domingo, 9 de setembro de 2018

ACONTECIMENTOS - O CASO DO MANÍACO DO PARQUE TRIANON

Maniaco do Trianon
"O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal" (Gênesis 6:5).
A linha tênue que separa o matar e o não matar pode ser decisiva na vida de uma pessoa que se torna um assassino. Normalmente há algum motivo por trás do homicídio, como sede de vingança, exclusão social e raiva extremada no dado momento. Mesmo aqueles que continuam a matar, amparam-se em motivos aparentemente compreensíveis, seja um soldado que mata pela defesa da nação, seja um pistoleiro movido pelo dinheiro. Independente se matou um ou mais, a pessoa ainda tem o controle de quando parar.

Porém, a psiquiatria forense já evidenciou aqueles criminosos que dispensam explicações racionais para os seus homicídios. Esses costumam ser retratados como doentes mentais. Incapazes de medir a consequência de seus atos, esse tipo de assassino assusta a sociedade por ser um caso quase impossível de se prever. Quando um doente mental violento chega no estágio máximo de pertubação, ele é capaz de matar várias pessoas de uma só vez, dirigindo sua fúria para o grupo que supostamente o oprimiu, ameaçou ou rejeitou.

Há ainda outro gênero de homicida que se situa no limiar entre o assassino comum e o doente mental. Trata-se dos chamados serial killers, termo cunhado do inglês que designa indivíduos que cometem uma série de homicídios com um intervalo entre eles, durante meses ou anos, até que seja preso ou morto. O serial killer costuma matar vítimas que compartilham algum aspecto, como sexo ou faixa etária.

Meu bem, meu mau


A vida é uma constante batalha do bem contra o mal e nós temos o poder de escolher em qual lado vamos lutar. Aqueles que seguem o caminho do mal vão colher aquilo que semeiam, mais cedo ou mais tarde. No entanto, aqueles que cumprem os mandamentos de Deus e fazem a Sua vontade alegram o coração do Pai.

Fazer o bem não é fácil, é algo que desgasta. Muitas vezes para fazer o bem temos que investir tempo, dinheiro ou nosso esforço. Mas aqueles que aceitaram Jesus como Senhor e Salvador são chamados para ser luz e sal do mundo, fugindo da aparência do mal. Sabemos que a maldade humana surgiu quando o homem pecou, de lá para cá as coisas só pioram e comprovam a tese que a maldade humana não é defeito no cérebro, nem algo resultante de um ambiente desfavorável.

A maldade humana surgiu por causa do pecado. Essa maldade tem se manifestado em toda a história deste então, mesmo que muitos deles nunca manifestem em ação a sua maldade. Respeito à ciência e as pessoas que se dedicam a explicar o mau comportamento humano, mas não posso concordo com suas teses e teorias científicas que afirmam que a maldade humana é simplesmente um mau funcionamento, uma pane do cérebro; uma falta de empatia ou uma prática restrita aos psicopatas. A incapacidade de ser empático com outros é uma grande consequência do pecado. Desde que o homem pecou ele perdeu a "empatia", a afeição pelo seu criador e pelo seu próximo, dai o Senhor Jesus resumir os Dez Mandamentos em dois. 
"Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Marcos 12:30,31).
E a Bíblia também ainda afirma:
"E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia" (Romanos 1:28-31).

O prazer de matar


A década de 1980 ficou marcada pela descoberta de uma doença ainda desconhecida que estava matando muitas pessoas ao redor do mundo, inclusive aqui no Brasil: a AIDS, sigla para Acquired Immunodeficiency Syndrome, ou, em português, SIDA - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Uma terrível epidemia que assustava o mundo e fazia vítimas entre anônimos e artistas famosos.

Como a doença e sua origem ainda eram um mistério para ciência, e as vítimas ser em sua maioria de homossexuais masculinos, logo ela foi apelidada de "peste gay" e junto com o medo do desconhecido e a desinformação, veio todo o preconceito contra os homossexuais, que passaram a ser considerados os "culpados" pela avassaladora disseminação da terrível doença, que matava suas vítimas em pouco tempo.

