quinta-feira, 13 de julho de 2017

"DIA MUNDIAL DO ROCK"! HÃ, MUNDIAL?


Você sabia que ontem, dia 13 de julho, foi "celebrado" o Dia Mundial do Rock? E você também sabia que, curiosamente, essa data não tem nada de “mundial”, já que ela é comemorada — até onde se sabe — apenas aqui no Brasil? Mas antes de contarmos a história da data em si, vamos fazer um resumo da história desse ritmo (ou seria um movimento, uma atitude, um estilo...), que é amado por muitos, incompreendido por outros, que já teve altos e baixos, mas está sempre fazendo a galera "bater a cabeça"

Origens do rock


Este gênero musical de grande sucesso surgiu nos Estados Unidos nos anos 50 (década de 1950). Inovador e diferente de tudo que já tinha ocorrido na música, o rock unia um ritmo rápido com pitadas de música negra do sul dos EUA e o country. Uma das características mais importantes do rock era o acompanhamento de guitarra elétrica, bateria e baixo. Com letras simples e um ritmo dançante, caiu rapidamente no gosto popular. Apareceu pela primeira vez num programa de rádio no estado de Ohio (EUA), no ano de 1951.

A rock na década de 1950: primeiros passos


É a fase inicial deste estilo, ganhando a simpatia dos jovens que se identificavam com o estilo rebelde dos cantores e bandas. Surge nos EUA e espalha-se pelo mundo em pouco tempo. No ano de 1954, Bill Haley lança o grande sucesso Shake, Rattle and Roll. No ano seguinte, surge no cenário musical o rei do rock Elvis Presley. Unindo diversos ritmos como a country music e o rhythm & blues. O roqueiro de maior sucesso até então, Elvis Presley lançaria o disco, em 1956, Heartbreaker Hotel, atingindo vendas extraordinárias. Nesta década, outros roqueiros fizeram sucesso como, por exemplo, Chuck Berry e Little Richard.

O rock nos anos 60: rebeldia e transgressão


Esta fase marca a entrada no mundo do rock da banda de maior sucesso de todos os tempos: The Beatles. Os quatro jovens de Liverpool estouram nas paradas da Europa e Estados Unidos, em 1962, com a música Love me do. Os Beatles ganham o mundo e o sucesso aumentava a cada ano desta década.

A década de 1960 ficou conhecida como Anos Rebeldes, graças aos grandes movimentos pacifistas e manifestações contra a Guerra do Vietnã. O rock ganha um caráter político de contestação nas letras de Bob Dylan. Outro grupo inglês começa a fazer grande sucesso: The Rolling Stones.

No final da década, em 1969, o Festival de Woodstock torna-se o símbolo deste período. Sob o lema "paz e amor", meio milhão de jovens comparecem no concerto que contou com a presença de Jimi Hendrix e Janis Joplin.

Bandas de rock que fizeram sucesso nesta época: The Mamas & The Papas, Animals, The Who, Jefferson Airplane, Pink Floyd, The Beatles, Rolling Stones, The Doors.

O rock nos anos 70: disco music, pop rock e punk rock


Nesta época o rock ganha uma cara mais popular com a massificação da música e o surgimento do videoclipe. Surge também uma batida mais forte e pesada no cenário do rock. É a vez do heavy metal de bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Por outro lado, surge uma batida dançante que toma conta das pistas de dança do mundo todo. A dance music desponta com os sucessos de Frank Zappa, Creedence Clearwater, Capitain Beefheart, Neil Young, Elton John, Brian Ferry e David Bowie.

  • Bandas de rock com shows grandiosos aparecem nesta época: Pink Floyd, Genesis, Queen e Yes.

Anos 80: um pouco de tudo no rock


A década de 1980 foi marcada pela convivência de vários estilos de rock. O new wave faz sucesso no ritmo dançante das seguintes bandas: Talking Heads, The Clash, The Smith, The Police.

Surge em Nova York uma emissora de TV dedicada à música e que impulsiona ainda mais o rock. Esta emissora é a MTV, dedicada a mostrar videoclipes de bandas e cantores.

