, o salmo de Asafe, um dos principais cantores em Israel nos dias de Davi, cuja idade devia oscilar entre os 60 e os 70 anos quando escreveu o salmo, homem dedicado e líder do coro, relata o conflito, o dilema, quando, em um determinado momento, seu autor passa a olhar a vida a partir de um único ângulo, de um único lado da história. Ele olha o mundo e percebe que está tudo errado e confuso demais para ele.
E qual era seu o dilema?
Por que o justo sofre, enquanto o ímpio prospera? Por que coisas boas acontecem com pessoas más e coisas más acontecem com pessoas boas? Porque homens santos como Jeremias, Isaías, João Batista, Estevão e o apóstolo Paulo são martirizados enquanto homens ímpios como Herodes e Nero governam o mundo? Por que aqueles que escarnecem de Deus se tornam ricos e desfrutam dos prazeres deste mundo e aqueles que são fiéis a Deus passam por dificuldades?
A fim de tentar entender um pouco esse dilema, do salmo 73, veremos, primeiro, em que Asafe acreditava sobre Deus.
- 1 - Asafe, como todo judeu, tinha sua fé alicerçada na bondade de Deus. Para ele, Deus era o Deus de Israel e era bom para os israelitas que eram puros de coração. Este era o chão sólido que os pés de Asafe estavam firmados.
- 2 – Não é assim que acreditamos também? Esperamos que a nossa fidelidade, a nossa dedicação, santificação, abnegação e renúncia seja retribuída com bênçãos por Deus. E é o fundamento da nossa compreensão de Deus também. Sabemos que Deus é bom, que Deus nos ama, que nos escolheu, que nunca nos abandonará, que cuidará de nós e nos abençoará se formos fiéis a Ele.
Esta também era a fé de Asafe. Ele cresceu ouvindo que Deus era bom para os justos, porém, ao olhar em volta, parece que a realidade do mundo está em desacordo com o que havia aprendido e acreditado.
No entanto, subitamente, ele começa a colocar em dúvida essa bondade de Deus. Apesar de ter crido na justiça e misericórdia do Senhor durante toda a existência, houve um dia no qual pressentiu estar pisando no terreno da apostasia. Ele disse:
"Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés" (v.2).
Asafe percebeu que seus pensamentos o estavam guiando a um caminho escorregadio. Na realidade, ele descobriu que faltou muito pouco para que abandonasse a fé. Três coisas que Asafe invejou dos ímpios:
- A saúde dos ímpios (v. 4);
- Não há fardo no trabalho deles (v. 5);
- A vida deles é um sucesso (v. 12b).
As consequências dos dardos inflamados da dúvida
Asafe ficou como quem não raciocina direito. Como quem não sabia o que realmente estava falando. Estava cego como o moço (Geasi) de Elizeu. Só via o exército do inimigo na frente dele, não enxergava os carros e cavaleiros de fogo pelejando por ele (2 Reis 6:15-17). A cegueira de Asafe o fez esquecer-se de onde Deus o tirou, de onde Deus o salvou com mão forte.
Conclusão
Algumas vezes usamos nossos sentimentos para ajudar-nos a decidir o que deve ser feito. Muitas vezes baseamos nossas decisões em maus conselhos ou nas circunstâncias. Em gente mais cega que a gente, tentando nos guiar. Só que isso não é bom. Às vezes decidimos fazer algo só porque todo mundo está fazendo e é popular. Isso não é bom também.
Mas só há uma orientação em que podemos confiar, que nos aponta a direção certa. Esse norte é a Bíblia Sagrada, a bússola dos salvos (Sl 119:105)!!! O importante não é o que as pessoas tem, mas o que elas são diante de Deus. Nada adianta ser bem sucedido aqui, mas não saber aonde vai passar a eternidade.
Sim, vale a pena servir a Deus. Vale a pena ser fiel.
As provações que nos sobrevêm mudam as nossas prioridades. Sentimos vontade de buscar o que é eterno e imaterial. De alguma forma a dor nos leva para mais perto do Senhor. Passamos pela prova mais íntimos de Deus do que quando entramos nela (Romanos 8:25-28; 2 Coríntios 4:15-18).
O bem supremo na vida não é a prosperidade, nem a ausência de dor, mas a proximidade de Deus. O grande propósito de Deus neste tempo presente não é enriquecer o crente ou empobrecer o descrente, mas manter na sua presença pessoas dependentes Dele como eu e você. Onde o verdadeiro próspero na vida é o que toma posse da comunhão com Deus.
O bem supremo na vida não é a prosperidade, nem a ausência de dor, mas a proximidade de Deus. O grande propósito de Deus neste tempo presente não é enriquecer o crente ou empobrecer o descrente, mas manter na sua presença pessoas dependentes Dele como eu e você. Onde o verdadeiro próspero na vida é o que toma posse da comunhão com Deus.
As certezas [que podemos chamar de: graça] que temos e que é o que nos basta:
- A presença de Deus (vv. 23a, 26, 28a) - Asafe percebe a realidade da presença de Deus. Ele viu que tinha a maior riqueza de todas, que o ímpio não podia ter: a presença de Deus.
- O sustento de Deus (v. 23b) - Asafe, sendo da tribo de Levi, sabia muito bem que Deus era o seu sustento. Asafe não precisava invejar o ímpio, pois Deus o tomava pela mão todos os dias.
- A direção de Deus (v. 24) - Asafe viveu um momento de dúvida da fé, mas, mesmo assim Deus o guiara e direcionara seus passos (v.24). Toda vez que Asafe tentava encontrar o caminho que deveria seguir, Deus lhe dava a direção, o conselho, a bússola, a sua Santa Palavra, que é a Bíblia Sagrada.
Não se deixe enganar: o que sair - ou passar - disso, ignore, vem do maligno.
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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