Entre os anos de 1986 e 1989 uma série de crimes violentos assustaram a população da grande São Paulo, capital. As vítimas, todas assassinadas com requintes de violência, tinham um ponto em comum: eram homossexuais masculinos, com idade entre 30 e 50 anos e, geralmente, moravam sozinhos. O maníaco agia sempre do mesmo modo: bebida para entorpecer, imobilização, estrangulamento e facadas.

O preconceito atrapalhou bastante as investigações. Como muitas das vítimas não eram assumidas, algumas famílias tentavam varrer o caso para debaixo do tapete, atrapalhando o trabalho da polícia. A própria polícia só foi se empenhar mesmo quando um investigador relacionou os diversos crimes, estabelecendo que se tratava de um serial killer.

Quem era ele?


Fortunato Botton Neto (✰1967-✞1997) afirmava ter nascido na capital paulista e fugido de casa ainda criança. Viveu de esmolas na rua e alegou ter sido estuprado por um caminhoneiro quando tinha 8 anos. Foi daí que, segundo ele, teria surgido sua raiva incontrolável por pessoas fisicamente mais fortes.

No início dos anos 80, começou a atuar como garoto de programa nos arredores da Avenida Paulista, uma das principais no centro de São Paulo, onde está localizado o vetor financeiro e administrativo da maior capital brasileira. Um dos seus "pontos" era o Parque Trianon, uma enorme área verde encravada numa das regiões mais movimentadas de São Paulo, por onde transitam milhares de senhores engravatados e circunspectos que trabalham no coração financeiro do país. 

Este lugar, o Parque Trianon, localizado em frente ao museu de arte de São Paulo - o MASP - ainda hoje, todas as noites se transforma em um ponto de prostituição masculina, onde centenas de executivos homossexuais vão contratar os serviços sexuais de jovens rapazes que expõem seus corpos esculturais e tatuados, foi o escolhido por Botton para começar seu ritual macabro. A AIDS estava no auge, havia muita homofobia e o envolvimento com drogas deixou Botton com problemas financeiros. Botton confessou ter assassinado pelo menos 13 homens, quase todos executivos.

As vítimas


Domingo de 1986. Mais precisamente no dia 7 de dezembro, o decorador José Liberato estreou com seu algoz uma peça sangrenta. O ato clímax culminava com seu corpo nu e frio, jogado no chão de seu próprio apartamento, amordaçado e com as mãos e pernas amarradas.

Em outubro de 1987, o corpo de um psiquiatra foi encontrado em seu apartamento pela empregada. Estava com pés e braços amarrados na cama, uma meia na boca, facadas no pescoço, tórax e abdômen e, segundo a autópsia, uma alta dose de álcool no sangue. Foi a segunda vítima de Botton, em busca de dinheiro.

Fortunato aproveitava as oportunidades em que era convidado para as casas dos clientes e roubava dinheiro, utensílios, roupas e outros objetos. O apartamento do diretor teatral Manoel Iraldo Paiva, o Maneco, que ficava no Edifício Malvina, na rua da Consolação, serviu de mais um cenário de homicídio seguido de furto. Lá, o michê matou Maneco e, ao sair do prédio, levou consigo um televisor, um aparelho de videocassete Panasonic, um walkman Mitsubishi, um rádio relógio National, uma máquina de escrever portátil Facit, uma bolsa de viagem Gucci, um relógio de pulseira metálica Mondaine, um talão de cheques do Bradesco, fora várias peças de roupas. Ele revendia os objetos furtados.

A assinatura do maníaco


O enforcamento e os membros atados se tornaram marca registrada do maníaco. O seu modus operandi variava um pouco dependendo da circunstância, mas, em geral, consistia em asfixiar a vítima, amarrar os membros e deixar o corpo dela despido e estendido na cama, com a roupa de cama o cobrindo.

As cenas armadas por Botton Neto fazem parte de seu espetáculo, o que mais tarde ajudaria os policiais concluírem sua autoria nos crimes. Os rastros que ele deixava não era por mera distração. Para o conceituado e conhecido psiquiatra forense Guido Palomba, Botton Neto segue um padrão típico de serial killers, que costumam deixar sua marca em suas vítimas - como uma macabra assinatura -, repetindo os mesmos procedimentos.

