"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (João 8:32).Essas são palavras de Jesus Cristo em conhecida e recorrente passagem da Bíblia Sagrada. Essas são as palavras que Jair Bolsonaro adotou como seu slogan de campanha. Além dessa, tem ainda outra que se tornou o seu "grito de guerra":
"O Brasil acima de todos, Deus acima de tudo."Pois é, com essa explícita evocação de uma fé cristã, apesar do viés controverso em muitas de suas falas, que foram maciçamente usadas na campanha de seu principal adversário, o candidato derrotado Fernando Haddad (PT/RJ), Bolsonaro conseguiu a vitória e irá subir a rampa do Palácio Central em Brasília, no próximo dia 1º de janeiro de 2019, de onde comandará o Brasil nos próximos 4 anos.
Pioneirismo histórico
Em sua primeira disputa à Presidência da República, o capitão reformado do Exército Jair Messias Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL/RJ), alcançou 55% dos votos válidos e tornou-se o quinto presidente eleito no Brasil após a redemocratização.
Bolsonaro já havia sido o primeiro colocado no primeiro turno, realizado no último dia 7, com 46% dos votos. Aos 63 anos, ele está no sétimo mandato como deputado federal e assumirá um cargo público no Executivo pela primeira vez no próximo dia 1º de janeiro.
Histórico político
Durante a carreira como parlamentar, o militar foi autor de 170 projetos, dos quais apenas dois viraram lei. Em quase 30 anos na vida política, Bolsonaro ganhou notoriedade por adotar um discurso radical, incluindo ataques a homossexuais e mulheres, além de declarar abertamente apoio ao regime militar, responsável por torturas e mortes no Brasil entre 1964 e 1985.
Ao votar pelo encaminhamento do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, o parlamentar homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, comandante do DOI-CODI, órgão responsável pela repressão a opositores durante o período da ditadura. Com os escândalos de corrupção atingindo os partidos políticos tradicionais, Bolsonaro passou a angariar apoio entre os desiludidos com o atual governo e os saudosos da ditadura.
Quem é ele?
Do Exército a Presidência
Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, no dia 21 de março de 1955, Bolsonaro começou sua carreira militar ao cursar a Escola Preparatória de Cadetes do Exército.
Seguiu sua formação na Academia Militar das Agulhas Negras, onde se formou em 1977. O presidente eleito serviu no 9º Grupo de Artilharia de Campanha, em Nioaque (MS), entre 1979 e 1981, além de ter integrado a Brigada de Infantaria Paraquedista, onde se especializou em operações com saltos de queda livre.
Em 1983, formou-se na Escola de Educação Física do Exército e tornou-se mestre em saltos pela Brigada, chegando à patente de capitão.
Em 1986, liderou um protesto contra os baixos salários dos militares, o que lhe rendeu uma pena de 15 dias de prisão por infringir o regulamento disciplinar do Exército.
A partir de 1988, Bolsonaro deu início à carreia política ao ser eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
Em 1993 envolveu-se em uma polêmica na Câmara ao alegar que a existência de muitas leis atrapalhava o exercício do poder e defendeu o retorno do ditadura militar e o fechamento do Congresso.
Na ocasião, o deputado Vital Rego, corregedor do Congresso, solicitou à Procuradoria-Geral da República o início de uma ação penal por crimes contra a segurança nacional, ofensa à Constituição e ao regimento interno da Câmara Federal.
Em 2014, foi eleito o deputado mais votado do Rio de Janeiro, com 464.565 votos. Ao todo, ele foi eleito para sete mandatos, o último pelo Partido Progressista (PP). Em seu site, o vencedor do pleito deste domingo afirma ser conhecido
"por suas posições em defesa da família, da soberania nacional, do direito à propriedade e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa".
Vice-presidente da chapa, o general Antônio Hamilton Martins Mourão é natural de Porto Alegre (RS). Ele entrou no Exército em 1972 e esteve na ativa até fevereiro deste ano. Mourão é conhecido por dar declarações polêmicas que enaltecem o regime militar. Em setembro, afirmou que o 13º salário seria uma "mochila" nas costas dos empresários e foi repreendido publicamente por Bolsonaro.
O Brasil, segundo Bolsonaro
Confira abaixo algumas de suas principais propostas:
- Segurança
Bolsonaro defende como política de segurança pública a revisão do Estatuto do Desarmamento para reduzir as restrições à posse de arma e ampliar as possibilidades de legítima defesa.
Além disso, defende que policiais não sejam punidos por mortes em operações, por meio do chamado "excludente de ilicitude".
Outra proposta é a redução da maioridade penal para 17 anos, idade que, segundo o presidente eleito, seria mais fácil de aprovar do que 16.
