domingo, 1 de novembro de 2015

TODOS OS CAMINHOS LEVAM A DEUS?

Neste artigo eu vou focar o sincretismo religioso que foi introduzido no meio evangélico e agora, para tirá-lo, não vai ser nada fácil. E não há ocasião mais plausível do que essa, quando os cristãos comemoram (ou, ao menos deveriam comemorar) o Dia da Reforma Protestante, um marco importantíssimo na História da Igreja. Mas antes é preciso que entendamos o significado e a origem do sincretismo religioso.

Contexto histórico - conceito, definição


 O sincretismo religioso está inserido em nossa cultura desde a chegada dos primeiros escravos trazidos da África. A estes fora proibida o culto às divindades, considerado pelos homens brancos como sendo rituais satânicos, ou mesmo bruxaria. A catequese, que tinha sido destinada a propagação da fé católica no povo indígena, passa então a ser levada aos negros-escravos. É na fase do Brasil - Colônia (1500-1822), que várias culturas africanas atravessam o atlântico e chegam ao Brasil. 

Constam em algumas literaturas que há na África vários modelos de cultos religiosos dedicados aos orixás. Dentro desses, a cultura Iorubá consegue destaque pela quantidade de nigerianos que foram trazidos para o Brasil, bem como pelo rigor e disciplina que os iorubanos exerciam na defesa e prática dos seus costumes religiosos. Muitos dos líderes das diversas tribos africanas, capturados na África e trazidos para o Brasil, passam a conviver em senzalas que abrigam negros de outras manifestações religiosas. Segue-se daí que todas essas manifestações estão relacionadas com o culto de veneração aos Ancestrais. Ademais, a mistura de povos africanos faz com que a tradição religiosa sofra transformações e até mesmo mudanças nos rituais e sacramentos. 
A própria proibição do homem branco, conforme já destacado, faz com que a religiosidade dos negros perca alguns dos seus costumes.

Todavia, a única forma de minimizar as perseguições dos cristãos contra o povo africano reside no fato dos negros ofertarem seus assentamentos e oferendas aos deuses em buracos, que pudessem, após o ritual, serem enterrados e, portanto, devidamente cobertos com terra e pedra. Esses rituais foram simbolizados várias vezes através das imagens dos santos católicos. Desse modo, eles cantavam suas línguas em torno da imagem, quando na realidade estavam firmando uma corrente de oração e pontos aos Deuses-Orixás. Neste contexto, enfatiza-se que os orixás são apresentados, até os dias atuais, aos terreiros de cultuação as divindades, principalmente de Umbanda, como sendo representados, simbolicamente, pelas imagens de santos católicos. 

 Sendo assim, precisa-se, de alguma forma, compreender o seguinte: os santos católicos são belos, devidamente espiritualizados e possuidores de muita luz; e os orixás são mestres, considerados senhores cultuados na linha dos ancestrais. A cultuação aos orixás é considerada uma herança deixada por todas as divindades africanas, e, portanto, retrata as diversas manifestações culturais enraizadas em nosso continente através do Candomblé, que tem seu núcleo de maior propagação no estado da Bahia.

O Sincretismo religioso no meio evangélico


Agora sim, vamos ao que interessa. Conforme visto acima, a tradição cultural de nosso país é, além de múltipla, mística em sua essência, sobretudo pelo fato de que a população brasileira é constituída por etnias diversas. Num mesmo “caldeirão” se encontram misturados europeus, africanos, aborígines, asiáticos, etc. Como sabemos, cada uma dessas etnias aqui presentes traz consigo, de maneira intrínseca, seus rituais, suas crenças, sua religiosidade, suas formas de se relacionar com o sobrenatural.

Dessa maneira facilmente percebemos dentre a vasta herança cultural do país, os seguintes elementos formando o pano de fundo da religião de nosso povo:

1) rudimentos da pajelança indígena;
2) superstições provenientes do catolicismo romano, trazido para a Ilha de Vera Cruz pelos colonizadores europeus;
3) uma forte corrente kardecista (também trazida pelos europeus);
4) o extremo misticismo dos cultos afro;
5) a busca da paz interior embutida nos ensinamentos das seitas orientais; e
6) o protestantismo e sua conclamação pelo retorno às Escrituras.

Meu objetivo aqui é focar os protestantes, “segmento” do qual faço parte. Aqueles que genuinamente professam tal fé, obrigatoriamente devem basear suas crenças unicamente na Bíblia Sagrada. É mister que seja assim com todas as igrejas que se dizem herdeiras da Reforma. Estas têm por obrigação prezar pela pureza doutrinária, pelos cinco “solas” (Sola Gratia, Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Soli Deo Gloria). 

O sincretismo no misticismo gospel


No entanto, com imensa tristeza e pesar, chegamos à desoladora constatação de que não é isso que temos presenciado. Pelo contrário: em muitas igrejas ditas “evangélicas”, dá-nos a impressão que houve apenas a mudança da placa. Parece-nos que hoje há alguns centros destinados aos cultos afros que adotaram o rótulo de “igreja”, tamanho é o misticismo sob o qual o povo se encontra cativo. 

