sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

PAPO RETO - 3: VOCÊ TEM CONTRIBUÍDO PARA O CRESCIMENTO DA IGREJA?

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Primeiramente, quero salientar e enfatizar que o meu propósito com este artigo não é o de fazer julgamentos ou provocar o vitimismo nos cristãos. Ou seja, cada crente salvo pelo Senhor Jesus é importante na igreja, aliás é a Igreja. Não podemos deixar de ser a Igreja se somos realmente servos e discípulos de Jesus.

Ninguém é descartável na obra de Deus, ainda que esteja cometendo algum dos sinais que serão apresentados abaixo. A intenção aqui é apontar comportamentos que atrapalham o crescimento da igreja para que cada um de nós possa avaliar se eles existem em si e evitá-los, e, assim, possamos, juntos, contribuir para o crescimento da obra do Senhor.

Três dimensões da fé cristã


Sempre me impressiona a variedade com que o conceito de fé é empregado na Bíblia, especialmente nos evangelhos que descrevem atos e falas de Jesus. Ao centurião, cujo servo estava doente, Jesus disse: 
"Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E, naquela mesma hora, o servo foi curado" (Mateus 8:13). 
Quando o pobre leproso caiu aos pés de Jesus e clamou por socorro: 
"Senhor se quiseres, podes purificar-me..." (8:1-4), 
Jesus, percebendo sua fé, imediatamente lhe atendeu o pedido. Jesus afirmou a uma mulher que sofria de um fluxo menstrual hemorrágico: 
"Levanta-te, siga o teu caminho; a tua fé te salvou" (Lucas 17:19). 
E naquela hora a mulher ficou sã. Jesus, ouvindo o pedido do centurião e admirando-se de suas palavras, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: 
"Eu vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé" (7:9). 
Para a mulher que chorava e, arrependida, lavava seus pés com suas próprias lágrimas, enxugando-o com os cabelos de sua cabeça, Jesus expressou: 
"Tua fé te salvou; vai em paz" (7:50). 
Certo dia, Jesus curou dez leprosos de uma só vez; depois de ouvi-los clamar e vendo-lhes a fé disse ao paralítico: 
"Tem ânimo, filho; perdoados são os teus pecados" (Marcos 2:5). 
Aos dois cegos que clamaram: 
"Mestre, tem misericórdia de nós"
Jesus tocou-lhes os olhos, dizendo: 
"Seja feito segundo a vossa fé" (Mt 9:29).

Minha compreensão da fé


Você já deve ter ouvido a história em que Agostinho caminhava à beira da praia, grandemente perplexo com a doutrina da Trindade. Ele observa então um garoto com uma conchinha correndo ao mar, enchendo de água para derramá-la dentro de um buraco seco que ele havia feito na areia. 
"O que você está fazendo, menino?", 
ele perguntou. O menino respondeu-lhe: 
"Estou tentando colocar o oceano neste buraco". 
Agostinho aprendeu a lição e concluiu: 
"É isso que estou tentando fazer com a Trindade". 
Agora eu vejo a fé da mesma maneira. Eu tentarei descrevê-la, mas não conseguirei defini-la. Eu compreendo apenas a parte que Deus me dá condições para ver. Caminhando pelas praias do tempo, tento colocar em minha mente finita e limitada conceitos que são infinitos e ilimitados. Eu acho impossível definir fé de maneira satisfatória com poucas palavras.

Assim a fé envolve a pessoa inteira em uma relação com Deus "da cabeça aos pés", abarcando sentimentos, pensamentos, consciência, decisões, atitudes, relacionamentos e assim por diante. A fé é mais do que uma iluminação mental, pois ela se estende da cabeça ao coração, da mente à decisão, das palavras aos atos, do eu ao próximo. De acordo com o contexto, a noção de fé pode funcionar de várias maneiras distintas.

Há um elemento intelectual na fé: o reconhecimento da verdade de Deus, que inclui a crença histórica nos fatos e narrativas das Escrituras Sagradas bem como a crença nas doutrinas bíblicas. A fé é expressa pelo conhecimento, no sentido de que há conhecimento sem fé, mas não pode haver fé sem conhecimento. "Crer é também pensar", intitula John Stott no seu livro sobre o valor e vigor da mente na vida do cristão. 

