sexta-feira, 2 de abril de 2021

VOCÊ TEM A CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO LUGAR DO OUTRO?

Empatia significa, de forma simples, a capacidade de alguém se colocar no lugar do outro. Mas será que isso é algo tão fácil de se fazer sem que haja uma intenção verdadeira?

Empatia vem da palavra grega empatheia, "entrar no sentimento", segundo Roman Krznaric, filósofo social australiano e consultor de empatia para as Nações Unidas, que publicou um estudo sobre o assunto feito por ele na Universidade da Califórnia, campus de Berkeley (UCB), nos Estados Unidos.

A arte de compreender o outro


Krznaric diz que empatia não significa concordar com o outro, mas compreendê-lo e ver algo sob o seu ponto de vista. É se imaginar no lugar de outra pessoa e entender seus sentimentos, desejos, motivações e até suas ações, sem julgá-la. Dessa forma, ajudar alguém se torna mais eficiente do que rotulá-lo conforme nossas ideias.

Infelizmente, o egoísmo parece que aumenta cada vez mais atualmente. Krznaric considera que essa atenção toda sobre si mesmo leva o indivíduo a não se importar com o sentimento alheio. Mesmo que não haja más intenções, deixar nossas "verdades absolutas" formarem julgamentos é muito fácil. Por isso, é preciso que haja uma conexão real com o outro para que a ajuda aconteça.

Empatia não é simpatia


Muitas pessoas confundem ser empático com ser simpático, alerta o trabalho da UCB. A simpatia está ligada à solidariedade, enquanto a empatia está vinculada à compreensão. Ambas podem agir juntas, mas nem sempre é assim. Uma pessoa simpática cria facilmente um envolvimento emocional, mas a empática estabelece uma conexão mais eficiente.

Uma das qualidades que mais admiro nas pessoas é essa tal de empatia, porque acredito que ela carrega junto a generosidade, o cuidado e o bem. Empatia é a capacidade que temos de nos colocarmos no lugar dos outros, de entrar em outros universos e enxergar tudo por outras perspectivas sem nos deixar contagiar por inteiro, mas entendendo outras dores, motivos, vontades e seus porquês. 

Ao vermos uma pessoa sofrendo ou necessitando de ajuda, imediatamente somos tomados por afeto e sentimos a necessidade de tomar uma atitude. Uma palavra, um gesto, uma ação. Quando choramos vendo um filme por exemplo, é empatia pura. Sabemos que aquilo nem existe, mas de alguma forma somos afetados. Uma das mais importantes ferramentas para os relacionamentos, a empatia tem tudo a ver com a leitura de sinais e percepções do outro.

Jesus, nosso maior exemplo de empatia


O Senhor Jesus talvez seja o maior exemplo de empatia da história humana. Ele, o próprio Deus, literalmente se pôs no lugar do homem nascendo e crescendo na Terra. Assim, viu a vida do ponto de vista humano. Por amor a nós, tornou-Se um de nós, inclusive na dor e no sofrimento.

Isso nos ligou mais a Ele, afastados que estávamos desde o pecado original de Adão. Jesus deixou bem claro que podemos ir a Ele como estivermos, com todos os nossos problemas, limitações e vícios, para que, com Ele, possamos nos libertar. O Mestre não julga, mas nos compreende, recebe e cura.

Será que é tão difícil assim se colocar no lugar de outros? Deixando de lado o egocentrismo atual, ser empático traz muitos benefícios sociais, segundo o trabalho de Krznaric, como, por exemplo, conectar as pessoas, dissolver preconceitos e diminuir a hostilidade. 

Isso começa nas relações mais próximas e se estende à sociedade. Sem empatia no namoro, no casamento, no trabalho, nas amizades ou na família, não há realmente uma conexão ou um diálogo entre as pessoas. Resta apenas cada um com seu discurso falando consigo mesmo.

Como desenvolver a verdadeira empatia em tempos de egoísmo cada vez maior? Em seu estudo, Krznaric cita outras pesquisas que mostram que aprendemos a empatia nos dois primeiros anos de vida ainda na família, mas, conforme crescemos, podemos perder o interesse natural pelo outro. Cabe a nós aprendermos a praticar e a fortalecer a empatia por meio do exercício de alguns hábitos.

Conclusão


Todos somos empáticos e todos podemos encontrar uma medida saudável de empatia. A ciência explica que há exceções como no caso dos psicopatas, que são mestres em empatia cognitiva e dos autistas, que são mestres em empatia afetiva. 

Na empatia afetiva, somos capazes de sentir o que o outro sente, já na cognitiva compreendemos de forma racional os sentimentos dos outros, mas não nos afetamos por isso. O ideal é encontrar a interseção entre os dois, porque se formos muito para a empatia racional, beiramos a possibilidade de manipular as pessoas. Por outro lado, se formos demais pra empatia afetiva, podemos assumir dores que não nos pertencem. 

Empresas e líderes já entenderam que o relacionamento, a inteligência emocional e a empatia são as habilidades que farão a diferença na hora de serem bem sucedidos. Se antes se prezava apenas pela racionalidade e pensamento lógico, agora as coisas mudaram e a inteligência emocional passa a ser valorizada em um mundo que começa a sentir falta do que é intangível e intrínseco ao ser humano, já que as máquinas não cumprem essa função. Eu diria que vivemos uma nova era — emotivos de plantão comemoram.

Empatia adquirida


Mas é possível desenvolver empatia? Sim, com certeza! Não sei exatamente em que momento da minha vida me percebi como uma pessoa empática, mas tenho certeza que o teatro aflorou esse sensação na minha vida. Digo "aflorou" porque já está dentro de nós. Quando somos bebês e imitamos os gestos dos nossos pais ou criadores, é porque somos empáticos e nos espelhamos no outro. O teatro tem esse poder... 

Na verdade a arte tem esse poder, mas o teatro em particular torna isso explícito. Quando construímos um personagem, estamos abrindo mão de nossas percepções do mundo para adotar as percepções de outros seres humanos. 

É preciso entender, compreender, defender suas posições e acima de tudo: não julgar (ou não condenar, já que não julgar é praticamente impossível). Não importa se sua função é representar o Dalai Lama ou Adolf Hitler, você precisa entender as virtudes e deficiências daquele ser humano. 

É uma experiência no mínimo interessante e uma habilidade muito valiosa. E você? Tem conseguido olhar o mundo por outras perspectivas e compreendido outros porquês além do seu?

[Fonte: Folha Universal; Morada.org, por Renan Diegues] 

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso. 
O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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