segunda-feira, 5 de julho de 2021

ATUALIDADE — SOBRE A POLÊMICA DO COMERCIAL DO BURGER KING

 

Antes de entrar no caso propriamente dito, acho de fundamental importância fazer o registro de algumas considerações:
  • Primeiro — Não é em absoluto meu intuito fazer críticas e/ou julgamentos às orientação, preferência ou atividade sexual de quem quer que seja. A mim absolutamente nada importa o uso que os outros fazem de suas respectivas genitálias. Cuido da minha, o que já não é nada fácil.
  • Segundo — Não irei aqui falar de pessoas, mas, sim de comportamento.
  • Terceiro — Me reservo aqui o direito de opinar sobre um assunto de domínio público, em consonância com minhas convicções e com meus princípios, sem, contudo, sequer sinalizar qualquer imposição ideológica, mas tão somente defendendo os valores nos quais norteio minha liberdade de pensamento.
  • Quarto — Meu blog se pauta pela liberdade de crença e de expressão, conforme o que é preconizado pela nossa Constituição, a saber:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença...;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença (Constituição da República Federativa do Brasil, 1988, artigo V, incisos — grifos acrescentados).
Isto posto, prossigamos.

Polêmicas por polêmicas


A rede de fast food Burger King voltou a causar polêmica nas redes após a divulgação de uma propaganda em que usa crianças para "ensinar" aos adultos o que é a comunidade LGBTQIA+. 

O mote da tal campanha é a pergunta: 
"Não sabe explicar o que é LGBTQIA+ para as crianças? Aprenda com eles".
Em seguida, a peça publicitária coloca crianças ao lado dos pais "explicando" a eles o que significa a sigla e o que elas acham sobre as pessoas que pertencem à esta comunidade. Foi propaganda começar a ser veiculada e começaram a pipocar polêmicas, claro, na ribalta das mídias digitais. 

E tome "opiniões" tanto favoráveis quanto contrárias de todos os lados — de celebridades há anônimos. Nessa panaceia ideológica, todos querem ter razão, sem que haja o que se podia esperar: o respeito mútuo ao contraditório.

Crítica de pastores


A campanha também foi condenada por pastores nas redes sociais. Com uma imagem propondo um boicote de cristãos ao Burger King, o pastor da Igreja Batista da Lagoinha (IBL) em Belo Horizonte, MG, Lucinho sugeriu na quinta-feira (24/6) em seu perfil no Twitter: 
"Não toque nas nossas crianças que nós boicotamos mesmo!"
O pastor Claudio Duarte destacou na sexta-feira, (25/6), 
"que tudo é feito pela publicidade, visibilidade e ganho econômico... Pra mim isso não tem haver com justiça e sim com vingança. Escutem o grito da dor. Deus abençoe e tenha misericórdia de todos."
Para o pastor Josué Gonçalves, há um movimento patrocinado pelas grandes empresas que visa promover uma "ideologia que é antifamília".
"Agora de forma explícita estão usando a inocência das nossas crianças para promover a 'ideologia de gênero', que é uma afronta à família tradicional e à Palavra de Deus, onde diz que o Criador fez 'macho e fêmea'"
disse ele também na sexta.
"Nós cristãos não somos homofóbicos, respeitamos a decisão que os adultos tomam quanto a sua opção sexual, porém, reprovamos usar as crianças para propagar aquilo que Deus reprova"
destacou.

Outro que também não ficou calado, foi o pastor Silas Malafaia. Conhecido pelo seu aguerrido combate ao que chama de "ativismo gay", o líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Adevec), foi um dos primeiros a lançar em sua conta no Twitter uma campanha de boicote à rede de fast food.

Pano para mangas


E a polêmica campanha publicitária do Burger King utilizando crianças para falar de ideologia de gênero e que foi uma homenagem ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado anualmente, no dia 28 de junho, continua rendendo repercussões. Dessa vez, no entanto, trata-se de um vídeo com crianças defendendo a Palavra de Deus, e que viralizou sendo usado como resposta à rede de fast food.

Na filmagem, um grupo de crianças explicam o intuito da ideologia e a refutam.
"Eles querem confundir a nossa fé, dizendo que o nosso Deus pode errar […] Mas o nosso Deus nunca erra"
 — dizem meninos e meninas.

No entanto, a produção é de 2017 e de autoria do canal O Mundo de Otavio, um canal voltado para a família, com ensinamentos conservadores para as crianças. Otavio, dono do canal, comentou a repercussão do vídeo.
"Não basta só ficar na resposta, temos que apresentar a solução. E a solução é instruir a criança no caminho em que deve andar"
declarou. Veja o vídeo:

Em contrapartida, o Burger King criou um vídeo não menos polêmico em suas redes sociais com os dizeres: 
"Pra gente, toda opinião é válida. Mas preconceito, não. #SaibaADiferença".
Com o objetivo de mostrar ao público que as opiniões, tanto as positivas quanto as negativas, são bem-vindas, mas que o preconceito não é, a rede de fast food Burger King apresenta campanha criada pela agência David São Paulo. 

