segunda-feira, 29 de abril de 2019

DISCOS QUE EU OUVI - 51: "É PROIBIDO PENSAR", JOÃO ALEXANDRE


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A evolução dos tempos é algo que independe de nossa vontade e o fenômeno evolutivo tem atingido, também, às igrejas evangélicas espalhadas pelo Brasil afora.

Houve um tempo, inclusive, em que muita coisa não era aceita dentro dos templos, como, por exemplo: mulher de calça comprida; de brinco na orelha; membros não podiam ir à praia; homem não podia usar barba ou cabelo grande e outras proibições mais! 

Embora não concordasse que tais restrições comportamentais significassem fatores de extrema comunhão da membresia com o Criador, entendo, até hoje, que o excesso, igualmente, não seja benéfico para que os fiéis tenham o coração em perfeita sincronia com as coisas de Deus.

Uma questão fundamental nesse sentido é (e será sempre) entender que a igreja é local de adoração ao Senhor. Tendo isto como parâmetro primordial há que se sopesar sobre o quê é ou não agradável, aos olhos do Altíssimo, acontecer dentro da nave da igreja onde O cultuamos. E não é somente ali: nossos atos precisam testificar de que somos especiais. Especiais no sentido de agirmos de acordo com as predições bíblicas, cumprindo os desígnios estabelecidos aos seguidores de Cristo e que, ao final, tornar-se-ão em bênçãos para os que perambulam à margem e à míngua da vida em abundância descrita em João 10:10.

Sinais (ou seriam finais?) dos tempos 


O que nos causa espécie é perceber que o grau de satisfação com a vida - falo de alguns de nós, cristãos - sempre fica à mercê e dependente do famigerado "algo mais!"

O cruel é perceber, também, que essa necessidade desenfreada não tenha gênese nos dias em que vivemos. Muito pelo contrário! Já no velho testamento temos notícia da dificuldade sentida por Moisés na condução do povo à cidade prometida. O que a gente constata é que ainda temos hoje verdadeiros clones de Datã, Coré e Abirão por aí. Mas nem tudo está perdido nesse panteão lodoso do cenário gospel.

Sobre João Alexandre


No final dos anos 60 teve início o grupo Vencedores por Cristo, sob a liderança do missionário Jaime Kemp. A iniciativa almejava ser mais do que apenas um grupo musical, mas também um celeiro para que universitários e pré-universitários pudessem usar a música como um instrumento para falar do amor de Deus. 

Até os anos 80 mais de 450 pessoas haviam passado pelas equipes VPC. Neste período surgiu uma série de grupos com uma proposta sonora pioneira para a época. Entre eles, Milad (que canta "Não Tenhas Sobre Ti"), Logos (que canta o super clássico "Autor da Minha Fé"), Rebanhão (com Janires, Carlinhos Félix, Zé Canuto e Pedro Braconot, que canta a maravilhosa "Casinha"), Coral Renascer, Shirley Carvalhaes (que canta "Faraó ou Deus?"), Luiz de Carvalho (✰1925/✞2015, que canta "Quando Jesus Estendeu Sua Mão"), entre outros, que passaram a mudar o cenário musical evangélico. 

Em 1986 o grupo Milad gravou seu primeiro álbum. Ainda se chamavam Água Viva e assim como seu contemporâneo, o grupo Logos, liderado pelo pastor Paulo César (ex grupo Ello) também realizavam apresentações evangelísticas. Entre os seus membros estava João Alexandre, que hoje é sinônimo de musica cristã com qualidade e comprometimento com os princípios bíblicos. 

Ainda nos anos 80 João Alexandre descreveu o Brasil em verso e prosa. Naquela época, a canção "Pra cima Brasil" virou hit nas igrejas e até fora delas. Tinha uma letra bonita que versava sobre críticas sociais, que explicavam o repúdio de um cidadão cristão inconformado e preocupado com o futuro da nação. 

"É Proibido Pensar"

O disco


Em 2007, com quase 25 anos de carreira, ele estava em fase de divulgação de seu décimo quarto trabalho, o polêmico "É Proibido Pensar", desta vez não só indignado com a corrupção do país, mas também com a superficialidade nas atitudes e postura da Igreja que esta tendo reflexo nas letras da música gospel nacional. O álbum foi gravado entre julho e setembro de 2007 e foi distribuído pela VPC. 

O repertório tem início com 'Na Tua Presença' que traz uma interpretação violão e voz de João. O hino é uma confissão comum a todos os cristãos do mundo que versa sobre o lugar de onde nunca deveríamos sair. 

'Credo Apostólico' é uma adaptação de uma letra de Stênio Nogueira. A canção que exalta a Divina Trindade (Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo) vem com um belo arranjo de cordas. 

Uma parceria entre João e Guilherme Keer gerou 'Te Vejo Poeta'. O louvor é uma poesia belíssima. 
"Te vejo poeta, quando nasce o dia e no fim do dia, quando a noite vem. Te vejo poeta na flor escondida... Contudo um poema, Tua obra de arte, destacasse à parte, numa cruz vulgar". 
Entenderam? 

A VPC também distribuiu o álbum de Guilherme que tem como título esta canção. O disco lançado em 2007 vem com play back incluso. 

"Deus tem Seus colaboradores diretos quando se trata de Seus filhos!" 
'Anjos' é outro hino de Stênio Nogueira. Neste ele versa sobre casos relatados na Bíblia onde a participação dos anjos foi marcante na vida das pessoas. 

Num álbum desses todas as músicas se destacam, mas 'Feirante' é sensacional. Poesia linda com tema inusitado, além de ritmo brasileiro cativante e envolvente. De certa forma relembra um pouco a canção 'Casa Grande' do CD "Voz, Violão e Algo Mais". 

A música é uma homenagem aos feirantes, mas traz uma mensagem bíblica embutida nas entrelinhas de sua letra. Diz assim no encarte: 
"Nesta canção, o compositor juntou todos os conselhos de sua avó feirante e decidiu, em forma de poesia, perpetuá-los numa melodia rica de harmonia simples! Quem sabe, a coroa da vida seja 'um sonho de açúcar mascavo embrulhado num papel de seda azul' e o Céu seja a 'Quitanda da esperança', onde um dia nos encontraremos". 

'Paz e Comunhão' versa sobre hospitalidade e dos frutos provenientes de vivermos em harmonia com familiares, amigos e vizinhos. Como não podia deixar de ser, tudo de forma bem poética. 

'É Proibido Pensar'

A música

A faixa título é a quem tem gerado certa polêmica por causa da letra. Confesso que também fiquei surpreso ao ouvir a crítica do João. Mas creio que não se deve fazer tempestade em um copo de água, até porque a música não cita ninguém diretamente. 

Se percebermos bem, a música foi feita não como uma crítica, mas como um alerta para a infertilidade do pensamento cristão que tem sido observado no excesso de repetições de temas na música gospel nacional. Trata também de forma bem sutil da comercialização do evangelho e o que isso causado no nosso meio. A questão levantada na letra são alguns erros doutrinários e não o fato dele gostar ou não de determinado ministério. 

Numa entrevista de João Alexandre sobre a polêmica música É proibido pensar, ele menciona a definição de fé insculpida na epístola aos Hebreus 11:1, destacando a parte in fine do versículo que diz ser a fé a certeza das coisas que não se vêem, o quê, segundo Alexandre, seria um paradoxo com a exposição da fé, na tela da TV, por exemplo, uma vez que sendo a fé algo invisível como poderia ela ser mostrada ao vivo e a cores? 

É interessante ressaltarmos que o apóstolo Paulo concita-nos a apresentarmos nosso culto racional (Romanos 12:1). Na mesma entrevista concedida ao programa Mistura Musical de Marcello Cunha, na Rádio Futura, transmitido pela net João Alexandre fala, destacadamente, sobre essa questão. Realmente, não somos seres robotizados, fosse assim, Deus não nos dotaria de livre arbítrio. Mas, ao mesmo tempo em que dispomos do poder de escolha, o Pai não esconde de nós as maravilhas reservadas aos que o seguem em espírito e verdade. 

João Alexandre não é iniciante em expor opiniões acerca do "evangelismo novo" voltado para a busca e a "certeza" do alcance da prosperidade difundida, a ferro e fogo, por alguns tele-pastores. Há mais de dez anos atrás ele compôs 'Tudo é Vaidade', com plena ênfase ao mesmo tema desenvolvido em É proibido pensar e que não gerou tanta discussão quando foi lançada. 

Confira a letra de 'É Proibido Pensar'


Procuro alguém pra resolver meu problema Pois não consigo me encaixar neste esquema São sempre variações do mesmo tema Mera repetições 
A extravagância vem de todos os lados E faz chover profetas apaixonados Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados Com suas canções 
Está de bem com vida é muito mais que renascer Deus já me deu sua palavra E é por ela que ainda guio o meu viver  
Reconstruindo o que Jesus derrubou Re-costurando o véu que a cruz já rasgou Ressuscitando a lei pisando na graça Negociando com Deus 
No show da fé milagre é tão natural Que até pregar com a mesma voz é normal Nesse evangeliquez universal Se apossando do céus 
Estão distantes do trono, caçadores de Deus Ao som de um shofar E mais um ídolo importado dita as regras Pra nos escravizar. 
É proibido pensar (5x)  
Procuro alguém pra resolver meu problema Pois não consigo me encaixar neste esquema São sempre variações do mesmo tema 
Meras repetições 
Meras repetições É proibido pensar
Polêmicas a parte, musicalmente falando 'É Proibido Pensar tem uma pegada contagiante. Excelente!
 
'Pai Nosso' é uma regravação que também esteve no repertório do disco "O melhor de João Alexandre". O texto é baseado na oração ensinada por Jesus e registrada em Mateus 6 e Lucas 11. 

A seguir temos o hino tradicional 'Que Segurança' de autoria de Fanny Jane Crosby. Este hino foi composto por esta mulher que era cega e mesmo assim "enxergava" através da luz da esperança e encontrava sua segurança nos braços do Pai, onde sua alma podia cantar em louvor a Ele. 

Num álbum deste naipe não podia faltar um sambinha. 'Trabalho Esperança' é outro fruto da parceria com Guilherme Keer. E que fruto! 
"A vida é muito curta para ser desperdiçada. Na batalha diária de todos nós, sem exceção, o melhor é correr atrás do que é eterno, já que do pó viemos e ao pó voltaremos". 

'Vou Pescar' confirma Stênio Nogueira como um dos maiores compositores evangélicos do Brasil. O hino, inspirado na passagem relatada em João 21, onde Jesus aparece a Pedro depois de ressuscitado, é uma composição muito bela. Os arranjos do naipe de cordas dão um toque a mais na canção. 

O repertório termina com 'O Que Bem Quiseres' que é uma oração de contrição e entrega a Deus de nosso coração, leia-se aqui, vontades e desejos. 

Conclusão


Além deste magnífico trabalho a VPC também está distribuiu o livro "Músico – Profissão ou Ministério?", escrito em parceria com Luciano Garruti Filho. 

Ainda falando da época mosaica, somos sabedores que em determinado momento da história daquela peregrinação pelo deserto, em virtude da desordem em que o povo vivia, Jeová chamou a Moisés e ditou um código de conduta com sanções aos que o descumprissem. São as famosas Tábuas da Lei, precursora de diversos ordenamentos jurídicos espalhados pelo mundo. 

Em nossa pátria temos a Constituição Federal, tida como a Lex Mater, sendo ela a bússola norteadora da nação brasileira. Na igreja onde congrego e sirvo como pastor existe o dispositivo permissor a que tenhamos a liberdade de cultuarmos ao Senhor nos diversos templos espalhados pelo solo nacional. Lá, não pregamos placa denominacional, pois acreditamos na Igreja como uma representante única do Reino de Deus.

Esta é minha deixa para abordar aqui neste capítulo da série especial Discos Que Eu Ouvi o excelente CD "É Proibido Pensar". A canção-título critica os modismos praticados por algumas denominações, principalmente usando a mídia televisiva como veículo, trazendo o entendimento de que a essência do cristianismo está sendo posta de largo por conta da política de prosperidade promovida por alguns líderes pastorais. Este é um triste fato e por tudo isso o disco de João Alexandre é uma das melhores obras da música cristã contemporânea e, obviamente, irá receber o meu seleto carimbo de
A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
   E nem 1% religioso.

domingo, 28 de abril de 2019

CANÇÕES ETERNAS CANÇÕES - "WITH OR WITHOUT YOU", U2

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De todas as canções do um tanto quanto conceitual álbum "The Joshua Tree", 'With or Without You' talvez seja a mais velha, com sua origem nos tempos longínquos da The Unforgettable Fire Tour. O vocalista da banda, Bono, foi a força motriz por trás da canção, criando uma estrutura de acordes que foi gravada como uma demo pela banda no fim de 1985. 

Esta canção foi sem sombra de dúvidas um dos maiores hits da década de 1980 e, apesar dos vários outros sucessos da banda irlandesa, ela é uma das de suas principais referências. Por aqui, a música fez parte da trilha sonora internacional da novela "Mandala", de Lauro César Muniz, exibida entre 1987 e 1988, no horário das 20 horas. Vamos à letra. 

'With or Without You'
U2


See the stone set in your eyes
See the thorn twist in your side
I'll wait for you
Sleight of hand and twist of fate
On a bed of nails she makes me wait
And I wait, without you
With or without you
With or without you

Through the storm we reach the shore
You give it all but I want more
And I'm waiting for you
With or without you
With or without you

I can't live
With or without you
And you give yourself away
And you give yourself away
And you give
And you give
And you give yourself away

My hands are tied
My body bruised, she's got me with
Nothing to win and
Nothing left to lose

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give
And you give
And you give yourself away
With or without you
With or without you

I can't live
With or without you
Oh
With or without you
With or without you
I can't live
With or without you
With or without you

Tradução


'Com ou sem você' U2 
Veja a pedra nos seus olhos 
Veja a torção do espinho ao seu lado 
Eu vou esperar por você 
Truque de mão e virada de destino 
Em uma cama de unhas ela me faz esperar 
E eu espero sem você 
Com ou sem você 
Com ou sem você 

Através da tempestade chegamos à costa 
Você dá tudo, mas eu quero mais 
E eu estou te esperando 
Com ou sem você 
Com ou sem você 
Eu não posso viver 
Com ou sem você 

E você se afasta de si mesmo 
E você se afasta de si mesmo 
E você dá 
E você dá 
E você se afasta de si mesmo 

Minhas mãos estão atadas 
Meu corpo machucado, ela me pegou 
Nada para ganhar e nada a perder 
E você se afasta de si mesmo 
E você se afasta de si mesmo 
E você dá 
E você dá 

E você se afasta de si mesmo 
Com ou sem você 
Com ou sem você 
Eu não posso viver 
Com ou sem você 
Oh com ou sem você 
Com ou sem você 
Eu não posso viver 
Com ou sem você 
Com ou sem você

A história da canção


Quando as sessões para o próximo álbum do U2 realmente começaram em 1986, todos os membros da banda menos Bono estavam cansados dos sons simplistas de 'With or Without You'. O guitarrista The Edge, o baixista Adam Clayton e o baterista Larry Mullen Jr. pensavam que a canção estava presa em um loop. Seguindo o conselho dos co-produtores Brian Eno e Daniel Lanois, os membros tentaram adicionar algo novo para a faixa tocando mais alto, mais forte ou adicionando toques eletrônicos. Nada parecia funcionar, então o U2 e os produtores estavam prestes a desistir da canção.

Bono foi o único que se recusava a desistir, e a canção significava muito para ele. Ele tinha escrito a letra sobre seu duplo papel como uma estrela do rock e como marido quando ele visitou o Sul da França pela primeira vez, e sentiu que estava expressando algo puro em 'With or Without You' - ou seja, ela é uma canção auto confessional. Seu amigo, Gavin Friday, concordou e ajudou Bono a rearranjar a faixa no estúdio.

Entrando em consenso


Friday estava convencido que ela poderia ser um sucesso; os outros começaram a mudar de ideia também. Eno adicionou um teclado mais curto, Clayton descobriu os sombrios tons do baixo, Mullen encontrou o lugar certo para sua bateria explodir. A maior contribuição do The Edge foi com seu uso da "Guitarra Infinita", um instrumento que havia sido desenhado por um colaborador seu, Michael Brook. Ele enviou para Edge uma das guitarras – criada com a ideia de ser capaz de sustentar as notas infinitamente – e ele a usou em 'With or Without You'.
"Para 'With or Without You' nós tínhamos o ritmo e os acordes então testamos a invenção do Michael Brook, a Guitarra Infinita"
disse Lanois a revista Mojo em 2008. 
"Eu pedi ao Edge apenas para tocar algo com ela. Ele fez duas tentativas e são elas que estão na mixagem final de 'With or Without You'. Belos sons, estratosféricos."
Essas lentas notas que cresciam bastante talvez sejam os sons mais distintos da canção, apesar do guitarrista ter afirmado que sua parte favorita ser o que ele faz no final da música. Qualquer guitarrista apontaria para um solo como um destaque, mas Edge gosta do gentil arranjo de acordes cintilantes que aparecem no fim da canção. Bono ficou estupefato com a adição.
"Era claro no início que aquilo era um pouco especial"
disse o cantor a Rolling Stone. 
"A canção toda é construída em um crescimento. Ela se abre e desce, e depois retorna. Todo mundo no local falava 'Ok, Edge, vamos ver se você pode soltar fogos-de-artifício aqui.' Três notas – controle. Estou falando de um controle psicótico, e é isso que arranca seu coração, não o refrão."
Edge estava extremamente feliz de demonstrar aquele controle no documentário Classic Albums que focava em "The Joshua Tree", que também inclui o vocalista da banda lembrando os fãs como 'With or Without You' soava estranha para muitas pessoas no fim dos anos 80. Com um início minimalista e Bono iniciando a canção com um baixo e intenso tom, a canção não era diferente apenas dos sucessos que tocavam nas rádios, mas também das outras músicas que a banda estava gravando.

A mensagem enigmática da canção


Amor ou Fé? Uma amante, ou Jesus Cristo? Utopia ou Religião? O simbolismo dessa canção nos leva a um mundo extremamente doloroso, onde tudo quer dizer algo, nos lembra algo, nos remete à possibilidades fantasiosas, ou resumidamente, ao mundo das ideias. Filósofos já retrataram o amor, já descreveram a fisiologia do amor, da paixão, anunciaram o Platonismo. Amor é uma escada de sete degraus, já diziam. Sofrer de amor é paixão. Paixão é dor, pois de tudo se anula, e só vive quando há um sustento.

Costumo dizer que uma pessoa apaixonada é como um bêbado inclinado para o lado que precisa de outro sustento para se manter de pé. E esse outro sustendo é uma outra pessoa bêbada. As duas se inclinam e forma um compasso quase perfeito no qual com calma, os dois passam a andar e trilha um caminho. Mas aquele que ficar sóbrio em primeiro lugar vai cansar, ou não de sustentar o outro. 

Daí vem os questionamentos. Daí vem aquilo que podemos chamar de amor. Ou tem, ou não tem. Caso não tenha, o outro bêbado cairá no chão, e a queda irá doer. Algo nesse bêbado irá mudar, até ele mesmo ficar sóbrio. Um questionamento interno passa a ser feito. Um processo de reabilitação começa. E é nesse mundo melancólico, nublado e doloroso que ficam as poesias, a arte e a representação. 

A paixão é um mundo sombrio e fantasioso, onde os anjos e os demônios se confrontam dentro de nosso estômago, transfigurados em borboletas, dando aquele frio e nos fazendo tomar decisões sem muitos questionamentos, mas sim, poéticos. A "fantasia real" nos tira o chão. E essa fantasia que marcou Shakespeare com seu Romeu e sua Julieta. A impossibilidade de se viver aquilo. O envenenar-se "por amor". O apunhalar-se por paixão. As juras eternas. Os laços. Como não nos remetermos aos clássicos literários quando mencionamos algo que nos remeta ao questionamento do amor.
"Não posso viver com, mas não sei viver sem você"
diz a música escrita e composta pelo U2. 'With or Without You' caiu nos ouvidos populares, fez sucesso e tornou-se manjada em baladas e cansada pelos próprios fãs e autores. Mas a nuvem misteriosa que cobre a música é muito mais densa do que os intelectuais que a esnobam pensam. A representatividade simbólica da música nos leva à algumas interpretações que a canção nos traz, pois os compositores fazem questão de não revelar sua verdadeira natureza. Mas uma coisa podemos ter total e absoluta certeza: a dor está presente na canção, seja ela sobre Cristo, seja sobre um homem que sofre de amor.

Sentindo a canção


A composição começa com um som eletrônico de bateria bem abafado e um vibrafone representando assim a descrição de um corpo humano de um amante. A bateria soa como as batidas de um coração. Já o vibrafone é composto de uma forma que lembra um fluxo de algo circulando, ou ondulando. A música começa como um ser-humano, com as batidas de um coração impulsionando o sangue que circula o corpo. Por toda ela, podemos ouvir ao fundo a circulação desse sangue, sem parar. Mas a bateria sempre vai aumentando sua velocidade, de acordo com a evolução desse sentimento.

Começa a música. A bateria e o vibrafone dão vida à ela. É o coração e o sangue circulando nesse ser. O baixo de Adam Clayton aparece, assim como a bateria, abafado, morno, calmo, assim com um pulso. É o pulso deste "ser". Ao mesmo tempo, a guitarra do The Edge produz o som chamado "Infinity Guitar" lembrando um violino, mas trazendo as variações entre notas que ecoam como um frio que nasce na barriga, aquele primeiro sinal trêmulo de uma paixão que nasce, mas que dói. Do que seria essa dor? Saudade? Decepção? Arrependimento?
"Vejo a frieza de seus olhos / Vejo os espinhos que entornem em sua volta / E eu espero por você". 
Essas são as primeiras frases ditas por Bono, em uma voz embargada por uma melancolia assombrosa. 
"Jogos de mão desfiguraram o nosso destino / Em uma cama de pregos, ela me fez esperar / E eu espero, sem você"
continua Bono. Aqui ele utilizou dois tipos de pronomes "Ela" e "Você", no que isso tende a nos dizer que ao mesmo tempo que ele desabafa, ele conversa com a pessoa. Mas como assim? Eis ai um dos mistérios dessa música. Essa pessoa está viva? Presente? Ou ele fala com uma imagem virtual dela, um pensamento, uma ideia?

A partir daí, a bateria começa a ficar mais forte. A guitarra de The Edge soa em dois sons semelhantes, paralelos, porém, um mais agudo que o outro. Começa a travessia pelo mundo da paixão, o retrato de um frio intenso, de uma solidão, de uma angustia começa com esse desentendimento entre sentimentos. 
"Pelas tempestades chegamos às margens / Você deu de tudo mas eu quis mais / e eu espero sem você". 
Como não interpretar esses versos tão claros como um alguém que foi ao seu limite? Alguém que passou por provas, questões e chegou a conclusões, e por isso está só, mesmo que a contra gosto. Nesse mesmo verso, o som da guitarra vai ganhando uma vibração mais forte, pois a angustia desse Ser vai aumentando, 
"Com ou sem você, Com ou sem Você / Não posso viver, Com ou sem você". 
É nesse momento que as dores se revelam, e as emoções começam a subir como um rio prestes a transbordar.

Perceba força da bateria. A revolta da guitarra. Esse verso pode ser traduzido de duas formas 
("And you give yourself Away"): "E você se entregou" 
ou 
"E você se foi". 
Aqui percebemos um pequeno eco na voz de Bono realçado com o backvocal de The Edge. 
"Então alguém foi embora"
foi embora, ou faleceu?

No último verso da música, percebemos a descrição agonizante do amor nas guitarras de Edge. São três sons diferentes e desalinhadas delas. Duas em "infinity guitar" e uma provocando toda a revolta em acordes repetitivos. É nesse verso que o personagem se prepara para a realidade. 
"Minhas mãos estão atadas / Meu corpo dolorido pois ela me conseguiu com / Nada a ganhar e nada mais a perder". 
Repare na guitarra. Ela tem um som ecuoso de um choro, de uma agonia. Uma pequena revolta estendida dentro da realidade. 
"And you give yourself away" 
volta a aparecer, dessa vez em uma voz mais aterrorizada, abalada com tal verdade. 
"Com ou sem você, eu não vivo, com ou sem você". 
A música sobe ao seu ápice, seu clímax. Ela explode em emoção. O grito agoniante do personagem de Bono é acompanhado com vários choros de guitarras. Um grito tão forte de voz, guitarra, baixo, as viradas da bateria de Larry Mullen Jr. Como se fosse um coração em extrema dor.

Nessa hora, tudo se cala. Tudo se acalma. Não há mais força. Tudo está sombrio. A única coisa que podemos ouvir são as batidas do coração, o sangue circulando e os resquícios de agonia da guitarra. Ouve-se então um choro de longe. É a voz do "ser" de Bono, e junto dele uma guitarra também chorosa. Mas a vida continua, assim como a música em acordes agradáveis. Nesse momento tudo entra em completa harmonia sonora. É a hora do personagem ressurgir das cinzas, bater a poeira e seguir em reticencias, como deixa claro o fade outEsse é o personagem platônico e Shakespeariano do U2. 

Questão de fé?


Mas além do amor entre dois seres, essa música pode retratar a visão que as pessoas tem da fé em Cristo e sua Paixão. Os espinhos retorcidos, o "Give yourself away". Como não imaginar uma pessoa em crise religiosa, com fé perdida e se questionando sobre o seu caminho? Como negar a ressurreição da música tão harmoniosa e tão relaxante em um desfecho que se prolonga em fade?

Você que aqui está lendo pode ter uma interpretação completamente diferente, pois Bono e seus companheiros deixam seus ouvintes a vontade para interpretar essa canção. Há quem diga que essa música retrata a própria caminhada de Bono até chegar a sua vida de fé após a morte de sua mãe, na adolescência. Mas uma coisa é certa. De todo álbum "The Joshua Tree", ela se destaca, tanto pela criatividade simbólica, quanto pelo experimentalismo exagerado que ela possui. Apesar de ser em uma mesma linha de notas em uma harmonia simples (Ré, Lá, Si menor, Sol), ela é vista pelos especialistas como uma composição extremamente complexa, cheia de sentidos e significados poéticos.

Conclusão


"Olhando para trás, eu consigo ver que era diferente de tudo ao seu redor," 
Bono disse. 
"Era loucura… Algo como 'With or Without You', é uma canção que soa bastante estranha… ela meio que chega de forma sorrateira, e com essa linha de guitarra estranha que é tocada na Guitarra Infinita do Edge. Foi uma gravação bem incomum."
Que acabou sendo uma escolha pouco convencional para ser o primeiro single de "The Joshua Tree", a introdução a um novo som da banda. Não foi algo que eles levaram levemente.
"Realmente agonizamos sobre qual seria o single principal, se iríamos lançar um, e 'With or Without You' se tornou a escolha óbvia," 
disse The Edge a revista NME, 
"não porquê é provavelmente a canção mais comercial do álbum mas porquê é uma que parece aliviar a transição da última coisa que fizemos até esse álbum, a mais fácil."
Em retrospecto, acabou sendo um movimento brilhante, visto que "With or Without You" se tornou o primeiro single número 1 da banda nos EUA e Canadá (e a primeira a se sair melhor na América do Norte que no Reino Unido). A canção foi da Guitarra Infinita para a popularidade infinita, sendo coroada como uma das maiores e mais conhecidas canções do U2 e que continua sendo tocada em shows para plateias extasiadas, por isso está aqui, por isso é uma canção eterna canção, por isso vai receber o meu seleto carimbo de
[Fonte: U2 Brasil]

A Deus toda glória.
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sexta-feira, 26 de abril de 2019

OS PERIGOS E AS ARMADILHAS DOS RELACIONAMENTOS VIRTUAIS






Muitas pessoas estão buscando namoro em sites de relacionamentos na internet. É verdade que muitos encontraram um(a) namorado(a), e sim, há muitos namoros que se iniciaram virtualmente e deram certo, mas muitos - quiçá a maioria - também sofreram decepções e não são poucos os registros que culminaram em terríveis tragédias. Portanto, é preciso tomar certos cuidados com o namoro online. Além disso, atualmente, há uma crescente na criação de sites de relacionamento no mercado virtual.

Com a ajuda da internet, as pessoas não dependem mais de amigos e familiares para conhecer novos pretendentes. No entanto, ao fornecer informações online, muitas vezes até confidenciando fatos importantes de sua vida a alguém do outro lado da telinha, o usuário assume certos riscos. Namoros, principalmente pela internet, podem abrir portas para certos perigos.


Os prós e os contras


Os relacionamentos virtuais são uma ótima forma de conhecer novas pessoas. São ideais para pessoas tímidas que têm dificuldade em falar abertamente e para pessoas que procuram alguém diferente do que encontram na sua cidade. No entanto, qualquer tipo de relacionamento tem as suas desvantagens, seja real ou virtual. 

Os perfis de potenciais vítimas e criminosos


Ao contatar uma pessoa pela internet, você não sabe qual é sua personalidade, seu caráter, quais são suas preferências e que tipo de relacionamento esta pessoa está buscando de fato. Especialistas revelam que 80% das pessoas mentem, aumentam ou omitem informações nesses relacionamentos virtuais. É quase impossível descobrir se a pessoa mente ou não pela internet, por isso é importante tomar cuidado ao conversar, sobretudo, com estranhos pela rede, e não dar um crédito de confiança sem conhecer bem a pessoa.

Algumas pessoas praticam o que podemos chamar de falsidade ideológica (fotos trabalhadas, dados mudados etc.) ou estelionato virtual (que é quando o criminoso pratica alguma forma de extorsão); e mostram-se ao interlocutor de maneira falsa; e isso com segundas intenções.

