segunda-feira, 20 de maio de 2019

ACONTECIMENTOS - O TERRÍVEL CASO DO "MANÍACO DA BICICLETA"

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"...Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão... Devido ao aumento da maldade, o amor de muitos esfriará..." (Mateus 24:10, 12).
Não raramente somos impactados por casos de serial killers - ou matadores em série - marcando a história policial internacional e brasileira com os registros dos seus crimes sempre com requintes de crueldade e na maioria das vezes com a prática de violência sexual. Esses casos nos chocam, nos estarrecem e sempre nos vem à mente a seguinte pergunta: como seres humanos são capazes de atos tão monstruosos?

O que - ou como - é um Serial Killer


A começar pelo nome, o termo Serial Killer começou a ser usado em na década de 1970 por Robert K. Ressler, um agente do FBI. Até então, o termo usado era Stranger Killer (Assassino Desconhecido). Acreditava-se que o assassino nunca conhecia suas vítimas, por isso este nome. Ressler observou que em alguns casos o assassino tinha algum tipo de contato com a vítima e começou a usar o novo termo, que "pegou" rápido. 

Mas por quê uma pessoa torna-se Serial Killer? Esta é uma pergunta que vários filmes tentaram responder, porém, sem sucesso. Na verdade não há uma resposta exata e nem a ciência conseguiu definir o que faz uma pessoa a matar deste modo. No entanto há vários estudos sobre isso. Um deles, uma pesquisa feita por psiquiatras norte americanos em 1984 diz que na maioria dos casos, os Serial Killers tem uma doença que a psiquiatria chama de DPA (Distúrbio da Personalidade Anti-social). 

A pesquisa apontou que 2,5% da população sofre deste mal numa proporção oito vezes mais homens do que mulheres. A maior parte destes 2,5% tem o desvio psicológico no estágio mais baixo, onde são exemplos pessoas que judiam de animais de estimação, chefes que humilham seus subordinados, pessoas que depredam bens públicos, etc. 

"Cada um de nós conhece alguém com essas características"
concorda o neurocientista brasileiro Renato Sabbatini, que foi professor na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). No entanto, alguns fatores fazem com que o distúrbio chegue no estágio mais avançado, o que, segundo psiquiatras, é o que pode levar uma pessoa a se tornar um Serial Killer. Esses fatores podem ser uma família mal estruturada, traumas de infância como estupros ou mortes de entes queridos, pais ausentes ou alcoólatras, dificuldades financeiras, etc.
 
Outra pergunta que se tenta responder é causa do DPA. Vários cientistas divergem sobre este assunto. Alguns afirmam que é uma má formação do cérebro na parte responsável pelos distúrbios da personalidade (sistema límbico) e outros acham que é genético. Na verdade, ainda não há uma certeza sobre o que causa o DPA e também não há cura.
 
Na maior partes dos casos, um Serial Killer tem algumas características comuns. É um outro fator que é muito bem explorado pelos filmes que tratam do gênero. Algumas delas são: aparentemente parecem ser uma pessoa normal na sociedade, escolhem suas vítimas de acordo com algo em comum entre elas, que pode ser idade, religião, cor da pele, etnia, etc. Geralmente não usam armas de fogo, a morte quase sempre é preparada, para o Serial Killer é como se fosse um culto, um ritual. Matam seguindo mais ou menos o mesmo espaço de tempo entre uma vítima e outra. 

Com todas essas características e com esse desvio psicológico que não se sabe como acontece, os casos com Serial Killers sempre chamaram a atenção. Aqui no Brasil, criminóloga e escritora Ilana Casoy (sobrinha do jornalista Boris Casoy e prima do apresentador Serginho Groismann), dedicou-se a estudar perfis psicológicos de criminosos, especialmente de Serial Killers. Outro famoso no estudo de criminosos em série é o psiquiatra forense Guido Palombo.

O "Maníaco da bicicleta"


Durante a década de 90, o desaparecimento e assassinato de várias crianças aterrorizou Rio Claro, no interior de São Paulo. O assassino seduzia suas vítimas com caramelos e doces, atraindo-os para locais ermos onde os violentava e assassinava: se não resistissem, ele os asfixiava com as próprias mãos; se resistissem, eram espancados até a morte... era morrer, ou morrer.

Perfil do assassino


Um senhor bonachão, bêbado que mais despertava pena do que qualquer outra coisa. Esse era o perfil de Laerte Patrocínio Orpinelli, que ficou conhecido no meio policial como o "Monstro de Rio Claro" ou "Maníaco da Bicicleta". Laerte era o sétimo filho de uma família com oito crianças, nascidos em Araras, interior de São Paulo. Seu comportamento estranho, que teve início por volta dos 10 anos de idade, chamou a atenção de sua professora quando cursava o terceiro ano primário: falava pouco, brincava sozinho e tinha péssimo rendimento escolar, o que o levou a abandonar os estudos. 

Nessa mesma época, ficou uma semana fora de casa, sem dar qualquer notícia e retornou ao lar como se nada tivesse acontecido. Para chamar a atenção da família, costumava bater latas no quintal, o que irritava sua mãe, Eliza. Para tentar contê-lo, passou a amarrá-lo com pedaços de trapos na beirada da cama ou ao pé da mesa.