No filme os haters ganharam voz, expondo críticas recebidas nas redes sociais, e destacando que são "opiniões das pessoas". Em seguida, o comercial traz diversos comentários preconceituosos de usuários, "disfarçados" de opinião. E ressalta:
"Isso é preconceito".
Confira o vídeo:

"Como marca, o Burger King entende que tem um papel importante de conscientização. Este é um assunto sério e que, infelizmente, ainda precisa ser conversado.

 

Por isso não medimos esforços para mostrar que todos são bem-vindos e entendemos que cada um tem uma opinião diferente. Aceitamos críticas, mas não aceitamos nenhuma forma de preconceito",

defende Ariel Grunkraut, diretor de marketing e vendas do Burger King Brasil.

Essa é a primeira vez que o Burger King se utiliza do recurso de "marketing reverso" no Brasil. Com o intuito de dar ainda mais força ao assunto, a marca conta com a parceria de três ONGs: AZMina, instituição que produz conteúdo sobre a luta das mulheres; CEERT, instituição voltada para a promoção da igualdade de raça e de gênero; e Associação da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo (APOGLBTQIA+).

Afora o viés da polêmica, onde o Burger King errou

"Atirando em urubus, tentando acertar em patos"


A partir disso, muitos consumidores afirmaram nas redes sociais que parariam de consumir nas lojas da rede. Primeiramente, em casos como este, não se encaixam valores morais, se é certo ou errado. 

De acordo com especialistas em em investimentos e marketing, é necessário pensar com a cabeça de investidor. Ou seja, quando investimos em uma companhia precisamos entender todo o contexto e se o que ela faz pode atingir o acionista minoritário, independentemente do mesmo concordar ou não.

Uma empresa de capital aberto precisa anisar se a sua comunicação pode atingir uma parcela considerável da sociedade e assim impactar de forma negativa seus números. Não se trata do que é certo ou errado, mas sim do que pode prejudicar os investidores.

O Burger King (BKBR3) está entrando em um assunto extremamente polêmico, que divide a sociedade mais conservadora. Ao colocar crianças para comentar sobre um tema que gera discussões, milhões de pessoas podem não concordar. É como se colocassem crianças para falar sobre política, o que causaria grandes problemas também.

Se fosse o contrário, os pequenos falando que entendem a relação somente entre um homem e uma mulher, traria problemas do mesmo jeito, pois o movimento LGBTQIA+ também iria se manifestar com força e poderia haver um boicote de parte da sociedade e com influenciadores e militantes podendo tomar partido na discussão.

Ao fazer uma ação publicitária, é necessário fazer uma reunião de brainstorming para avaliar a campanha e os possíveis riscos e benefícios. Com certeza, o Burger King não pulou este passo antes de realizar a campanha, ou seja, estava ciente do debate que poderia causar.

Se eu sei que uma empresa está disposta a entrar em um assunto que pode gerar um problema, independentemente da causa ser justa ou não, é necessário avaliar 50 mil vezes. E mais do que nunca: pensar se isso pode movimentar negativamente minhas ações, já que isso pode causar um ruído que resulte em um boicote.

Mas, estaria mesmo o Burger King interessado na causa LGBTQIA+?


O fato é que, dessa forma, enquanto as pessoas discutiam suas opiniões sobre o tema, o Burger King conquistou o que, com certeza, queria: atenção. 

Apesar da velha máxima "falem bem ou falem mal, mas falem de mim" ser conhecida por muitos, não costuma fazer parte de ações do marketing tradicional. Mas, para algumas empresas, como o Burger King, parece ser uma estratégia de vendas, já que nos últimos anos a rede vem lançando campanhas polêmicas. 

Há peças que visam criar burburinho em busca de audiência, porque os profissionais envolvidos pensam que, após o escândalo desaparecer da mídia, o que vai restar, nas semanas seguintes, será um maior reconhecimento e fortalecimento da marca.

O papel da Igreja: sim, ela não pode se calar!


Uma Igreja que se preocupa com as crianças é uma igreja que se importa com o seu presente e que se preocupa com o seu futuro. As crianças são o futuro da Igreja, sim; mas também são o presente da Igreja. 

Elas adornam, animam e são parte viva do Corpo de Cristo. O louvor da boca dos pequeninos é maravilhoso! Os testemunhos muitas vezes trazem o pai, a mãe e não raramente toda a família para Jesus e para a Comunidade do Povo de Deus! 

É o que ensinamos hoje às nossas crianças com nossas palavras e sobretudo com nossa conduta e testemunho, que vai marcar que tipo de pessoa, cristão e igrejas elas serão. 

O futuro se constrói agora. E pelo nosso trabalho e cuidado com nossas crianças podemos ter uma ideia do tipo de igreja que somos e do tipo que seremos amanhã. 

