Quem nunca ouviu ou disse a máxima gospel "crente não bebe, mas come"? Pois é, acontece que comer de maneira desordenada é tão pecado quando a embriagues. A pergunta é: porque as igrejas não pregam contra o pecado da glutonaria com a mesma veemência, insistência e enfase que o faz sobre outros pecados (há os que inventam até pecados que não existem)? Porque a tolerância com esse pecado da carne, tão nocivo - tanto espiritual, quanto fisicamente -, que está classificado no mesmo nível dos demais pecados da carne, chamados na Bíblia de obras da carne (Gálatas 5:19-21)?
Acho engraçado os critérios que estabelecemos para designar a gravidade de nossos pecados. Muitos consideram qualquer pecado maior que o da glutonaria. E isto tem influenciando de uma maneira tão negativa as nossas igrejas que até mesmo "esquecemos" de pregar contra a glutonaria, aliás, temos é promovido essa prática em nosso meio, chamando-a de celebração. Quantas pessoas tem-nos dito que “crente come que é uma beleza?” Esses conceitos não surgiram por acaso. Infelizmente, nosso conceito de santidade está bem aquém do que a Bíblia nos explica. Está bem de simplesmente andar com um exemplar da Bíblia debaixo do sovaco e com cara de pitbull raivoso.
Quando procuramos entender o que a Bíblia ensina sobre a nossa alimentação, veremos que o Senhor se preocupa com o que como e o quanto comemos. Comer também é um ato de santidade ao Senhor. vamos ver o conceito que o apóstolo Paulo nos trás. 1 Coríntios 6:19-20, o apóstolo afirma que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, portanto devemos GLORIFICAR A DEUS NO NOSSO CORPO. O que significa Glorificar a Deus no corpo? Significa que o Meu corpo deve ser para a Glória de Deus. Por esse motivo ele afirma ainda: “Portanto, quer comais, quer bebais,… fazei tudo para a Glória de Deus" (1 Co- ríntios 10:31)".
Como judeu, o apóstolo Paulo sabia que o que comemos pode glorificar a Deus ou profaná-lO, ao profanarmos o nosso corpo, Seu templo. Preste atenção neste conceito: Nós podemos profanar o templo de Deus com o que comemos, por esse motivo o apóstolo afirma que o que comemos deve ser para a Glória de Deus. Isto não é conceito, é Bíblia. Mas será que entendemos esta verdade? O problema de muita gente é que acredita que a santidade é apenas um ato de acreditar e independe do que você faz, muito menos do que você come. A glutonaria faz mal a saúde, e a maior parte das coisas que Deus nos ensina ser pecado, são coisas que nos fazem mal. Agora acompanhando o raciocínio de que somos templo do Espírito Santo, se comemos exageradamente, estamos acabando com nossa saúde e destruindo o templo de Deus.
Metáfora
Se o lugar onde Deus chamou de casa aqui na terra, fosse um prédio nos dias de hoje, todos lutariam para tornar esse prédio santo, isolariam a área, reformariam a todo tempo, evitariam todo tipo de corrosão ou falha no local. Por que não fazemos isso conosco então? Existem coisas que podemos evitar, e devemos! Se não conseguimos cuidar do nosso corpo, como podemos nos chamar de templo do Espírito Santo?
Pois bem, glutonaria não é comer muito, mas não comer para a Glória de Deus. O fato é que a partir do momento em que renuncio a mim mesmo e Cristo passa a viver em mim, a vida que vivo passa a não ser mais minha. O que significa que o meu corpo não é mais meu, mas de Deus. E se ele é de Deus, não tenho o direito de fazer o que quero, mas o que Deus quer. O crente não profanaria seu corpo com a prática da prostituição, mas pode profaná-lo na mesma extensão com a prática da glutonaria. Isto é algo para se pensar.
É muito fácil nas canções cristãs, encontrar nas letras as poesias que afirmam que tudo o que somos é do Senhor, mas muitas vezes, na prática, desafinamos na melodia da vida e da fé, com o que cantamos. Ao fim, tudo não passa de meras palavras. Não podemos brincar com o pecado e muito menos conceitua-lo, assim como tentar relativizar a Verdade absoluta das Escrituras a partir dos critérios pessoais, porque esses critérios estão mais pautados nos meus valores flutuantes do que na Verdade da Palavra de Deus. Portanto, temos que aprender que a glutonaria pode, sim, nos levar para o inferno.
Não devemos comer o que queremos, mas o que é necessário para a Glória de Deus. Por esse motivo, o Senhor estabelece as leis alimentares. Essas leis tem a função de discriminar nossa dieta para que vivamos melhor sobre a Terra. Aproveitando-me dos ensino de Paulo, gostaria de encerrar essa reflexão com suas palavras: "Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo, mas mal vai para o homem que come com escândalo" (Romanos 14:20).
Não podemos ser dominados pela vontade de comer, pelo desejo de encher a barriga pelo prazer de não ter lugar para mais nada. Porque podemos fazer tudo! Mas existem coisas que não devemos fazer, e não podemos ser dominados por essas coisas. (1 Coríntios 6:12)
Em Romanos 13.13 encontramos: "Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja." Glutonaria é um pecado "oculto(?)", onde a muitos dos praticantes não sabe, nem sente que está fazendo, e mesmo o Espirito Santo "incomodado" e talvez criando formas para nos fazer parar, não paramos. Pois estamos acostumados a comer demasiadamente. Não justifiquemos a glutonaria através da fartura, e gordura não tem haver com comer demais, mas com comer coisas errados da maneira errada, criemos limites, tenhamos domínio próprio, uma das características do fruto do espírito (Gálatas 5:22). Glutonaria é atitude de glutão, e não de cristão.
"Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim." Gálatas 2:20
Que o Senhor nos ensine a comer sem pecar, porque Glutonaria não é um “pecadinho”, é um pecado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário