quarta-feira, 10 de abril de 2019

ACONTECIMENTOS - O CASO ELIZA SAMUDIO


O caso policial mais conhecido e discutido nos últimos tempos é o da "modelo" Eliza Samudio, jovem que desapareceu em Minas Gerais, e que, segundo a polícia, foi supostamente assassinada a mando do ex-jogador de futebol Bruno Fernandes, que foi um dos ídolos do mais famoso time de futebol do país.

Vai-e-vem

As idas e vindas de uma trama macabra


O caso invadiu as manchetes dos meios de comunicação, e diariamente a sociedade era bombardeada por novos fatos ou versões dos acontecimentos relacionados ao suposto crime levados a conhecimento pelos mais diversos órgãos de imprensa.

Em outubro de 2009, a "modelo" e "estudante" Eliza Samudio da Silva denuncia o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza por obrigá-la a tomar abortivos para perder o suposto filho do jogador. O registro foi feito na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). 

O desaparecimento de estudante Eliza foi o estopim do que pode ser um dos crimes mais macabros no País nos últimos anos. A jovem de 25 anos sumiu em 4 de junho de 2010, enquanto brigava na justiça para que o atleta reconhecesse a paternidade do filho que ela alegava ser dele: Bruninho, então com 4 meses. Pouco depois, a polícia recebeu denúncias anônimas que levaram ao paradeiro do bebê e às primeiras pistas de que Eliza teria sido levada para uma propriedade de Bruno, no distrito de Esmeraldas, região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais, e morta com crueldade. 

Segundo o inquérito policial, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para Minas Gerais, mantida em cativeiro, executada e esquartejada a mando do Bruno, um plano que teria sido traçado meses antes. A versão que ficou mais conhecida e a mais macabra de todas é a de que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi apontado como homem que matou Eliza enforcada, cortou o corpo e jogou partes aos cães. No entanto, os restos mortais da jovem não foram encontrados.

A vítima


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A "estudante" paranaense está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010. Após um caso com Bruno em 2009, Eliza procurou a polícia no ano seguinte para dizer que estava grávida e que o então goleiro do Flamengo a agrediu para que tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, ela acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade.

No início de junho de 2010, a estudante e o filho estiveram no sítio de Bruno em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte (MG). Segundo as investigações, Eliza teria sido levada do Rio de Janeiro para Minas por Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e por um primo do goleiro que tinha 17 anos na época. 

Ela teria sido mantida em cárcere privado no local e assassinada no dia 10 de junho pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. O filho de Eliza foi localizado pela polícia - e atualmente vive com a avó materna em Mato Grosso do Sul.

Em janeiro de 2013, após determinação da Justiça, o Cartório do Registro Civil de Vespasiano (MG) emitiu a certidão de óbito de Eliza. O documento confirma a morte da modelo por "emprego de violência aplicada na forma de asfixia mecânica (esganadura)", e indica como local do crime o endereço do ex-policial civil Marcos Aparecidos dos Santos, o Bola, na rua Araruama, em Vespasiano, e a data do dia 10 de junho de 2010.

Os Acusados

Os protagonistas da trama macabra


  • Bruno Fernandes de Souza
O ex-goleiro do Flamengo está preso desde 7 de julho de 2010, acusado de ser o mandante da morte de Eliza Samudio. O jogador teve um breve relacionamento com a estudante, que disse ter conhecido em uma orgia na casa do goleiro reserva do Flamengo na época, Paulo Vítor. 

Eliza engravidou e tentava obter na Justiça o reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia do jogador. Em outubro de 2009, Bruno foi acusado de agredir a jovem e forçá-la a tomar remédios abortivos. Pelo episódio, o goleiro foi condenado no final de 2010 pela Justiça do Rio a quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal.

Em audiência do caso do desaparecimento de Eliza, Bruno afirmou ter visto a ex-amante pela última vez em 10 de junho, quando ela foi embora do sítio de táxi, segundo ele, levada pelo então amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão. O atleta teria dado R$ 30 mil à jovem para que ela "arrumasse a vida". 

  • Luiz Henrique Romão, o Macarrão
Amigo e funcionário de Bruno, era considerado seu braço direito. Também esteve preso na Penitenciária Nelson Hungria desde 7 de julho de 2010, acusado de participação no crime. Pouco antes do sumiço de Eliza Samudio, ele tatuou nas costas a lealdade ao goleiro com a frase "Bruno e Maka - a amizade, nem mesmo a força do tempo irá destruir; amor verdadeiro". Por conta disso, foi chamado de homossexual pelo então advogado de Bruno, Rui Pimenta. Para o defensor, Macarrão traiu Bruno e matou Eliza por ciúmes.

Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, Macarrão participou, ao lado de um primo adolescente de Bruno, do transporte de Eliza do Rio ao sítio do jogador em Esmeraldas. Ainda de acordo com a polícia, Macarrão levou a estudante do sítio até a casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano, onde ela teria sido assassinada. 

Macarrão também foi condenado a três anos de reclusão pelo cárcere privado de Eliza em 2009. No dia 23 de novembro de 2012, foi condenado a 15 anos de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza e seu filho, Bruninho. 

Durante o julgamento, afirmou em depoimento que entregou Eliza a um homem desconhecido, a mando de Bruno, confirmando pela primeira vez o envolvimento do goleiro no desaparecimento de sua ex-amante. Atualmente ele cumpre pena em regime semi-aberto.

  • Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
Ex-policial civil, Marcos é conhecido pelos apelidos Bola e Paulista. De acordo com as investigações, mesmo tendo sido expulso da corporação, dava curso de adestramento de cães e sobrevivência a policiais civis do extinto Grupo de Resposta Especial (GRE). 

Teria matado Eliza por estrangulamento e escondido o corpo da jovem em sua casa. Segundo o depoimento do primo de Bruno, Bola amarrou Eliza e lhe deu uma gravata, que morreu por asfixia. Em seguida, o ex-policial teria esquartejado o corpo da vítima. 

O rapaz afirmou ter visto Bola arremessar pedaços do corpo da estudante para alimentar seus cães. Na noite do crime, segundo a polícia, Eliza teria dito ao ex-policial que "não aguentava mais apanhar". Em resposta, Bola teria dito à jovem que ela não iria mais apanhar, mas iria morrer.

Preso desde 8 de julho de 2010, foi acusado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, e foi a júri popular em 22 de abril de 2013. Também responde por pelo menos outros três homicídios - em novembro de 2012, foi absolvido no processo em que era acusado de matar o carcereiro Rogério Martins Novelo, em maio de 2000. 

Foi acusado por um detento colega de cela de tramar um plano para matar a juíza Marixa Fabiane, o então deputado estadual Durval Ângelo (PT), o delegado Edson Moreira e os advogados Ércio Quaresma e José Arteiro. O plano seria executado pelo traficante carioca Nem da Rocinha, que está preso. Nada foi comprovado e ele segue cumprindo pena.

Outros personagens envolvidos 

Os coadjuvantes da trama macabra


  • Dayanne Rodrigues do Carmo de Souza
Ex-mulher de Bruno, Dayanne foi a primeira pessoa a ser presa no caso, acusada de esconder o filho de Eliza durante buscas da polícia no sítio do jogador. O imóvel, que na época estava avaliado em R$ 1,2 milhão, foi colocado à venda por R$ 800 mil sem encontrar comprador. 

Em depoimento, Dayanne afirmou que o filho de Eliza era fruto de um relacionamento entre Bruno e a estudante em um período em que o casal estava afastado. Atualmente trabalha como vendedora em uma loja de roupas em Belo Horizonte. Em novembro de 2011, o casal assinou os papéis do divórcio.

  • Jorge Souza
Hoje com 25 anos, o primo de Bruno foi a principal testemunha do caso, segundo a polícia e a Justiça. Menor de idade na época do crime, ele foi apreendido no dia 6 de julho de 2010, depois que a polícia recebeu uma denúncia de um tio do rapaz, dizendo que o adolescente estava escondido na casa do jogador no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. 

Em depoimento, Jorge afirmou que foi ao Rio com Macarrão para buscar Eliza e seu filho, e levá-los ao sítio de Bruno. No caminho, Jorge disse ter dado três coronhadas na jovem, dentro do jipe de Bruno, dando origem a manchas de sangue encontradas no veículo. 

Ele também afirmou que Eliza foi assassinada de forma cruel e que partes de seu corpo foram jogadas aos cães de Marcos Aparecido dos Santos , o Bola, em 10 de junho.

  • Elenílson Vítor da Silva
Caseiro do sítio de Bruno e primo de criação de Macarrão, Elenílson afirmou em depoimento à polícia que levou comida para Eliza Samudio e o filho dela durante o suposto cativeiro no sítio do goleiro Bruno. Ele foi preso no dia 9 de julho de 2010 em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

  • Sérgio Rosa Sales, o Camelo
Primo de Bruno, também foi preso no dia 7 de julho de 2010. Sérgio afirmou, em depoimento, que viu Eliza e o filho no sítio do goleiro e que ela apresentava ferimentos. Segundo a polícia, ele permaneceu na propriedade na noite de 10 de junho, quando Eliza teria sido levada para a casa de Bola para ser morta. 

De acordo com ele, deixaram o local na ocasião o primo adolescente de Bruno, Macarrão, Eliza, o filho dela e o jogador. Depois, porém, Sérgio voltou atrás e disse que Bruno não saiu com o grupo. Ainda de acordo com ele, Macarrão afirmou que levaria Eliza para ver um apartamento em Belo Horizonte, que seria entregue para ela morar com o bebê. 

Na volta, quando Sérgio perguntou onde estavam a mulher e a criança, o primo adolescente de Bruno teria dito 
"essa aí já era" 
e Bruno teria completado: 
"esse tormento acabou".
À Justiça, Sérgio afirmou que foi torturado no sítio pelo delegado Júlio Wilke e que, por isso, inventou as informações sobre Eliza. No dia 22 de agosto de 2012, o primo de Bruno foi assassinado em Belo Horizonte com pelo menos seis tiros. 

A corregedoria da polícia assumiu as investigações e concluiu que o crime foi passional - ocorreu após a vítima tentar assediar uma mulher casada. Os suspeitos foram presos. Sérgio era acusado por homicídio triplamente qualificado e iria a júri popular.

  • Flávio Caetano de Araújo, o Flavinho
Perueiro e motorista de Bruno, foi preso no dia 9 de julho de 2010 em Igarapé (MG), junto com Elenílson e Wemerson Marques de Souza, o Coxinha. Segundo a polícia, teria ajudado a mulher do jogador, Dayanne de Souza, a levar o filho de Eliza a Ribeirão das Neves, depois que a polícia recebeu denúncia do desaparecimento da jovem.

Flavinho teria participado ainda de uma tentativa de despistar testemunhas, para que Bruno e Eliza não fossem vistos juntos no sítio do jogador. Deixou a prisão em novembro de 2010 e não responde pelos crimes. Atualmente trabalha como caminhoneiro.

  • Wemerson Marques de Souza, o Coxinha 
Amigo de Bruno, teria acompanhado o motorista Flavinho quando a mulher de Bruno entregou o filho de Eliza para ser escondido em Ribeirão das Neves. Também foi preso no dia 9 de julho de 2010. Foi levado a julgamento, sendo que respondeu por sequestro e cárcere privado.

  • Fernanda Gomes de Castro
Então amante de Bruno, foi presa em 5 de agosto de 2010 na casa dos pais de Macarrão, em Ribeirão das Neves. De acordo com as investigações, foi ela quem cuidou do filho de Eliza por dois dias na casa do jogador, no Rio, para onde a jovem teria sido levada antes de seguir para o sítio do goleiro, em Minas Gerais. Mãe de um menino de 15 anos, ela teria mantido um relacionamento de quatro meses com o goleiro após se conheceram em um bar no Rio. Também foi levada a julgamento.

  • Ércio Quaresma
Foi advogado do goleiro Bruno durante a maior parte do processo. Em novembro de 2010, Quaresma foi suspenso preventivamente por 90 dias pelo Tribunal de Ética Disciplinar da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), após ser flagrado em um vídeo no qual fumava crack. 

Ele confessou ser dependente da droga havia sete anos, mas disse que nunca entrou em um plenário "doidão". O advogado ganhou destaque na imprensa por suas frases de efeito, por dormir e roncar durante as audiências do caso e por supostas ameaças feitas a familiares do atleta para que não trocassem o defensor.

Nas eleições de 2012, lançou-se candidato a vereador de Belo Horizonte pelo PV, mas, com apenas 346 votos, não foi eleito. 

  • Ingrid Calheiros de Oliveira
A dentista Ingrid Calheiros Oliveira é a atual mulher do goleiro Bruno. Mesmo descobrindo que teria sido traída por Bruno com Fernanda, Ingrid diz ter perdoado o goleiro. Ela visitava o namorado frequentemente na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. 

