domingo, 31 de julho de 2016

A VOLTA DE JESUS - ENTENDENDO MATEUS 24, 2ª. PARTE

Segunda parte da série especial sobre a volta de Jesus. Conforme vimos na primeira parte, os ensinamentos de Jesus registrados em Mateus 24 são comumente aplicados de modo errado por pessoas do mundo das denominações religiosas. As pessoas querem saber o que acontecerá no futuro. Elas não se sentem bem sabendo que há segredos que não lhes são revelados. 

Isto é verdadeiro, quer estejamos falando sobre se nossos empregos durarão mais um ano, quer sobre importantes matérias religiosas, tais como a segunda vinda de Cristo. Muitas pessoas creem que Jesus nos disse quando voltaria e que os sinais dessa volta estão registrados em Mateus 24.

Entendendo os contextos


Para termos um melhor entendimento do que Jesus ensinou, precisamos primeiro voltar a Mateus 23 e ver o contexto das afirmações de Jesus. Neste capítulo, Jesus apresenta numerosas acusações contra os chefes judeus pelo seu mau uso da Lei de Deus (Mateus 23:1-32). 

Ele então conclui sua condenação profetizando as consequências dos erros deles (Mateus 23:33-36). Os judeus tinham matado pessoas de Deus no passado. Ainda que esta geração presente pensasse que estava acima das más ações de seus antepassados, ela era igualmente culpada. O castigo por matar pessoas de Deus recairia sobre esta mesma [aquela] geração.

Esta era uma afirmação chocante para aqueles que tinham estado esperando o renascimento da nação judaica! Quando Jesus e os discípulos estavam saindo de Jerusalém, os discípulos apontavam a Jesus as glórias do templo. Jesus aproveitou esta oportunidade para realçar seu ponto.

Ele afirmou que o templo seria destruído até o ponto em que não seria deixada pedra sobre pedra. Ora, para os judeus tal destruição do templo só poderia significar o fim de Jerusalém, de sua nação e do mundo. Quando tiveram um momento em particular com Jesus, fizeram-lhe três perguntas: 
  1. Quando estas coisas acontecerão? 
  2. Qual será o sinal da tua volta? 
  3. Qual será o sinal do fim dos tempos?

A resposta de Jesus


Quando lemos através dos evangelhos, somos tocados pelo fato que Jesus frequentemente responde à verdadeira questão e não à pergunta que a pessoa pensa que estava fazendo. Sua resposta às perguntas dos discípulos não é diferente. 

Para os discípulos, todas as três perguntas se referiam ao mesmo evento, mas a resposta de Jesus mostra que há dois eventos indagados. Em Mateus 24:36 - 25:46, ele aborda o tópico do fim do mundo.

A destruição de Jerusalém


Jesus adverte seus discípulos que a destruição de Jerusalém seria logo. De fato, ocorreria durante a geração deles (Mateus 23;36; 24:34). As palavras traduzidas como "nesta geração" não se referem a uma era, mas ao povo que vivia no tempo em que Jesus estava falando. 

Por exemplo, em Mateus 11:16-19, Jesus censura o povo daquela geração por não ter dado atenção a João e a Jesus. Mais tarde, Jesus disse que haveria alguns daquela geração que não veriam a morte antes que o reino de Jesus fosse estabelecido (Mateus 16:28).

Os tempos que precederiam à destruição de Jerusalém seriam inusitados. Haveria um aumento no número de guerras, fomes e terremotos (Mateus 24:6-8). A perseguição aos discípulos também aumentaria (Mateus 24:9-13). Estas predições têm sido apoiadas pelos historiadores do período de tempo entre 50 e 70 d.C., quando Jerusalém foi destruída.

Em acréscimo aos sinais gerais, Jesus dá aos seus discípulos sinais específicos a observar, que lhes diriam que a destruição de Jerusalém seria logo. Antes que Jerusalém fosse destruída, o evangelho seria pregado a todo o mundo (Mateus 24:14). Paulo afirmou que isto tinha sido cumprido em Colossenses 1:23. 

Pouco antes da destruição, a "abominação da desolação," que Daniel profetizou, aconteceria. Na narração de Lucas destes mesmos assuntos, Jesus disse que o exército Romano cercaria Jerusalém pouco antes da desolação (Lucas 21:20). Josefo fala de um tirano, chamado Simão, que matou os sacerdotes "quando eles estavam em seus deveres... muitas pessoas que chegaram ali com grande zelo, vindas desde os confins da terra para oferecer sacrifícios neste célebre lugar... eles mesmos caíram diante de seus próprios sacrifícios, e aspergiram aquele altar ... com seu próprio sangue; até os corpos de estrangeiros mortos foram misturados com os de seu próprio país, e os de pessoas profanas com os de sacerdotes, e o sangue de todos os tipos de carcaças de mortos ficou em lagos nos próprios pátios sagrados..." Isto aconteceu logo antes de Tito marchar sobre Jerusalém.