Começa a fazer sucesso a banda de rock irlandesa chamada U2 com letras de protesto e com forte caráter político. Seguindo um estilo pop e dançante, aparecem Michael Jackson e Madonna.

Anos 90: década de fusões e experimentações


Esta década foi marcada por fusões de ritmos diferentes e do sucesso, em nível mundial, do rap e do reggae. Bandas como Red Hot Chili Peppers e Faith no More fundem o heavy metal e o funk, ganhando o gosto dos roqueiros e fazendo grande sucesso.

Surge o movimento grunge em Seattle, na Califórnia. O grupo Nirvana, liderado por Kurt Cobain, é o maior representante deste novo estilo. R.E.M., Soundgarden, Pearl Jam e Alice In Chains também fazem sucesso no cenário grunge deste período.


O Rock no Brasil


O primeiro sucesso no cenário do rock brasileiro apareceu na voz de uma cantora. Celly Campello estourou nas rádios com os sucessos Banho de Lua e Estúpido Cupido, no começo da década de 1960. Em meados desta década, surge a Jovem Guarda com cantores como, por exemplo, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderlea. Com letras românticas e ritmo acelerado, começa fazer sucesso entre os jovens.

Na década de 1970, surge Raul Seixas (autor da célebre afirmação: "o diabo é o pai do rock") e o grupo Secos e Molhados. Na década seguinte, com temas mais urbanos e falando da vida cotidiana, surgem bandas como: Ultraje a Rigor, Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Blitz e Os Paralamas do Sucesso.

  • Na década de 1990, fazem sucesso no cenário do rock nacional: Raimundos, Charlie Brown Jr., Jota Quest, Pato Fu, Skank entre outros.

A "conversão" do Rock


O chamado Rock Cristão surgiu nos meados dos anos 60, acompanhando as tendências musicais dos anos 60 e o movimento Hippie. Muitos dos primeiros grupos eram integrantes do Jesus Movement, movimento que surgiu no rastro da contra-cultura hippie e que buscava oferecer uma perspectiva de vida cristã aos jovens desestimulados com as propostas de paz e amor baseados em drogas e sexo livre.

As primeiras bandas foram mal recebidas pelas igrejas protestantes, pois o Rock era tido como "música do diabo" e associado com um comportamento socialmente repreensível.

Com o tempo a música foi ganhando credibilidade por, entre outros motivos, ser meio de aproximação dos jovens ao cristianismo.

A partir dos anos de 1980 as bandas do Rock cristão foram gradualmente se contextualizando e angariando uma aceitação do público protestante cada vez maior.

Começaram a atrair o interesse da mídia e de gravadoras seculares, conseguindo grandes contratos, maior exposição e sucesso internacional. Muitas bandas novas surgiram e continuam surgindo, consolidando o gênero e dissociando-o cada vez mais do seu ambiente eclesiástico original

Primeira Banda de Rock Gospel no Brasil


Em 1970, surge no Brasil a primeira banda de rock evangélico, a Banda Exodos. Ao som de guitarras, bateria, baixo e teclado, um grupo de adolescentes batistas canta um estilo de música não tradicional, "rock" provocando polêmica e vindo a ser até matéria de reportagem da revista VEJA na época.

Maneira extravagante de se vestir, cabelos compridos, ritmos de rock, pop, blues e country, letras de protesto contra emoções passageiras como drogas e o amor livre, e um novo modo de se relacionar com Deus, foi contagiante

O Exodos atraiu muita gente, na maioria jovens e adolescentes não evangélicos que através do louvor encontravam a verdadeira paz em Jesus Cristo.

Algo sobrenatural acontecendo justamente numa década de censura, repressão, ditadura, rebeldia e protestos impulsionados pelo movimento hippie que tinha como clichê "sexo, drogas e rock’n roll", e de Igrejas com preconceitos por ritmos diferentes dos tradicionais hinos importados de padrões ingleses e americanos. 

Em meio às adversidades de uma época em que os cânticos entoados pela mocidade eram "taxados" de corinhos, os integrantes do Exodos foram usados por Deus, tocando e cantando, sob a unção do Espírito Santo, em igrejas de diversas denominações, praças públicas, encontros ecumênicos, acampamentos e festivais de música, para a glória de Deus e edificação de pessoas, um novo cântico, uma nova maneira de adoração, não apenas de palavras, mas de mudança de vida e libertação. 