Ora, o namoro é tempo de se conhecer para poder escolher uma pessoa com quem um dia possa até se casar. Esse conhecimento mútuo exige honestidade e transparência, sem fingimento e falsidade. Há casos em que um homem simula ser quem não é, somente para conquistar uma mulher e apenas desfrutar de alguma forma de prazer ou satisfação, sem o desejo de namoro e casamento. Há homens casados que fazem da internet um modo de "trair" sua esposa, ou mesmo a namorada, sem trai-la, de fato, sexualmente.

Especialmente as mulheres, se envolvem com uma certa facilidade quando encontram alguém pela internet que lhes cativa o coração, ou que lhes preenche alguma carência; especialmente aquelas mais tímidas e que têm mais dificuldade de encontrar um namorado na vida real - preferencialmente aquelas que estão vulneráveis, fragilizadas ou com algum problema de alto estima. Muitas mulheres se envolvem emocionalmente e começam a ter sentimentos por um homem; mas esse não é um relacionamento real.

Alguns homens têm dificuldades emocionais; e, pela internet, podem ter o sentimento de se conectar a uma mulher sem os problemas e a responsabilidade. Para muitos, o namoro virtual é uma fantasia. Homens gostam de fantasias e alguns acham a ideia de namoro virtual melhor do que ter que conversar pessoalmente. E algumas mulheres gostam disso também. Certos homens têm mais facilidades para escrever do que para conversar, então é mais fácil para eles usar a internet.

Outra grande dificuldade no namoro online é a distância que normalmente separa os dois. Pode ser que seja possível um namoro à longa distância, mas a dificuldade de se conhecerem pessoalmente aumenta, porque fica mais difícil se encontrarem. É fundamental que os dois se conheçam pessoalmente. Somente assim será possível verificar a honestidade de propósitos do pretendente.

O perigo da confiança nos relacionamentos virtuais


É importante que não se comece um namoro no primeiro encontro pessoal, mas apenas uma amizade, que, quem sabe, possa caminhar para um namoro. É também aconselhável que não se vá sozinho para o primeiro encontro com a outra pessoa, mas com alguém mais. Assim será mais seguro e você poderá verificar em que chão está pisando.

Uma das grandes vantagens dos relacionamentos virtuais é a possibilidade que temos de falar abertamente com outras pessoas. Atrás de um computador é fácil contar os nossos segredos mais íntimos e exprimir os nossos maiores desejos. Queremos tanto namorar pela internet que acabamos por confiar cegamente na outra pessoa. Uma semana num relacionamento online equivale facilmente a um mês de um relacionamento real.

Enquanto que na vida real somos cautelosos e não partilhamos os nossos sentimentos rapidamente, no mundo online  - muitas vezes potencializado pela paradoxal segurança do anonimato - baixamos a guarda e contamos toda a nossa vida facilmente.

Se esta confiança é uma vantagem, pode também ser um perigo dos relacionamentos virtuais. Como em qualquer lado, na internet também existem pessoas com más intenções, que podem aproveitar desta confiança para baixar a nossa guarda. Quando nos encontramos com alguém no mundo real que conhecemos na internet já temos um grande nível de confiança, o que poderá dar origem a erros. Quando conhecemos alguém pela primeira vez no mundo real, somos mais cautelosos e desconfiados.

Esta confiança nos relacionamentos virtuais é uma vantagem quando ambas as pessoas têm boas intenções, mas pode ser um perigo se uma das pessoas estiver tentando aproveitar.


Como conseguir ter relacionamentos seguros através da internet


Como já dissemos, todos os tipos de relacionamentos têm os seus perigos e torna-se necessário saber como se precaver deles.

Nos relacionamentos virtuais o maior perigo é o fato de confiarmos cegamente numa pessoa que nunca vimos. Baseamo-nos nas conversas das pessoas, nas suas palavras e criamos uma imagem da pessoa que queríamos que fosse, no entanto essa imagem por nós idealizada pode não corresponder à realidade.

No entanto, é possível ter relacionamentos virtuais sem correr riscos, bastando para isso manter uma mente lúcida e imparcial, além de muito senso crítico e de discernimento, o que nem sempre é fácil quando estamos apaixonados.

A seguir, algumas dicas para conseguir analisar as situações de forma mais segura:
  • Seja cuidadoso nas suas partilhas – Não conte pormenores que não sejam necessários. Ninguém precisa de saber onde mora, onde trabalha, quais são os seus horários, sua situação financeira etc. Não partilhe dados que não sejam indispensáveis.
  • Esteja atento(a) e faça perguntas – Infelizmente existem pessoas com más intenções e é o seu dever precaver-se. Esteja atento(a) a tudo o que lhe contam e procure por inconsistências, faça perguntas que já fez anteriormente e verifique se as respostas são as mesmas. Quem está mentindo, via de regra, mais cedo ou mais tarde cai em alguma contradição.
  • Em caso de dúvida, afaste-se – Existem incontáveis pessoas na internet! Se aquela com quem você está se comunicando lhe suscita algumas dúvidas, afaste-se de imediato. Não vale a pena perder tempo com que não lhe transmite confiança.
  • Procure marcar um encontro real o quanto antes – Tente sempre marcar um encontro real antes de se deixar apaixonar! Desta forma é mais simples estar atento e reparar nas más intenções. Ah, e NUNCA marque o primeiro encontro em sua residência (caso more sozinho(a)) ou em lugar isolado. O primeiro encontro deve ser marcado sempre em algum lugar público (como praças e shoppings, por exemplo).

Conclusão


A melhor forma de prevenir "surpresas desagradáveis" é evitar que o relacionamento com a outra pessoa seja pela internet, sem que antes se tenha visto esta pessoa ou, pelo menos, se tenha dela alguma informação real, de confiança. Há uma diferença quando se conhece a pessoa antes, uma vez que é possível se buscar referências dessa pessoa, seu comportamento, onde trabalha, onde estuda, sua família, os amigos com quem anda e até mesmo se possui antecedentes criminais etc.

E cuidado com os encontros, pois, mesmo que sejam em um lugares públicos, não são totalmente seguros. Por isso, leve alguém da família ou um amigo que lhe dê segurança. Proteja a sua segurança pessoal; não passe informações pessoais como telefone, endereço, locais em que você e sua família frequentam, além de hábitos, horários etc. Há muitos golpes e crimes sendo cometidos por meio da internet. Há estupradores e perseguidores que usam sites de namoro para encontrar suas vítimas. Como a maioria dos crimes sexuais não são denunciados, os sites de relacionamento são atrativos para esses criminosos.

Há uma tendência de se ficar muito íntimo da outra pessoa pela internet; cuidado, isso pode levar você a dar informações íntimas mais rápido que o habitual. E não se deixe apaixonar pela outra pessoa sem conhecê-la, pois pode ser uma paixão baseada em fraudes ou fantasias. É importante fazer uma pesquisa sobre a outra pessoa, e não assuma um compromisso de namoro pela internet, mas apenas pessoalmente e só depois de conhecer bem a pessoa.

O namoro é um compromisso sério; então os pais devem ser informados sobre o relacionamento dos filhos, a fim de que saibam com quem os filhos estão se comunicando na internet.

Mesmo os sites criados especificamente para cristãos não são totalmente seguros, pois não há critérios para as pessoas participarem. Os dados são baseados nas informações passadas pelo internauta, e pode não haver veracidade nas informações postadas ali. Alguns sites de namoro online falham ao proteger a privacidade e a segurança de seus clientes contra hackers.

O mais importante, então, é tentar saber o máximo possível da outra pessoa sem revelar muito de si. Quando você namora alguém na vida real, você pode dizer com certeza se ele ou ela está levando a sério o relacionamento. O mesmo não pode ser dito com certeza quando você se comunica na rede.

Um outro aspecto fundamental no relacionamento virtual é ver se há respeito e motivação. Quando você sente que o outro respeita sua opinião e sua vida, e não faz propostas inadequadas, então você pode sentir que ele(a) tem intenções sérias.

Enfim, todo cuidado é pouco e necessário para não ser enganado(a), iludido(a) ou prejudicado(a) num relacionamento virtual.

A Deus, o Pai, toda glória! 
E nem 1% religioso.

Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.

PAPO RETO - INTOLERÂNCIA RELIGIOSA X FÉ GENUÍNA

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"Respondeu Jesus: 'Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento'. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'" (Mateus 22:37-39).
O Brasil abriga uma diversidade de religiões e crenças. Segundo o Censo mais recente, de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior predominância é a da religião católica, com 64,6% da população (123 milhões). Já os evangélicos aumentaram significativamente seu número de seguidores em 10 anos, passando de 15,4% em 2000 para 22,2% (42,3 milhões) da população brasileira em 2010.

O objetivo do texto deste artigo é analisar e instigar a reflexão sobre a intolerância religiosa. Do ponto de vista da religião, partimos da hipótese de que as raízes da intolerância religiosa remontam à transição do politeísmo para o monoteísmo e à consequente consolidação das religiões monoteístas. Dessa forma, começamos pela exposição e análise dos monoteísmos egípcio, judaico, cristão e islâmico. A intolerância religiosa, porém, não se reduz ao discurso e prática das instituições religiosas nem às manifestações da religiosidade no âmbito individual e/ou coletivo. Portanto, não pode ser compreendida plenamente se isolada dos aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais em seus respectivos contextos históricos. 

Isto nos remete, em segundo lugar, à análise das interseções religião e secularismo, poder espiritual e poder secular, Igreja e Estado. Com efeito, na medida em que a religião hegemoniza a sociedade e a instituição religiosa se consolida enquanto poder, as formas de intolerância se imbricam. Quando a religião e a política se vinculam, as intolerâncias religiosa e laica atuam em simbiose: politiza-se a religião e sacraliza-se a política. Terceiro, mesmo nos períodos mais terríveis da história, há manifestações de resistência e tolerância. Nesta perspectiva, intolerância e tolerância formam um par indissociável. A reflexão sobre a intolerância instiga-nos pensar a tolerância – e vice-versa. 


Exclusividade e Intolerância na Igreja Primitiva


A tradição cristã é herdeira de padrões e paradigmas religiosos da tradição judaica. Não obstante ser "luz para as nações", a tradição judaica, fundamentada na Bíblia Hebraica, afirma sua identidade no conceito de eleição. A tradição cristã entende que somente Jesus é o caminho de acesso ao Pai. Tendo por base essa dupla compreensão, a da exclusividade e da unicidade, do único; a tradição cristã passou a constituir sua identidade a partir da negação das outras identidades. 

Toda a tradição apologética se inscreve nesta gramática. Porém, de modo especial, a igreja primitiva nos primeiros séculos da era cristã na Ásia Menor irá combater as diversas manifestações religiosas presentes no mundo greco-romano do primeiro século afirmando esta compreensão. O gnosticismo foi uma das práticas mais combatidas. Especialmente neste contexto, a tensão e o conflito religioso presente nesta relação era muito evidente e a Bíblia registra fatos que ilustram essa realidade de maneira inquestionável. Aqui, como exemplo, cito o acontecimento registrado em Atos 17:17-31 (é fundamental a leitura da narrativa bíblica). Sob essa análise contextual, entende-se que na base do conflito está o paradigma da exclusividade e da intolerância.

A tradição cristã é herdeira de um conjunto de elementos próprios da tradição judaica. Na medida em que o processo de formação das comunidades primitivas está em sintonia com a herança da tradição judaica praticamente não há espaço para o conflito. Enquanto o desenvolvimento da relação entre herança judaica e constituição da identidade cristã ocorre no contexto siro-palestinense, as tensões praticamente se concentram nas controvérsias em torno da identidade messiânica de Jesus. 

Somente a partir do momento em que as comunidades cristãs passam a ser constituídas fora desse contexto originário, as vozes dissonantes começam a soar mais alto. Embora o ponto de partida da atividade missionária na Ásia Menor tenha sido a população de origem judaica, no âmbito da sinagoga, desde muito cedo Paulo percebeu que com esse público-alvo o "sucesso" do empreendimento estaria comprometido. Quando a atividade missionária se voltou para pessoas não judaicas de nascimento e religião, a tradição cristã se colocou em contato com uma vasta diversidade de experiências religiosas presentes naquele contexto cultual e geográfico. 

Do ponto de vista religioso, as pessoas não eram uma tábula rasa; pelo contrário, a própria adesão à proposta missionária tem como pano de fundo Exclusividade e intolerância na Igreja Primitiva todo um repertório de signos compatível com o discurso cristão no qual estão as ideias e compreensões cristãs de vida, Deus e mundo. Ao aderir ao cristianismo, os gentios convertidos em cristãos trouxeram consigo um conjunto de experiências. Os convertidos oriundos do gnosticismo encontraram no Jesus anunciado pelos missionários um paralelo com concepções gnósticas que falam de um ser preexistente, que se encarna, vem ao mundo, enfrenta adversidades e ao final da jornada volta para o lugar de onde um dia partiu. 

Desse repertório de signos até Jesus foi um caminho bem mais curto. Gentios fizeram uma releitura de Jesus na perspectiva do evangelho gnóstico. Identificaram o príncipe preexistente enviado pelo pai como sendo o próprio Jesus. Da identificação de Jesus para a releitura de outros elementos próprios da tradição religiosa e especificamente gnóstica foi somente uma questão de tempo. O resultado foi que as comunidades cristãs da Ásia Menor passaram a expressar os elementos de sua fé em Jesus por meio dos elementos da tradição religiosa precedente, especialmente a matriz religiosa de cunho gnóstico. 

Intolerância religiosa: atitudes ofensivas ou falta de conhecimento?

O desafio do cristão em entender, respeitar e superar a diversidade entre religiões


A intolerância religiosa é considerada como um dos principais problemas e mais delicados na sociedade, no qual o fanatismo religioso faz com que as pessoas entrem em conflito diariamente, como se fosse possível estabelecer "quem estaria com a razão". Por isso é necessário expandir conhecimentos e saber respeitar, para que nós verdadeiros cristãos tenhamos a consciência de não julgar, ofender e trabalhar para o bem comum.

Nesse cenário tão controverso - onde a linguagem e a prática do amor é abafada por atitudes de desrespeito e ódio - o principal papel da igreja, ao longo do tempo, é trabalhar a conscientização de seus fiéis para a unidade cristã. É preciso que entendamos que todo aquele que crê em Cristo, encontra-se em algum tipo de comunhão com Ele. Não acredito na potencialidade do ecumenismo, mas sim na busca fraterna no sentido de superação das divisões entre católicos, ortodoxos e protestantes históricos.

É possível que preservemos o princípio da separação - que, no entendimento espiritual e bíblico não tem absolutamente nenhuma conotação de segregação - mantendo o respeito sobre a diversidade de denominações presentes na sociedade, chamado de diálogo inter-religioso. 

