O texto deste é o esboço da mensagem ministrada por mim no culto dominical realizado na igreja onde congrego, no dia 06 de janeiro de 2019.
"E saiu Jesus, e os seus discípulos, para as aldeias de Cesaréia de Filipe; e no caminho perguntou aos seus discípulos, dizendo: 'Quem dizem os homens que eu sou?' E eles responderam: 'João o Batista; e outros: Elias; mas outros: Um dos profetas.' E ele lhes disse: 'Mas vós, quem dizeis que eu sou?'" (Marcos 8:27-29a, grifo meu).Estaria Jesus sofrendo de algum complexo existencial para uma pergunta dessas aos seus discípulos? Não, certamente que não, pois Ele sabia bem quem era, de onde e para o que veio.
Jesus também tinha muito a dizer sobre si mesmo. No evangelho de João, lugar das conhecidas afirmações "Eu sou", Ele refere-se a si mesmo como o "pão da vida" (6:48), "a luz do mundo" (8:12), "a porta" (10:9), "o bom pastor" (10:11), "a ressurreição e a vida" (11:25), "o caminho, e a verdade, e a vida" (14:6) e "a videira verdadeira" (15:1).
Em outras passagens, Jesus é chamado de mestre (Mc 1:27), profeta (Mateus 21:11), filho de Davi (9:27), Filho do Homem (12:8), servo (12:18), Senhor (14:30), Cordeiro de Deus (Jo 1:36), Santo de Deus (6:69), Libertador (Romanos 11:26), o Princípio (Colossenses 1:18), sumo sacerdote (Hebreus 5:1-10), aquele que vive (Apocalipse 1:18) e a brilhante Estrela da manhã (Ap 22:16).
Acerca de si, Jesus sabia tanto quem Ele era, que se identificou como o Messias enviado, ao ler o livro do profeta Isaías na sinagoga em Nazaré (Lc 4:16-22). O povo de Israel via Deus como seu Salvador (Is 43:3; 45:15,21). Suas experiências no Êxodo e suas caminhadas pelo deserto o convenceu que somente Deus podia salvar. Por inspiração, Isaías profetizou a respeito de um Redentor que viria a este mundo como bebê:
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (9:6).
O nascimento dEle como criança indica Sua humanidade. Que Ele nos tenha sido dado (lanu = "para nós", em hebraico) como filho, enfatiza o fato de que Ele é um presente de Deus para o Seu povo. Seu caráter sobrenatural é mais tarde indicado pelo fato de que, de uma maneira peculiar, Deus confiou a Ele o governo sobre o Seu povo. Os peculiares quatro nomes duplos dados à criança enfatizam e identificam Seu caráter divino.
Então, afinal de contas, porque Jesus queria saber o diziam sobre ele? E, o mais interessante, é observarmos que Jesus aceitou, mas não se contentou apenas em saber quem o povo dizia ser ele, pois, afinal, até então, era o que eles podiam saber sobre Ele:
- João Batista - referência religiosa;
- Elias ou um dos profetas - referência espiritual e histórica.
Enfim, isto era o que conheciam sobre Ele. Estas eram as referências de fé que tinham a respeito dEle. Mas Jesus não se contentou com essa resposta e não era essa a resposta que Ele queria. Quando os discípulos pensaram que já haviam dado a resposta certa, que já haviam conseguido "se livrar daquela" eis que Jesus os surpreende com a pergunta final e mais importante naquela impactante indagação:
"E vocês, o que dizem que eu sou"?
Ou, em outras palavras, "para vocês, com quem eu tenho tido um nível mais elevado de intimidade, quem eu sou?"
Se Jesus perguntasse a você, que respostas daria a ele?
Não há questão mais importante do que a que Jesus fez a seus discípulos
"Quem dizeis que eu sou?"
Nenhuma questão foi mais intensamente debatida, completa e parcialmente mal entendida, ignorada com grande risco e respondida corretamente com grande benefício do que essa. A resposta correta para essa pergunta é, em alguns aspectos, simples o bastante para salvar uma criança, mas também complexa o bastante para manter os teólogos ocupados por toda a eternidade. Se a vida eterna é conhecer a Jesus Cristo (Jo 17:3), então não podemos nos dar ao luxo de sermos ignorantes sobre Aquele que é "o mais distinguido entre dez mil" (Cantares 5:10).