Precisamos ser capazes de raciocinar e compreender, pelo menos até certo ponto, quanto ao que acreditamos. Conhecer os fatos históricos acerca de Deus e da sua Palavra é importante, mas não suficiente. A fé que se diz totalmente racional deve ser contestada.

Há, além disso, um elemento emocional na fé: a assimilação interior da vida, poder e graça de Deus, aplicável às necessidades da alma. Essa compreensão produz a apreciação afetiva e a experiência da beleza de Deus que cativam o nosso coração para Ele com amor e adoração. Afinal de contas, quando você conhece o amor de Deus em Jesus Cristo, nada mais no mundo se parecerá tão belo, agradável ou desejável. 

A fé é um princípio operativo e eficaz nos sentimentos da alma, e não uma mera noção derivada da mente. Não é o conhecimento que nos leva a uma garantia dos atributos divinos, mas sim o assentimento interior. Somente a paixão humana que vem do interior, em direção à morte e ressurreição de Jesus, poderá livrar-nos do pecado e atuar em prol do desenvolvimento de uma fé integral e eficaz.

A fé abrange a faculdade humana da vontade, da escolha e da obediência. Isso implica na rendição e entrega da vida humana ao governo de Cristo. Sem um ato da vontade, você não acreditará na necessidade de mudar de vida, transformar-se à semelhança de Cristo, obedecer e praticar a Palavra de Deus. A fé compreende conhecimento e dependência, no sentido de confiar em Senhor Jesus Cristo. 

Fé não é apenas crer que um barco exista, mas entrar nele confiante que tudo ocorrerá bem durante a jornada. Desse modo, existe o conhecimento convincente com relação ao evangelho, mas não pode ficar apenas nisso. Fé também implica no assentimento e recebimento dos princípios da doutrina de Cristo, de modo especial, a verdade da necessidade de um Salvador e de que Cristo é o único e o suficiente para isso. O homem abandona a autossuficiência para descansar em Cristo e confiar nas suas promessas.

Os 10 sinais que revelam atitudes que atrapalham o crescimento da igreja


Uma vez entendendo a eficácia da fé, que sobretudo nos direciona a um novo conceito de vida, agora vamos nos aprofundar no entendimento dos sinais que apontam que estamos atrapalhando a obra de Deus. Que possamos nos livrar desses sinais caso estejam em nossas atitudes!

Sinal 1 – Não orar pela igreja e pelo seu crescimento


Uma pessoa que faz parte da igreja deveria orar pela igreja. Não orar pela igreja equivale a não contribuir para o crescimento dela. Jesus ensinou os discípulos que deveriam orar para que Deus potencializasse a obra dEle com mais pessoas dispostas a trabalhar: 
"Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mt 9:38). 
Não orar pela igreja, pelos seus líderes, pelo crescimento dela, pela resolução de problemas que acontecem, etc., equivale a atrapalharmos o crescimento da obra de Deus, pois não estamos fazendo a nossa parte.

Sinal 2 – Assistir a igreja trabalhando


Somente assistir aos cultos, assistir ao trabalho de quem está trabalhando, assistir o movimento da igreja. Esses são sinais de quem não está envolvido no trabalho da obra de Deus. Quem está envolvido no crescimento da igreja não assiste as coisas, antes, participa delas de alguma forma ativa e produtiva. 

Jesus ensinou que seus servos deveriam colocar a mão no arado: 
"Mas Jesus lhe replicou: 'Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus'" (Lc 9:62). 
Colocar a mão no arado é ajudar no crescimento da obra de Deus. Não colocar a mão no arado e assistir a tudo como expectador equivale a atrapalhar o crescimento da obra de Deus.