Estes sinais dariam a quem prestasse atenção neles bastante aviso antecipado (Mateus 24:32-33). Quando vissem os sinais, Jesus urge seus seguidores a fugirem de Jerusalém tão depressa quanto pudessem (Mateus 24:16-22). 

Ele os instou a que orassem para que a hora não chegasse num tempo durante o qual a fuga fosse dificultada, como durante o inverno ou no Sabá, quando as portas de Jerusalém estivessem fechadas. 

Jesus também advertiu-os a não demorarem por causa de afirmações enganadoras, feitas por pessoas que se dissessem falsamente serem o Cristo (Mateus 24:23-28). Muitas pessoas ignorariam as advertências de Jesus por causa dessas pessoas. Contudo, os cristãos têm sua advertência (Mateus 24:24-25). De acordo com a história tradicional, os cristãos deram atenção ao seu mestre e nenhum deles pereceu na destruição de Jerusalém.

A destruição profetizada, ainda que severa, limitou-se somente a Jerusalém e à nação de Israel (Mateus 23:25; 24:1-2). Termos descritivos são usados para mostrar a severidade desta destruição, que são semelhantes aos termos usados para a destruição da Babilônia (Isaías 13:9-11; Joel 2:10) e do Egito (Isaías 11:12; 19:1).

Transição


Jesus assegura seus ouvintes em Mateus 24:35 de que estas coisas aconteceriam e que Deus não alteraria o que Jesus acabava de profetizar.

O fim do mundo


Jesus agora passa a um novo tópico, concernente a quando acontecerá o fim do mundo. Diferente do fim de Jerusalém, o tempo do fim do mundo não é conhecido; nem mesmo Jesus sabia quando será o fim (Mateus 24:36). Observe que Jesus chama este evento "aquele dia." Esta é a mesma frase usada por Paulo (1 Tessalonicenses 5:2) e Pedro (2 Pedro 3:10-13) a respeito do fim do mundo.

O fim de Jerusalém seria precedido por eventos inusitados, mas no fim da era, os tempos parecerão normais (Mateus 24:37-39). Paulo disse que as pessoas estariam tendo pensamentos contentes de paz e segurança (1 Tessalonicenses 5:3). Nada de inusitado precederá o fim. Nenhuma advertência, nenhum sinal, nada para marcar adiantadamente o evento.

Sem advertência antecipada, não há possibilidade de preparação para o fim no último momento. Portanto, precisamos estar preparados para o evento ocorrer a qualquer tempo (Mateus 24:42-45; 1 Tessalonicenses 5:4-11). Nem haverá oportunidade para nos escondermos deste acontecimento (Mateus 24:40-41; 1 Tessalonicenses 5:3). 
Este será um julgamento universal (Mateus 25:31-46), do qual ninguém pode escapar.

Compare as duas partes da resposta de Jesus aos seus discípulos:


Destruição de JerusalémMateus 23:36 - 24:35
Destruição do mundoMateus 24:36 - 25:46
O tempo é identificávelO tempo é desconhecido
Ocorrerá "nesta geração"Acontecerá "naquele dia"
Os eventos precedentes serão inusitadosOs eventos precedentes serão típicos
Haverá advertências antecipadamenteNão haverá advertência
O exemplo da figueiraO exemplo do ladrão
O julgamento será local, na nação de IsraelO julgamento será universal
Sinais específicos do julgamento vindouro podem ser vistosNenhum sinal antecipado do fim
Haverá tempo para escapar do julgamentoNão haverá tempo para fuga


Conclusão


Muito frequentemente, as pessoas misturam os eventos da destruição de Jerusalém com os eventos que tratam do fim do mundo. Isto induz as pessoas a acreditarem que podem predizer o fim do mundo, ainda que Jesus afirme claramente que não haverá advertência. 

Não saberemos adiantadamente os anos, os meses, as semanas, nem mesmo os dias da volta de Jesus. Não teremos oportunidade de fazer preparações de último minuto. Precisamos estar preparados para o Mestre voltar a qualquer momento. Você está pronto?

A VOLTA DE JESUS - ENTENDENDO MATEUS 24

Inicio aqui uma série especial de artigos sobre o evento mais esperado pelos cristãos: a Volta de Jesus. Este, aliás, é o tema sobre os quais a igreja mais devia falar, porém, infelizmente, pouco - ou quase nada - se fala dos púlpitos sobre esse acontecimento tão maravilhoso. E, quando alguém se aventura a falar algo, lá vem uma sucessão de equívocos. 

O resultado é que hoje temos uma geração de crentes vivendo como se não cressem que um dia Jesus irá voltar, conforme Ele próprio prometeu, ou, em outro extremo, uma geração de crentes mal informados sobre esse tão importante acontecimento. Os dois extremos são perigosos e por isso, proponho uma análise bem equilibrada desse assunto, buscando o equilíbrio onde ele está: na Bíblia!

