"Contudo, se alguém não cuida dos seus, especialmente dos de sua própria família, este tem negado a fé e se tornou pior que um descrente" (1 Timóteo 5:8 - grifo meu).
Um triste fato ocorrido recentemente no meio evangélico foi o que me despertou a inspiração para o texto desse artigo. A filha de uma conhecida pastora e conferencista, membro de famosa igreja aqui em Belo Horizonte, ambas ex-participantes do grupo de louvor dessa igreja, conhecido no Brasil e no exterior, se afastou do evangelho, se lançando como cantora de funk.
Devido ao fato de envolver pessoas famosas no meio evangélico, a notícia acabou vindo ao conhecimento público, mesmo porque, a jovem garota não se ateve em se expor registrando tudo através de postagens em suas redes sociais com fatos e fotos que evidenciam bem sua nova maneira de viver: moral, essencial e proporcionalmente inversa aos princípios balizares do cristianismo.
Mas, o que teria levado essa jovem ao declínio espiritual? Será que ela teve mesmo experiências com Deus? Quem falhou no contexto desse triste episódio? Como pode uma moça nascida no chamado "berço evangélico", com pais envolvidos no exercício ministerial e com uma família aparentemente estruturada se rebelar a esse ponto? Alguém nessa história errou, mas quem foi?
Essas são perguntas que nos veem, mas que não são nada fáceis de serem respondidas. Contudo, há algo que nós precisamos ponderar, uma vez que, infelizmente, o que ocorreu com essas pessoas públicas está longe de ser fato isolado nas fileiras evangélicas: qual o papel da família na vida de quem está na prática do exercício ministerial? O que é mais importante na escala das prioridades da vida cristã: a igreja ou a família?
Contra a Bíblia, não há argumentos
Um crente é pior que o descrente, quando afirma ser habitado pelo Espírito Santo, quando afirma ter sido lavado pelo sangue do Cordeiro, ter nascido de novo e fazer parte do Reino de Deus e não cuida dos seus, conforme o texto com o qual abri esse artigo.
O conceito de família aqui é muito mais que apenas esposa, esposo e filhos. A ideia que o apóstolo nos passa é de parentes consanguíneos. Ou seja: além de esposa, esposo e filhos, temos nossos pais, nossos sogros, nossos avós, etc.
Sempre vejo pessoas muito ligadas a atividades na igreja, e fazem disso a maior prioridade de suas vidas. Afinal, se deve "buscar primeiro o reino de Deus" - dizem - e assim as demais coisas são tratadas com menor importância. Inclusive o cuidado com a família.
Não é de admirar que muitos obreiros "bem sucedidos" têm um péssimo relacionamento com sua própria família. São filhos desviados, enterrados nos vícios, a esposa mal amada, maridos mal cuidados, casas descuidadas entre outras coisas.
Quem é mais importante, a sua família ou a de outrem?
Há muitos obreiros que se preocupam muito em dar conselhos a rapazes e moças de sua igreja e não percebem que estão perdendo seu próprio filho, que precisava de sua atenção e ternura, e quando despertam para isso, já é tarde demais.
- Dentre os ministérios mais importantes que você tem em sua vida, o primeiro destes é a sua família.
Vejo pessoas que estão dispostas a pregar o evangelho até no Iraque, por amor a Jesus, mas não se importam com os desviados e descrentes de sua própria família, além de muitas vezes não "pregarem com suas próprias vidas" para a conversão destes.
Ao invés de darem sua vida numa missão suicida na "terra de Saddam", poderiam apenas pregar com suas vidas, num testemunho de fé e amor para a conquista de seus próprios familiares.
Jesus e a família
"Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mateus 10:37).
Muita gente leva à risca o "deixar pai, mãe, filhos, por amor de mim" e o fazem às vezes de forma inconsciente. O que Jesus nos está dizendo com este versículo - que deve ser analisado dentro de todo o seu contexto, justamente para evitar interpretações equivocadas - é que Ele era mais importante e não que a família não tinha alguma importância. Paulo é enfático em dizer que devemos cuidar dos nossos, e diz mais que se não tomamos conta de nossa casa, poderíamos tomar conta da casa de Deus? (1 Tm 3:5)
O erro do superativismo
Muitos obreiros só "conversam" com seus filhos quando estes fazem algo errado e sua preocupação não é exatamente com eles e sim com sua própria imagem na igreja. Desejam que seus filhos sejam "exemplo" para a comunidade, sem enxergar a humanidade deles! Viram carrascos para manter a aparência!
Muitos obreiros já não tem o prazer em sair num domingo para passear com sua família, comer aquela pizza, almoçar fora, fazer uma viagem, ou pelo menos perguntar como foi o dia de seu filho ou da sua esposa - afinal, suas agendas ministeriais andam cheias de compromissos inadiáveis.
Sempre têm uma atividade na ou da igreja para cumprir, sempre têm um evento a participar. Possuem um senso de urgência tão tal em relação ao "reino" que não podem parar um instante para os seus. São tomados pelo messianismo de salvar o mundo enquanto perdem sua própria família, e no final para se sentirem menos culpados, tentam se convencer que foi o "preço" pago pela "obra".
Conclusão
Que adianta ganhar o mundo todo de honrarias, "reconhecimentos", status, e trabalhos, e perder o amor de sua família? Mas o que torna a família algo tão importante e especial assim? E qual a importância da família para Deus? Por que o Senhor protegeu a família dessa forma (com mandamentos familiares que geram bênçãos para os que os guardam e juízo para os que os desobedecem)?
- Porque a família é algo que Deus usa para se revelar, para se fazer conhecer.
Acredite amado(a), no final o que fica é a nossa família. Um dia você será no máximo uma boa lembrança na vida de muita gente, mas será sua família que lhe ajudará no momento da velhice e doença.
Arrume tempo para sua família, ame, pergunte, chore, discipline, ria, sofra, gargalhe, louve, adore e ore com, e pela sua família. Esse é o seu ministério! Quanto às demais coisas... lhe serão acrescentadas!
Ao Deus da família, toda glória.
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E nem 1% religião
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