Bolsonaro também quer retirar da Constituição
"qualquer relativização da propriedade privada",
como as estabelecidas pela Emenda Constitucional 81, que determina o confisco de propriedades com trabalho escravo ou usadas para plantio e tráfico de drogas. Ele ainda pretende tipificar como "terrorismo" invasões de propriedades rurais e urbanas.
- Economia e emprego
Embora tenha um histórico estatizante e nacionalista, Bolsonaro deu ao futuro ministro Paulo Guedes a tarefa de elaborar um plano econômico liberal, com redução de ministérios e privatizações para zerar o déficit já em 2019 e voltar a ter superávit em 2020.
"Algumas estatais serão extintas, outras, privatizadas e, em sua minoria, pelo caráter estratégico, serão preservadas",
diz o programa de governo.
Bolsonaro também propõe isentar de imposto de renda quem ganha até cinco salários mínimos e criar uma taxa única de 20% para o restante da população. Além disso, quer uma "carteira de trabalho verde e amarela" voluntária para novos trabalhadores que aceitarem colocar o contrato individual acima da CLT.
Para a reforma da Previdência, Bolsonaro e Guedes querem trocar o sistema atual pelo de capitalização.
- Corrupção
Além de um apoiador declarado da Operação Lava Jato e de já ter declarado o desejo de ter o juiz Sérgio Moro como um dos integrantes da sua equipe de governo, o plano de governo bolsonarista apoia as "10 medidas contra a corrupção" apresentadas pelo Ministério Público Federal, que incluem aumento das penas para crimes envolvendo altos valores, criminalização do enriquecimento ilícito, responsabilização dos partidos por caixa 2 e uso de prisão preventiva para garantir a devolução de recursos desviados.
Bolsonaro ainda promete não fazer indicações políticas para cargos públicos.
- Educação
Ferrenho e contundente do chamado "kit gay", o presidente eleito proibirá o que chama de "ideologia de gênero" nas escolas, reduzirá os programas de cotas raciais em detrimento das "sociais" e incluirá a disciplina de educação moral e cívica no currículo, tal qual como era na ditadura.
Bolsonaro ainda quer abrir ao menos um colégio militar em cada capital do Brasil e usar métodos de ensino a distância desde a educação fundamental.
- Saúde
Seu programa prevê a criação de um prontuário eletrônico nacional interligado e a carreira de "médico de Estado" para atender áreas remotas. Cubanos trazidos ao país pelo programa "Mais Médicos" precisarão passar pelo "Revalida".
- Social
Bolsonaro defende a manutenção do Bolsa Família e a criação de um 13º no programa social, além de um sistema de renda mínima universal. O presidente eleito já prometeu também não demarcar mais terras indígenas e "acabar com todos os ativismos".
- Cultura
Artistas, músicos e cineastas estão inquietos. A vitória de Bolsonaro, já começa tirar o sono do meio cultural. Além de dizer que tirará o status de ministério da pasta da Cultura, Bolsonaro afirmou que
"...a classe artística em grande parte foi cooptada pela Lei Rouanet".
E teria que
"...continuar existindo para artistas que estão começando e não para figurões".
- Relações internacionais
Bolsonaro já defendeu a saída do Brasil da ONU e do Acordo de Paris sobre o Clima, mas recuou de ambas as propostas. Seu programa prevê alinhamento com países como Estados Unidos, Israel e Itália – ele defende a abertura de uma embaixada em Jerusalém e a extradição imediata de Cesare Battisti – e
"...aprofundar nossa integração com todos os irmãos latino-americanos que estejam livres de ditaduras".
Conclusão
Seria preciso uma mente criativa ao extremo, dotada de altas doses de sadismo e ironia para escrever um roteiro como o das eleições brasileiras deste ano. Se antes o cenário político nacional repleto de intrigas e traições que culminaram no impeachment da presidenta Dilma Rousseff era comparado ao enredo de séries como House of Cards e Game of Thrones, a campanha deste ano se aproximou do futuro distópico e da pós-verdade de Black Mirror e The Handmaid's Tale.
Um candidato de extrema-direita é esfaqueado, o líder das pesquisas preso, um volume de fake news que faria corar a campanha de Donald Trump, muita violência – e até uma sextape na disputa estadual do Estado mais rico do Brasil. Estes foram alguns dos elementos que fizeram esta eleição ganhar contornos de uma batalha única na história brasileira.
Pois bem, foi nesse cenário que mais do que confuso, a despeito de toda resistência da militância de esquerda que o acusa de ser racista, fascista, misógino e homofóbico, empunhando estandarte em defesa da família tradicional, apesar de todos os pesares, que Jair Bolsonaro venceu as eleições e será o presidente do Brasil nos próximos 4 anos, dando voz à vontade democrática da maioria esmagadora dos brasileiros que o elegeram, ansiando por uma urgente mudança no cenário político nacional
[Fonte: IstoÉ]
A Deus toda glória.
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E nem 1% religioso.
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