segunda-feira, 24 de abril de 2017

DEUS ORGANIZANDO A BAGUNÇA - ENTENDENDO EZEQUIEL 37

"Veio sobre mim a mão do SENHOR; Ele me levou pelo Espírito do SENHOR e me deixou no meio de um vale que estava cheio de ossos, e me fez andar ao redor deles. Eram mui numerosos na superfície do vale e estavam sequíssimos. 

Então, me perguntou: 'Filho do homem, acaso, poderão reviver estes ossos?' Respondi: 'SENHOR Deus, tu o sabes'. 

Disse-me ele: 'Profetiza a estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. Assim diz o SENHOR Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e vivereis. Porei tendões sobre vós, farei crescer carne sobre vós, sobre vós estenderei pele e porei em vós o espírito, e vivereis. E sabereis que eu sou o SENHOR.' 

Então, profetizei segundo me fora ordenado; enquanto eu profetizava, houve um ruído, um barulho de ossos que batiam contra ossos e se ajuntavam, cada osso ao seu osso. Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mas não havia neles o espírito. 

Então, Ele me disse: 'Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe: Assim diz o SENHOR Deus: Vem dos quatro ventos, ó Espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam.' 

Profetizei como Ele me ordenara, e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobremodo numeroso. 

Então, me disse: 'Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; estamos de todo exterminados.' 

Portanto, profetiza e dize-lhes: 'Assim diz o SENHOR Deus: Eis que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. Sabereis que eu sou o SENHOR, quando eu abrir a vossa sepultura e vos fizer sair dela, ó povo meu. Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra. Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR' (Ezequiel 37:1-14, grifos e ênfases acrescentadas). 
Com certeza essa passagem é uma das mais conhecidas e já foi pregada e cantada incontáveis vezes. Mas é importante observamos alguns detalhes que geram uma interpretação equivocada nessa passagem. Os detalhes são aos que referem ao espírito. Na passagem, temos a atuação e discrição bem delineadas de dois espíritos: o do SENHOR e o humano (e/ou de vida).

O problema é que não raramente os dois espíritos são descritos como sendo o Espírito Santo. E esse erro é grave sob a análise hermenêutica e exegética do texto. Apontando esse detalhe, vamos a uma análise geral do contexto para melhor compreensão.

Porque Deus dá essa visão à Ezequiel? 


O profeta havia relatado a desolação que aconteceu na terra prometida nestes versículos: 5:14; 12:20; 23:33; 36:34. A despeito disso, o capítulo 37 é uma resposta de Deus para uma pergunta feita pela nação de Israel no capítulo 33:10: 
"Assim falais vós: Visto que as nossas prevaricações e os nossos pecados estão sobre nós, e nós desfalecemos neles, como, pois, viveremos?" (grifos e ênfases acrescentados) 
Nesta visão dada por Deus à Ezequiel, o profeta entende que o Espírito de Deus reconstruiria os ossos mortos em uma nação, dando-lhes tendões, carne, pele e o sopro (espírito) da vida. 

Importa destacar que estes versículos devem ser lidos e interpretados em conjunto com a mensagem que se iniciou no capítulo 34 do livro de Ezequiel. A partir deste capítulo, o Senhor falou de um novo pastor (liderança) e novas oportunidades na terra de Israel (capítulo 35), com a esperança renovada para o crescimento e prosperidade (capítulo 36). 

A importância da análise circunstancial 


Estas promessas tão esplêndidas foram recebidas, logicamente, com dúvidas e incredulidade pelo povo de Israel. Vários exilados tinham testemunhado a total devastação de suas cidades. Além disso, estavam vivendo sob o punho de ferro dos babilônios, um país tão poderoso que uma mudança de dominação mundial parecia impossível nos próximos séculos. O povo de Israel via muitos aspectos negativos que os impedia de terem uma esperança de uma nação renovada. Como poderia vir, então, a restauração? 

A resposta é: somente pelo poder de Deus! Deus regeneraria a nação de Israel, tornando-a forte e poderosa. 