Pedro confessou Jesus como o "Cristo, o Filho do Deus vivo"(Mt 16:16). João falou de Jesus como "'o Verbo [a Palavra]' que se fez carne" (Jo 1:14). Paulo descreve Jesus não só como "a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação" (Cl 1:15), mas também como "Cristo Jesus, homem" (1 Timóteo 2:5). Da mesma forma, o autor de Hebreus identifica Jesus tanto como "o resplendor da glória de Deus" (1:3) quanto como "aquele que participou de carne e sangue" (2:14). Depois de tocar em Cristo, Tomé memoravelmente confessou Jesus como seu "Senhor" e seu "Deus" (Jo 20:28). No Antigo Testamento, Isaías teve uma visão de Cristo em que o chama de "o Rei, o Senhor dos Exércitos" (Jo 12:41; ver Is 6:5), mas também chamou este Rei de "servo do Senhor, que não tinha 'nenhuma beleza que nos agradasse'" (53:2).
Mas, como podemos, de fato conhecer a Jesus?
1. O conhecemos através daquilo que ouvimos a seu respeito.
a) No texto base deste artigo, Jesus é descrito pelas pessoas como os profetas Elias, Isaías, Jeremias e João Batista. Isto era apenas uma identificação religiosa. Não conseguiam identificá-lO como o Filho de Deus.
b) As pessoas o viam como mais um profeta enviado por Deus.
"E de todos se apoderou o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta se levantou entre nós, e Deus visitou o seu povo" (Mt 21:10,11; Lucas 7:16).
c) Identificação pelo poder (sinais e maravilhas) - Até os espíritos imundos assim o identificaram e diziam:
"...tu és o santo de Deus" (Mc 1:23-25).
d) Pilatos reconheceu sua autoridade e o nomeou como o "Rei dos Judeus", uma identificação um tanto quanto pomposa, mas muito rasa, superficial, artificial (Jo 18:33-36).
2. Conhecemos Jesus por nosso próprio esforço e vontade.
Conhecer Jesus ouvindo o que dizem sobre ele pode ser de grande ajuda para nos introduzir no caminho do conhecimento do Senhor mas, o alvo de todo cristão deve ser o de ter uma resposta particular, formulada em sua convicção pessoal sobre a pessoa de Jesus Cristo. Veja como exemplo o caso de Zaqueu (Lucas 19:1-6).
Pedro deu sua resposta ao afirmar: "[para nós, já que, como líder, tinha autoridade para falar pelos demais], Tu és o Cristo [o Messias prometido], o Filho do Deus vivo".
"E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: 'Quem dizem os homens ser o Filho do homem?' E eles disseram: 'Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.' Disse-lhes ele: 'E vós, quem dizeis que eu sou?' E Simão Pedro, respondendo, disse: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.' E Jesus, respondendo, disse-lhe: 'Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus'" (Mateus 16:13-17).
Enfim Jesus conseguiu dos discípulos a resposta que Ele esperava. E ele não poderiam em hipótese alguma dar uma resposta equivocada. Eles não!
Esta é a mesma convicção que tinha também Paulo, que ao escrever sua primeira carta à igreja em Corinto fez uma contundente e reveladora afirmação:
"Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação. Porque os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, lhes pregamos a Cristo, poder de Deus, e sabedoria de Deus" (1 Coríntios 1:21-24, grifo meu).
Conclusão
Por causa da entrada do pecado no mundo através do homem, o homem deve prestar reparação a Deus. Mas o homem pecador não pode reparar o dano pelo seu pecado. Um mero homem sem pecado só poderia, potencialmente, fazer restituição por um homem pecador. Reparação por muitos homens ("como a areia da praia") só pode acontecer através do Deus-homem, Jesus Cristo, por causa do valor infinito de sua pessoa.
Ele é o Messias designado por Deus, o único que pode trazer a salvação para os pecadores por meio de sua morte e ressurreição. Pedro reconheceu essa grande verdade, para seu grande benefício. Pela fé, Pedro confessou Jesus como o Cristo, o Filho de Deus. Pela visão, Pedro agora contempla a glória de Deus na face de Jesus Cristo. Aqueles que contemplam a glória de Deus na face de Jesus Cristo nesta vida, pela fé (2 Co 3:18), podem confiantemente esperar fazer o mesmo na vida por vir, por vista (5:7). Essa é a nossa esperança; essa é a nossa alegria. É por isso que a única esperança para a Igreja hoje não é um mero homem, mas o Deus-homem, que pergunta a você:
"Quem dizes que eu sou"?
Só iremos conhecer quem realmente é Jesus, quando nos abrirmos a ter com Ele um relacionamento de intimidade, de confiança e de entrega sem reservas.
"Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Ap 3:20).
E você, conhece realmente a Jesus? Quem realmente é Jesus para você?
A Deus toda glória!
https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
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