À primeira vista, o livro "Quem mexeu no meu queijo?", pode parecer mais um daqueles enfadonhos e mal fadados livros de autoajuda (eu simplesmente detesto esse segmento literário), mas quando começamos a lê-lo, concluímos que se trata de uma obra bem mais interessante do que esses placebos psicológicos.
O livro é uma parábola que mostra uma história de mudança num labirinto, o qual representa onde gastamos nosso tempo procurando pelo que se quer. Envolve quatro personagens que reagem de formas diferentes à mudança que ocorre no labirinto e, à medida que vamos lendo, percebemos que os quatro fazem parte de nós mesmos.
O "Queijo" é colocado como uma metáfora para o que queremos da vida e cada um vai ter a sua ideia do que é o queijo para si, aquilo que tanto buscamos, acreditando que irá nos fazer felizes. Logo, ele pode ser entendido como um emprego, um relacionamento, saúde, dinheiro, entre outras coisas.
"Se o obtemos, frequentemente ficamos ligado a ele. Se o perdemos, ou se nos é tirado, isso pode ser traumático".
O autor e sua obra
O livro "Quem mexeu no meu queijo?" de autoria de Spencer Johnson, escritor bastante renomado com publicação de vários títulos vendidos no mundo todo conta de forma simples e prazerosa uma história que se passa em um labirinto habitado por quatro personagens engraçados (dois ratos, Sniff e Scurry e dois duendes, Hem e Haw) que conviviam dia-a-dia em busca de seus "queijos.".
Sobre o autor
Spencer Johnson é autor de livros vendidos no mundo todo. Juntamente com Kenneth Blanchard é co-autor de "O gerente-minuto", um dos métodos de gerenciamento mais popular do mundo. Suas obras já venderam mais 11 milhões de livros em todo o mundo, em 26 línguas. Johnson é autor de vários best sellers, entre eles cinco livros da série "Minutos; Sim ou Não".
Escreveu também livros infantis tais como "Value Tales" e "O presente precioso". Suas obras sempre estão na mídia, aparecendo como temas de reportagens na CNN, no USA Today, The Larry King Show, entre outros.
Os personagens
O autor utiliza-se de quatro personagens: Os ratos Sniff e Scurry, e os duendes Hem e Haw para retratar as diversas características do ser humano. Seu lado simples e complexo. Em alguns momentos o homem pode agir como Sniff, aquele que percebe rápido as mudanças. Ou então, como Scurry, que sai em atividade, é mais pró-ativo. Ou Hem, um dos duendes, que não aceita as mudanças, resistindo a elas. Ele acredita que algo pior pode acontecer. E finalmente Haw, o outro duende: Adapta-se em tempo a nova realidade e acredita que as mudanças podem levar a algo melhor.
Os quatro personagens descritos acima vivem um desafio que é a procura incessante de "queijo" para alimentá-los e fazê-los felizes. O autor apresenta o "queijo" como uma metáfora que significa aquilo que queremos ter na vida, isto é, os objetivos que pretendemos alcançar seja no âmbito familiar, pessoal, ou no trabalho e o labirinto representa o lugar onde ocorre a busca daquilo que desejamos ter.
Johnson discorre a partir desta fábula questões referente ao comportamento do ser humano e o meio em que está inserido, trazendo como pano de fundo a ideia da mudança como um fenômeno necessário. Observa-se que, essa fascinante narrativa é escrita numa linguagem de fácil entendimento e nos mostra dois caminhos a serem percorrido naquele labirinto.
O escritor faz também uma analogia ao cotidiano do ser humano, pois de forma objetiva retrata muitas de suas características quando demonstra no desenrolar da história o comportamento de cada personagem.
A Reunião, a Parábola e o Debate
O livro é dividido em três partes. A primeira, a Reunião, é a uma espécie de introdução à história, onde alguns amigos de escola se reencontram anos depois e começam a conversar sobre suas vidas pessoais e seus empregos. A partir daí, um dos amigos resolve contar a história dos homenzinhos e dos ratinhos.
A segunda parte do livro é a Parábola propriamente dita, que vai ser interpretada por cada leitor de acordo com a mudança que enfrenta na sua própria vida, que pode ser no trabalho, no casamento, nos negócios…
A terceira parte é o Debate, exatamente quando o grupo de amigos começa a se comparar à história com suas próprias experiências de vida, extrapolando os ensinamentos do livro para suas realidades. Essa parte é interessante para ver como cada um pode assimilar a história de uma forma e achar uma aplicabilidade na sua vida.
Conclusão
É sabido que vivemos numa sociedade marcada pelas constantes transformações em nível cada vez mais acelerado. Sendo assim, o indivíduo precisa se adaptar a estas novas exigências que lhes são impostas, visto que, as mudanças são inevitáveis e indispensáveis para a sobrevivência e o desenvolvimento das pessoas.
Por fim, o livro aborda as possibilidades da mudança de uma maneira fantástica enfatizando que o ser humano não deve se "estacionar" numa zona de conforto, pois é como diz Marina Colasanti no seu poema 'Eu sei, mas não devia'.
"Eu sei que a gente se acostuma com tudo... e temos medo de ousar, ou seja, ficamos paralisados como se as coisas fossem infinitas."
Assim, o escritor americano fornece no seu livro uma lição extremamente significante para a vida do ser humano ressaltando a riqueza que cada um possui dentro de si e as capacidades necessárias que tenhamos para enfrentar os desafios que por ventura surgir.
Este é um ótimo livro de reflexão. Com sua linguagem extremamente simples e uma leitura rápida, é possível tirar grandes lições que podem ser aproveitadas na vida quando lidamos com mudanças e temos dificuldade para nos adaptar. Sair da zona de conforto é sempre muito difícil. Mas é importante saber reconhecer quando a mudança é inevitável e pode representar uma oportunidade de crescimento.
O livro "Quem mexeu no meu queijo?" é recomendável para a leitura, tanto para estudantes, bem como para profissionais das mais variadas áreas, entre outros. A mensagem do texto apresenta as mudanças as quais todos estão sujeitos, e que devemos estar preparados para elas. Não se deve acomodar diante das situações. Leiam e reflitam. Cada vez que leio, consigo tirar algo proveitoso dele. Recomendo!
A Deus, o Pai, toda glória.
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