quarta-feira, 27 de junho de 2018

FILMES QUE EU VI - 42: "À PROVA DE FOGO 3 - QUARTO DE GUERRA"

O longa metragem "Quarto de Guerra" (Fireproof 3 - War Room, EUA, 2015), é a terceira parte da trilogia "À Prova de Fogo" e a quinta produção dos irmãos [Alex, Stephen e Shannon] Kendrick, foi um aclamado filme - principalmente, mas não especificamente, pelo público cristão (tanto protestante quanto católico) - que foi um grande sucesso de bilheterias nos EUA e no Brasil.

Bons de Briga


O mercado cinematográfico é disputado por muitos e quase sempre dominado pelos grandes estúdios e distribuidoras. A batalha é acirrada. Por isso mesmo, quando um filme de menor expressão da cadeia produtiva rompe com o domínio da indústria ele chama a atenção da crítica e do público. 

Foi o caso do longa "À Prova de Fogo 3 - Quarto de Guerra", que por aqui ficou mais conhecido simplesmente por "Quarto de Guerra". O filme foi uma realização dos irmãos Kendrick, que ficaram famosos por participar de produções como "Desafiando Gigantes" e "A Virada". Neste projeto eles mandaram um recado direto para a família cristã: o desafio de assumir uma conduta de protagonista na sociedade moderna. 

E aí, vai encarar?


Na trama, a jovem corretora Elizabeth está desiludida com seu marido, Tony Jordan, um bem sucedido vendedor da indústria farmacêutica, que cada dia se distancia mais da mulher e da filha para se dedicar ao trabalho e a seus próprios interesses. 

A vida da família Jordan vai ser sacudida quando Elizabeth conhece a divertida senhora Clara Williams. Clara, como prefere ser chamada, é uma anciã amorosa e cheia de sabedoria. 

Comprometida em ajudar Elizabeth, ela apresenta seu "quarto de guerra". O local é um cômodo de sua casa onde trava batalhas de oração e ensina a jovem esposa a usar táticas e armas espirituais para vencer a luta e reconstruir seu lar. 

Mais do mesmo... mas nem tanto


Esta sinopse pode parecer um tanto trivial. Pois, não é. O filme acerta em escolher o tema das relações conjugais para, a partir daí, destrinchar sua relação direta com o amor próprio, perdão e principalmente o amor como prova de fé ao nosso Deus. Os personagens foram escritos de maneira a serem críveis e refletirem os tipos encontrados em igrejas por todo o mundo. É impossível não reconhecer a energia contagiante e a fé da senhora Clara em alguém que fez parte de sua igreja ou história. 

A rancorosa e morna Elizabeth também é figura presente em nossos círculos. No enredo, ela representa o padrão médio cristão de nossos tempos. Por isso mesmo, o diretor lança luz sobre ela, enfatizando sua fé nominal e tornando-a consciente de suas limitações. 

Câmeras e luz no pecado


No filme, o pecado é tratado com muita lucidez. A honestidade com as consequências que ele traz mediante as escolhas que fazemos deve ser ressaltada. 

Num tempo em que se difunde tão amplamente o triunfalismo antibíblico, é importante ratificar à luz da Palavra a máxima de que a redenção presente não apaga marcas do passado. Sem mascarar a verdade, ou dar soluções alternativas, o diretor lança sobre os protagonistas o peso de sofrer com as consequências de seus atos em outrora. Convenhamos, este é um tema que confronta grande parte dos cristãos que não aceitam com facilidade o fato inquestionável de que colherão em espécie as sementes que semearem na seara da vida. Mais um ponto para o filme.

The Final Countdown


Surpreendente é a cena final. Espectadores em cinemas por todo o mundo reagiram de forma positiva a ela. A sensação que eles relataram é a de viver uma grande emoção que desencadeia fortes convicções. 
"Glória a Deus! Ele é bom e venceu de novo!", 
diria Clara Williams, aos pulos. Que esta convicção perdure e produza frutos que redundem em perdão e salvação de vidas. 

A primeira batalha foi a de manter este filme o maior tempo possível em salas por todo o país. Depois foi esperar que ele conseguisse produzir vibrações e transformar tudo isso em um grande movimento. A promessa diz: 
"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face..." (2 Crônicas 7:14).
Só depende de nós. Basta apenas cada um correr para o seu "quarto de guerra" e clamar ao Pai. Ele está lá nos esperando. 

Spoiler


Primeiramente se você não viu o filme e não gosta de spoilers, não devia estar lendo este artigo para não ter sua opinião afetada pela minha. Seria interessante depois que assisti-lo primeiro e depois ficar a vontade para ler e discordar ou concordar caso queira. Mas, caso não se importe...