Sinal 3 – Dizer mais "nãos" do que "sins"


É evidente que devemos fazer um gerenciamento de cada área de nossas vidas para não cairmos em um ativismo prejudicial. Isso é ser sábio. Mas existem pessoas que somente dizem não. Nunca podem, nunca têm disponibilidade, nunca dizem sim. Os apelos dos líderes são ignorados. 

O trabalho clama por alguém que o faça, mas, mesmo que tenha o dom para fazer aquele trabalho, essa pessoa não se dispõe. Esse tipo de pessoa atrapalha o crescimento da igreja, pois enterra o talento que Deus deu a ela ao invés de multiplica-lo.

Sinal 4 – Arrumar problemas infantis para os líderes resolverem


Algumas pessoas vão à igreja para arrumar problemas. Atrapalham a obra de Deus, pois ocupam a liderança, que deveria estar mais voltada para questões mais nobres da obra, para resolver problemas insignificantes. Arrumam problemas para chamar a atenção. "O irmão não me cumprimenta"; "ele fechou meu carro no estacionamento e demorou para tirar"; "ele deixou uma mensagem no zap que foi indireta para mim"; "pastor, você tem que resolver isso senão eu saio da igreja!"

Esse tipo de conflito infantil toma um tempo precioso da liderança, que deveria estar ocupada com coisas mais importantes. Jesus incentiva as pessoas a resolverem seus problemas com maturidade, sem "mimimi": 
"Se teu irmão pecar contra ti, vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão" (Mt 18:15).
Tem irmão que dá o maior piti por qualquer coisinha. É inconstante e por qualquer motivo já quer abandonar o exercício ministerial e ameaça sair da igreja. Isso é uma incontestável prova de desequilíbrio e imaturidade espiritual que só faz atrasar o crescimento e o desenvolvimento da igreja.

Sinal 5 – Aumentar o alcance dos problemas ao invés de ajudar a resolvê-los


Toda igreja tem problemas. Basta dar uma olhada na primeira igreja citada na Bíblia e verá essa realidade muito bem. O problema não é o problema. Na realidade é a forma como se lida com o problema que pode vir a ser um problema maior ainda. Há pessoas que gostam de jogar gasolina onde o fogo já está pegando. Não agem como pacificadoras na igreja, mas expandem ainda mais o alcance dos problemas, por exemplo, usando a fofoca. 

Com isso promovem não o crescimento, mas a destruição de coisas construídas na igreja a muito custo. Não foi à toa que Jesus ensinou que os pacificadores são bem aventurados (Mt 5:9). A igreja precisa de pacificadores, pois são eles que ajudam a obra a crescer.

Sinal 6 – Não andar com sua vida espiritual em dia


Paulo desenvolve a sua explicação sobre o funcionamento da igreja, comparando-a a um corpo. Num corpo, cada parte precisa fazer a sua função para que tudo funcione perfeitamente. Quando uma parte não faz a sua função, isso equivale a alguma doença no corpo, que precisa ser tratada. 

Ser a igreja e não manter uma vida espiritual em dia (ler a Bíblia, orar, se consagrar, buscar comunhão, contribuir, etc.) equivale a atrapalhar o corpo. Paulo nos ensina que o corpo bem ajustado cresce, logo, podemos inferir que o corpo desajustado não cresce, pois está doente: 
"...de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor" (Efésios 4:16). 
Andar com a vida espiritual em dia é uma grande e saudável contribuição para a saúde do corpo.

Sinal 7 – Usar demais a crítica


Críticas são sempre bem vindas na obra de Deus, pois é na multidão de conselheiros que fazemos muito melhor as coisas (Provérbios 15:22). Mas aqueles que atrapalham o crescimento da igreja usam demais a crítica e de menos o reconhecimento do bom trabalho feito. Há pessoas que fazem questão, por exemplo, de procurar o pastor para cobrar mais atenção dele por causa de um erro que ele,sem querer, cometeu na hora da ministração.

Há também aqueles que querem mandar na forma de fazer o culto, no tempo das mensagens, na forma com que tudo é conduzido. Somente a crítica sai da boca deles. E da forma com que criticam mostram que querem destruir e não construir.