Com 16 anos deu início a uma série de internações na Clínica Psiquiátrica Sayão, onde chegou a permanecer por cinco anos ininterruptos em tratamento. Às vezes fugia... O diretor da clínica – José Carlos Naitz-ke – afirma que a família o internava sob a alegação de problemas com alcoolismo. Para ele, Laerte não tinha uma doença mental e mantinha seu diagnóstico clínico em segredo.

Um dos sobrinhos – que não quis se identificar –, três dos quatro irmãos são aposentados por alcoolismo e o comportamento arredio de Laerte foi potencializado pela desunião da família... após casarem, os irmãos nunca mais passaram um Natal juntos.

Vez ou outra, pedia para a mãe escrever cinco cartas para uma mesma pessoa... seu comportamento beirava o infantil. Certa vez, ao ver Laerte, já adulto, com um brinquedinho em casa, um sobrinho pediu para ver e ele respondeu: 
"Não! É meu!". 
Apesar das dificuldades de relacionamento, Laerte teve uma namorada – Sidney Aparecida Martins, de 62 anos – que conheceu em 1983 e chegaram a viver juntos por dois anos e meio. Segundo ela, Laerte era agressivo; eles dormiam em quartos separados embora morassem na casa dela, no bairro Bela Vista, próximo ao Horto Florestal (local onde foram encontradas duas ossadas de crianças mortas por Laerte). 

Ela o descreve como "agitado, saía de manhã e só voltava à noite". Nunca viu Laerte com dinheiro, sabia que ele tinha problemas com bebidas, mas não dos seus problemas psiquiátricos. Laerte fazia questão de dizer que tinha profissão: "engraxador de portas de estabelecimentos comerciais".

Os crimes


Laerte vivia como andarilho, utilizava uma bicicleta vermelha para se locomover de uma cidade para outra, fazendo bicos com suas vendas de esmaltes, lixas, espetinhos em quermesses e auxiliar de pedreiro. Sua aparente fragilidade e simpatia despertava compaixão nas pessoas, que acabavam por ajudá-lo. 

Confessou friamente 11 (onze) assassinatos de crianças entre 4 e 11 anos; duas outras mortes foram declaradas informalmente à polícia. Costumava registrar em um pequeno caderno o dia e a cidade por onde passava e, a partir destas anotações, a polícia elaborou - graças ao empenho da delegada Sueli Isli - um banco de dados que registrava a rota macabra de 26 cidades e 96 crianças desaparecida.

Após conquistar a confiança da família da criança e da própria criança, o monstro atraía suas vítimas com doces ou balas e, na promessa de conseguir muito mais para a criança, dava carona em sua bicicleta até sua casa – na verdade, as conduzia a um local ermo, como bosques, abrigos abandonados – e, ao perceber o domínio sobre suas inocentes vítimas, as atacava com raiva e brutalidade, as estuprava, torturava e, por fim, a morte. Usava pedras e, deixava os corpos expostos e outros enterrados parcialmente. Usava ramos de alecrim e arruda para evitar que a decomposição dos corpos atraíssem pelo mau cheiro.

Chegou a afirmar que se masturbava enquanto matava - só assim ele conseguia atingir o orgasmo -, bebia o sangue de algumas das vítimas já mortas e que era influenciado por um espírito maligno que o fazia perseguir e matar crianças. Também atribuía seus crimes ao alcoolismo.

Em entrevista à revista IstoÉ, deu as seguintes declarações: 
"matava crianças por gostar de ver o corpinho delas... gostar da beleza que elas têm". 
Declarou que gostava das crianças mas do jeito "sexual" - o que caracteriza sua pedofilia. As seduzia porque, ao beber, incorporava "Satã", ficava nervoso e sentia o desejo de vê-las aterrorizadas... as escolhia depois de beber. Aí, dava início à sessão de violência... disse ter começado a matar há cinco ou seis anos antes de ser preso. Ao ser perguntado se já matou adultos, riu e disse que não, só crianças, umas 15 num total. Não se preocupava em ser preso e se dizia arrependido... queria se "tratar"... Outra afirmação assustadora do maníaco, foi de que 
"matar crianças é como matar passarinhos".

