sexta-feira, 16 de setembro de 2016

"PEQUENOS PECADOS" NOSSOS DE CADA DIA

Nós que fazemos parte de uma comunidade cristã temos sempre a ciência do que podemos ou não fazer na condição de filhos de Deus em que nos encontramos. E quando se fala em pecado, sempre nos vem à mente situações padrão como fumar, matar, se prostituir, ver pornografia, roubar - os "pecados cabeludos" - e por aí vai. O que não nos damos conta é que muitas vezes, à luz da Palavra de Deus, nós cometemos coisas que normalmente não veríamos como pecado. Mas, na verdade, além de pecados, algumas são crimes previstos em lei.

As situações que apresento abaixo representam alguns desses muitos "delitos" - que chamo de "pecados carecas" - que cometemos, algumas não somente no campo espiritual. Mas, como eu disse, também em questões legais mesmo. Não quero apresentar um libelo legalista, ou "julgar o próximo" (crente gosta dessas máximas evangélicas, né?). O que quero é apresentar aos amados irmãos que todo erro, seja ele de menor ou de alto potencial - "calvo" ou "com vasta cabeleira" -, pode ser perdoado por Deus, desde que abandonado (Lucas 15:7,10). E todos nós estamos sujeitos a um ou mais (todos, vá lá) desses pecados como esses. Vejamos:

01 – Comprar produtos piratas


Este não é somente um pecado, como também um crime contra a propriedade intelectual. Quem produz algo como um filme, um CD ou um aparelho celular devidamente patenteado, tem o direito de receber os valores referentes. A pirataria tira essa possibilidade. Segundo o artigo 184 do Código Penal Brasileiro, a violação dos direitos do autor e os que lhe são conexos pode render uma pena de detenção de três meses a um ano, ou multa. 

Na Bíblia está escrito: "Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos (…)" - Habucaque 2:9a. Outras versões trazem "lucros criminosos", que é exatamente o que a pirataria traz. Agora, em tempo dos downloads (falo deles abaixo), até que diminuiu muito, mas bem recentemente o que tinha de "crente" com caixas e cestos lotados de filmes pirateados, não era brincadeira. A criatura não tinha coragem de pagar R$5,00 (?) nas extintas locadoras (cujo comércio, aliás, declinou por causa da pirataria e dos downloads), mas pagava R$10,00 e até R$20 num DVD muitas vezes com imagem e sons ruins.  E o que dizer do pastor que prega contra irmãs que pintam o cabelo ou quem escuta rock pesado, mas na imagem do data show é mostrado que o "Windows não é original"?

02 – Fazer downloads ilegais


Quem nunca baixou na net uma música em Mp3 ou um episódio da sua série favorita que atire a primeira cadeira. Como dissemos no início, todos nós estamos sujeitos a isso, que também é um crime contra a propriedade intelectual semelhante à pirataria. E nossos Pcs, pendrives e Hds externos estão cheios de material baixado ilegalmente na net. 

Grandes sites de compartilhamento de arquivos, como o Megaupload e o Pirate Bay (cujo nome já o denuncia), o mais popular de todos, chegaram a ser desativados e seus proprietários condenados a sanções até absurdas. Mas isso reflete na gravidade do crime que é cometido. Os detentores dos direitos sobre filmes e músicas deixam de arrecadar bilhões por conta dessa prática, tão comum nos dias de hoje quanto respirar. É claro, é um caso que ainda gera muita discussão. Tanto é que há movimentos, como o "Música para Baixar (MPB)" que evocam produções artísticas livres para serem compartilhadas para quem quiser.

03 – Exibir filmes restritos em um "cine gospel"


O líder do grupo jovem, na tentativa de motivar mais a galera, tem uma ideia genial: locar um ou mais filmes com temáticas cristãs para exibir na igreja durante o horário que seria para o culto jovem. E com direito a muita pipoca e refrigerante! É uma festa só e ao final, o líder tem o sentimento de satisfação e de ter contribuído com a obra de Deus. 

Mas o que esse gênio não se deu conta é de que isso é CRIME. Sim, queridos. Se o amado irmão parar para ler a advertência no início de todo DVD (e quase nunca alguém o faz), vai reparar que lá está descrito: 
"Os que têm posse dos títulos das obras proíbem expressamente a exibição pública, reprodução, distribuição, aluguel em estabelecimento diferente de locadoras assim como sua comunicação pública em centros culturais, comunidades, instituições educativas, empresas, clubes, IGREJAS, hotéis, bares, etc., etc.". 
Ou seja, qualquer espaço não residencial com acesso a equipamento de vídeo, DVD ou semelhante necessita licença para exibir uma obra audiovisual e que deve ser feita pelo detentor dos direitos da obra, o distribuidor ou o produtor. E qual igreja faz isso? É claro, há obras que são produzidas especificamente para exibição em público e que não necessitam de autorização. Por isso, é preciso verificar se o filme escolhido está inserido nesse contexto.