O Espírito do Senhor pôs Ezequiel 
"no meio de um vale" (v.1). 
Este vale havia sido o cenário de uma grande batalha e um enorme massacre: 
"o vale estava cheio de ossos" (v.1). 
Os mortos foram deixados onde caíram e ninguém se preocupou em sepultá-los. Ou seja, não era uma "visão espiritual" como pensam e até pregam alguns: era um verdadeiro cemitério a céu aberto! 

Deus fez Ezequiel 
"...andar ao redor dos ossos" (v.2), 
pois queria que o profeta tivesse uma ideia do número de vítimas e entendesse que ali não havia mais esperança de vida. Entretanto, Deus reafirma ao Seu povo, através desta visão (entenda: o tal vale realmente existia e Ezequiel é que foi levado lá em visão), que Ele tem o poder de dar vida ao que está morto e que para Ele nada é impossível (Marcos 10:27). 

Deus explicou a Ezequiel que 
"...estes ossos eram (ou seja, representavam) toda a nação de Israel" (v.11), 
pois representavam a multidão de Seu povo. A aplicação havia de ser a toda casa de Israel, que incluía tanto o Reino do Norte como o Reino do Sul. 

Alguns eruditos acham que Ezequiel teve a visão do vale dos ossos secos por volta de 585 a.C. Isto indica que a maioria dos cativos levados a Babilônia com o rei Joaquim haviam estado no exílio por mais de uma década. Muitos outros, como Daniel e reféns reais que os precederam, já estavam no cativeiro há pelo menos 20 anos (desde a primeira deportação em 606 a.C.). 

A destruição de Samaria em 722 a.C, e mais tarde a de Jerusalém, no ano 587 a.C, foram experiências dramáticas e traumáticas. Muitos israelitas "perderam a fé", ou pelo menos viram suas esperanças reduzidas a pedaços por um Deus que parecia ter abandonado Seu povo à triste sorte (Isaías 49:14). 

Os falsos profetas haviam anunciado que Israel ficaria pouco tempo (dois anos) no exílio babilônico. Mas, com o passar dos anos, a esperança dos exilados foram frustradas. Desvanecera-se toda a esperança de um exílio de pouca duração. Desalentados, os judeus consideravam-se como ossos mortos, branqueados pelo tempo, e espalhados à entrada da sepultura, incapazes de viver outra vez como nação. 

Segundo o profeta Ezequiel, muitos deportados estavam mais do que desanimados. Esta situação levou os exilados Israelitas a dizerem: 
"Nossos ossos se secaram e nossa esperança desvaneceu-se; fomos exterminados" (v. 11), 
visto que também o povo foi espalhado por todas as nações e isolados uns dos outros (conforme afirmam os livros de Jeremias e Segundo Reis). 

O povo não tinha mais esperança de um futuro melhor. A esperança é essencial à sanidade mental das pessoas. Por isso o sábio declarou: 
"A esperança que se adia faz adoecer o coração" (Provérbios 13:12). 
A perda da esperança produz cada vez mais a separação de Deus. Por isso, o Senhor tomou a iniciativa e deu ao profeta Ezequiel uma visão maravilhosa – uma mensagem de esperança para o povo. 

Quanto à quantidade de ossos, Ezequiel observou que eram 
"mui numerosos" (v.2). 
Isso ilustra o grande número de israelitas no exílio. A nação que outrora fora muito poderosa era agora um vale de ossos. Além disso, os ossos estavam muito secos. Eles foram branqueados em consequência da exposição ao sol. Aparentemente, não havia mais esperança de restauração. 

Deus perguntou a Ezequiel: 
"Filho do homem [quer dizer: "homem mortal", um trocadilho proposital de Deus, que estava identificando o profeta à sua essência, para que ele não tivesse dúvida da atuação sobrenatural que viria a seguir], acaso poderão reviver estes ossos?" (v.3). 
O que Ezequiel poderia lhe responder? A resposta para aquela pergunta parecia óbvia. O que nós responderíamos? Humanamente falando, deveríamos responder com um sonoro "não" àquela pergunta divina. Os céticos e os incrédulos diriam: "Isso é impossível!" 