Luiz Antonio Correa e Antônio Carlos Di Giacomo, duas vítimas de Fortunado (Crédito: Agência Globo e Arquivo Diário Popular, retirado do livro "Dias de Ira", de Roldão Arruda)

Não bastasse amarrar as vítimas e asfixiá-las, Fortunato Botton Neto demonstrava outros requintes de sadismo. Em um dos seus crimes mais conhecidos, ele sufocou o psiquiatra Antônio Carlos Di Giacomo com as meias deste. Socou as meias na boca do psiquiatra, até elas atingirem seu esôfago. Ao ver duas meias pendendo para fora da boca de Giacomo, o assassino não se satisfez até finalizar de vez seu trabalho.

Usou duas cordas de meia e a perna de uma calça jeans no pescoço do médico para assegurar que o serviço estava bem feito. Nessa época, já guardava a experiência do que teria realmente sido o seu primeiro homicídio contra o decorador José Liberato, conhecido como Zezinho. Com Giacomo, sua segunda vítima, amadurecia seu modus operandi. Antes de gozar a alcunha que ganhara no auge de sua fama, Botton Neto praticou uma série de homicídios contra homossexuais no final de 1986 a abril de 1987, até onde ia as provas concretas da perícia policial. Especula-se que ele tenha matado ao todo 13 pessoas, mas isso tem menor importância. O que mais chocou na época foi a forma como ele as matava.

A primeira vítima


Zezinho, como Liberato era chamado por sua família, era um senhor negro de 66 anos, morreu asfixiado. A forma do assassinato se repetiu depois com os alvos seguintes de Botton Neto. No caso de Zezinho, seu corpo foi achado com um lençol branco entre as pernas e uma longa echarpe amarrada na boca. Suas mãos estavam enrijecidas e amarradas na altura do peito com um fio de eletricidade. No pescoço, uma tira de náilon, com fivelas, pressionava a região.

O padrão das vítimas


Outro aspecto chamativo, além da forma como matava, era o fato de que todas as suas vítimas eram homossexuais. O contexto da época parecia evidenciar mais um criminoso homofóbico, escondido sob a máscara da prostituição. A proliferação de pessoas infectadas por AIDS só piorava a situação, visto que muitos culpavam os homossexuais pela transmissão da doença, chamada no início como "espécie de câncer estranho de gays". A tese de que os assassinatos de Fortunato Botton Neto era movida por ódio a este grupo veio corroborada quando ele afirmou, já preso, que se saísse continuaria matando homossexuais, 
"pois são uma raça que não merece viver",
afirmou.

Capa do extinto jornal Notícias Populares com chamada 
sobre 
uma das vítimas do maníaco 
(Crédito: "Dias de Ira", de Roldão Arruda)
A sua frase, contudo, revelaria mais tarde ser fruto de um homem que transitava entre a dissimulação e uma mente doentia. Fortunato, ou melhor, Pilo, um dos seus nomes paralelos, manifestara sua homossexualidade ainda entre os 9 e 10 anos, apesar de ter sido criado por uma mãe religiosa e um pai trabalhador conservador. Gostava muito de ter relação sexual com o mesmo sexo, não à toa vivia de vender serviços sexuais para homens desde a adolescência. Rapaz forte, bonito, de olhos claros e de traços viris, seu tipo físico atraía diferentes fregueses.

Ao final dos anos 80, Pilo já passara dos 25 anos. Depois dessa idade era difícil conquistar clientes, em geral homens mais velhos que procuravam jovens para satisfazê-los com sexo descompromissado. Apesar desse empecilho, o michê conseguia ainda atrair fregueses pelo seu jeito masculino meio rude mesclado com alguns modos delicados. Muitos de seus clientes eram abastados, tanto que na lista de suas vítimas incluem psiquiatra, diretor teatral, decorador e executivo.

A maldade na alma


Foto do michê antes dos assassinatos (Crédito: Arquivo
Judiciário, retirado do livro "Dias de Ira", de Roldão Arruda)
Os antecedentes criminais de Botton Neto começaram bem antes se tornar um serial killer. Ele já realizava pequenos crimes antes de matar José Liberato. Somando isso ao fato de que Fortunato chegou a viver na rua ainda aos 10 anos, até mesmo foi recolhido para a antiga Febem por se encontrar em estado de abandono, poder-se-ia concluir que sua vida marginal evoluiu até o ponto de assassinar diferentes pessoas sem guardar remorso.

