sábado, 22 de julho de 2017

DISCOS QUE EU OUVI - ESPECIAL: "APPETITE FOR DESTRUCTION", OS 30 ANOS DO PRIMEIRO ÁLBUM DO GUNS N'ROSES


Nesta edição da minha série especial de artigos Discos Que Eu Ouvi, vou falar sobre um dos discos mais marcantes no disputado cenário do heavy metal da década de 1980. A história da banda icônica banda Guns N'Roses certamente pode ser dividida entre antes e depois do lançamento de "Appetite for Destruction", em 21 de julho de 1987.

A história do disco, a história da banda


O disco de estreia da já considerada banda mais perigosa do mundo, a Guns N'Roses, com clássico "Appetite for Destruction", de 1987, é, com certeza, um dos melhores álbuns de hard rock dos anos 80. O disco de estreia do Guns N'Roses certamente é um dos mais populares da história do rock. Com grandes faixas, como 'Welcome to the Jungle', 'Nightrain', que se tornaram clássicos do grupo e do rock/hard rock. Outras menos pesadas como 'Paradise City' e a histórica 'Sweet Child O'Mine' - que foi parar na trilha sonora internacional da novela global "O Sexo do Anjos", naquele tempo em que as trilhas sonoras das novelas eram decentes -, responsável por colocar o disco em primeiro lugar no mundo durante cinco semanas. O LP na época, vendeu cerca de 20 milhões de cópias, ganhando quinze vezes o disco de platina só nos Estados Unidos.

O Guns em sua primeira e clássica formação original
No meio da onda hair metal oitentista cheia de clichês que dominava as paradas estadunidenses, um grupo de jovens sujos, que odiava a cena glam, vivia como se todos os dias fossem os últimos de suas vidas e colocaram todas suas experiências amorosas, sexuais, ilícitas e alcoólicas em seu primeiro álbum por meio de riffs marcantes, um baixo com uma pegada punk e um vocalista com uma voz que vai de um grave pesado a um agudo rasgado que destila veneno de tanta raiva, era como se o Aerosmith, AC/DC e Ramones tivessem se cruzado e dado à luz. 

Esse era o Guns N'Roses se apresentando ao mundo com um apetite constante por destruição. Axl Rose nos vocais, Slash e Izzy Stradlin nas guitarras, Duff Mckagan no baixo e Steven Andler na bateria, foi a primeira e melhor formação do grupo até hoje. Essa formação também destaca-se por ser a única a seguir o modelo mais pesado do grupo.

São 12 faixas com letras e melodias fortes que, na minha humilde opinião de quem não é um rockeiro, mas que, sem falsa modéstia, sabe diferenciar música boa de música ruim, mostram que no meio de toda aquela agressividade, existe um grande apelo emocional. Ao ouvir pela primeira vez, é impressionante ver como uma banda acertou tanto em um álbum de estreia sem quase nenhum deslize e com a verdadeira essência do termo "Sexo, Drogas e Rock n'Roll".


Faixa a faixa


A capa "comercial"
1) 'Welcome to the Jungle' é uma abertura perfeita para o disco, pesada do início ao fim, um verdadeiro hard rock de primeira. Até hoje o Guns executa essa música em seus shows empurrado por um público fanático por esta faixa. 

Depois desta abertura estupenda, vem 2) 'It's so Easy', que é uma continuação do hard rock da primeira música, não deixando a peteca cair.

Depois vem 3) 'Nightrain', que na minha opinião é simplesmente a melhor música do Guns N'Roses. Um hard rock tão puro, que chega muito perto do heavy metal tradicional. Uma música que faz o ouvinte delirar, já no começo, com um ótimo riff de guitarra, que marca a introdução, e vai até o final, sempre com o mesmo peso. 

Nas duas músicas seguintes, 4) 'Out ta Get Me' e 5) 'Mr. Brownstone', se mantém o peso do início do disco, e com a mesma qualidade nota 10! São faixas indescritíveis, simplesmente demais. Haja pescoço para aguentar tanta cabeça batendo!

Surgem, então, algumas mais lentas - como 6) 'Paradise City' -, que possuem uma linha bem hard no meio da música e 7) 'My Michelle', que pode ser considerada uma linha mais punk, só que com um início bem mais lento. 

