segunda-feira, 24 de junho de 2019

CONHECENDO A PRÁTICA CORRETA DO JEJUM BÍBLICO — 2

A BÍBLIA ORDENA O JEJUM?


Não! No Velho Testamento, na lei de Moisés, os judeus tinham um único dia de jejum instituído: o do Dia da Expiação (Levítico 23:27), que também ficou conhecido como "o dia do jejum" (Jeremias 36:6) e ao qual Paulo se referiu como "o jejum" (Atos 27:9).

Mas em todo o Velho e Novo Testamento não há uma única ordem acerca de jejuarmos. Contudo, apesar de não haver um imperativo acerca desta prática, a Bíblia esta cheia de menções ao jejum. 

Fala não apenas de pessoas que jejuaram e da forma como o fizeram, mas infere que nós também jejuaríamos e nos instrui na forma correta de faze-lo. 

Muitos ensinadores falharam de maneira grave ao dizer que, por não haver nenhuma ordem específica para o jejum, então não devemos jejuar. Mas quando consideramos o ensino de Jesus sobre o jejum, não há como negar que o Mestre esperava que jejuássemos, no texto já citado no capítulo anterior (Mateus 6:16-18). 

Embora Jesus não esteja mandando jejuar, suas palavras revelam que ele esperava de nós esta prática. Ele nos instruiu até na motivação correta que se deve ter ao jejuar. E quando disse que o Pai recompensaria a atitude correta do jejum, nos mostrou que tal prática produz resultados! 

Algumas pessoas dizem que se as epístolas não dizem nada sobre jejuar é porque não é importante, e desprezam o ensino de Jesus sobre o jejum. Isto é errado! Jesus não veio ensinar os judeus a viverem bem a Velha Aliança, Ele veio instituir a Nova Aliança, e todos os seus ensinos apontavam para as práticas dos cidadãos do reino de Deus. 

Quando estava para ser assunto ao céu, deu ordem aos seus apóstolos que ensinassem as pessoas a guardar TUDO o que Ele tinha ordenado (Mt 28:20), inclusive o modo correto de jejuar! O próprio Jesus praticou o jejum, e, conformes vimos no capítulo anterior, lemos em Atos que os líderes da Igreja também o faziam. 

Registros históricos dos pais da igreja também revelam que o jejum continuou sendo observado como prática dos crentes muito tempo depois dos apóstolos. O jejum, portanto, deve ser parte de nossas vidas e praticado de forma equilibrada, dentro do ensino bíblico. 

O Mestre mostrou não ser contra o jejum, e disse que depois que Ele fosse "tirado" do convívio direto com os discípulos (voltando ao céu) eles haveriam de jejuar. Jesus não se referiu ao jejum somente para os dias entre sua morte e ressurreição/reaparição aos discípulos (ao mencionar os dias que eles estariam sem o noivo), e sim aos dias a partir de sua morte. 

Contudo, Jesus deixou bem claro que a prática do jejum nos moldes do que havia em seus dias não era o que Deus esperava. A motivação estava errada, as pessoas jejuavam para provar sua religiosidade e espiritualidade, e Jesus ensinou a faze-lo em secreto, sem alarde. 

A forma errada do jejum 


O jejum pode ser uma prática vazia se não for feito de maneira correta. Isto aconteceu nos dias do Velho Testamento, quando o povo começou a indagar: 
"Por que jejuamos nós, e não atentas para isto? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta?" (Isaías 58:3a). 
E a resposta de Deus foi exatamente a de que estavam jejuando de maneira errada: 
"Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Eis que jejuais para contendas e para rixas e para ferirdes com punho iníquo; jejuando assim como hoje, não se fará ouvir a vossa voz no alto" (58:3b,4). 
Por outro lado, o versículo está inferindo que se observado de forma correta, Deus atentaria para isto e a voz deles seria ouvida. 

A DURAÇÃO DO JEJUM 


Embora o próprio Senhor Jesus tenha jejuado por quarenta dias e quarenta noites no deserto, e muitas vezes ficava sem comer (quer por falta de tempo ministrando ao povo – Marcos 6:31, quer por passar as noites só orando sem comer – 6:46), devemos reconhecer que Ele e seus discípulos não observavam o jejum dos judeus de seus dias (exceto o do dia da Expiação). Era costume dos fariseus jejuar dois dias por semana (Lucas 18:12), mas Jesus e seus discípulos não o faziam. Aliás chegaram a questionar Jesus acerca disto (5:33-35). 

Quanto tempo deve durar um jejum? A Bíblia não determina regras deste gênero, portanto cada um é livre para escolher quando, como e quanto jejua. Vemos vários exemplos de jejuns de duração diferente nas Escrituras: 
  • 1 dia – O jejum do Dia da Expiação; 
  • 14 dias – Jejum involuntário de Paulo e os que com ele estavam no navio (At 27:33); 
  • 21 dias – O jejum de Daniel em favor de Jerusalém (10:3); 
  • 40 dias – O jejum do Senhor Jesus no deserto (Lc 4:1,2). 

Observação 


A Bíblia fala de Moisés (Êxodo 34:28) e Elias (1 Reis 19:8) jejuando períodos de quarenta dias. Porém vale ressaltar que estavam em condições especiais, sob o sobrenatural de Deus. Moisés nem sequer bebeu água nestes 40 dias, o que humanamente é impossível. 

Mas ele foi envolvido pela glória divina. O mesmo se deu com Elias, que caminhou 40 dias na força do alimento que o anjo lhe trouxe. Isto é um jejum diferente que começou com um belo "depósito", uma comida celestial. Jesus, porém, fez um jejum normal com esta duração. 

Muitas pessoas erram ao fazer votos ligados à duração do jejum… Não aconselho ninguém fazer um voto de quanto tempo vai jejuar, pois isso te deixará "preso" no caso de algo fugir ao seu controle. Siga o conselho bíblico: 
"Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. Melhor é que não votes do que votes e não cumpras" (Eclesiastes 5:4,5). 
É importante que haja uma intenção e um alvo quanto à duração do jejum no coração, mas não transforme isto em voto. Já intentei jejuns prolongados e no meio do caminho fui forçado a interromper. Mas também já comecei jejuns sem a intenção de prolongá-lo e, no entanto, isto acabou acontecendo mesmo sem ter feito os planos para isto. 

O jejum prolongado 


Há algo especial num jejum prolongado, mas deve ser feito sob a direção de Deus (as Escrituras mostram que Jesus foi guiado pelo Espírito ao seu jejum no deserto – Lc 4:1). Conheço irmãos que tem jejuado por trinta e até quarenta dias, embora eu, pessoalmente, nunca tenha feito um jejum tão longo – aliás, por motivos de saúde, eu não posso me abster de longos períodos sem me alimentar. Mas cada um desses irmãos confirma ter recebido de Deus uma direção para tal. 

Vale ressaltar também que certos cuidados devem ser tomados. Não podemos brincar com o nosso corpo. Uma dieta para desintoxicação do organismo antes do jejum é recomendada, e também na quebra do jejum prolongado (mais de 3 dias). Procure orientação e acompanhamento médico se o Senhor lhe dirigir a um jejum deste gênero. Há muita instrução na forma de literatura que também pode ser adquirida. 

Conclusão 


Haverá períodos em que o Espírito Santo vai nos atrair mais para o jejum, e épocas em que quase não sentiremos a necessidade de faze-lo. Já passei anos sem receber nenhum impulso especial para jejuns de mais de três dias e, mesmos estes, foram poucos. 

E houve épocas em que, seguidamente sentia a necessidade de faze-lo. Porém, penso que o jejum normal de um dia de duração é algo que os cristãos deveriam praticar mais, mesmo sem sentir nenhuma "urgência" espiritual para isto. Devemos ser sensíveis e seguir os impulsos do Espírito de Deus nesta área. 

Isto vale não só para começar a jejuar mas até para quebrar o jejum. Já fiz jejuns que queria prolongar mais e senti que não deveria faze-lo, pois a motivação já não era mais a mesma… 

Encerro desafiando-o a praticar mais o jejum, e certamente você descobrirá que o poder desta arma que o Senhor nos deu é difícil de se medir com palavras. A experiência fortalecerá aquilo que temos dito. Que o Senhor seja contigo e te guie nesta prática! 

[Fonte: Orvalho.com, por Pr. Luciano Subirá] 

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso. 


O uso correto da máscara não precisava ser obrigatório, por se tratar de uma proteção individual extensiva ao coletivo. É tudo uma questão não de obrigação, mas de consciência.
Respeite a etiqueta e o distanciamento sociais e evite aglomerações. A pandemia não passou, a guerra não acabou.

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