Já há algum tempo, as compras on-line eram uma prática comum no comportamento dos consumidores brasileiros. A opção por essa modalidade remota de compra era mais acentuada nas data especiais, como o Natal, os dias das mães, dos pais, dos namorados e das crianças, além, é claro, da Black Friday. Ao longo dos últimos meses, os consumidores viram-se obrigados a adaptar as suas rotinas e hábitos de compra à nova realidade de pandemia.
Veio mesmo para ficar
Entre todas as facilidades que a web oferece está a compra pela internet. Embora antes da pandemia essa modalidade de compra tinha um público consumidor mais específico, agora, de acordo com pesquisas, sua abrangência se tornou comum. Além de poder fazer os pedidos no conforto de casa, evitar filas e poder pesquisar os melhores preços, a rede facilita que você encontre exatamente o serviço ou produto desejado.
O fato é que, devido ao isolamento social, nas últimas semanas, as compras on-line dispararam no Brasil. Desde 12 de março, houve um aumento de 180% nas vendas de produtos alimentícios e de higiene pessoal, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
E, apesar do que muitos acreditam, fazer compras pela internet está cada vez mais seguro. Há diversos mecanismos para verificar a idoneidade das lojas online, reduzindo os riscos de cair em golpes e de ter os seus dados acessados por quem não deve. Renata Reis, coordenadora de atendimento do Procon-SP, explica alguns cuidados que devem ser tomados nas compras pela internet.
"Desconfie de sites que têm preços muito baixos, limitam a forma de pagamento a boleto bancário ou têm prazo de entrega muito longo, pois isso dá tempo para que a empresa desapareça do mercado",
alerta.
Ela acrescenta que o consumidor deve observar o preço cobrado no fim da compra e a inclusão de serviços adicionais.
"Algumas empresas mascaram o preço do produto com o valor do frete. Quando o consumidor vai concluir a transação, o valor da compra muda.
Outras empresas incluem no fim da compra serviços adicionais como auxílio funerário e garantia estendida. O consumidor deve prestar atenção, caso contrário pode pagar mais caro por algo que não usará",
ensina.
Se receber um produto fora do prazo de validade ou estragado, o consumidor deve reclamar com a empresa e fazer uma denúncia ao Procon, caso o problema não seja resolvido.
Cátia Vita, advogada especialista em direitos do consumidor, sugere que ao comprar em marketplaces (plataformas que reúnem vários fornecedores), o consumidor guarde também o nome e os dados do fornecedor.
"Tanto o marketplace quanto o fornecedor têm responsabilidade solidária em caso de problemas. Se o consumidor não tiver retorno com as empresas, ele pode até recorrer a um Juizado de Pequenas Causas para causas de até 40 salários mínimos",
esclarece.
Arrependimento
Igor Marchetti, advogado do Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, lembra que o consumidor tem o direito de se arrepender de compras feitas fora do estabelecimento comercial, como internet, telefone, catálogo, TV ou outro meio. A contagem do prazo de sete dias para o arrependimento começa a partir da chegada do produto ou da assinatura ou recebimento do serviço.
"O consumidor deve entrar em contato com a empresa e informar que deseja exercer o direito de arrependimento, sem a necessidade de justificativa."
Ele destaca que a empresa deve fazer a devolução de todo o valor, inclusive do frete, e o consumidor não deve arcar com custos de postagem ou retirada do produto.
Para evitar fraudes, Igor afirma que o consumidor deve desconfiar de sites que oferecem selos de certificação.
"Os órgãos de defesa do consumidor não costumam certificar empresas. Antes de comprar, busque o nome da empresa na lista do Procon ou no site www.consumidor.gov.br. Além disso, evite fazer compras de computadores públicos, bibliotecas e lan-houses",
alerta.
Para orientá-lo sobre como fazer compras pela internet de forma segura, o blog Conexão Geral separou dicas importantes para você.
- Verifique a reputação — Busque o nome da empresa no Google e em sites como do Reclame Aqui e o do Procon de seu Estado para saber se há reclamações e se a companhia costuma resolvê-las.
- Compre em sites seguros — Observe se o site fornece dados como endereço físico da empresa e dados como o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), além de telefone e e-mail para contato. O endereço da loja virtual deve começar com https://.