"Dia Mundial do Rock"


Assim mesmo, entre aspas. Pois é caro, leitor, o Dia Mundial do Rock só é lembrado no nosso país e, segundo diversas fontes, a data comemorativa teve origem graças ao icônico megaconcerto beneficente Live Aid que aconteceu no dia 13 de julho de 1985 — ou seja, há exatos 30 anos.

Live Aid


O evento foi organizado pelo músico irlandês Bob Geldof e o escocês Midge Ure para arrecadar doações para famílias pobres da Etiópia, e reuniu algumas das bandas e nomes mais importantes do rock internacional, como Queen, U2, The Who, Led Zeppelin, Black Sabbath, Dire Straits, David Bowie, Paul McCartney, Eric Clapton, Phil Collins, Elton John, Mick Jagger e BB King — para citar alguns.

Os shows principais aconteceram no estádio John F. Kennedy na Filadélfia, EUA, e em Wembley, em Londres, na Inglaterra. Além disso, um número menor de artistas também se apresentou na Rússia, na Austrália e no Japão. No total, os concertos reuniram mais de 200 mil pessoas, e estima-se que eles foram assistidos ao vivo por mais de 1,5 bilhão de telespectadores de mais de 100 países.

Sucesso


Segundo Igor Miranda do portal Revista Cifras, apesar de o megaconcerto ter sido um sucesso de público, no início não foi muito fácil conseguir que as pessoas fizessem doações. Conforme contou, após várias horas do início do evento, o total arrecadado não passava de £ 1,2 milhão (perto de R$ 6 milhões).

Desapontado, Geldof subiu ao palco e deu a maior bronca em todo mundo, dizendo que pessoas estavam morrendo naquele momento, e que elas precisavam das doações. A chamada surtiu efeito, pois, no dia seguinte, os jornais divulgaram notícias de o total arrecadado estava entre £ 40 e £ 50 milhões (entre R$ 200 e R$ 247 milhões, aproximadamente).

Em 2004, quase 20 anos após o Live Aid, um box comemorativo contendo quatro DVDs do concerto foi lançado, e o montante arrecadado com as vendas também foi revertido em doações para o combate à fome. Mas, e o que tudo isso tem a ver com o Dia Mundial do Rock no Brasil?

Dia Brasileiro do Rock


Parece que a ideia de criar o Dia Mundial do Rock foi sugerida por Phil Collins — que inclusive viajou da Inglaterra para os Estados Unidos para participar dos dois concertos — durante o Live Aid, mas ele não foi levado muito a sério.

No entanto, segundo Emanuel Seagal do portal Whiplash, Kid Vinil explicou em uma matéria que duas rádios paulistanas dedicadas ao Rock — a 89 FM e a 97 FM — ficaram muito impressionadas com o megaconcertona época. Assim, elas decidiram dar ouvidos a Phil Collins e, a partir de então, passaram a celebrar a data anualmente.


Conclusão


De qualquer forma, apesar de o Dia Mundial do Rock ser comemorado só aqui no nosso país, a data não deixa de ser uma excelente desculpa para você ouvir a sua banda favorita! Ou, ainda, para você relembrar alguns dos melhores momentos do Live Aid, o megaconcerto que deu origem à esta curiosa — e carinhosa — homenagem brasileira. Enfim, quem não gosta de rock, bom sujeito não é; é ruim da cabeça ou doente do pé.

[FONTE(S): Revista Cifras/Igor MirandaWhiplash/Emanuel SeagalIlustrada/Thales de Menezes. Bibliografia Indicada: "50 fatos que mudaram a História do Rock"; Autor: Hewitt, Paolo; Editora: Verus; Ano de publicação: 2013; temas do livro: História da Música, Cultural]

A Deus toda glória.
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Um comentário:

  1. Brilhante matéria, apesar de eu não entender direito o que é Rok.Agora sei que o ritimo mesmo sendo falando de amor ou protesto tem que ser mais acelerado.

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