Porém, tal qual a tese da homofobia, o seu passado não é o suficiente para explicar os motivos dos homicídios. Botton vivera na rua porque fugiu de sua casa aos dez anos, ato que se repetiria na adolescência. Ele não sofria mal tratos dos pais, o que poderia ter colaborado mais tarde na construção de um monstro. Suas fugas estavam muito mais relacionadas à sua decepção na escola. Sua dificuldade de aprendizado vinha desde bem pequeno; só aprendeu a falar aos cinco anos e entrou na escola aos nove anos, dois anos acima da média das crianças no país. Sem completar os estudos, já adulto precisou se virar de bicos e serviços considerados sujos pela sociedade.

"Estrelato"


A alcunha de Maníaco do Trianon veio quando fora acusado pelos assassinatos dos homossexuais. O destaque que ganhou na mídia o fez deslumbrar sua fama, expondo seu lado perverso como uma estrela de cinema encantada com sua atuação em um filme. Em relato para os policiais e jornalistas, Fortunato descrevia com prazer como procedia em seus homicídios, inclusive acrescentando detalhes que tirava de sua própria cabeça, como provou mais tarde a perícia criminal. No assassinato de Giacomo, o maníaco do Trianon relatou que a mesma faca que usara para atacar o psiquiatra ele a utilizou depois para cortar um queijo que comeu no local do crime.

A frieza e a falta de compaixão pelas vítimas demostradas por Botton Neto foram diagnosticadas por Guido Palomba em sua lauda médica, que o classificou como um típico psicopata, para ser mais preciso, um portador de epilepsia condutopática. De acordo com o psiquiatra, o quadro clínico de Botton apontava um tipo de assassino que independe de seus antecedentes e de qualquer motivação que possa ser explicada racionalmente. A relação que ele tinha com as pessoas era a mesmo que tinha com os lugares onde vivia: nunca mantinha vínculos duradouros em ambos.

O fato de suas vítimas serem homossexuais faz mais sentido por questões circunstanciais. Como trabalhava como michê no parque Trianon e ocasionalmente frequentava a casa de seus clientes, era mais provável que os homicídios ocorressem com homossexuais. Além disso, após assassinar José Liberato, a linha divisória entre matar e não matar sumira totalmente de sua consciência. Visto o quão fácil e prazeroso aquilo podia ser, Fortunato repetiu sua primeira experiência nas outras vítimas.

Para incitá-lo a cometer o crime, não precisava de muito. O michê tinha um temperamento explosivo caso alguém levantasse a voz para ele. Uma breve discussão ou frustrá-lo com uma recusa já era o suficiente para começar suas brutalidades. Palomba explica que tal comportamento é comum em psicopatas de personalidade explosiva. 
"Normalmente o sadismo é uma característica que você encontra com muita frequência nesses explosivos. Eles não têm ressonância de sentimento com a vítima, por isso que eles são sádicos", 
comenta.

Esse tipo de criminoso tem completo entendimento de seus crimes, ainda que não compartilhe dos sentimentos que as pessoas normalmente sentem ao matar alguém. Assim agia Fortunato e assim continuaria agindo se a polícia não o tivesse interrompido. Uma vez que começara seu espetáculo mortífero, não pararia mais, não havia mais caminho de volta. Antes de morrer de broncopneumonia causada pela AIDS em 1997, no presídio de Taubaté, ele deixou claro que, se pudesse, seu teatro continuaria: 
"Matar é como tomar sorvete: quando acaba o primeiro, dá vontade de tomar mais, e a coisa não para nunca".

Conclusão


Cinco assassinatos cometidos por ele foram investigados oficialmente entre 1987 e 1989. Os alvos eram clientes antigos e novos. Em busca de grana, o garoto de programa passou a chantagear um estudante, exigindo pagamentos periódicos para não revelar a sexualidade do rapaz. O jovem, porém, recorreu à polícia, que armou uma tocaia. Botton foi preso em flagrante, por extorsão, em junho de 1989. Preso, assumiu todos os assassinatos. Morreu em 1997 preso sob a custódia do estado, esquelético e completamente desfigurado pela AIDS contraída de uma de suas vítimas.

[Fonte: Publicações da Internet]

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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