quinta-feira, 19 de novembro de 2015

LEUCEMIA: DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E CURA


Ouvimos muito sobre os casos de leucemia. É comum a divulgação pela grande mídia os casos envolvendo crianças, o que - além da comoção - nos leva a pensar que a leucemia é um doença da infância. Recentemente acompanhamos o caso envolvendo o modelo Celso Santebañes, que ficou conhecido como Ken humano. O jovem morreu no dia 4/6/2015, em Uberlândia/MG, aos 20 anos, devido a complicações relacionadas ao tratamento contra leucemia, que ele havia descoberto há poucas semanas, durante um tratamento para corrigir problemas após aplicação de hidrogel. Santebañes era portador de Leucemia Linfóide Aguda Philadelphia

Houve também o caso envolvendo o ator Reinaldo Gianichinni. O ator, em 2011, então com 39 anos, foi diagnosticado com Leucemia Linfoma não-Hodkin, tipo raro e agressivo de câncer. Também soubemos do caso com a atriz Drica Moraes, ocorrido um ano antes, em 2010. No meio gospel, houve o caso com a Brenda, filha caçula do cantor Régis Danese, diagnosticada com leucemia, em 2012, então com 2 anos e 11 meses. Todos os citados, após intenso tratamento, venceram a doença. Na verdade, pouco conhecemos sobre a leucemia - acompanhamos apenas os casos envolvendo famosos - e só há o interesse em se aprofundar sobre o assunto quem se vê envolvido nele. Leucemia é o tema deste artigo.

O que é? 


Leucemia é o câncer das células brancas do sangue, os leucócitos. Esta doença começa na medula óssea (parte interna dos grande ossos, a "fábrica do sangue") e se espalha para outras partes do corpo. Há vários sub-tipos de leucócitos e, por isso, há diferentes tipos de leucemia. 

Normalmente, se divide nos dois principais grupos de células brancas: as leucemias linfocíticas ou leucemias mielóides. Além disso, pode se apresentar de duas formas, a forma aguda ou a forma crônica, dependendo da velocidade com que aparecem os sintomas e como ela evolui. Na forma aguda, as células são imaturas e não funcionam como deveriam, além de se reproduzirem muito rápido. 

A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de origem, na maioria das vezes, não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células jovens (blásticas) anormais na medula óssea que substituem as células sanguíneas normais. A medula é o local de formação das células sanguíneas, ocupa a cavidade dos ossos (principalmente esterno e bacia) e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os elementos figurados do sangue: glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas. 

Na forma crônica, as células são mais maduras e podem manter algumas das suas funções normais. O número de células malignas, neste último caso, aumenta vagarosamente. Este tipo de câncer é o câncer mais comum nas crianças, mas pode acometer adultos e velhos, também. Nos jovens, a forma mais comum é a leucemia linfocítica aguda, e nos adultos, a leucemia mielóide aguda seguida da leucemia linfocítica crônica

Diagnóstico 


As pessoas que suspeitam que podem ter alguma alteração do sangue, principalmente, se suspeitam que podem estar com algum tipo de leucemia, devem procurar um médico. Este fará uma história e um exame físico completo para procurar algum sintoma ou alteração que confirme a suspeita de leucemia. Além disso, um exame de sangue e alguns exames de imagem, como raio X e tomografia computadorizada, devem ser realizados para completar a avaliação da doença, o diagnóstico diferencial e a extensão do problema. Porém, somente uma biópsia da medula óssea e/ou uma biópsia de um gânglio é que dará o diagnóstico definitivo. Para alguns casos, poderá ser necessário, também, uma punção do líquor - líquido presente na medula espinhal (diferente da medula óssea). 

As manifestações clínicas da leucemia aguda são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas (blásticas) da medula óssea, que infiltram os tecidos do organismo, tais como: amígdalas, linfonodos (ínguas), pele, baço, rins, sistema nervoso central (SNC) e outros. A fadiga, palpitação e anemia aparecem pela redução da produção dos eritrócitos pela medula óssea. Infecções que podem levar ao óbito são causadas pela redução dos leucócitos normais (responsáveis pela defesa do organismo). Verifica-se tendência a sangramentos pela diminuição na produção de plaquetas (trombocitopenia). Outras manifestações clínicas são dores nos ossos e nas articulações. Elas são causadas pela infiltração das células leucêmicas nos ossos. Dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação são causados pelo comprometimento do SNC. 

A suspeita do diagnóstico é reforçada pelo exame físico. O paciente pode apresentar palidez, febre, aumento do baço (esplenomegalia) e sinais de correntes da trombocitopenia, tais como epistaxe (sangramento nasal), hemorragias conjuntivais, sangramentos gengivais, petéquias (pontos violáceos na pele) e equimoses (manchas roxas na pele). Na análise laboratorial, o hemograma estará alterado, porém, o diagnóstico é confirmado no exame da medula óssea (mielograma). 

Sintomas 


Os sintomas da leucemia estão relacionados à piora do estado geral, porque o câncer é uma doença que compromete o corpo como um todo. Além disso, pode-se desenvolver sintomas relacionados à diminuição da atividade das células da medula óssea
Perda de apetite; 
Perda de peso não planejada ou sem fazer dieta; 
Aumento dos gânglios (ínguas), fígado e baço; 
Sensação de gripe que dura muitos dias; 
Dor nas articulações (juntas) e ossos. 

Também ocorrem sintomas que são relacionados à diminuição da atividade das células brancas (leucócitos), responsáveis pelo combate à infecções: 
Febre e calafrio; 
Infecções de repetição, principalmente "infecções oportunistas", como candidíase oral e do esôfago ("sapinho") ou pneumonia atípica. 

