Militantes armados invadiram nesta terça-feira, 16, uma escola na cidade de Peshawar, no Paquistão, e mataram pelo menos 126 pessoas - a maioria delas, crianças. O Talebã reivindicou a autoria do ataque, efetuado em represália às recentes operações do Exército paquistanês na região do Waziristão, próxima a Peshawar. Nas últimas semanas, estima-se que essas ações tenham matado centenas de militantes Talebãs.
Entre os mortos estão ainda professores e um segurança. Segundo informações de autoridades paquistanesas, até o final da manhã ainda havia reféns na escola. Pervez Khattak, ministro-chefe da província do Khyber, onde fica Peshawar, disse que à agência Reuters que um dos terroristas morreu ao detonar cargas explosivas que carregava no corpo e outro foi morto por soldados.
De acordo com as autoridades, cinco ou seis militantes entraram na escola usando uniformes do exército às 10h locais (5h de Brasília). Testemunhas disseram ter ouvido explosões e tiros. O Talebã reivindicou a autoria do ataque, efetuado em represália às recentes operações do Exército paquistanês na região do Waziristão, próxima a Peshawar. Nas últimas semanas, estima-se que essas ações tenham matado centenas de militantes Talebãs.
"Atacamos a escola porque o exército ataca nossas famílias. Queremos que sinta nossa dor", disse um porta-voz do Talebã à Reuters.
A escola atacada tem muitos filhos de militares de Peshawar como alunos numa região em que os enfrentamentos com o Talebã têm se intensificado. A escola, a Army Public, é administrada pelas Forças Armadas e tem capacidade para 500 alunos, muitos deles filho de militares residentes numa vila militar da cidade, que nos últimos anos viu um aumento no número de ataques do Talebã. Testemunhas disseram que o ataque ocorreu no auditório principal enquanto algumas turmas assistiam a uma demonstração de primeiros-socorros realizada por soldados.
Um porta-voz do Exército disse que maioria dos estudantes tinha sido evacuada e informou que até meados da manhã soldados ainda buscavam militantes no interior da escola. Em entrevista ao canal paquistanês Geo TV, um funcionário da escola, Mudassir Awan, disse ter visto seis ou sete homens armados invadirem o estabelecimento pulando os muiros da escola.
"Pensamos que eram crianças brincando, mas aí vimos que traziam um monte de armas. Assim que o tiroteio começou, corremos para as salas de aula. Eles estava entrando nas sala e batendo nas crianças", disse Awan.
Crianças ouvidas pela mídia paquistanesa disseram que os terroristas atiraram mesmo em crianças que se refugiaram debaixo das mesas. De acordo com Aamer Ahmed Khan, editor do Serviço Paquistanês da BBC, disse que os estudantes mortos estariam todas na faixa de 15 anos de idade - segundo informações veiculadas pela mídia paquistanesa, os militantes tinham order de não matar alunos mais jovens . Os feridos foram levados para o Lady Reading Hospital.
Khan disse ainda que o Talebã no Paquistão ainda não tinha realizado ataques do gênero e que a escala do massacre sugere muita frustração dos militantes com as recentes baixas nas operações do exército.
Via BBC Brasil
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