Fala-se (superficialmente) de Jesus, porém ainda se afirma ser necessário passar pelo sal grosso para fins de descarrego, é preciso adquirir uma série de patuás “gospel”, é preciso colocar copo d’água sobre o rádio ou televisão, é necessária a utilização de um pouquinho da terra trazida de Israel e alguns mililitros de água do Rio Jordão, os pedidos de oração devem ser queimados no Monte Sinai. Do contrário, apregoa-se nas entrelinhas, o fiel não será abençoado. Com isso, o sacrifício de Cristo é chutado para escanteio, relegado ao segundo plano. E o povo, apesar de supostamente estar numa igreja, continua preso a toda sorte de rituais místicos na busca da bênção.

O sincretismo na idolatria gospel


Tanto se critica a mariolatria nos arraiais evangélicos, mas paradoxalmente, muitos se revelam mais praticantes da idolatria que os próprios católicos. Em nosso meio, se observa um apego exacerbado a determinados objetos de culto, há pregadores, há cantores, há “hinos”, há congressos. Alguns há que julgam necessário viajar centenas de quilômetros para participar de determinado congresso de missões e receber uma suposta “carga de poder”. Ignoram que Deus, sendo Onipresente, abençoa-nos e capacita-nos onde quer que estejamos. 

Até mesmo e, porque não dizer, principalmente no silêncio de nosso quarto, durante nossa meditação diária. Não entremos ainda no mérito daqueles que, à semelhança de algumas seitas de origem oriental, afirmam que, em alguns casos, é necessária uma suposta “cura interior”, técnica híbrida proveniente de um amálgama de textos bíblicos mal interpretados, psicologia e hipnose, resultando mais em ocultismo que em cristianismo, além de uma “confissão positiva” para a resolução dos problemas de quaisquer ordens.

Conclusão


Ou seja, a “igreja evangélica” brasileira conquanto se revele “evangélica”, se encontra atolada no sincretismo religioso. Numa perigosa mistura que distancia cada vez mais o homem dos preceitos bíblicos. Essa igreja precisa verdadeiramente ter um encontro com Cristo, aquele que já pagou o preço de nossa redenção. Aquele que bradou há quase dois mil anos atrás na cruz do Calvário: “Está consumado!”, expressão cujo significado pleno é desconhecido por muitos.

É essa doutrina hipócrita que tem tomado conta das igrejas de Cristo, tirando a visão principal que é Deus, e levando a idolatria de homens... Mudando assim, a verdade em mentiras. Perceba como satanás está enganando até os eleitos e ninguém está percebendo. Levando muitos cristãos fieis a achar tudo normal, como louvores antropocêntricos, de homens, que muitos cantam como qualquer musica e ainda ficam dando todo crédito aos artistas...

Muitos pregadores que tem usado de curas para alto se promoverem e seus fieis passam a ser seus fieis de verdade, idolatrando tais pregadores, como se eles fossem os autores de tais milagres, tirando a honra de nosso Deus. Púlpitos virando palco de show, para apresentações com direito a fundo musical, gritos... E o foco direcionado ao pastor, bispos cheio da unção. Só não sabemos que unção seja essa. E quando em tempo de política, que candidatos sobem nesses palcos e começam a tentar ludibriar seus eleitores evangélicos? O dizimo está sendo mais adorado do que Cristo, pois acham que o dinheiro pode comprar bênçãos, tratam, assim, Jesus como um mercenário. 


Perceba como satanás tem usado outros métodos para enganar os eleitos do Senhor, pois já sabemos que adorar imagens é idolatria, mas esquecem-se de outros tipos de idolatria, que no caso, os próprios evangélicos estão praticando sem se darem conta disso. Quando falamos de igrejas, pastores, muitos evangélicos só faltam nos engolir, de tanto que defendem seus pastores e suas placas, esquecem-se de defender somente seu Senhor Jesus.

"Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente. Os seres humanos podem ver tudo isso nas coisas que Deus tem feito e, portanto, eles não têm desculpa nenhuma. 
Eles sabem quem Deus é, mas não lhe dão a glória que ele merece e não lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão. 
Eles dizem que são sábios, mas são tolos. Em vez de adorarem ao Deus imortal, adoram ídolos que se parecem com seres humanos, ou com pássaros, ou com animais de quatro patas, ou com animais que se arrastam pelo chão. 
Por isso Deus entregou os seres humanos aos desejos do coração deles para fazerem coisas sujas e para terem relações vergonhosas uns com os outros. Eles trocam a verdade sobre Deus pela mentira e adoram e servem as coisas que Deus criou, em vez de adorarem e servirem o próprio Criador, que deve ser louvado para sempre. Amém!" - Romanos 1:20-25 [NTLH]

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