terça-feira, 23 de junho de 2020

ESPECIAL — DEPOIS DA PANDEMIA, NUVEM DE GAFANHOTOS PODE CHEGAR AO BRASIL: CASTIGO DIVINO?


Uma nuvem gigante de gafanhotos invadiu a Argentina e ameaça chegar ao Brasil em breve. A infestação começou no Paraguai, destruindo as plantações de milho, foi a sul pelo Chaco, infestando as regiões de Córdoba, Santa Fé, Entre Rios e Corrientes, essa mais próximas do estado do Rio Grande do Sul.

Essa notícia que bombou hoje (23) na imprensa certamente já está mexendo com o imaginário daqueles que acreditam que o Brasil (e o mundo?) está sofrendo a ação de corretiva de Deus em resposta ao aumento desenfreado da iniquidade. Muitos são também os que certamente verão nesse fenômeno inédito, ao menos em terras brasileiras, como um iminente sinal da volta de Jesus. 

Mas, antes de falarmos mais sobre esse assunto, é importante que façamos um resumo do que foram as Dez Pragas do Egito, seu contexto e seu significado bíblico.

As Dez Pragas do Egito


Sem dúvida, uma das histórias mais espetaculares de toda a Bíblia e que chama a atenção de cristãos e não cristãos é a narrativa das 10 pragas derramadas pelo Senhor sobre o Egito, e a maneira incrível que o Êxodo aconteceu. Na história do êxodo de Israel da escravidão no Egito, Deus enviou pragas devastadoras aos egípcios. E há muito mais coisas nessas pragas do que você provavelmente imagina!

Provavelmente, muitos de nós estamos familiarizados com os fundamentos da história do êxodo de Israel da escravidão no Egito. Para resumir brevemente, os israelitas migraram para o Egito no tempo de José, dezessete anos antes da morte do patriarca Jacó, a quem Deus havia mudado o nome para Israel. A princípio, eles desfrutaram do favor dos egípcios por causa de tudo o que José fez como vizir [alto funcionário] ou primeiro-ministro do faraó. Mas com o passar dos anos, esse relacionamento mudou. Os egípcios começaram a ver os israelitas como uma ameaça.

Com o tempo, um novo faraó chegou ao poder e escravizou os israelitas. A situação ficou tão ruim que os egípcios começaram a matar bebês hebreus do sexo masculino para impedir que os israelitas excedessem em número os egípcios.

Durante esse tempo, Deus levantou um libertador chamado Moisés. Ele foi salvo no nascimento e cresceu como membro da família real egípcia. Mas depois de matar um egípcio, ele fugiu do Egito para a terra de Midiã, onde, quarenta anos depois, Deus falou com ele na sarça ardente e o enviou de volta ao Egito para libertar os israelitas da escravidão.

Em Êxodo 7:1-5 Deus disse a Moisés que faria três coisas:
  1. Tiraria os israelitas do Egito,
  2. Faria isso "com grandes manifestações de julgamento" e
  3. Mostraria aos egípcios que Ele é SENHOR — o verdadeiro Deus.
Em Êxodo 12:12, Deus acrescenta que estava fazendo outra coisa muito importante: 
"Sobre todos os deuses do Egito farei juízos". 
Assim, os juízos de Deus, em certo grau, seriam contra os deuses egípcios. Ao fazer isso, Ele ensinaria uma lição tanto para os egípcios quanto para os israelitas, que estavam no Egito há várias gerações e tinham se distanciado da fé de seus antepassados Abraão, Isaque e Jacó. Eles haviam imergido completamente na cultura e religião egípcia corrompida.

A cultura egípcia era muito idólatra e tinha uma multidão de deuses e deusas. Muitos destes assumiam a forma de animais, então os egípcios consideravam sagrados touros, vacas, carneiros, gatos, crocodilos, cobras, sapos e vários insetos e pássaros. 

Vejamos quais foram as Dez Pragas:
  • A primeira praga — As águas se transformam em sangue (Êxodo 7:14-24); 
  • A segunda praga — Rãs (8:2-14); 
  • A terceira praga — Piolhos (8:16-19); 
  • A quarta praga — Enxames de moscas (8:20-32);
  • A quinta praga — A peste dos animais (9:1-7); 
  • A sexta praga — Úlceras (9:8-12); 
  • A sétima praga — Chuva de granizo (9:13-35);
  • A oitava praga — Gafanhotos (10:1-20); 
  • A nona praga — Trevas (10:21-23); 
  • A décima praga — A morte dos primogênitos (11).
Cada uma das pragas que Deus enviou foi um desafio direto a um ou mais deuses e deusas do Egito. Embora os egípcios já tivessem visto essas coisas antes, como gafanhotos e insetos hematófagos, o que tornou essas pragas únicas é que Deus as intensificou milagrosamente e as trouxe aos egípcios quando quis. Por isso, as pragas foram muito piores do que normalmente seriam, e elas vieram exatamente quando Deus, através de Moisés, disse que aconteceriam para mostrar que Deus era quem estava causando isso.

Voltando aos gafanhotos atuais


Sobre o fenômeno atual da nuvem de gafanhotos, a situação é complicada e pode afetar drasticamente as condições econômicas de ambos os países. Tanto o Brasil quanto Argentina tem uma boa parte de seu sistema econômico atrelado à agropecuária. O principal alvo dos gafanhotos são as plantações; uma nuvem pode ser capaz de destruir em um dia a quantidade de pasto equivalente a 2 mil vacas ou 350 mil pessoas, segundo os especialistas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Vídeo postado numa rede social mostra como se dão os ataques dos insetos. As imagens são perturbadoras veja:
A infestação foi começo na semana passada e ainda não se sabe se os gafanhotos virão para o Brasil. Os produtores de agricultura do Rio Grande do Sul estão em estado de atenção e medidas podem ser tomadas a qualquer momento.

