sexta-feira, 5 de junho de 2015

"AMAI AO CACHORRO COMO A SI MESMO"?

Uma das notícias que mais chamaram atenção nesta primeira semana de julho foi a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta terça-feira (2), trazendo novos dados sobre animais de estimação nos lares do país. O instituto aponta que 44,3% dos domicílios do país possuem pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. Os dados se referem a 2013.

O IBGE estimou a população de cachorros em domicílios brasileiros em 52,2 milhões, o que dá uma média de 1,8 cachorro por domicílio que tem pelo menos um cão. O dado mostra que, no Brasil, existem mais cachorros de estimação do que crianças. De acordo com outra pesquisa do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em 2013, havia 44,9 milhões de crianças de até 14 anos. Ou seja, isso indica que os casais estão optando cada vez menos por ter filhos! E que também há cada vez menos casais propensos à adoção.

Esta é a primeira edição da PNS, levantamento que teve seus dados divulgados em dois volumes: o primeiro em dezembro de 2014 e o segundo nesta terça-feira. É a primeira vez, portanto, que o número de cães e gatos de estimação é medido com esta metodologia. Os números indicam ainda que o Paraná é a unidade da federação em que mais casas têm cachorro: 60,1%. O Distrito Federal está na outra ponta da lista – 32,3% das residências têm pelo menos um cão.

Sobre Deus e o homem


Apesar de membros das inúmeras entidades e organizações defensoras dos animais e de pessoas que gostam muito dos cãezinhos festejarem, não vejo muito graça nessa notícia. Eu gosto de cachorros, em minha casa há um simpático – porém, feroz – vira-lata de nome Romeu. Concordo sobre tudo o que falam à respeito da afinidade, da afetuosidade e da fidelidade dos “totos” a seus donos. Entretanto não comungo com a ideia de que cachorros – ou qualquer outro animal – sejam mais importantes que pessoas e muito menos ainda que possam substituí-las.

Os nossos semelhantes, por mais que tenham se desviado do propósito original para o qual foram criados. Por mais irracionais que tenham se tornado. Apesar das deficiências no caráter, da falibilidade nos relacionamentos e da fragilidade e inconstância nos sentimentos, são ainda incomparavelmente mais importantes do que qualquer outra criação.

Na Bíblia, no livro do Gênesis, nos capítulos 1 e 2, que tratam da criação de todas as coisas por Deus, vemos que a nenhum animal Deus deu de si (ou seja, de sua essência) o sopro de vida e a nenhum deles disse ter sua imagem e semelhança, somente ao homem. Na obra da criação, os animais foram criados em conjunto, por espécies. Já o homem foi criado único, e teve o toque direto de Deus. Não foi simplesmente criado, foi formado pelas próprias mãos do Criador. Teve o toque de dos dedos de Deus, foi moldado exatamente conforme sua vontade. 

Com a entrada do pecado na humanidade, a originalidade divina foi perdida e o homem se perverteu. Contudo, isso não tira em absoluto o mérito da criação. O homem é a coroa, o ápice, o máximo de toda a extensa e complexa obra da Criação de Deus. Respeito as pessoas que preferem os animais em detrimento das pessoas. Respeito e até as entendo, mas concordar com esse conceito meus princípios cristãos e minhas convicções de fé não permitem que eu concorde. Jesus disse que eu devo amar ao meu próximo (semelhante) como a mim mesmo e não aos animais. Devo respeitá-los e até mesmo amá-los (por que não?), mas, daí a dizer que os prefiro às pessoas, isso não. 

Não há na Bíblia um único versículo que exalte animais. Portanto, aos cristãos, esse conceito é incoerente e vai totalmente contra os princípios que permeiam a prática do amor. Jesus, em sua obra redentora na cruz do calvário, restaurou a essência humana e, pela prática da fé, aqueles que querem, podem ter de volta tudo o que foi perdido quando ocorreu a queda e se transformarem em pessoas cada vez melhores. E tem mais. O homem é tão importante para Deus que foi para salvá-lo que Jesus enfrentou a cruz e venceu a morte. Se para Deus bastassem os animais, por qual motivo Ele se importaria e investiria tão alto na restauração da humanidade?

Sobre o homem e o cachorro


Pergunte a qualquer dono de cachorro se ele não se pega, volta e meia, conversando com seu bicho de estimação. Questione, também, se ele acha que o cão é capaz de compreendê-lo, de “captar” seu estado de humor apenas pelo tom de voz. A resposta, em muitos casos, será sim. Hoje, a ciência consegue provar que essa aparente facilidade de comunicação e compreensão entre pessoas e cães não é mera conversa fiada de gente apaixonada por cachorros. 

Um estudo inédito feito por pesquisadores da Hungria concluiu, por meio de exames de ressonância magnética, que cachorros e seres humanos processam os sons – especialmente aqueles carregados de emoção, como choro ou riso – de maneira muito similar. A descoberta sugere que, embora os cães estejam longe de conseguir se expressar em linguagem humana, eles são capazes de compreender nossos sentimentos a partir dos sons que produzimos.

“Nós sabíamos que áreas relacionadas à voz existiam em humanos e em resos (espécie de macaco nativa de alguns países da Ásia), mas esta é a primeira vez que identificamos esses mecanismos em não primatas (sic)”, disse à ISTOÉ Attila Andics, cientista do Grupo de Pesquisa Comparativa de Etologia (comportamento animal) da Academia de Ciências da Hungria. Para comparar os cérebros de pessoas e cachorros, Andics e seus pesquisadores treinaram 11 cães para ficarem completamente imóveis durante até oito minutos em aparelhos de ressonância magnética (confira quadro). 

Os animais, então, recebiam fones de ouvidos e tinham que escutar uma série de sons produzidos por cachorros e pessoas, representando uma variedade de emoções, como latidos animados, risadas, ganidos e choros de crianças. O mesmo teste foi aplicado a seres humanos.

“Descobrimos que a região do cérebro que processa a voz é muito similar em cães e pessoas, nos lobos temporais”, disse Andics. “Também vimos que o cérebro dos cães responde a emoções humanas da mesma maneira que responde a emoções caninas.” Segundo os cientistas, essa resposta cruzada a emoções também foi observada nas pessoas que se submeteram aos exames. 

Para os pesquisadores húngaros, as descobertas indicam que as áreas responsáveis pelo processamento da voz no cérebro podem ter surgido muito antes do que se imaginava. Até agora, cientistas calculavam que esse desenvolvimento havia acontecido cerca de 30 milhões de anos atrás, idade do último ancestral comum entre o homem e o macaco reso. Agora, no entanto, os estudiosos avaliam que a capacidade de processamento da voz tenha aparecido há 100 milhões de anos, idade estimada do último ancestral comum entre pessoas e cães na linha evolutiva.

Para os donos de cachorros, porém, a pesquisa do dr. Andics é mais interessante porque demonstra que o processo de domesticação, ocorrido entre 18 mil e 32 mil anos atrás, pode não ser mero fruto do acaso. Ela também prova que, embora a capacidade de compreensão de vozes e emoções possa estar presente em outros mamíferos, os cachorros ocupam um lugar privilegiado junto às pessoas porque passam mais tempo expostos a sons humanos, que acabam se tornando familiares. 

“Pudemos ver que cães e humanos compartilham não apenas o mesmo ambiente social, mas também usam mecanismos cerebrais similares para processar informações sociais”, diz Andics. Portanto, da próxima vez que você vir um dono falando bobagens aparentemente sem sentido para seu labrador babão, tente não julgar tão rapidamente.

[Fonte: Revista IstoÉ, com informações de diversas publicações na internet]

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