sexta-feira, 11 de novembro de 2016

QUANDO DIZER "NÃO" É DIZER "SIM"

"E não jures por tua cabeça, pois não tens o poder de tornar um fio de cabelo branco ou preto. Seja, porém, o teu sim, sim! E o teu não, não! O que passar disso vem do Maligno." - Mateus 5:36,37
Hoje a "mentira social" virou praxe no trabalho e em relacionamentos. O chefe manda a secretária dizer "Ele não está aqui" quando não quer atender um telefonema. O amigo diz "Eu vou! Eu vou!" ao convite, quando de fato não pretende ir. E tem os que dizem "Amém! Amém!", a um pedido de oração e não ora.

A verdade, quando falada diante de um tribunal, ou numa conversa casual, abre portas e fecha outras. Ela sempre conduz para um caminho. É o caminho pelo qual o discípulo precisa andar. Pessoas reagem à verdade. É por isso que temos medo de dizê-la. Um relacionamento, um emprego ou uma vida podem tomar um rumo indesejado se falamos a verdade. 

Temos medo de perder admiração ou aceitação, um amigo ou um emprego. Então mentimos, ocultamos ou disfarçamos – e matamos a verdade. Sem perceber, toda mentira, por menor que seja, só leva a um caminho. Esse caminho, quando trilhado, passo a passo, só leva a um lugar – o destino do pai da mentira (João 8:44) e de todos os mentirosos (Apocalipse 21:8).

Sim, sim!


Se, grosso modo, pudéssemos separa dois grupos de espécimes de humanos, poderíamos denominar uma enorme população de "maioria silenciosa", vulgarmente chamada de "Maria vai com as outras", e o outro grupo dos chamados "façam o que eu mando".

Em geral, a sociedade nos treina para sermos bonzinhos, bem-mandados, obedientes. Diezer: "sim", "pois não", "é claro". Andar e agir em mandada. Cabeça baixa, sem reclamr e deixando ecapar suspiros recheados de falsa fé do tipo "é Deus quem quer". Por questões sociais, familiares, religiosas nos esforçamos ao máximo para agradar ao outro. Principalmente, se esse outro for importante, rico, chefe, autoridade  ou alguém que tememos ou admiramos. Portanto, como dizer não?! E se... ele me punir? E se... ele me evitar? e se... ele se frustrar comigo? E se... milhões de besteiras?

Não, não!


Ai de quem não abe dizer um sonoro "NÃO!". Simples assim. Não, pois não gosto; não, pois não quero; não, pois não estou a fim. Agradeço o convite e gosto de você. Mas, simplesmente, não! Que liberdade, que coerência. Na mesma proporção que direi "sim" feliz e entusiasticamente ao que desejo, anseio, sonho fazer ou ser. Pois quem é escravo do temor do julgamento alheio, quem "Maria vai com as outras", teme dizer o tal do "não". Equivale a  um terreno baldio. Uns invadem e plantam horta, outros vão lá fazer xixi. Outros vão lá e fazem cocô. Outros o transformam em crackolândia. Outros o transformam em "motel". Outros o transformam em lixão.

E quer saber? Bem feito! Pois não se iludam. Sempre existe o grupo que adora usar e abusar dos bonzinhos, dos educadinhos, da maioria silenciosa. A turma dos invade terra, grilheiros que adoram um usocapião. Aí entra os "façam o que mando": os tiranos, chefes abusadores, donos implacáveis, os autoritários e bravos, os manipuladores, os imaturos que não aceitam ouvir o "não". São os que exploram os bobos travestidos de bons, os que aceitam os jogos de culpa, gritos, constrangimento. Aqueles que assume o papel de vítimas das tragédias familiares, os coitadinhos em geral. Os que se calam.


"Tem homem aí?"


A Bíblia narra um episódio excepcional no livro de 1 Samuel 17, quando o gigante filisteu calou o valente e vitorioso exercíto de Israel na base do grito, da intimidação: 
"Então Golias parou e bradou às tropas de Israel: 'Por que saístes para guerrear? Não sou eu filisteu e vós servos de Saul? Escolhei entre vós um homem, e venha ele lutar comigo. Se alguém dentre vós puder ferir-me e vencer-me passaremos a vos servir como escravos; se, porém, eu o vencer e ferir, vós sereis nossos escravos e nos servireis!' E disse mais o filisteu: 'Hoje lancei um desafio às tropas de Israel. Dai-me um guerreiro e meçamos forças em combate: homem contra homem!'" (vv. 8-10).
Ao ouvir essa bravata do gigante filisteu, o rei Saul "tremeu nas bases":
"Quando Saul e todo o Israel ouviram tal proposta do filisteu, encheram-se de espanto e de temor" (v. 11).
O restante da história já conhecemos. Davi, em uma atitude de coragem e fé, derrubou - literalmente - a banca do fanfarrão e pôs fim naquela farra toda (vv. 12-58). Então, ainda hoje satanás ainda usa essa estratégia para afrontar àqueles que não têm em confiança em si, aos que não se posicionam, aos que ficam em cima do muro.

Comedores de apos, ruminadores de mágos, sabotadores silenciosos da própria insatisfação. Maioria silenciosa a resmungar maldizendo políticos, cônjuges, filhos, colegas de trabalho. Mas sempre dizendo o que não pensa para agradar, sorrindo falsamente quando gostaria de chorar, fazendo coisas que odeia fazer. Segue a fila, vira mandada. Em silêncio. E eluda-se, pois mim vezes que disser "sim" te chamarão de príncipe encantado. Um dia, tomando coragem inédita, finalmente dirá seu primeiro "não". Quase por encanto, te transformarão num sapo barbudo.

Assim caminha a humanidade. E já que encanto existe para ser quebrado, que tal rever essa baixo auto-estima e na busca de sua libertação dos conflitos intrapsíquicos, buscar um mínimo de coerência: dar a resposta verdadeira a cada estímulo que receber. Mas, lembre-se, vivemos a era da imaturidade. Ninguém quer escutar nada que não seja aquilo que quer ouvir. Então, saiba que há grandes chances de ser deletado de redes ou massacrado por ciberbulling. Nada do que não acontece nas chamadas "conversas de vestiário". Mil vezes melhor o "tô nem aí" do que o tal do infernal e adoecedor "e se"...

Conclusão


Que a nossa palavra seja sempre uma só, aquela que pode ficar em pé com Jesus, unida com ele, seja qual for a consequência. Há verdades que não precisam ser ditas. Erros e pecados de outros nem sempre precisam ser revelados, pois nem sempre essa revelação é necessária ou vai ajudar. Você fala para todos de todos seus pecados?

Então tenha o mesmo cuidado com os pecados dos outros. Só deve contar "toda a verdade" da vida dos outros aquele que vai contar também "toda a verdade" sobre sua vida. Se for necessário falar, e se pode ofender, vamos tomar cuidado para que seja falada com amor e consideração. Na vida do discípulo só tem um caminho – a verdade. Somente o discípulo conhece a Verdade que leva ao caminho da vida eterna. É por isso que a verdade é tão importante para nós. Seja, portanto, o nosso "sim", sim e o nosso "não", não!

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