quarta-feira, 22 de abril de 2015

OS 7 "MISTÉRIOS" DA BÍBLIA - 3) O QUE ACONTECE COM A PESSOA QUANDO ELA MORRE?

Esta é uma incógnita que deixa uma lacuna na cabeça de muita de gente. As especulações, obviamente, são muitas. Cada crença religiosa tem a sua. Uma coisa é certa, com a possibilidade da existência do inferno, ninguém quer ir pra lá. Todo mundo quer seu lugarzinho garantido lá "no andar de cima."

Um ditado popular garante que a única coisa certa para quem está vivo é de que um dia morrerá. Apesar dessa certeza, se existe algo que quase ninguém quer é morrer. Muito por conta da aura de mistério que cerca aquilo que está reservado ao ser humano no além-túmulo. Certo mesmo, segundo a Bíblia, é que essa história de reencarnação - com o devido respeito aos que nelas acreditam - não existe. Todos passam por aqui uma única vez e depois disso serão julgados. E, se a vida terrena é o ponto de partida, o de chegada será a vida eterna, mas em corpos ressuscitados. Pelo menos, para aqueles que crerem em Jesus.

A morte segundo a crença Espírita


Entre tantos conceitos sobre a morte, o da doutrina espírita, na linha kardecista, merece uma atenção especial. A crença em Deus e a existência da alma estão presentes em quase todas as religiões. A diferença do Espiritismo é, sob o prisma de seus seguidores, oferecer uma visão mais palpável, lógica e, até mesmo, acessível sobre a morte, que deixa de ser um tabu. 

Dois conceitos presentes em outras crenças e anteriores à decodificação de Kardec diferenciam o Espiritismo das religiões cristãs e sustentam essa maneira original de lidar com a morte: a reencarnação e possibilidade de comunicação com os mortos. 

A multiplicidade das existências explica, na ótica espírita, as diferenças entre os seres humanos, decorrentes de méritos e resgates de vidas passadas. É o carma, presente também, por exemplo, no budismo. Ou lei de ação e reação.

A comunicação com os mortos foi o fator determinante para o próprio surgimento do Espiritismo. As diretrizes teriam sido reveladas por espíritos em diferentes partes do mundo e codificadas por Kardec [
Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Leon Denizard Rivail (1804 - 1869), foi o codificador do Espiritismo. Educador, autor e tradutor francês nascido em Lyon.] em "O Livro dos Espíritos", lançado em 1857, primeira das Obras Básicas da Doutrina. Eles dizem que uma pessoa não morre, mas sim, "desencarna". Afirmam também que a comunicação [com os mortos] tem que partir de lá, não daqui, pois, não sabemos a condição de quem está lá.

Ressurreição, uma das colunas que sustentam o cristianismo, mas, enquanto isso...


No demais, ou seja, o que acontece nesse meio tempo, enquanto os mortos não ressuscitam, é que as opiniões se dividem. De acordo com as Escrituras, somos constituídos de uma parte material, o corpo, e outra imaterial e imortal, a alma ou espírito. Alguns defendem que esse espírito seria um terceiro elemento. Quando a pessoa morre, a alma continua consciente. 

Para defesa deste ponto de vista, recorre-se a dois exemplos nas Escrituras: 1) Moisés, que mesmo falecido, apareceu no Monte da Transfiguração (Mateus 17:1-9) e 2) o apóstolo Paulo, que disse preferir partir ou morrer para estar com Cristo (Filipenses 1:23). Se o apóstolo acreditasse que sua morte o lançaria num estado de total e literal inexistência, cortando sua comunhão com o Senhor, seria um absurdo total ele declarar que morrer era melhor do que continuar vivo. 

Apesar disso, esses mortos não ficam "vagando por aí" como almas penadas e têm contato com os vivos como algumas religiões acreditam. Até Cristo, todos ficavam no lugar que em hebraico quer dizer sheol, em grego, hades, e em latim, infernus. Daí nossa palavra inferno. Mas longe de ser um lugar tenebroso, tinha duas divisões. Os ímpios eram atormentados, mas os justos ficavam no paraíso ou seio de Abraão. Após a ascensão de Cristo, os salvos, após a passagem pelo tribunal de Cristo e o término da grande tribulação, irão reinar com Cristo em "novos céus de uma nova terra", recuperando o domínio total, conforme o projeto original de Deus.

Outras interpretações - Adventismo


Nem todos interpretam os acontecimentos depois da morte dessa maneira. Segundo a crença adventista, para entender a morte, é preciso compreender a vida. Os adventistas citam a criação do ser humano em Gênesis 2:7 para "desvendar o mistério". Nessa passagem, Deus sopra o fôlego de vida num boneco de barro e o torna uma alma vivente. Os adventistas acreditam que, diferente do que os gregos diziam, o homem é indivisível. Quando ele morre, a alma, que é toda a pessoa, com seus intelecto e emoções, acaba. O corpo volta para o pó e o espírito ou fôlego de vida para Deus, como ensina Eclesiastes 12:7.

Eles recorrem às línguas originais para explicarem esse entendimento. Enquanto espírito, em hebraico, tem o sentido de “sopro” ou “vento”, alma dá a ideia de “pessoa” ou “ser vivo”. “Nada de Gasparzinho”, dizem. O mesmo acontece com sheol ou hades. Ainda segundo os adventistas, esse lugar nada mais é do que a sepultura, onde todos os mortos descansam até o tempo da ressurreição e do juízo.

Uma questão de fé


A morte é o primeiro efeito externo ou manifestação visível do pecado e o último do qual seremos salvos (Rm 5:12; 1 Co 15:26). O Salvador tornou a morte inoperante e trouxe à luz a vida em sua ressurreição, nos garantindo assim a vida eterna. Ou seja, o homem é mortal, e seu corpo está sujeito à morte, embora sua alma seja imortal e sobreviva à morte do corpo.

Qual a distinção entre imortalidade e vida eterna? A imortalidade é futura (Rm 2:7; 1 Co 15:53, 54) e refere-se à glorificação de nosso corpo mortal na ressurreição. A vida eterna refere-se principalmente ao espírito do homem; é uma posse presente, e não é afetada pela morte do corpo.

A vida alcançará sua perfeição na vinda de Cristo e será vivida em um corpo glorificado que a morte não mais poderá destruir - tragada foi a morte pela vitória. Todos os crentes, quer vivos quer falecidos, já possuem a vida eterna, mas somente na ressurreição alcançarão a imortalidade. Cristo em nós, a esperança da glória.

[Fonte de pesquisa: Conhecendo As Doutrinas da Bíblia, Myer Pearlman (Editora Vida)]

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