sexta-feira, 14 de setembro de 2018

POLÍTICA NÃO É ASSUNTO DE SE TRATAR EM PÚLPITO

É grande, profunda e crônica a decepção com os políticos. Uma onda de descrédito com os políticos varre a nação. Somos herdeiros de uma cultura extrativista. Nossos colonizadores vieram para o Brasil com a intenção de tirar proveito. Rui Barbosa alertou para o perigo das ratazanas que mordiam sem piedade o erário público, perdendo a capacidade de se envergonhar com isso. 

A maioria dos políticos se capitulam a um esquema de corrupção, de vantagens fáceis, de fisiologismo, nepotismo, enriquecimento ilícito, drenando as riquezas da nação, assaltando os cofres públicos e deixando um rombo criminoso nas verbas destinadas a atender às necessidades sociais. As campanhas milionárias já acenam e pavimentam o caminho da corrupção.

O resultado da corrupção, da má administração, da ganância insaciável pelo poder é que somos a oitava economia do mundo, mas temos um povo pobre, com mais de 50 milhões vivendo na pobreza extrema.

Diante desse quadro, muitos cristãos ficam também desencantados com a política e cometem vários erros, como por exemplo: "Política é pecado". "Política é coisa do diabo". "O cristão não deve participar de política". "O cristão deve ser apolítico". "Toda pessoa que se envolve com política é corrupta". "Todo crente que se envolve com política acaba se corrompendo". "A política é mundana e não serve para os crentes". "Não adianta fazer coisa alguma; devemos pregar o evangelho e aguardar o retorno do Senhor".

Outros erros são cometidos: "Irmão sempre vota em irmão". "Todo crente é um bom político". "Político evangélico deve lutar apenas pelas causas evangélicas". "O púlpito transforma-se em palanque político". "A igreja troca voto por favores".

Púlpito ou palanque?


Estamos bem próximos das eleições, e como você já deve saber, algumas igrejas evangélicas (e também católicas ou de outras vertentes) têm como costume ceder o púlpito para candidatos discursarem. Toda véspera de eleição é comum ver o altar se transformar em palanque e as portas dos templos se abrindo para toda classe de charlatanismo.

Acontece que esta prática, além de medíocre, também é criminosa. Segundo a Lei 9.504/97 e de acordo com o artigo 13 da resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral, fica proibida toda e qualquer propaganda eleitoral dentro de templo. A lei entende que os templos são espaços de acesso comum e não devem ser usados como palanques eleitorais.

Sendo assim, se você notar que estão usando sua igreja como curral eleitoral, DENUNCIE. Precisamos dar um basta nessa politicagem dentro dos templos. Igreja é lugar de louvar a Deus não de promover quaisquer evento de cunho político! Distribuir santinhos, fazer o púlpito de palanque eleitoral e colocar cabresto no eleitor, ditando em quem ele deve votar, é uma atitude criminosa.

O culto não visa satisfazer ou agradar a desejos e/ou angariar confiança, votos ou simpatias. O culto é oferecido a Deus conforme suas próprias prescrições e Ele é quem julga as nossas ofertas (Isaías 66:3,4). O culto a Deus não pode se transformar em um comício, pois isso trairia o sentimento e o objetivo pelo qual os membros estariam na igreja naquele momento. Com certeza foram para adorar a Deus e não para ouvir promessas e planos de governos que, via de regra, não os cumprem. 
  • Para denunciar a politicagem na sua igreja, basta procurar a delegacia ou o cartório eleitoral.
Vamos acabar com essa palhaçada!

Consciência política cristã

"Vós sois o salda terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens" (Mateus 5:13).
O cristão como cidadão de uma sociedade democrática, pluralista e livre deve desenvolver uma correta consciência política, interferir nos destinos da nação por meio do voto e participar da vida pública candidatando-se a cargos públicos. 

A Palavra de Deus não veta o cristão de filiar-se a um partido político e candidatar-se a um cargo público. A Bíblia relata a história de homens de Deus que assumiram funções políticas: 
  • José, governador do Egito; 
  • Davi, rei de Israel; 
  • Josias e Ezequiel, reis de Judá; 
  • Daniel, um dos ministros de Estado do reino da Pérsia; 
  • Mordecai, primeiro-ministro na Pérsia; 
  • Neemias, governador de Judá após a volta do cativeiro; etc. 
Este Cristão deve buscar a vontade "literal" de Deus, a qual deve vir em primeiro lugar. É preciso que o Senhor seja consultado e que seja ouvido. Deve comportar-se como Servo do Deus Altíssimo (Provérbios 11:11; 14:34; 16:12), dando testemunho de sua fé e obedecendo os princípios bíblicos da santidade, pureza, honestidade, amor ao próximo, renúncia, abnegação, etc., e uma vez empossado no cargo deve lembrar-se que não representará apenas uma fatia da sociedade, mas se torna um servidor público para servir ao e à nação.

Conclusão

1) Como votar?


Devemos escolher um candidato pela sua vocação, preparo, caráter, compromisso com o povo e propostas. Há coisas básicas: saúde, educação, emprego, segurança, moradia, progresso. Se temos pessoas evangélicas com esse perfil, demos a elas prioridade em nosso voto. Mas seria irresponsabilidade votar numa pessoa apenas por ser evangélica se ela não tem essas credenciais.

2) Como fiscalizar? 


A igreja é a consciência do Estado. Ela exerce voz profética. Ela precisa votar, acompanhar e cobrar dos seus representantes posturas dignas, sobretudo nos assuntos de ordem moral e social: casamentos gays, aborto, etc.

3) Como encorajar? 


A Bíblia nos ensina a interceder, honrar e obedecer as autoridades constituídas - sejam elas quais forem:
"Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus" (Romanos 13:1).
"Antes de tudo, recomendo que se façam súplicas, orações, intercessões e ação de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade" (1 Timóteo 2:1,2 - ambos os grifos meus).
Entendendo que com esta palavra estou contribuindo para clarear o entendimento dos servos do Senhor à luz de sua Palavra, isto posto, concluímos que: 
  1. O Senhor Jesus edificou a igreja para ser uma casa de oração para todos os povos. 
  2. O Senhor Jesus edificou a igreja para ser uma porta divina para cuidar da vida espiritual das pessoas. 
  3. Jesus Levantou pastores (líderes) com chamado específico para cuidar do rebanho de Deus. 
  4. Jesus ordenou aos seus servos que sejam luz e sal da terra em qualquer circunstância e lugar. 
  5. Igreja e política não se misturam e tem propósitos diferentes.

A Deus toda glória. 
Fique sempre atualizado! Acompanhe todas as postagens do nosso blog https://circuitogeral2015.blogspot.com.br/. Temos atualização diária dos mais variados assuntos sempre com um comprometimento cristão, porém sem religiosidade. 
E nem 1% religioso.

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