- Desconfie de preços muito baixos — Sites que oferecem ofertas muito diferentes das praticadas pela concorrência podem estar usando o preço baixo como chamariz para um golpe. Redobre os cuidados.
- Acesse o site digitando o endereço no navegador — Evite clicar em links de anúncios em redes sociais ou de e-mail. Se encontrar uma oferta desse tipo, vá ao site oficial da loja e se certifique de que ela é verdadeira.
- Certifique-se do que você está comprando — Alguns sites reúnem ofertas de vendedores diferentes. Por isso, verifique quem vende e quem entrega o produto de seu interesse e procure o nome dessa empresa em sites de reclamação.
- Faça prints de cada etapa da compra — Salve as imagens da tela, pois elas podem servir de prova para uma eventual reclamação.
- Observe os detalhes — Verifique a descrição do produto, como material, cor e tamanho. Prefira sites que oferecem informações detalhadas, pois você não está vendo o produto, mas apenas uma foto. Confira o valor do frete para a sua região e o tempo de entrega. Cuidado com prazos muito longos.
- Conheça as políticas do site — Procure informações sobre como a empresa procede em caso de necessidade de troca ou devolução do produto: ela retira em sua casa ou você deve levá-lo aos Correios? Lembre-se: você não deve pagar para enviar um produto em caso de arrependimento.
- Finalize a compra no site — Não aceite finalizar seu pedido por e-mail, WhatsApp ou telefone. Nunca faça depósitos para pessoas físicas, exceto se você já conhece a pessoa e tem total confiança nela.
- Cuidado ao efetuar o pagamento — Desconfie se o site só oferece boleto bancário ou depósito para pessoa física, pois pode ser um golpe. Antes de incluir dados do cartão, observe se o site tem dados blindados: no navegador, procure o símbolo de um cadeado no canto superior direito da janela. Veja se houve mudança no valor total antes de confirmar o pagamento.
- Exija Nota Fiscal — Depois de finalizar a compra, o site deve fornecer a Nota Fiscal por e-mail ou (em arquivo formato PDF) ou enviá-la com o produto. Guarde esse documento.
- Registre as reclamações — Caso o produto não tenha chegado em sua casa no prazo ou você tenha recebido o produto errado, entre em contato com a loja e registre a reclamação via site e e-mail. Quando usar o telefone, anote o protocolo de atendimento, o dia, a hora e o nome do atendente. Se a empresa não resolver o problema, procure o Procon.
- Mantenha o antivírus atualizado — Para se manter protegido de ameaças virtuais, é fundamental manter um antivírus instalado e atualizado no computador ou smartphone. O software será capaz de detectar tentativas de invasão e evitar ataques ao dispositivo.
- Use máscara ao receber seu pedido.
- Evite receber pessoas dentro de sua residência.
- Mantenha distância de pelo menos um metro e meio do entregador e evite qualquer contato físico.
- No caso de delivery, se tiver feito o pagamento no ato, higienize seu cartão com álcool 70% em seguida.
- Se a encomenda for de gêneros alimentícios, higienize as embalagens uma a uma, com álcool, solução de água sanitária ou água e sabão, de acordo com o caso.
- Limpe a superfície em que você apoiou a embalagem com álcool 70% ou uma solução de água sanitária.
- Ao entrar em casa, tire os sapatos e lave as mãos com água e sabão. Evite encostar a encomenda em sua roupa.
- Se for possível, higienize a embalagem com álcool gel 70% ou jogue fora a embalagem externa.
Conclusão
A pandemia irá provavelmente alterar, de forma permanente, o comportamento do consumidor e causará mudanças estruturais duradouras em todos os setores. Confinados às suas casas, os brasileiros usam cada vez mais a internet, até para as compras de supermercado.
Segundo pesquisas recentes, a tendência é global e veio mesmo para ficar. A análise demonstra ainda que as compras on-line já representam quase um terço de todas as efetuadas pelos consumidores e admite-se que esse valor suba para 37% depois da pandemia. Agora que você está munido de informações para se proteger, é só "ir às compras" com responsabilidade!
[Fonte: Canaltech; Jus Brasil]
A Deus, toda glória.
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://conexaogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade.
Use máscara! Mas use corretamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário