domingo, 23 de julho de 2017

ESPECIAL SALMOS -2) A VITÓRIA DE CRISTO E SEU DOMÍNIO SOBRE AS NAÇÕES

"Eis que as nações são consideradas por ele como a gota de um balde e como o pó miúdo das balanças; eis que lança por aí as ilhas como a uma coisa pequeníssima" (Isaías 40:15).
O Todo-poderoso suplantará as nações com a implantação do seu domínio eterno por meio do Senhor Jesus.

O salmo segundo (1-12) é um cântico messiânico. Nele, vê-se a vitória de Cristo, o Ungido de Deus, sobre as nações rebeldes e a implantação do seu Reino Eterno. Este salmo pode ser melhor compreendido, se visto e quatro cenários, a cada três versículos.
"Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão? Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido, e dizem: 'Façamos em pedaços as suas correntes, lancemos de nós as suas algemas!'  (1-3)
Do seu trono nos céus o Senhor põe-se a rir e caçoa deles. Em sua ira os repreende e em seu furor os aterroriza, dizendo: 'Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte' (4-6). 
Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: 'Tu és meu filho; eu hoje te gerei. Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade. Tuas quebrarás com vara de ferro e as despedaçarás como a um vaso de barro' (7-8). 
Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra. Adorem o Senhor com temor; exultem com tremor. Beijem o filho, para que ele não se ire e vocês não sejam destruídos de repente, pois num instante acende-se a sua ira. Como são felizes todos os que nele se refugiam!"  (10-12).
  • Cenário 1: Versos 1-3
  • Cenário 2: Versos 4-6
  • Cenário 3: Versos 7-9
  • Cenário 4: Versos 8-12

I. A rebelião das nações

1. Contra Deus


a) A pergunta irada de Deus - "Por que se amotinam as nações... Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor...?!" É uma pergunta irada contra o absurdo da natureza humana, no seu atrevimento em levantar-se contra o Deus Todo-poderoso!

b) A origem da rebelião - Trata-se de um prolongamento da rebelião iniciada nos céus, por satanás. O adversário de Deus e de seu povo, não podendo lutar diretamente contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores, sempre procurou, ao longo dos séculos, encontrar lugar no coração dos homens,levantando-os contra a soberania de Deus, contra suas leis e princípios. 

E esta ainda é a principal estratégia que satanás usa para escravizar os homens sem Deus, pois encontrando espaço, invade as brechas consequentes da impiedade e leva muitos a perder sua salvação.

c) A imaginação vã dos povos (v. 1b) - Os povos e seus governantes, tanto no passado quanto presente, sempre deram lugar a imaginações vãs contra Deus. Filósofos e até teólogos chegaram a "decretar" a morte de Deus! É como se o vaso pudesse ter argumentos contra o oleiro (Is 29:15-17).

Na Espanha, o imperador romano, Diocleciano, mandou erigir um monumento, no qual se inscreveu:
"A Diocleciano, máximo Hércules de César Augusto, por ter estendido o Império Romano de Leste a Oeste, e por ter apagado o nome dos cristãos".
É o "caco entre os outros cacos de barro" (Is 45:9), contendendo com o oleiro.

Observei aqui o que a ignorância espiritual pode causar ao homem. Seria cômico, se não fosse trágico.

2. Contra o Filho de Deus


a) "Rompamos suas ataduras e sacudamos suas cordas" (v. 3). - O Evangelho de Cristo trouxe ao mundo a mensagem que liberta o homem do pecado, do diabo, mas que, ao mesmo tempo, liga o homem a Deus através de ataduras espirituais, de cordas de amor.
"Tomai sobre vós o meu jugo... porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30). 
Em lugar do jugo de Cristo as nações preferem o jugo do pecado.

É mais conveniente aos homens aceitarem o jugo do pecado. É o ápice da hipocrisia humana.

b) Os sistemas mundias contra Cristo - A última parte do versículo 2 do Salmo diz: "...e contra o seu ungido". Não podia ser diferente. Os sistemas das nações estão arregimentados contra o Ungido de Deus. É que as nações rejeitaram e rejeitam a Jesus Cristo como o seu Senhor. Todos os sistemas do mundo estão se preparando para servir o Anticristo (ver João 15:18; Atos 4:26,27). 

3. Contra a igreja


A rebelião das nações contra Deus e contra o seu Ungido vem materializando-se de forma sistemática e cruel contra a Igreja de Cristo. Nero (66 a 68), Marco Aurélio (161 a 180 a.D.), Septímio Severo (202-211), entre outros imperadores romanos, mataram muitos cristãos, lançando-os vivos às feras, trucidando-os, queimando-os vivos etc. 

Hoje, nos países muçulmanos, a Igreja é ferozmente perseguida. É o que gera a perseguição sofrida pelos cristão em todo o mundo, o que faz cumprir a profecia de Jesus descrita em Mateus 24:9; Marcos 13:9 e Lucas 21:12.

II. A resposta de Deus à rebelião das nações


No segundo cenário, vemos a maneira pela qual Deus responde à rebelião das nações.
  • 1. Deus responde, rindo (v. 4a)
"Aquele que habita nos céus se rirá". É algo um tanto inusitado para nós, que fomos ensinados a ver Deus sempre sério, severo, de semblante grave e circunspecto. Mas, diante do ímpio, dos rebeldes, Deus se ri (Sl 37:13; 59:8).
  • 2. Deus responde, zombando (v. 4b)
"...o Senhor zombará deles". Mesmo diante da morte do pecador, Deus não se ri nem zomba (Ezequiel 33:11). Entretanto, diante dos seus inimigos, diante daqueles que deliberadamente se levantam contra Ele, Deus não somente se ri, mas zomba deles. 
  • 3. Deus responde com ira (v. 5)
"Então, lhes falará na sua ira e no seu furor os confundirá". Deus contempla a rebelião das nações, e começa a rir. Ele não se deixa escarnecer (Gálatas 6:7). Dos imperadores que perseguiram os cristãos, praticamente todos tiveram morte cruel. 

De um, os olhos saíram da órbita; outro foi estrangulado, ainda outro morreu afogado; dois suicidaram-se, cinco foram assassinados pelos seus servos. Julião, o apóstata, levantou a espada para o céu, desafiando o Filho de Deus, a quem chamava, zombando-se de "o Galileu". Mas, quando caiu moribundo, gritou para os céus: 
"Tu venceste! Tu venceste, Galileu!" 
Deus se ira! 
"Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:31; ver Is 40:15,17). 
Aqui, podemos perceber o incalculável tamanho da misericórdia do Senhor para conosco, seus filhos, pois mesmo falhos e pecadores jamais provamos ou provaremos a sua ira (Lamentações 3:22,23).

III. O reinado do Messias

1. Sua primeira manifestação


"O Senhor me disse: 'Tu é meu Filho; eu hoje te gerei'". A expressão refere-se, literalmente, a dar à luz um filho. Nos países orientais, referia-se à apresentação do filho do rei ao povo. Espiritualmente, porém, é uma referência a Cristo o Filho de Deus. Em Marcos 1:1, lemos: 
"Princípio do evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus". 
Trata-se, pois, de uma visão da proclamação de Cristo como Filho de Deus e à sua unção como profeta, sacerdote e rei.

2. Seu cumprimento escatológico (vs. 8,9)


No terceiro cenário, vemos o Reino Messiânico que será implantado após a segunda etapa da volta de Cristo. Na primeira fase de seu segundo advento, Ele será recebido apenas por aqueles que O aceitaram como Rei. Mas, na segunda fase, Jesus há de ser reconhecido por todos como o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Todos hão de se submeter ao seu senhorio. Todos, sem exceção! As nações mais rebeldes e contumazes hão de se curvar diante do cetro do Filho de Deus.

3. Jesus reinará sobre todas as nações (v.8)


"Pede-me, e eu te darei as nações por herança e os confins da terra por tua possessão". Este é o oferecimento legítimo do Senhor de toda a Terra ao seu Filho, ao seu Ungido. A promessa do domínio universal de Cristo cumprir-se-á quando da implantação do Reino Milenial (Zacarias 9:10; Daniel 2:24-49).

4. O juízo implacável de Cristo sobre as nações (v. 9)


a) A vara de ferro - "Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro". Normalmente, um rei não usa vara ou cetro de ferro, que é material inferior, mas de puro ouro. Contudo, no texto em apreço, vemos que Cristo, para esmagar o poderio das nações, usará uma força implacável, representada pela "vara de ferro": um instrumento de castigo e juízo sobre todos os reinos e nações rebeldes.

b) A fragilidade das nações - As nações serão esmigalhadas como se fossem vasos de barro sob o peso do juízo divino. Apesar de seu poderio bélico, econômico, político e tecnológico, elas serão destruídas pela força do braço do Senhor. Conforme viu Daniel, todo os reinos serão espalhados como a 
"pragana das eiras no estio, e o vento os levou..." (2:35). 
Nem o Anticristo com todo o seu esquema poderá evitar que isto se suceda. Ele também será fragorosamente derrotado pelo Ungido de Deus.

IV. A conclamação de Deus às nações


No último cenário do Salmo 2, Deus, em sua infinita misericórdia, conclama as nações rebeldes a obedecê-lO, dando prova de reverência, honra e respeito àquEle a quem odiaram durante tantos séculos. Esta conclamação é apresentada em cinco exortações distintas:

1. Exortação à prudência


"Agora, pois, ó reis, sede prudentes" (v. 10a). O Rei dos reis, como que lhes dando "um puxão de orelhas", diz aos governantes: "Sejam prudentes, tenham juízo". É uma lição para quem deseja realmente servir a Deus: devem fazê-lo com redobrada prudência e não de qualquer maneira.

2. Exortação ao aprendizado divino


"...deixa-vos instruir, juízes da terra". Os juízes e os magistrados são chamados à responsabilidade. São intimados a deixarem-se instruir pelo Senhor. Jesus convida a todos a aprenderem com Ele (Mt 11:29).

3. Exortação a temer a Deus


"Servi ao Senhor com temor..." (v. 11a). As nações rebeldes, derrotadas por Cristo, são convocadas a prestarem serviço com temor ao Rei dos reis e Senhor dos senhores, que terá o domínio universal.

4. Exortação à alegria


"...e alegrai-vos com tremor" (v. 11b). Deus quer que o sirvamos com temor, mas também com alegria (Sl 100:2). Mas não é uma alegria qualquer. É um misto de alegria e temor. É alegria reverente e a reverência jubilosa.

5. Exortação à adoração ao Senhor Jesus


"Beijai o Filho para que não se ire..." (v. 12). Quem o odiava, terá de beijá-lO. Trata-se de um sinal de reverência, de respeito, de consideração. Os cristãos dos primeiros séculos usavam o beijo (ósculo) santo (1 Coríntios 16:20; At 20:37). As consequências para os que não dispuseram a beijar o Filho será a morte, o furor e a ira do Todo-poderoso (v.12c).

Conclusão 


O Salmo 2 mostra-nos, acima de tudo, que toda a rebelião contra Deus será esmagada pelo poderio irresistível do Reino Eterno de Cristo, o Filho Unigênito de Deus. Só haverá um escape para as nações: beijar o Filho, ou seja, honrar a Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos Senhores.

[Fonte: CPAD - Casa Publicadora das Assembleias de Deus]

A Deus toda glória.
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