sábado, 6 de outubro de 2018

VOTO CONSCIENTE: A RESPONSABILIDADE NA PONTA DOS DEDOS

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"Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição" - Constituição da República Federativa do Brasil.
A frase acima é forte, bonita, assertiva, mas parece que a ela conferimos pouca importância. Às vésperas das eleições em mais um pleito nacional, vale uma reflexão sobre a democracia no Brasil. Como temos encarado hoje o direito de votar? Será que estamos exercendo o poder que a Constituição nos assegura e escolhendo conscientemente os nossos representantes?

Política se discute!?


Um "fenômeno" nada novo se manifestou de maneira devastadora nas eleições desse ano. As discussões e debates sobre política saíram das arenas partidárias e dos estúdios da televisão e se intensificaram de forma absurda - em muitos caso, imbecis mesmo - em outros cenários. Com representatividade expressiva em todo o Brasil, candidatos da extrema direita e da extrema esquerda que lideram as pesquisas de intenção de votos foram os pivôs de uma verdadeira batalha ideológica até mesmo dentro dos círculos familiares.

As hoje mais que populares mídias/redes sociais foram o ringue de acirrados, desrespeitosos e violentos, bate-bocas sobre política. Os embates, ataques, réplicas e tréplicas dos defensores de candidatos Y e Z (não citarei nomes por que não sou lobbysta de nenhum dos dois), sempre acabaram em uma irracional manifestação de estupidez de ambos os lados. 

Muitos foram os grupos familiares e de amigos no WhatsApp que viraram uma verdadeira zona de guerra não só de ideologias, mais de ignorância. Os resultados de tanto desiquilíbrio - e praticamente nenhuma informação verossímil -  foram as desavenças entre amigos, famílias e até mesmo - por mais absurdo que possa parecer - nos círculos cristãos. O Facebook foi outra "faixa de Gaza" nessa estúpida batalha entre os extremistas de direita e de esquerda, onde cada um queria não só defender, mas impor mesmo o seu candidato como o ideal para presidir o Brasil.

A seriedade do ato de votar


De pouco adianta reclamar se tudo passa por cada um de nós, que exercemos a cidadania com o direito ao voto, instrumento fundamental da democracia e de transformação na sociedade. Porém, apesar do que eu disse acima, o que vemos nos dias de hoje é que as pessoas não estão dimensionando a importância do seu voto na construção social.

O voto virou moeda de troca, não se pensando mais no coletivo e sim naquilo que imediatamente trará algum pequeno benefício, esquecendo-se o que virá depois, o futuro. O voto é conquista do povo e em prol dele é que deve ser usado, com critério e responsabilidade. 

A escolha de um governante exige grande responsabilidade, algo que deve suplantar as paixões ideológicas. Afinal, a ele caberá a tomada de decisões vitais sobre o futuro de todos. Apesar do desânimo causado por anos de problemas e corrupção - que acredito está longe de acabar -, a política e as instituições ainda são os meios que nos permitem o acesso a direitos, liberdade e cidadania. 

Por isso, temos que afastar o descaso e efetivamente conhecer a origem e formação dos candidatos, suas pretensões, suas ideias, sua trajetória de vida. São requisitos fundamentais para se escolher quem almeja um cargo público. Por isso, para o seu próprio bem: vote de forma consciente!

Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come


Vivemos tempos nefrálgicos em nosso país, decorrentes da falta de conhecimento político e de consciência do povo brasileiro na hora de comparecer às urnas. Não raras vezes, sequer lembramos em quem votamos no último pleito eleitoral. A amnésia eleitoral é decorrente da nossa falta de comprometimento com a sociedade. 

Eis que preferimos não atrair a responsabilidade do maldado voto e das consequências que este traz para a sociedade. Mas cumprir promessas, atualmente, não é nossa pior mazela. A pior delas é a falta de respeito, de ética, e principalmente de dignidade, com que os nossos escolhidos têm trabalhado a administração do dinheiro público. O que estamos vivenciando hoje é a consequência do voto dado no passado sem qualquer critério e sem a análise do histórico político deste candidato.

Portanto, não se duvida que tudo o que estamos vendo na televisão e que nos revolta todas as manhãs diante do noticiário nacional é resultado das nossas escolhas. Estes políticos não estariam agindo da forma que agem se não fosse pelo nosso voto. Praticamente assinamos uma procuração em branco e outorgamos a eles todos os poderes de fazer e desfazer, em total desacordo com o que esperamos de pessoas honestas e probas.

Com efeito, diante de tantos escândalos e da evidência de inúmeros desvios de comportamento, infelizmente o que vem prevalecendo é o jogo de poder. Referido jogo pode ter seu final decretado e sepultado se o eleitor brasileiro tiver a consciência de que o seu direito ao voto tem valor e que dele todos nós colhemos as consequências.

Fato é que devemos diligenciar e fiscalizar cotidianamente a trajetória dos nossos escolhidos, como também, antes mesmo de votar, devemos analisar a trajetória de vida deste candidato, melhor dizendo, se o mesmo é ou não ficha limpa. Estamos fartos de sermos enganados, de não termos uma educação satisfatória, um atendimento digno na rede pública de saúde e um transporte público eficiente.

Momento favorece mudanças


Neste cenário é certo que a crise é, antes de mais nada, uma oportunidade de mudança, ocasião em que o povo brasileiro precisa se unir - não se separar - e colocar nas cadeiras públicas pessoas honestas, dignas e comprometidas como seu semelhante - e não consigo mesmo e com seus comparsas.

Conclusão


Assim, é de extrema importância que saiamos do nosso casulo, da nossa zona de conforto, pois precisamos ter a consciência de que o resultado de uma escolha malfeita é o quadro de crise moral e ética que visualizamos hoje ao nosso redor e que tanto nos envergonha e entristece.

A hora é esta, a mudança virá pela importância e consciência que depositaremos no voto daquele candidato que foi previamente analisado e pesado pelo eleitor.

Com a proximidade de mais uma eleição, a conscientização bate forte na tecla da responsabilização do eleitor, convocando todos os cidadãos a refletirem sobre a maneira como encaram a política em suas cidades, no Estado e no país.

E, para terminar, deixo o meu conselho final: por favor, não use a urna como vaso sanitário e jogue ainda mais o Brasil na m... 

A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.

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