No entanto, Ezequiel conhecia o incrível poder de Deus, de modo que respondeu, dizendo: 
"Eu não sei, mas Tu o sabes." 
Seu senso como homem mortal lhe dizia que era impossível; mas por reverência a Deus, respondeu: 
"Senhor Deus, Tu o sabes." 
Ezequiel sabia que estes ossos secos poderiam reviver por que Deus podia criar algo do nada absoluto, ademais, o profeta sabia que Deus sempre cumpre Suas promessas. É por isso que o apóstolo Paulo disse: 
"Pois tantas quantas forem as promessas feitas por Deus, todas elas têm em Cristo o 'sim'. Por isso, por meio dele, o 'Amém' é pronunciado por nós para a glória de Deus" (2 Coríntios 1:20). 
Deus havia advertido séculos antes que os israelitas seriam levados ao cativeiro, mas também fez promessas de que os traria de volta das terras estrangeiras (Deuteronômio 4:27-29; 30:1-3; 2 Crônicas 6:36-38; Is 10:22; Oseias 3:5; Jeremias 30:10, etc.). A confortante mensagem para Ezequiel era que os ossos secos poderiam viver novamente, porque esse era o plano de Deus. Sobre isso, Deus falou por meio do profeta Jeremias: 
"Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais. Então, me invocareis, passareis a orar a mim, e eu vos ouvirei. Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração. Serei achado por vós, diz o SENHOR, e farei mudar a vossa sorte; congregar-vos-ei de todas as nações e de todos os lugares para onde vos lancei, diz o SENHOR, e tornarei a trazer-vos ao lugar donde vos mandei para o exílio" (29:11-14, ênfase acrescentada). 
O que Deus planejou pode tardar por causa das rebeliões humanas, mas os Seus planos jamais podem ser frustrados: 
"Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus planos pode ser frustrado" (Jó 42:2). 
O Senhor levara adiante os planos que tem para com o seu povo ao longo da história. Deus demonstrou que o processo de reavivamento em Israel ocorreria respectivamente em duas etapas: 

A primeira etapa consistiria na pregação da Palavra de Deus: 
"Então ele me disse: Profetize a estes ossos e diga-lhes: Ossos secos ouçam a palavra do Senhor!" (v. 4). 
Conforme se observa na criação e por toda a Escritura, a palavra de Deus tem um tremendo poder. Ele trouxe o mundo à existência com as palavras de Sua boca e a Sua palavra fará que o mundo chegue a seu fim (2 Pedro 3:7). 

Deus disse a Ezequiel para profetizar sobre aqueles ossos e dizer-lhes: 
"Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor!". 
Ironicamente, Ezequiel alcançaria melhores resultados profetizando sobre aqueles ossos secos do que pregando para as pessoas vivas em Israel. 

O Senhor deu a Ezequiel uma visão das coisas que haveriam de acontecer. Disse que poria tendões e faria crescer carne naqueles ossos secos e os cobriria de pele. Finalmente, poria dentro deles o "fôlego (o espírito) de vida" e os faria viver novamente (vs. 5, 6). 

Ezequiel, então, profetizou para aqueles ossos e, enquanto estava falando, Deus começou sua surpreendente obra. Durante o sermão de Ezequiel, ocorreu uma comoção. Um tremor perturbou sua mensagem. Era o ruído que os ossos secos faziam ao articularem-se, enquanto se juntavam uns aos outros, movendo-se cada um ao lugar que lhe correspondia no corpo.
 
A versão da Sociedade Bíblica Brasileira traduz o verso 7 como segue: 
"Assim profetizei, como fui ordenado. Enquanto eu profetizava, houve um estrondo, e eis que se fez um terremoto, e os ossos se achegaram osso ao seu osso". 
O "ruído" que se descreve não foi um terremoto no sentido literal, mas o barulho dos ossos que se encaixavam. Todos os 206 ossos do corpo humano se encaixaram em seu lugar. A frase "cada osso ao seu osso" representa uma completa e perfeita restauração da nação israelita, algo que só poderia ser feito pelo Deus Criador. 

Logo após, os tendões, a carne e a pele apareceram sobre os ossos. Todo o vale estava cheio de corpos humanos. Porém, faltava algo. Ao final, o profeta fez uma constatação significativa: 
"não havia neles o fôlego de vida" (v. 8). 
O que havia acontecido era algo extraordinário, mas os "ouvintes", no entanto, ainda consistiam em homens sem vida. 