E ainda tem os sintomas que são relacionados à diminuição da atividade das plaquetas, responsáveis pelo controle da coagulação: 
Sangramento e hematomas frequentes sem um trauma claro ou proporcional; 
Sangramento das gengivas; 
Petéquias, pequenas manchas vermelhas em baixo da pele. 

E, por fim, os sintomas relacionados à diminuição da atividade das células vermelhas (hemáceas)
Anemia; 
Fraqueza. 

Tratamento 


A maioria das leucemias, independente do tipo e evolução, necessita de quimioterapia (medicamentos que destroem as células malignas). Estes medicamentos podem ser dados na veia e, neste caso, é necessário que o paciente seja atendido num centro médico especializado em câncer e/ou leucemia, ou por via oral, quando o paciente recebe o medicamento, mas o toma em casa. 

A quimioterapia pode ser dada sozinha ou, ainda, em combinação com outros tipos de tratamento, como: transplante de medula óssea, radioterapia, imunoterapia com interferon ou cirurgia. A decisão de qual é o tratamento mais adequado é baseada no tipo de leucemia, na idade e nas condições clínicas do paciente, além das características genéticas da linhagem de célula do sangue que está alterada. 

Como geralmente não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas para que a medula óssea volte a produzir células normais. O grande progresso para obter cura total da leucemia foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate da doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos é indicado o transplante de medula óssea. 

O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre um e dois meses após o início do tratamento (fase de indução de remissão), quando os exames não mais evidenciam células leucêmicas. Isso ocorre quando os exames de sangue e da medula óssea (remissão morfológica) e o exame físico (remissão clínica) não demonstram mais anormalidades. 

Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas (doença residual), o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída da doença. Nas etapas seguintes, o tratamento varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três fases: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser uma poliquimioterapia agressiva, pode ser necessária a internação do paciente nos casos de infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos normais pelo próprio tratamento. 

Principais Procedimentos Médicos no Tratamento da Leucemia 


1. Mielograma: É um exame de grande importância para o diagnóstico (análise das células) e para a avaliação da resposta ao tratamento, indicando se, morfologicamente, essas células leucêmicas foram erradicadas da medula óssea (remissão completa medular). Esse exame é feito sob anestesia local e consiste na aspiração da medula óssea seguida da confecção de esfregaços em lâminas de vidro, para exame ao microscópio. Os locais preferidos para a aspiração são a parte posterior do osso ilíaco (bacia) e o esterno (parte superior do peito). Durante o tratamento são feitos vários mielogramas. 

2 - Punção lombar: A medula espinhal é parte do sistema nervoso que tem a forma de cordão e por isso é chamada de cordão espinhal. A medula é forrada pelas meninges (três membranas). Entre as meninges circula um líquido claro denominado líquor. A punção lombar consiste na aspiração do líquor para exame citológico e também para injeção de quimioterapia com a finalidade de impedir o aparecimento (profilaxia) de células leucêmicas no SNC ou para destruí-las quando existir doença (meningite leucêmica) nesse local. É feita na maioria das vezes com anestesia local e poucas vezes com anestesia geral. Nesse último caso, é indicado em crianças que não cooperam com o exame. 

3 - Cateter Venoso Central: Como o tratamento da leucemia aguda pode alcançar até três anos de duração, e requer repetidas transfusões e internações, recomenda-se a implantação de um cateter de longa permanência em uma veia profunda, para facilitar a aplicação de medicamentos e derivados sanguíneos além das frequentes coletas de sangue para exames, evitando com isso punções venosas repetidas e dolorosas. 

4 - Transfusões: Durante o tratamento, principalmente na fase inicial, os pacientes recebem, quase diariamente, transfusões de hemáceas e de plaquetas, enquanto a medula óssea não recuperar a hemopoese (produção e maturação das células do sangue) normal. 

Prevenção 


Muito pouco se sabe sobre como reduzir o risco de desenvolver leucemia, principalmente em crianças. Porém, vários fatores podem aumentar este risco, devendo ser evitados. No caso de não se poder evitá-los, como no caso de uma doença prévia, deve-se ficar atento a possíveis sintomas relacionados à leucemia, e procurar um médico experiente sempre que se tenha alguma dúvida. 

Fatores de risco associados às Leucemias: 


Cigarro e outras formas de consumo de tabaco; 
Produtos químicos como benzeno; 
Radioterapia e quimioterapia prévias para outros tumores; 
Terapias de imunossupressão como as utilizadas após um transplante; 
História familiar de leucemia (principalmente para as crianças); 
Síndrome de Down. 

Perguntas ao seu médico: 


Leucemia pode se transmitir pelo contato físico ou pelo sangue? 
Quais as chances de cura de leucemia em crianças e em adulto? 
A quimioterapia fará eu perder o cabelo? 
E se a doença voltar, existem outros tratamentos para fazer depois? 

Conclusão 


No caso de ser diagnosticado com essa doença, o correto é que se faça todo o tratamento recomendado pelo especialista, mas, uma coisa é certa, a fé é a principal aliada nesses casos. Repito que não é prudente negligenciar ou subestimar os procedimentos médicos, contudo, sobre os que creem, existe a certeza do cumprimento da seguinte promessa: 
"Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (...) Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos" - Isaías 53:4, 5, 10 - ARA (Grifos meus). 
Eu creio que na realização da vontade de Deus essa promessa se cumpriu em Jesus Cristo e que, portanto, o poder da cura divina - seja sobre que tipo de doença for - está disponível em mim, ainda que sintomas físicos tentem me provar o contrário. Precisamos crer e confessar a Palavra, na certeza de que ela não falha e que o nosso Deus e Pai, com o poder do Espírito Santo é capaz de mudar qualquer diagnóstico. Eu creio nisso, e você? 

[Fonte: Portal da Educação, ABC da Saúde]

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