Em 2011, denunciou um suposto plano para liberar o goleiro mediante o pagamento de R$ 1 milhão. A "ajuda" teria sido oferecida pela juíza Maria José Starling, da comarca de Esmeraldas, com quem Ingrid chegou a se encontrar e a trocar mensagens de celular e e-mail. Em 2017 nasceu a primeira filha do relacionamentos dos dois - sendo o quarto filho do ex-goleiro.

  • Claudio Dalledone Junior
Advogado paranaense, assumiu a defesa de Bruno no final de 2010, após o afastamento de Ércio Quaresma. Chegou a entrar com dois pedidos de habeas-corpus, ambos negados no Tribunal de Justiça e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Deixou a defesa do goleiro em dezembro de 2011, declarando que era uma "infantilidade" de Bruno insistir que não havia crime se o corpo de Eliza não tinha sido encontrado.

  • Luiz Carlos Samudio
O pai de Eliza vivia em Foz do Iguaçu (PR). No dia 5 de julho de 2010, ele buscou o neto em Minas Gerais depois que o bebê foi encontrado pela polícia durante as investigações do sumiço da estudante. No dia seguinte, Luiz Carlos obteve a guarda provisória da criança. Ele foi condenado em segunda instância por atentado violento ao pudor contra outra filha, na época com 11 anos. A acusação foi feita em 2003 pela mãe da menina. Até onde sei, ele segue foragido.

  • Sônia de Fátima Moura
A mãe de Eliza viveu com a filha em Foz do Iguaçu (PR) por cerca de um ano. Após se separar de Luiz Carlos Samudio, pai da estudante, ela ficou por mais dois anos no Paraná, ajudando a criar a menina. Depois, se mudou para Mato Grosso do Sul, onde mora em um sítio em Anhanduí, a 30 km de Campo Grande. Eliza voltou a viver com a mãe em 1999, em Campo Grande, quando tinha 14 anos. No entanto, um ano depois, a menina retornou para Foz de Iguaçu para morar novamente com o pai.

Apesar do pouco contato com a filha, Sônia conseguiu na Justiça a guarda do neto, o bebê que Eliza alegava ser de Bruno. No entanto, ela disse não querer que o atleta se aproxime do menino, mesmo que ficasse comprovado que ele é o pai. Em julho de 2012, a Justiça do Rio de Janeiro reconheceu Bruno como pai da criança, tendo seu nome incluído na certidão de nascimento do filho de Eliza.

  • Delegado Edson Moreira
O então Titular da Delegacia de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa de Minas Gerais (DHPP), foi o responsável pelo comando das investigações que levaram ao indiciamento de Bruno e mais oito pessoas.

Seria um dos alvos do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que teria arquitetado um plano de dentro da penitenciária Nelson Hungria para matá-lo. Nas eleições de 2012, foi eleito vereador de Belo Horizonte pelo PTN, com 10.532 votos, sendo o terceiro candidato mais votado na capital mineira naquele pleito. Atualmente, integra a Comissão de Legislação e Justiça da Câmara de Belo Horizonte.

  • Delegada Alessandra Wilke
Na época delegada da divisão de Homicídios de Contagem (MG), foi quem recebeu as primeiras denúncias sobre a morte de Eliza e realizou as investigações que resultaram na localização do filho da estudante com uma família em Ribeirão das Neves. 

Alessandra foi a responsável pela prisão da então mulher de Bruno, Dayanne de Souza, após supostamente ter mentido em depoimento à polícia sobre o paradeiro do bebê. A delegada chegou a ser chamada de Paquita pelo advogado Ércio Quaresma, na defesa de Bruno que foi apresentada à Justiça.

Alessandra foi afastada da presidência do inquérito sobre o desaparecimento de Eliza após a divulgação de imagens para o programa Fantástico, da TV Globo, em que Bruno aparece falando informalmente sobre a ex-amante. Ela e a colega Ana Maria Santos estavam no voo que levou Bruno preso do Rio para Minas, quando foi feita a gravação. 

  • Delegado Júlio Wilke
Marido da delegada Alessandra Wilke, atualmente trabalha no Departamento Antidrogas em Belo Horizonte. Durante a fase de inquérito, chegou a ser chamado de Galinho de Briga pelo advogado Ércio Quaresma.

O defensor o acusou de ter agredido com um tapa no peito o amigo de Bruno, Macarrão. A agressão não foi confirmada por exame no Instituto Médico Legal.