Por isso é muito importante que nossa Igreja cuide ainda mais de nossas crianças. Cuidar, amando; cuidar, acolhendo; cuidar, educando; cuidar, disciplinando e corrigindo cuidar, estimulando e apoiando. Ser as Mãos de Deus que orientam o crescimento delas em estatura, sabedoria e graça Divina e de acordo com seus princípios que são imutáveis, insofismáveis, atemporais. 

Não só as pertencentes à comunidade da fé, mas a todas as crianças que tivermos acesso e às quais, em nome e no poder de Deus, pudermos fazer o bem.  

Agindo em favor das crianças e também de sua família, estaremos realmente trabalhando em favor da extensão do Reino de Deus. Assumindo a causa das crianças estaremos trabalhando em favor de um mundo melhor, em favor da própria Igreja; estaremos, enfim, assumindo e trabalhando em prol do Reino de Deus, a causa de Cristo. Isso não se negocia!

Direitos da Criança na Comunidade de Fé (independente da diversidade denominacional)


  1. A criança tem direito a ser valorizada pelos adultos, pelas famílias e por toda Congregação. 
  2. A criança tem que ser provida de ambiente acolhedor e sadio para viver e crescer, bem como de oportunidades para desenvolver na Igreja. 
  3. A criança tem direito a ter, a partir de seu nascimento, a sua individualidade respeitada pela família e pela comunidade de fé. 
  4. A criança, antes mesmo de nascer, tem direito ao amor, cuidados e consideração de toda a comunidade de fé. 
  5. A criança excepcional tem direito à especial consideração por parte das lideranças e dos ministérios; de toda a Igreja. 
  6. A criança tem direito a ser nutrida na fé e de ser ensinada sobre quem Jesus é e o que Ele fez por ela.
  7. A criança tem direito a ser Igreja de Jesus: à participação total na vida da igreja, nos seus sacramentos, ministérios e serviços missionários, sem discriminação de idade, tamanho, escolaridade, raça, cor, sexo ou nacionalidade. 
  8. A criança tem direito de participar e ser nutrida na fé através de culto, do ensino bíblico, da confraternização, etc. 
  9. A criança tem o direito a ser educada sobre suas responsabilidades como cidadã, como cristã no cuidado com toda a comunidade e criação de Deus, sejam pessoas, bichos, plantas, rios ou qualquer outra parte da natureza. 
  10. A criança tem direito de ser criança em sua essência!

Vencendo a manipulação


Não precisa ser muito inteligente para perceber que este comercial, com pouco mais de um minuto, não ensina, de forma alguma, os pais a como explicarem relações LGBTQIA+ para crianças. Os pequenos da peça publicitária falam sobre o assunto, mas nada é esclarecido.

E se os pais não quiserem falar ainda sobre o tema com os filhos? Lanchonetes, agora, poderão interferir na criação? O que essa propaganda fez foi acirrar uma divisão que está latente na sociedade e que não tem sido nada positiva para o futuro do país. 

Outra reflexão importante a ser feita é: Que moral tem o Burger King para querer impor alguma coisa aos pais e responsáveis? Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, nos últimos anos, o percentual de crianças obesas vem aumentando e, de acordo com estudos, essa obesidade está relacionada à propaganda de refeições fast food.

Eles não deveriam, então, buscar melhorar essas estatísticas, já que dizem se preocupar com as crianças? Ah, mas se fizessem isso iriam à falência, não é mesmo? 

Então, com toda esta cortina de fumaça, o Burger King, que somou mais de 4 milhões e 300 mil visualizações no famigerado vídeo polêmico, deixou evidente que queria estimular o debate por objetivos claros: ficar em evidência e incentivar o consumo de seus produtos para, como toda boa empresa capitalista, enriquecer mais.

Por isso, não sejamos ingênuos, quando se trata de marketing, todo cuidado é pouco.

Conclusão

Eles avaliaram os riscos?


Portanto, pouco importa se concordo ou não com a propaganda do Burger King. O que é necessário é avaliar é o que isso pode gerar para a empresa e se serão mais pontos positivos do que negativos. Além disso, em casos assim, é possível enxergar que a empresa topa tomar riscos que o investidor talvez não queira se expor.

Não é como se o Burger King tivesse avaliado de maneira errada o seu risco. A empresa sabia o terreno em que estava e mesmo assim quis seguir adiante, assumindo uma possível sabotagem dos consumidores. A questão a se avaliar é: quem, no final desse imbróglio sairá ganhando: as crianças? O público LGBTQIA+? Ou o Burger King? Com a palavra, o McDonalds!

[Fone: Pleno NewsEstadãoPublicitário Criativos, por Alana Santos; Folha Gospel]

A Deus toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
E nem 1% religioso.
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigado, amigo! Estou dando minha contribuição na pauta deste debate que é de suma importância à defesa do nosso direito manifestação de fé e liberdade de pensamento em linha com nossos valores espirituais.

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