Impactos econômicos da infestação por gafanhotos


A agropecuária é responsável por 9% da economia gaúcha (dados de 2014) e 6% do PIB de Santa Catarina (dados de 2016). As regiões com maior produção agrícola nos estados são as mais próximas à fronteira com a Argentina.

No começo do ano, uma situação similar aconteceu no Chifre da África, região leste do continente, em países como Quênia, Somália e Etiópia. A Somália declarou Estado de Emergência por causa da infestação de gafanhotos na região, que destruíram plantações de milho e feijão no país.

Foi a maior aparição da praga em mais de 70 anos. Na região de Ahmara, fazendeiros perderam 100% de suas plantações. Um vôo da Ethiopia Airlines teve de fazer um pouso forçado pois a nuvem de gafanhotos impedia a visão dos pilotos.

Em meio às tantas tragédias que acometem o continente africano, entre o sem-fim de notícias sobre o coronavírus e outros males, a África também enfrenta atualmente mais uma consequências da crise climática que possui literalmente proporções bíblicas: trata-se da pior invasão de gafanhotos dos últimos 25 anos na região. Com mais de 200 milhões de insetos, a dimensão da nuvem é duas vezes maior que toda a cidade de Roma, e está se movendo do Quênia para o sul do Sudão e Uganda.

A infestação que aconteceu no Quênia entre 2003 e 2005, bem menor do que a desse ano, foi capaz de causar um prejuízo de 2,5 bilhões de dólares para a economia local. Os impactos econômicos de uma crise dessa dimensão alinhada com o desaceleramento causado pela pandemia de coronavírus pode resultar em uma tragédia econômica e social de proporções raramente vistas.

Relação dos gafanhotos com aquecimento global


Para os especialistas, a infestação tem correlação com as mudanças climáticas que favorecem a reprodução dos gafanhotos. 
"Condições mais secas no futuro, nos limites norte e sul da área de distribuição de gafanhotos, podem produzir habitats mais favoráveis ​​para esta espécie e podem ter impactos negativos importantes"
disse o entomologista Michel Lecoq à BBC. Ele ainda alerta que os riscos em termos de danos às culturas, pastagens e, em última instância, à segurança alimentar e social de muitas pessoas pobres nos países em desenvolvimento podem ser enormes.

A Mauritânia, outra país que sofreu com a infestação de gafanhotos, afirmou que está tomando medidas de precaução mapeando pequenas aglomerações da praga com drones, tomando medidas para acabar com as nuvens de maneira mais eficaz, com apoio da FAO. Essa é a única forma de controlar as nuvens: quando ainda pequenas, os pesticidas são capazes de impedir que os insetos se unam e se reproduzam.

No Brasil, somente o gafanhoto do Mato Grosso foi registrado como uma espécie capaz de devastar plantações e suas breves aparições em grupo foram sempre controladas. Portanto, dependendo da intensidade e da rapidez com que a nuvem de gafanhotos venha, caso de fato se desloque pro Brasil, pode causar um problema de dimensão desconhecida para as autoridades brasileiras.

Conclusão


Como vimos acima, um dos objetivos das 10 pragas era revelar a grandeza, o poder e a soberania de Yahweh como único e verdadeiro Deus em contraste com as falsas deidades egípcias. Faraó devia reconhecer e confessar que o Deus dos hebreus era supremo e que o Seu poder estava acima do rei do Egito e da nação que ele governava (Êx 9:16; 1 Samuel 4:8). 

As pragas foram juízos contra os egípcios, seus deuses e sua falsa religião (Êx 12:12). O Êxodo foi a libertação da escravidão do povo hebreu do domínio egípcio. Esse evento é uma prefiguração que aponta para uma libertação muito maior realizada por Jesus Cristo  a libertação do pecado. Da mesma maneira como Deus conduziu Seu povo no passado, "com mão forte", Ele também deseja nos conduzir à Canaã celestial. Por isso devemos caminhar humildemente com Deus, hoje, e todos os dias, e quando Cristo voltar, estaremos com Ele por toda a eternidade!

Mas, semelhanças a parte, embora o evento atual trata-se de uma reedição na vida real da oitava praga do Egito, ele é provocada não pela ira divina, mas sim pelo efeito da ação humana na natureza. Procurando por solo úmido e arenoso para depositar seus ovos e se reproduzir, eles se encontraram diante de uma situação anormal para proliferação, por conta de uma estação chuvosa muito mais longa do que o normal. A situação coloca diretamente em risco mais de 10 milhões de pessoas, com 4 milhões de crianças ameaçadas pelo raro fenômeno.

Pois o efeito do raro fenômeno é a devastação de colheitas, plantações e vegetações, capaz de devorar em um só dia uma quantidade de comida que alimentaria 90 milhões de pessoas. Quênia, Etiópia e Somália já lidam com escassez de alimentos, sobre uma situação que já era dramática mesmo antes da invasão de gafanhotos.

Caso o quadro se agrave, é provável que provoque mais uma migração em massa, fugindo não só dos insetos como de outros efeitos das mudanças climáticas, da desigualdade e, de modo geral, do capitalismo desenfreado. Ou seja, não tem como espiritualizar esse fenômeno, pois ele é sim uma consequência da ação humana, mas sem necessariamente a intervenção sobrenatural da vontade do Altíssimo. 

[Fonte: por Hypeness, Yuri Ferreira e Vitor Paiva]

A Deus toda glória.
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