Certa feita fiquei sabendo de um pregador que foi extremamente criticado porque esquecera de levar a gravata para vestir. Pregou sem gravata. Os críticos ferrenhos nem se lembraram da mensagem, do esforço do irmão em sair de sua cidade e ir até ali pregar. Só a falta da gravata importava. Naquele dia eles atrapalharam sobremaneira o crescimento da igreja com críticas exageradas e elogios inexistentes.

Sinal 8 – Não contribuir financeiramente para a obra de Deus


Alguns não entendem que Deus faz sim muitos milagres sobrenaturais, mas não faz milagres onde é exigido uma ação natural nossa. É assim na área financeira da obra de Deus. Para o crescimento da obra de Deus são necessários recursos, muitos recursos. A responsabilidade de provisão desses recursos é daqueles que são servos de Deus, que são a igreja.

Evidentemente que hoje existem muitos abusos de falsos profetas, que mercantilizam a fé e abusam da crença de seus seguidores, mas isso não invalida a responsabilidade que cada servo de Deus tem de contribuir financeiramente para a obra do Senhor. Quem se exime dessa responsabilidade não está colaborando para o crescimento da obra, antes, está atrapalhando. 

Alguém já disse que a área mais difícil que o ser humano tem para converter se chama bolso. E isso é verdade. A generosidade é característica dos verdadeiros servos de Deus. Nesse quesito, as igrejas da Macedônia nos dão uma aula e são extremamente elogiadas pelo apóstolo Paulo: 
"...porque, no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria, e a profunda pobreza deles superabundou em grande riqueza da sua generosidade. 
Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários, pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos" (2 Coríntios 8:2-4).

Sinal 9 – Não ter cuidado com o seu bom testemunho


Somos igreja em todos os lugares e não somente dentro de um prédio, ou de um grupo familiar, ou de outro lugar de reunião. Somos igreja, principalmente, no mundo. Um exemplo claro de alguém que colaborou para o crescimento da obra de Deus através do bom testemunho foi Timóteo. Dele é dito: 
"Chegou também a Derbe e a Listra. Havia ali um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai grego; dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio" (At 16:1,2). 
Infelizmente, hoje, muitos cristãos são conhecidos pelo mau testemunho, pela má conduta e, assim, atrapalham o crescimento da obra ao invés de ajudar.

Sinal 10 – Participar da igreja apenas atrás de bênçãos para si


Hoje cresce assustadoramente o número daqueles que se ajuntam a igreja com o único objetivo de conseguir bênçãos para si (principalmente materiais). Não conte com eles para nada. Estão dispostos sim a fazer algo, mas apenas se aquele algo for em troca de alguma bênção de Deus, coisa que, nas igrejas sérias, não deve existir. Quem coloca o "eu" acima de tudo atrapalha a obra de Deus. Isso porque Jesus deixou claro que seus discípulos devem servir e priorizar o "nós".

Conclusão


Portanto, como um ato integral do ser humano, a fé cristã afetará positivamente todas as faculdades humanas: os pensamentos (mente), os sentimentos (coração) e a vontade (ação). A fé salvadora implica na percepção intelectual que produz a avaliação emocional que gera uma resposta de entrega. Deus deixa de ser abstrato e se torna real. Somos trazidos a Ele pela vontade. Crer é um ato do coração, o que, nas Escrituras, envolve todas as faculdades da vida, como um princípio que abarca os direitos morais e espirituais: 
"Com o coração (alma) se crê para a justiça" (Rm 10:10).
Quando falamos da igreja de Deus falamos de algo muito sério. A Bíblia diz que Jesus Cristo comprou a igreja com seu sangue (At 20:28). Diz também que a igreja é a noiva de Cristo (Apocalipse 21:9). Por isso, atrapalhar a obra de Deus é negar a fé em todas as suas dimensões e lutar contra o próprio Cristo e isso é algo terrível e que não deve ocorrer na vida do crente verdadeiro. É importante considerar as palavras de Jesus e corrigir os nossos erros, pois a Palavra de Cristo é dura: 
"Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha" (Mt 12:30).

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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