As vítimas



Jéssica Alves Martins, 9 anos – dia 21 de novembro de 1999. Há registro da passagem de Laerte por um alberque do município no dia 20. Dois dias depois, o corpo dela foi encontrado na Vila Santa Terezinha, estuprada e estrangulada. Julgado em 2001 por este crime, foi condenado a 27 anos de prisão.
Osmarina Pereira Barbosa, 10 anos – conhecida como Marina, foi abordada por Laerte em 17 de janeiro de 1990, no bairro de Santa Maria, em Rio Claro... estava acompanhada por seu primo José Fernando de Oliveira, 9 anos. Laerte confessou que os levou para um canavial, onde estuprou e espancou primeiramente Marina até a morte e, em seguida, espancou José também até a morte. A ossada de Marina foi encontrada em setembro de 1990... disse que José demorou mais do que a prima para morrer. Laerte pegou 15 anos de prisão por cada um dos assassinatos no ano de 2008.
Aline Cristina dos Santos Siqueira, 8 anos – desapareceu da cidade de Rio Claro na companhia de um indivíduo montado em uma bicicleta. Laerte confessou que raptou e matou a menina, mas o corpo dela nunca foi encontrado.
Edson Silva de Carvalho, 11 anos – desapareceu da cidade de Monte Alto, interior paulista, em 26 de maio de 1998; seu corpo foi encontrado em uma casa abandonada, em avançado estado de decomposição. Acredita-se ter sido a primeira vítima de Laerte fora da cidade de Rio Claro... confessou que, na tentativa de abusar sexualmente de Edson, o menino gritou desesperadamente, o que o fez bater a cabeça da criança repetidamente contra a parede, o que causou sua morte instantânea. Foi condenado por esse crime a 18 anos de prisão, em 2001.

Crislaine dos Santos Barbosa, 4 anos – a vítima mais nova de Laerte, raptada em Pirassununga, interior de São Paulo, na noite de 25 de abril de 1999. Ele seguiu a mãe da menina até a casa, esperou quando a mãe saísse de casa, entrou sem ser notado e pegou a menina que a mãe deixara dormindo no sofá da sala; ao sair, deixou a porta encostada. Meses depois, encontraram uma ossada compatível com a criança em um canavial nos fundos de um motel. Laerte confessou esse crime e foi condenado em 2001 a 16 anos de prisão. Mesmo fim trágico tiveram: 
Daniela Regina de Oliveira Jorge, 5 anos;
 
Anderson Jonas da Silva, 6 anos;
Alyson Maurício Nicolau Cristo, 6 anos;
Aston Alisson da Silva, 06 anos;
Isabel Bezerra da Silva, 11 anos;
Maria Lúcia Viana, 11 anos;
Renata Cristina da Silva, 10 anos;
e Renata Helena Lobrigati Campos, 12 anos.

Conclusão


Laerte Orpinelli foi preso, aos 56 anos, no município de Leme, no dia 13 de janeiro de 2000. Ele foi condenado a 38 anos de prisão em regime fechado por atentado ao pudor e homicídio. Em 2001, ele já havia sido condenado a 62 anos de prisão, após julgamento em Franca, por envolvimento com a morte de outras crianças. No total, ele foi condenado a 100 anos de prisão. 

O "Maníaco de Rio Claro", morreu no dia 03 de janeiro de 2013, na Penitenciária de Iaras/SP; sua morte foi divulgada apenas em 16 de janeiro de 2013, pela SEAP de São Paulo. Ele era diabético e hipertenso. Segundo nota divulgada pela secretaria, Orpinelli, foi encontrado morto aos 60 anos na manhã de 03 de janeiro de 2013 por carcereiros da Penitenciária de Iaras, para onde foi transferido em 7 de dezembro de 2012. 

Ainda de acordo com a SEAP, ele deu entrada na unidade de Iaras com diabetes e hipertensão. Em 31 de dezembro, o detento foi encaminhado ao Pronto-Socorro de Avaré (SP) para cuidar de uma ferida na pele. Ele foi liberado no mesmo dia e continuou o tratamento, com curativos, na enfermaria da penitenciária. Orpinelli foi enterrado ainda na manhã de 03 de janeiro, no Cemitério Municipal de Araras (SP), onde nasceu.

"O Matador de Crianças", o livro


Um dos livros mais aterradores sobre serial killers, já lançados no Brasil, trata-se de "O Matador de Crianças". Fundamentada em rigorosa pesquisa e numa investigação obsessiva, conduzida pelo próprio autor, a obra é um documentário chocante, brutal e assustador, sobre o serial killer Laerte Patrocínio Orpinelli. 

Escrito pelo jornalista e repórter policial ituano Reginaldo Carlota, o livro "O Matador de Crianças", serviu de base para o roteiro do episódio "O Monstro de Rio Claro", da série "Instinto Assassino" do Discovery Channel. O episódio, já exibido em dezenas de países, vem sendo reprisado desde 2011. O caso também foi exibido pelo SBT, como parte do programa "O Crime Não Compensa", exibido no último domingo, 19. 

Durante vários anos, o jornalista seguiu de maneira obsessiva a trilha de sangue deixada pelo andarilho assassino e foi refazendo toda a rota de seus crimes. O escritor conta que nunca sequer considerou a hipótese de procurar uma editora para publicar seu livro, e desde o início, decidiu cuidar sozinho da edição, marketing e distribuição de sua obra. 

De acordo com o escritor, a maior parte dos compradores de O Matador, são fãs de séries policiais como "Criminal Minds", "CSI", "Law & Order", "Cold Case" e leitores dos livros da escritora Ilana Casoy. A nova edição de "O Matador de Crianças" pode ser adquirida diretamente com o autor, através de seu e-mail: carlotacriminal@gmail.com.

[Fonte: Publicações na Internet]

A Deus, toda glória. 
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E nem 1% religião

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