04 – Comprar e não pagar


Seu nome está no SPC ou Serasa? Se sim, você não está sozinho. A maioria dos brasileiros já passou por isso um dia ou está passando. Eia! Alto lá! Aqui, graça a Deus, estou com a minoria e tenho de fazer minha inocência: meu nome NUNCA esteve arrolado em nenhuma dessas listas! 

Mas, continuando o raciocínio, é claro, o cristão tem por obrigação viver de forma diferente da maioria. Ser exemplo. Mas isso, dificilmente acontece. Muitos compram algo numa loja em suaves prestações e/ou com o "endemoniado" do cartão de crédito e aí o salário atrasa e o orçamento fica mais apertado. Chega a crise. Vem o desemprego... Daí vem os atrasos no pagamento e quando o cidadão se dá conta, o nome está "sujo" na praça. 

E os "crentes" que compram fiado na quitanda ou mercadinho ou na lojinha do seu Zé da esquina, prometendo pagar "em nome de Jesus" e leva milênios para fazê-lo? E tem os que nunca o faz. E o que dizer do cheque "fé-datado" (entenda-se sem fundos)? A Bíblia diz: "Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus aposentos, sem direitos! Que se vale do serviço do seu próximo, sem pagar, e não lhe dá o salário" - Jeremias 22:13. Daí vem a necessidade do conserto e procurar andar na linha. E claro, quitar as dívidas e tirar o nome da restrição de crédito.

05 – Desrespeitar as leis de trânsito


Não sou habilitado, então, desse eu também escapo, mas da pra saber que é algo tão comum em nossos dias, né? O irmão vai levar a varoa de moto ao culto, na igreja que fica a poucos quarteirões. E vai sem capacete. Ou o líder dos senhores que dirige sem usar o cinto de segurança. Ou ainda, o pior: aqueles que transitam dia e noite sem estar devidamente habilitados. E os ungidos que não obedecem as sinalizações? E os santos que falam ao celular enquanto dirigem?...

Situações como essas são cometidas sem o menor pudor. Além de serem configuradas como infrações, são práticas que, à luz da Bíblia, são condenáveis. "Não há de ficar em minha casa o que usa de fraude…"  - Salmo 101:7a. Deus sempre é invocado tão intensamente quando o sujeito se depara com uma blitz ou viatura policial passando bem ao seu lado. E quando consegue se safar, lança dispara "Aleluia, Senhor! Obrigado, meu Deus! Glória ao teu nome pelo 'livramento', ó Jeová!". 

Não podemos exigir que as pessoas orem mais, que sirvam a Deus ou que sejam "ungidas e consagradas" se nós mesmos não andamos conforme as leis e conforme a Palavra. E o resultado disso pode ser catastrófico. Nossas vidas e a de outros correm sérios riscos se não respeitarmos as leis de trânsito. Se não é habilitado, matricule-se numa autoescola o mais breve possível. Se já tem CNH, cumpra com as obrigações referentes ao trânsito, dirigindo com atenção, portando os documentos, pagando as taxas (se são absurdas ou não é outra história, o fato é que são obrigatórias, portanto...) e respeitando condutores e pedestres à sua volta. E se beber, que seja água, suco ou refrigerante. E, dadas as devidas proporções, nem precisa ser com moderação. Certo?

Conclusão


Pois bem, queridos. Retomamos o raciocínio inicial de que o propósito deste artigo não é apontar erros, mas esclarecer. Se você comete um ou mais desses delitos (e comete mesmo), convém tomar o caminho certo. A lista de coisas ilícitas que são praticadas com extrema ignorância é longa. Há ainda os hábitos alimentares (comer até estourar = glutonaria), idolatria aos "artistas gospel" (Admiração, né? Sei!), dizer mentiras "bobinhas" ("Diga que eu não estou", mesmo estando), exagerar na vaidade, e etc. Vamos abordar, com ciência e à luz das Escrituras, em outra oportunidade. Que Deus abençoe a todos!

Ah, antes que eu me esqueça, sim, estou ciente de que muitas das imagens utilizadas no blog são protegidas pelas leis de direito autoral, mas nenhuma delas é de uso restrito. 

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