Tony (T.C. Stallings) e Elizabeth (Priscilla Evans Shirer) formam um casal em crise de relacionamento. A filha pequena percebe que ambos estão à beira do divórcio, mas eles não conseguem chegar a um acordo. Tony e Elizabeth vivem um duelo interminável, até que a senhora Clara, uma nova cliente de Elizabeth, a desafia a guerrear pela sua família. 

Por meio da oração, ela permite que Deus batalhe por seu lar. Enquanto ela inicia seu "quarto de guerra", Tony vivencia lutas internas, confirmando o que diz a senhora Clara, que as vitórias não se conquistam ao acaso. 

O filme traz um enredo muito bom, ideal para assistir com toda a família, apesar dos clichês clássicos dos filmes de temática cristã, fato que os tornam todos iguais e alguns deles um tanto quanto enfadonhos e previsíveis, o filme tem muita coisa interessante, como por exemplo a exposição de uma situação de problema familiar e claro o que mais me chamou a atenção foi a necessidade e o desejo de orar, prática que tem se esfriado cada vez mais ultimamente. 

O quarto de oração de Clara


O local é um cômodo de sua casa onde trava batalhas de oração e ensina a jovem esposa a usar táticas e armas espirituais para vencer a luta e reconstruir seu lar. 

Como eu já disse acima, aparentemente religiosa e não praticante Elizabeth representa o padrão médio cristão de nossos tempos. Neste aspecto o filme acertou em cheio, pois grande parte dos crentes são movidos por modismos e práticas metodológicas que já se tornaram totalmente contrárias a fé cristã, como por exemplo deixar de orar.

Isso vai de encontro a opinião dos céticos com relação aos cristãos, que apenas "aceitam Jesus" e "shazam" estão livres, sendo que Cristo apaga seus pecados com o Pai, os perdoa, contudo, conforme o filme deixa claro, as implicações e consequências são claras e inquestionáveis a qualquer ser humano que cometeu algum deslise. 

Só que não...


Quase no fim um ponto negativo, a Sra. Clara dá uma "indireta" sobre MDA (o famigerado e já carcomido G12), se não percebeu isso veja de novo, ela pede que clara procure outras mulheres e faça o mesmo e meio que crie uma rede de mulheres como ela. 

Isso não é errado, querer ajudar outras pessoas, mas métodos humanos para uma evangelização em "multinível" é algo que, como já deixei bem claro em vários artigos escritos aqui no blog, tenho total aversão e creio que isso seja anti-bíblico, entretanto pode ser um exagero meu, mas fica aqui a menção. MDA, G12 e/ou qualquer outra coisa que os valham: tô fora!

Conclusão


Mas apesar de todos os problemas do filme, ainda assim é um bom filme para ver com toda a família, e meditar no peso que a oração tem na vida do cristão. 

O melhor do filme pra mim foi, como já disse, o final, quando a senhora idosa, ajoelha em seu quarto e em um clamor pede a todos que se posicionem em defesa ao evangelho, a prática de oração. 

Enfim, a história do filme "Quarto de Guerra" é simples, todavia muito impactante, um casal está passando por uma crise no relacionamento por diversos motivos que vão desde o desgaste emocional por conta das brigas, bem como o trabalho do marido que fica muito tempo fora de casa e se tornou um grande pedestal em seu coração, já a esposa vive uma vida de queixas e murmurações, ela trabalha como corretora e ao conhecer uma senhora que lhe apresenta o poder de orar e entregar sua vida e seus problemas a Deus, sua espiritualidade é transformada completamente, bem como o seu casamento que passa de uma vida de cristã nominal para uma cristã genuína. 

O filme tem diversos aspectos interessantes para a fé e espiritualidade cristãs e os diretores foram muitos sábios e, sim, usados por Deus para criar um enredo que tocasse em um dos grandes problemas da igreja ocidental, o nominalismo. Pessoas são batizadas e frequentam até regularmente a igreja, mas não possuem uma vida íntima com o Espírito Santo, não conhecem bem a Bíblia e sua crença em Cristo é nominal, sem muito impacto em sua conduta. "Quarto de Guerra" ensina as pessoas a orar e ler a Palavra, a ter uma vida devocional sadia que gera frutos, esta é a mensagem principal desde não tão grande (poderia ter sido melhor...), mas emocionante filme. 

Quanto a produção, os atores e atrizes foram excelentes em suas atuações, a fotografia do filme ganha destaque pelas sua belas paisagens e cenários. Na missiologia este filme pode ser chamado de uma produção "revangelizadora", pois trás uma forte mensagem contra o nominalismo de uma vida cristã cheia de ritos mas sem a presença do Espírito Santo. Vale a pena assistir. 

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

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