  • Delegada Ana Maria Santos
Na época delegada-chefe da Delegacia de Homicídios de Contagem, hoje está em Venda Nova. Também foi afastada da chefia do inquérito sobre o desaparecimento de Eliza após a divulgação de imagens para o programa Fantástico, mas continuou auxiliando nas investigações que resultaram no indiciamento dos suspeito.

  • Cleiton da Silva Gonçalves, o Cleitão
Também amigo de Bruno, assumiu que dirigia o jipe do goleiro quando o carro foi apreendido no dia 8 de junho de 2010, dois dias antes de Eliza ter sido morta, segundo a polícia. Quem dirigia o carro, constatou-se depois, era o primo de Bruno, que na época tinha 17 anos. 

O veículo foi apreendido por estar com a documentação e impostos atrasados. Em abril de 2012, Cleitão foi preso por outro crime. Ele teria sido uma das pessoas que invadiu uma churrascaria e executou um desafeto, segundo a polícia. O motivo seria a disputa pelo tráfico de drogas no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

  • Juíza Marixa Fabiane Lopes
A juíza Marixa Fabiane Lopes presidiu a audiência de instrução do julgamento dos nove réus no desaparecimento de Eliza Samudio. Ela determinou que o goleiro, Macarrão, Sérgio e Bola fossem a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que Bola responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne e Fernanda, assim como Elenilson e Coxinha, foram também a júri popular, mas por sequestro e cárcere privado.

A juíza passou a receber proteção policial depois da divulgação de um suposto plano de Bola para matá-la. Em novembro de 2012, presidiu o júri que condenou Macarrão a 15 anos de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado de Eliza e seu filho, Bruninho.

No mesmo julgamento, foi condenada a cinco anos de prisão pelos crimes de cárcere privado e sequestro. Atualmente, segue à frente do Tribunal do Júri de Contagem e comandará o julgamento dos demais réus do Caso Bruno.

A participação da imprensa


Em casos como o de Eliza Samudio, que envolvem grande clamor popular, quer seja pela maneira como foi cometido, quer seja pelos envolvidos, ou mesmo pela motivação para seu cometimento, o papel da imprensa se amplia.

Não se pode negar que a imprensa tem papel relevante na sociedade brasileira, formando e alimentando a opinião publica, influenciando o pensamento de muitas pessoas, que na maioria das vezes não tem outro meio de acesso à informação e cultura do que aquela levada a cabo pela imprensa.

Assim, a imprensa tem um verdadeiro compromisso com a busca pela verdade dos fatos, sobretudo num caso como esse, onde um crime parece ter sido cometido, e também sobre a forma como tais fatos são divulgados.

No caso Eliza Samudio, ao ligar a televisão, abrir um jornal ou revista, acessar um site na internet, muitas vezes parecia que estávamos acompanhando uma novela, que a cada dia teria um novo capítulo, tamanha a rapidez como os fatos eram divulgados, ou mesmo um "circo de horrores", diante de tantas versões para os fatos noticiados.

A imprensa, deve-se ressaltar, tem desempenhado papel preponderante na divulgação e, porque não dizer na elucidação de diversos crimes, entretanto não se pode esquecer existem limites, e, acima de tudo responsabilidade na divulgação da notícia acerca de crime.

Conclusão


Mais de dois anos após a descoberta do caso Eliza Samúdio, em 19 de novembro de 2012, o julgamento foi iniciado em Contagem, Minas Gerais. Marixa Fabiane Lopes Rodrigues foi a juíza. O caso foi a júri popular, composto de seis mulheres e um homem, sete de um total de 25 chamados inicialmente. A promotoria e os advogados de cada réu puderam recusar três jurados.

Todos os suspeitos foram julgados em Júri Popular. 
  • Luiz Henrique Romão (Macarrão) foi condenado a 15 anos de prisão por cárcere e homicídio de Eliza e ocultação de cadáver. 
  • Fernanda Gomes de Castro foi condenada a 5 anos de prisão pelo sequestro e cárcere privado de Eliza e Bruninho (filho de Eliza com Bruno). 
  • Bruno foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. 
  • Dayanna foi absolvida das acusações. 
  • Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos.
Todos os demais envolvidos no caso foram julgados e absolvidos. Até hoje os restos mortais de Eliza Samudio não foram encontrados.

[Fonte: Jus Navigandi; Terra]

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