8) 'Think About You', mais uma típica do hard rock e por último 9) 'Sweet Child O'Mine', o maior sucesso do Guns. Para fechar bem o disco, 10) 'You're Crazy', 11) 'Anything Goes' e 12) 'Rocket Queen'. As duas primeiras um bom hard rock com chegadas ao punk, um estilo que todos os integrantes do Guns admiram. A última, com certeza um heavy metal, que verdadeiramente mostra o lado mais pesado do Guns N'Roses.

Foi sucesso porque...


"Appetite for Destruction" se manteve no topo da Billboard por meses e é o álbum de estreia mais vendido da história da música, com mais de 28 milhões de cópias em todo o mundo. O disco já alcançou o primeiro lugar de várias listas de "Melhor Álbum de Todos os Tempos", que a meu ver, é uma opinião bem equivocada, mas uma coisa é certa: é UM DOS melhores LPs de todos os tempos e fez o Guns se tornar uma banda clássica em menos de 10 anos de carreira.

Minha classificação


  • Melhor Música: A clássica 'Welcome to the Jungle', pois logo na primeira faixa, é possível sentir que aqueles garotos vieram para cravar seu nome na história da música com muita força bruta, e demonstram o inferno que é viver em uma cidade e o quão somos dependentes dela.
  • Ponto Forte: Como já foi falado, o álbum contem um apelo emocional enorme e cada música é uma experiência dos integrantes, principalmente de Axl Rose, que escrevia a maioria ou a maior parte das músicas, e tem um histórico de ser uma pessoa transtornada, perturbada, agressiva e até mesmo sensível, e o disco é uma ótima maneira de "traduzi-lo". Eu diria que "Appetite..." é quase autoral.
  • Ponto Fraco: A sequência 'Think About You' – 'Sweet Child O'Mine', que são ótimas músicas, pode quebrar toda aquela agressividade das últimas faixas, não por serem mais calmas, o "problema" seria resolvido se mudassem a ordem destas duas canções.

A polêmica da capa


A polêmica, controversa e "proibida" capa original
Um disco, para ser histórico, não pode fugir de uma boa polêmica. A capa de "Appetite for Destruction" causou polêmica pois trazia a ilustração de um robô prestes a ser punido por uma espécie de monstro após ter estuprado uma garota - ou pelo menos essa é uma das interpretações. 

A garota, desmaiada numa calçada e com um dos seios à mostra, aparecia com as calcinhas abaixadas na altura dos joelhos.

A arte é do cartunista e desenhista Robert Williams e foi feita em 1978. A ilustração já tinha esse nome, "Appetite for Destruction", de onde a banda tirou o título para o disco. A arte figurava também a capa do livro The "Lowbrow Art of Robt. Williams", lançado em 1979.

Na capa do disco, a arte foi considerada ofensiva e censurada em diversas lojas dos EUA e Inglaterra. A MTV norte-americana chegou a ameaçar boicotar a banda caso a capa não fosse alterada. A capa foi substituída e a nova trazia a famosa cruz com a caricatura-caveira dos cinco integrantes - desenho de uma tatuagem de Axl Rose. Aqui no Brasil, a capa original vendeu sem problemas.

A Geffen, gravadora do Guns, não achou nada demais a ilustração do robô estuprador. Na verdade deve ter imaginado que alguma polêmica faria bem às vendas - o que de fato aconteceu.

Em uma entrevista ao programa That Metal Show, em 2011, Axl Rose contou que a primeira ideia para a capa de "Appetite for Destruction" não era a polêmica ilustração e sim uma foto do ônibus espacial Challenger explodindo. A gravadora teria achado a ideia de mau gosto.
"Eu quero que esse seja o álbum de estreia de uma banda de rock que mais venda na história", 
disse o vocalista Axl Rose ao lançar "Appetite for Destruction". O álbum ganhou nada menos do que 18 discos de platina segundo a RIAA (Recording Industry Association of America), a associação da indústria fonográfica norte-americana.

Conclusão


Axl estreou mandando muito bem no vocal, em uma de suas melhores fases. Slash detona em todos os solos e Steven Adler é o verdadeiro baterista do Guns. Um álbum que não pode faltar na coleção dos amantes do hard rock e sem sombra de dúvidas o melhor registro da icônica banda. Enfim, para quem gosta, eis uma obra impecável.

[Fonte: Whiplash]

A Deus toda glória.
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