Em um de seus discursos o Papa Francisco cita a importância desse diálogo com as religiões, condição necessária para a paz no mundo e o valor da amizade e do respeito entre as pessoas de diversas tradições religiosas. Diz o pontífice:
"Aprendemos a aceitar os outros, na sua maneira diferente de ser, de pensar e de se exprimir. Com este método, poderemos assumir juntos o dever de servir a justiça e a paz, que deverá tornar-se um critério básico de todo o intercâmbio".
Concordo plenamente com ele. Por isso é essencial o diálogo entre nós cristãos e o inter-religioso, pois nossa igreja prega sobre tudo o amor, o respeito das diferenças e as formas de acolhimento dos nossos irmãos em Cristo. É triste e muito preocupante a constatação de que existe uma absurda e diabólica disputa até mesmo dentro do seguimento protestante. 

Uma guerra denominacional e dogmática em detrimento da comunhão e unidade que são dois dos principais pilares de sustentação do Reino de Deus. Respeitar e entender a diversidade, não é renunciar sua crença ou identidade, mas acolher o que o outro caminho religioso tem de positivo.

Conclusão


Não existe sustentação cristã para a prática de nenhum tipo de discriminação. E isto fica claro nas narrativas bíblicas como a do encontro de Jesus com a mulher samaritana (João 4) e a parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37). Dentro do universo protestante e evangélico há uma série de discursos que acabam servindo de base para algumas falas de intolerância religiosa. Porém, não existe nenhuma referência bíblica ou da vida de Jesus que dê base a esse discurso de ódio.

A Deus, o Pai, toda glória! 
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quinta-feira, 25 de abril de 2019

LOUVOR E ADORAÇÃO ATRAVÉS DA DANÇA


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Tenho visto muitos irmãos que Deus tem chamado para dança, mais ao mesmo tempo vejo na igreja do Senhor, um grande receio em relação à dança, uns acham que "a dança é um passo para o mundo", outros que "gera sensualidade", outros ainda dizem que "não há base bíblica para tal ministério".

Jesus nos fala no evangelho de João que Deus busca os verdadeiros adoradores (4:23,24), e podemos ver em várias gerações da igreja pessoas que sempre estiveram dispostas a render os movimentos do seu corpo em adoração ao Senhor. Aliás, a dança, sempre foi presente na cultura dos hebreus, tanto como manifestação cultural, quanto espiritual e profética
"Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor , e estava Davi cingido de uma estola sacerdotal" (Samuel 6:14).
Cristãos conservadores têm, em geral, se oposto à dança social, tão popularizada em nossos dias. Contudo, o salmista, por duas vezes, convida os fiéis a louvarem a Deus "com dança" (Salmo 149:3; 150:4). 

Ministério de dança?


Chamado equivocadamente pela maioria de "ministério de dança", a expressão do louvor e da adoração através da dança ainda é encarada com resistência e preconceito por muitas vertentes no seguimento evangélico. Dentre os vários argumentos dos que resistem a ministração do louvor e da adoração através da dança, devido a falibilidade deles, vou resumi-los em um só.

Eles alegam que uma equipe ou um grupo de dança "se apresentando" no momento do culto, desvia a atenção da igreja. Uai, mas desvia a atenção pra quem? Um grupo ou uma pessoa cantando lá na frente não exerce o mesmo "desvio de atenção"? Até mesmo uma pessoa quando está ministrando a Palavra, tem a atenção dos demais voltadas para si. Ou não? 

Além do mais, quando eu tenho a noção do que seja a prestação do culto ao Senhor, não há absolutamente nada que me fará desviar a atenção. Ou seja, isto é algo de cunho estritamente pessoal, uma vez que a prestação do culto, embora inserido no contexto público da celebração coletiva, é algo pessoal, individual. Senão, vejamos
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12:1).

A dança na Bíblia


Biblicamente, a dança pode expressar:

  • Libertação e ação de graças:

"Então Miriã, a profeti­sa, irmã de Arão, pegou um tamborim e todas as mulheres a seguiram, tocando tamborins e dançando. E Miriã lhes respondia, cantando: 'Cantem ao Senhor, pois triunfou gloriosamente. Lançou ao mar o cavalo e o seu cavaleiro'" (Êxodo 15:20-21 - grifo meu). 
"Quando os soldados voltavam para casa, depois que Davi matou o filisteu, as mulheres saíram de todas as cidades de Israel ao encontro do rei Saul com cânticos e danças, com tamborins, com músicas alegres e instrumentos de três cordas. As mulheres dançavam e cantavam: 'Saul matou milhares; Davi, dezenas de milhares'" (1 Samuel 18:6,7 - grifo meu).

  • Alegria:

"Mudaste o meu pranto em dança, a minha veste de lamento em veste de alegria, para que o meu coração cante louvores a ti e não se cale. Senhor, meu Deus, eu te darei graças para sempre" (Sl 30:11,12 - grifo meu). 
"Então as moças dançarão de alegria, como também os jovens e os velhos. Transformarei o lamento deles em júbilo; eu lhes darei consolo e alegria em vez de tristeza" (Jeremias 31:13 - grifo meu).

  • Louvor:

"Louvem-no com tamborins e danças, louvem-no com instrumentos de cordas e com flautas, louvem-no com címbalos sonoros, louvem-no com címbalos ressonantes. Tudo o que tem vida louve o Senhor! Aleluia!" (Sl 150:4-6).
Davi fundou o ministério musical no templo. Ele instituiu não somente o tempo, o lugar e as palavras para o coral levítico, como também "fez" os instrumentos musicais a serem usados em seu ministério (1 Crônicas 23:5; 2 Cr 7:6) - ou seja, Davi foi o grande luthier do Senhor.

Os dois instrumentos que acompanhavam o coral levítico eram a lira e a harpa, chamados de "instrumentos de música" (2 Cr 5:13) ou "instrumentos para os cânticos de Deus" (1 Cr 16:42). Sua função era acompanhar os cânticos de louvor e de gratidão ao Senhor (23:5; 2 Cr 5:13).

Os instrumentos de corda eram usados extensivamente para acompanhar o cântico, uma vez que não encobriam a voz da "Palavra de Jeová", que estava sendo cantada.

A Bíblia fala sobre dança 28 vezes. Cada referência é uma celebração social de acontecimentos especiais, tais como uma vitória militar, um festival religioso ou uma reunião de família. As danças eram processionais e praticadas principalmente por mulheres e crianças, que dançavam separadamente.

As Escrituras não indicam que homens e mulheres dançavam juntos, romanticamente, ao modo dos casais de hoje. Como o modo da dança não seja conhecido detalhadamente, é claro que homens e mulheres não dançavam juntos em geral, e não há evidência real de que jamais o fizessem.

O perigo dos excessos


Aqueles que apelam para as referências bíblicas à dança a fim de justificar a dança romântica moderna, dentro ou fora da igreja, ignoram a vasta diferença entre ambas. Aplicar a noção bíblica de dança ao bailado hodierno é um engano, para dizer o mínimo.

Qual o propósito do louvor com dança na igreja?


A expressão do louvor e da adoração através da dança, assim como qualquer outra coisa que se faça no contexto do exercício ministerial, possui três propósitos principais: adoração, ministração da palavra e evangelização. 

A expressão corporal pela dança pretende adorar a Deus e proclamar sua palavra por meio do movimento. A dança, assim como qualquer tipo de arte, é um poderoso meio de levar e ensinar o evangelho de forma criativa. A palavra falada entra pelos ouvidos, mas a palavra encenada entra pelos ouvidos, olhos e emoções. 

Por isso, é imprescindível que os integrantes de uma equipe de dança, entendam que são adoradores e não somente bailarinos. Ou seja, pessoas com o caráter de Cristo, que busquem influenciar a sociedade através dos dons e talentos que Deus lhes deu.

Você já se perguntou qual a diferença entre dançar e adorar? Como podemos adorar a Deus através de nossa dança? Bom, vamos entender a diferença entre esses dois termos: Dançar é a arte de movimentar expressivamente o corpo seguindo movimentos ritmados. E adorar significa gostar exageradamente de, prestar culto, reverenciar, amar muito, venerar. Adoração quer dizer também entrega, honra. Agora que você já sabe a diferença entre os termos, vamos descobrir o que significa de fato adorar ao Senhor através da dança.

Adorar vai muito além de dançar. Não basta criar passos lindos e maravilhosos, que impressionem uma plateia, é preciso mais que isso. Quando dançamos nosso principal objetivo deve ser tocar o coração de Deus, devemos nos mover em direção a Ele, só assim as pessoas poderão ser tocadas através de nossos movimentos, podendo até ser curadas e libertas.

Será que você está dançando para adorar ao Senhor ou apenas por dançar? O fato de estar incluído em uma equipe não te faz um adorador. Cada pessoa deve ter em sua intimidade com Deus uma vida constante de adoração, aquela oração que ninguém vê, aquele desejo que só você e Deus sabem, enfim, a adoração deve ser um estilo de vida, de cada cristão, para que quando formos adorar ao Senhor junto com a igreja estaremos apenas fazendo uma extensão da vida que já temos de adorador.

Se você não dança na sua casa sozinho no seu quarto, enquanto ora, ou enquanto louva ao Senhor na sua vida diária, e faz isso apenas quando há outras pessoas olhando você deve se questionar se sua dança está sendo realmente direcionada a Deus ou ás pessoas. 

É preciso que sejamos verdadeiros adoradores, adorar a Deus através da nossa dança é entregar-nos a Ele no mais profundo de nosso ser, ter uma intimidade, se prostrar, se humilhar. Não temos que dançar apenas para preencher a programação dos cultos, nem entrarmos "neste ministério" somente porque não nos encaixamos em outros. 

A dança deve ser levada a sério, com o mesmo cuidado que temos ao pregar ou ministrar o louvor como cantores ou músicos. Nossa adoração precisa ser pura e sincera, o dom nos foi dado por Deus para que possamos engrandecer o seu nome sobre a Terra e para que pessoas sejam alcançadas, curadas, libertas, restauradas, assim como acontece durante a ministração do louvor.

Precisamos plantar uma semente no coração de cada um, esse é o nosso papel, o Espírito Santo é quem fará com que essa semente cresça e germine, mas precisamos fazer a nossa parte, usando o dom que Deus nos deu de maneira correta e agradável aos olhos do Senhor. A partir do momento em que não há unidade no ministério ou não há comunhão com Deus, amor e respeito aos seus mandamentos, a sua dança deixa de ser uma adoração.

A ministração da palavra e a evangelização andam juntas, um ministério como o próprio nome diz, deve ministrar a palavra, ou seja levar a palavra de Deus para as pessoas. Jesus ordenou: 
"Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura" (Marcos 16:15). 
Mas pregar o evangelho não é apenas ir à frente de um púlpito e começar a explicar versículos bíblicos, ou pegar uma música e começar a cantar, não! Existem diversas formas de evangelização e a dança também é uma delas, por esse motivo devemos dançar não por dançar apenas, mas procurando levar uma mensagem através de nossos movimentos, oferecendo uma adoração sincera ao Senhor e buscando tocar os corações daqueles que estiverem nos assistindo.

Nosso alvo deve ser atrair as pessoas e não sermos atraídos por elas. Por isso tudo deve ser feito tendo como base a oração e a palavra de Deus, é importante orar pedindo sabedoria e discernimento para transmitir a mensagem de forma correta e agradável ao Senhor. 

Reflexão


Atualmente vemos muitos dos chamados "ministérios de dança", cada dia que passa está se tornando mais comum dançar nas igrejas, mas será que estamos realmente sendo instrumentos do Espírito Santo? Ou estamos buscando aparecer? Eu pergunto aos ministros: Você tem feito da dança uma verdadeira adoração ao Senhor, ministrando com o propósito de salvar vidas e pregar o evangelho? 

Ou está no ministério simplesmente porque se considera um bom dançarino, que possui um corpo bonito e boas técnicas? Você tem uma vida de adorador, uma intimidade com o Espírito Santo que te faz dançar mesmo quando está sozinho ou esta procurando apenas ocupar um lugar de destaque na sua igreja e dançando somente quando outras pessoas estão olhando? Você tem usado a dança para a edificação da igreja ou apenas para seu benefício próprio? 

Formas de trabalhar a dança no exercício ministerial


  • Coreografias - Movimentos pré-definidos e ensaiados. Como uma música e uma letra na qual o Senhor Jesus inspira o compositor. Aqui, podem se desenvolver temas bíblicos com mensagens associadas a problemas socioculturais, políticos e espirituais atuais. Dica: Pense na mensagem e não em simplesmente "amontoar movimento" e fazer algo esteticamente bonito.
  • Dança livre/Espontânea/Improvisação - Como um cântico espiritual vindo do coração de Deus (Sl 33:3). Não existe algo pré determinado. Flui no momento.

Público alvo


A dança pode atingir todas as faixas etárias (crianças, adolescentes, jovens, adultos, melhor idade). Cada um dentro das suas limitações e objetivos.

Onde a dança pode atuar?


O exercício do ministério de louvor através da dança participa nas celebrações da Igreja (tanto no momento de louvor, como com coreografias durante o culto), em projetos evangelísticos (festivais de dança, evangelismo nas ruas, viagens missionárias) e de ação social (projetos em bairros e escolas, visitas em asilos e lares), apóia as congregações, dá oficinas para treinamento e consolida a visão com várias faixas etárias da Igreja. 

Dividir os grupos em faixas etárias é importante porque devemos respeitar as limitações e necessidades físicas de cada idade, além das necessidades espirituais. É impossível tratá-los da mesma forma.

A liderança


Além disso, é interessante que o líder tenha alguma experiência em dança, ou que pelo menos, se interesse em buscar e se aprimorar, procurando oferecer algo de excelência para Deus.

Os ensaios


O ideal é que os grupos tenham dois ou mais ensaios por semana de pelo duas horas cada um. Na dança, é necessário continuidade, caso contrário os resultados são lentos.

O ensaio é a oportunidade de criar e desenvolver o que já existe. Além de ensaiar e criar coreografias é importante que exista um tempo devocional, onde as pessoas possam orar e compartilhar a palavra de Deus, afinal, nosso interesse é ver o crescimento do individuo tanto técnica como espiritualmente.

Conclusão


Antes de sermos bailarinos, somos vasos santos, ministros e sacerdotes. Logo, temos a responsabilidade de sermos referencial da glória de Deus. Aqueles que participam do ministério - seja em que área for - devem entender que o que fazem não é somente algo bonito, mas que deve comunicar alguma coisa.

A arte só vai ter valor se salvar, curar, libertar, restaurar e edificar. E no caso da dança, a unção vem pelo movimento. Não se trata de um adorno para enfeitar o púlpito da igreja. A vida e o caráter do(a) ministro(a) devem ser tratados antes de estar à frente da igreja. Reflita, e a partir de hoje aceite o desafio de ter uma vida de verdadeira adoração ao Senhor, e usar seus dons e talentos para edificar e modificar o coração das pessoas. Deixe Deus usar você conforme a vontade dEle.

A Deus, o Pai, toda glória! 
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