Da mesma forma como havia sucedido com outros grandes profetas de Deus, que haviam pregado grandes mensagens àquele povo, que se estilhaçaram contra ouvidos surdos (Is 6:10), pode ser que aos servos de Deus se lhes mande pregar a uma "igreja morta". Não obstante, homens fiéis pregam seus sermões, crendo no poder da Palavra de Deus, para levar vida àqueles que estão mortos. 

A segunda etapa do reavivamento consistiria na manifestação da vida através da atuação do Espírito Santo: 
"E Ele me disse: 'Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor DEUS: Vem dos quatro ventos, ó Espírito [ou seja, o profeta profetizaria ao espírito do homem, o poder da vida que viria do Espírito de Deus], e assopra sobre estes mortos, para que vivam. E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito [não o de Deus, mas o de vida, sob uma atuação do Espírito de Deus] entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo'" (v. 9,10). 
Assim como Deus amorosamente soprou o "fôlego (o espírito) de vida" nas narinas de Adão, de modo que este "se tornou um ser vivente" (Gênesis 2:7), Deus mandou que Ezequiel profetizasse ao Espírito pedindo a Ele para que outorgasse vida a este vasto exército de cadáveres. 

Afirmar que o espírito viria dos "quatro ventos", significa dizer que ele viria de todas as direções, ou seja, dos quatro cantos da terra (Ezequiel 7:2). O Espírito do Senhor não procede dos ventos, no sentido de identidade com eles, mas de todos os cantos da terra. Temos aqui, portanto, o sentido da onipresença e plenitude do Espírito, para infundir naqueles corpos mortos o fôlego de vida. 

Qual é o significado dessas duas etapas? 


A diferença entre elas certamente se encontra no sentido das expressões proféticas de Ezequiel: primeiro ele dirige-se aos ossos, ordenando que eles ouçam; e depois, ao Espírito de Deus, invocando a sua inspiração. A primeira etapa deve ter sido muito semelhante à ocupação de Ezequiel, exortando pessoas sem vida a ouvirem a palavra de Deus. 

O efeito era limitado: aconteceu algo fora do comum, houve barulho, houve movimentação, mas os ouvintes ainda eram pessoas mortas. A segunda ação equivaleu ao ato de orar, pois Ezequiel suplicou que o Espírito de Deus efetuasse o milagre da recriação, soprando o fôlego de vida nas narinas dos seres viventes. Desta vez o efeito foi surpreendente. O que a pregação não conseguiu realizar por si mesma, tornou-se uma realidade pela oração. 

Moral da história 


O fiel profeta fez como lhe foi mandado e, igualmente como suas demais profecias, viu os resultados imediatos. 

É interessante notar que, em toda a visão, Ezequiel havia atuado recebendo ordens e descreveu sua obediência implícita aos mandamentos de Deus (vs. 7 e 10). Ao fazer isto, ele realça que o avivamento é obra de Deus, do princípio ao fim. Se o homem desempenha alguma parte dela, somente o faz por obedecer a direção de Deus. O mesmo se pode dizer da contribuição do homem a qualquer avivamento espiritual. 

O Espírito fez sua obra e um exército grande em extremo se encheu de vida, estando sobre seus pés e atentos. Foi deste modo que a visão terminou. 

Deus prometeu que daria vida a Seu povo morto, colocando neles o seu Espírito e o traria de volta a terra de Israel. Ele disse: 
"Porei em vós o meu Espírito, e vivereis, e vos estabelecerei na vossa própria terra" (v.14). 
O poder humano jamais poderia dar vida àquela nação morta. Pelo poder do Espírito, eles seriam libertos de suas sepulturas no cativeiro, se lhes restituiria o favor divino, e haveriam de retornar à terra amada: 
"Eis que abrirei a vossa sepultura, e vos farei sair dela, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel" (v.12, ênfase acrescentada). 
"Trazer" é uma palavra chave, que aparece com frequência neste livro (56 vezes) e em Jeremias (cerca de 40 vezes). Seu significado é visto neste evento como algo que acontece por intervenção divina. Somente Deus poderia trazer os israelitas de volta à sua terra. 

Ao repetir uma das frases chave do livro de Ezequiel, Deus declarou que esta ação ensinaria a Israel que Ele é Senhor Jeová: 
"Sabereis que eu sou o SENHOR" (v.13). 
Esses eventos lhes ensinariam a lição mais importante de que Deus é o Senhor Jeová e que Ele é Soberano. 

O povo exilado reconhecia que não tinham esperança, pois tudo dava sinais de estarem perdidos. Deus referiu-se a eles como se estivessem sendo sepultados. Mas o Senhor procurou aquietar a lamentação e o pranto de Seu povo com a gloriosa promessa de que "ressuscitaria" a nação e tornaria a estabelecê-la na terra que lhe havia dado. Quando eles saíssem de suas sepulturas, ninguém poderia reivindicar reconhecimento para si mesmo: 
"Então, sabereis que eu, o SENHOR, disse isto e o fiz, diz o SENHOR" (v.14). 
Aquele seria um ato exclusivo de Deus! 

Agora, o plano estava completo. Em primeiro lugar, deveria haver a restauração física, a qual Deus fez quando ressuscitou a nação morta, levantando-os da sepultura (cativeiro). Em segundo lugar, a restauração espiritual era necessária, pois um povo espiritualmente vivo teria condições de obedecer às exigências da Aliança feita com o Senhor (Ez 36:27). 

De maneira sobrenatural, o Espírito de Deus usou o rei Ciro como instrumento na "ressurreição" de Israel como nação. O decreto do rei, divulgado por todo o seu reino (Esdras 1), como que foi para os exilados um sopro revivificador. A nação pôde se levantar da sepultura do seu exílio, como um poderoso exército, marchando harmoniosamente em direção à pátria, para reassumir sua posição entre os países vizinhos. 

Conclusão 


O vale de ossos secos contém muitos ensinamentos. Ele retrata uma nação em ruínas, que Deus prometeu vivificar, reformar e restaurar, como antecipação da vinda do Messias. O poderoso Espírito que reavivou a Israel ainda é capaz de avivar todos aqueles que estão mortos espiritualmente: 
"Pelo que diz: 'Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo te iluminará'" (Efésios 5:14). 

O que essa passagem nos ensina: 

  • O contexto é de desolação. 
  • O povo está no exílio. 
  • Ezequiel 20: 32 diz que eles não criam mais em Deus. 
  • 37:2 e 37:11. Ossos, não apenas secos, sequíssimos. 
  • Nosso Deus é o Deus da esperança. 
  • Diante das pressões do mundo, vem o desânimo. 
  • Vale a pena ser um cristão? Nos sentimos como ossos secos. 
  • Em Deus está toda a nossa esperança. 
  • 37:1,2: "Veio sobre mim a mão do Senhor". A imprescindível condução e presença de Deus. 
  • Nosso Deus é o Deus do impossível. 
  • 37:3. "Poderão viver esses ossos?" – Ilustração: Gênesis 18:14. Existe coisa difícil ao Senhor?A resposta humana à pergunta de Deus é não. A resposta do profeta: "Tu o sabes Senhor". É uma resposta de um homem de Deus. 
  • Nosso Deus é o Deus que vivifica. 37:6 "...e poreis o Espírito e vivereis..." – Ilustração: Nós somos que ficamos esgotados. Deus jamais. Para a frieza, o desânimo, o remédio é uma ação do Espírito Santo. 
  • Nosso Deus fala e cumpre 37:14b. "Eu o Senhor disse e fiz". 12:25. A mesma palavra. Isaías 43:13 "... operando eu, quem impedirá?" Só Ele tem o poder para cumprir o que fala.
Deus da esperança. Deus do impossível. Deus que vivifica. Deus que fala e cumpre. Vamos deixar este Deus, o único Deus, ser o nosso Deus.
                            
Esta é a primeira versão original desse maravilhoso hino "Vento Que Vem", que foi gravado no álbum solo "Primícias" (1999) de Alda Célia e posteriormente pela Comunidade Cristã em Goiânia, da qual ela e Kleber Lucas foram integrantes. Esse hino foi regravado por diversos outros cantores e ministérios ao longo do tempo e tem sido fonte de bênção e inspiração em muitas vidas.

A Deus toda glória. 
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E nem 1% religioso.

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