Entendendo a Profecia de Mateus 24


Mateus 24 é citado frequentemente para explicar eventos atuais. Muitas pessoas sugerem que as notícias de hoje foram preditas por Cristo, para nos falar de sua volta. De acordo com tais interpretações deste texto, cada terremoto ou outro desastre natural, e cada conflito entre nações ou ameaça de guerra, em qualquer canto do mundo, é mais uma prova de que Jesus estará voltando logo.

Mas a profecia de Mateus 24 está se cumprindo agora? Para entender este texto, precisamos lê-lo cuidadosamente e, com mente aberta, pondo de lado nossas ideias preconcebidas e o sensacionalismo dos modernos "especialistas em profecias." Neste artigo, consideraremos brevemente o conteúdo de Mateus 24 e 25. (Marcos 13 e Lucas 21 também registram a mesma profecia básica. Este artigo segue o testo de Mateus 24). Não postarei o texto aqui, mas te oriento a abrir sua Bíblia e acompanhar todas as passagens citadas.

O Ambiente e as Circunstâncias


Jesus estava em Jerusalém, durante sua semana final. Os chefes judeus já haviam desafiado sua autoridade, mas não tinham tido sucesso em suas tentativas para desacreditá-lo. Frustrados, começaram a planejar sua morte. Jesus lamentava a infidelidade daqueles que residiam na "Cidade Santa" (Mateus 23:37-39).

A Profecia Básica da Destruição do Templo (Mateus 24:1-3)


Quando Cristo estava saindo do templo, predisse que Ele seria totalmente destruído:
"'Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada'" (24:2). Os apóstolos perguntaram sobre esta profecia:"'Dize-nos quando acontecerão estas cousas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século'" (24:3).

  • A Resposta de Jesus (Mateus 24:4-39)


É possível que os apóstolos tenham concluído que a destruição do templo e o fim do mundo aconteceriam ao mesmo tempo, mas nesta resposta a sua pergunta, Jesus fez uma distinção entre estes dois acontecimentos.

Podemos saber com certeza que os sinais mencionados nos versículos 4-33 não estão falando das notícias de hoje ou de acontecimentos futuros, por causa das claras palavras de Jesus no versículo 34:
"Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça" (ênfase minha).
Jesus falou mais ou menos no ano 30 d.C. O templo foi destruído pelo exército romano em 70 d.C. Alguns daqueles que ouviram a profecia viveram para ver seu cumprimento. Jesus esclareceu que os sinais que Ele deu: guerras, terremotos, falsos Cristos, grande tribulação, etc., iriam acontecer durante a vida de alguns dos seus ouvintes.

Jesus disse que o templo seria destruído depois da vinda de falsos Cristos e de falsos profetas (24:4-5;11;23-26), e depois de terríveis calamidades (guerras, fomes e terremotos - 24:6-8). Ele também disse que haveria perseguição (24:9-10) e aumento de pecado (24:12-13), e que o evangelho seria pregado por todo o mundo (24:14), antes que Jerusalém chegasse ao seu fim.

Deste modo, Jesus estava dando algum conforto aos seus apóstolos, dizendo que a queda de Jerusalém não aconteceria imediatamente. Eles teriam tempo para cumprir sua missão antes da destruição de Jerusalém.

Estas coisas aconteceram antes de 70 d.C.? Sabemos que sim, porque Jesus disse que aconteceriam! Além desta profecia, a História nos fala de catástrofes naturais, perseguições e guerras, nesse tempo. De maior importância do que a evidência histórica, podemos nos voltar para a própria Bíblia.

O Novo Testamento fala do sofrimento da fome (Atos 11:27-30), de falsos profetas (2 Pedro 2) e da perseguição contra os fiéis (Atos 8:1-3; etc.). E, exatamente como Jesus predisse, os zelosos discípulos levaram o evangelho a todo o mundo. Alguns anos antes da destruição do templo, Paulo dizia que o evangelho "...foi pregado a toda criatura debaixo do céu" (Colossenses 1:23, ênfase minha). Todas estas coisas tinham que acontecer antes da destruição do templo.

Na profecia de Mateus 24, Jesus também falou dos sinais que mostrariam aos discípulos alertas que o tempo da queda de Jerusalém tinha chegado. Ele falou especialmente do "abominável da desolação" (24:15). Aqui, ele usa a mesma linguagem que Daniel usava para falar dos exércitos gentios entrando na cidade santa e no templo (confira Daniel 9:27; 11:31; 12:11).

A profecia paralela de Lucas 21:20-24 torna claro que este é o significado desta linguagem. Jesus advertiu seus seguidores que estivessem prontos para fugir quando isto acontecesse. Ele disse que eles deveriam orar para que sua fuga não fosse complicada por mau tempo ou restrições do dia do sábado (24:20).

Algumas pessoas interpretam esta referência ao sábado como evidência de que os cristão têm que continuar a observar esta lei do Velho Testamento, que era realmente um sinal da aliança entre Deus e os israelitas (Êxodo 31:12-18). Entretanto, uma explicação melhor deste texto é encontrada em Neemias 13:15-22, onde Neemias instituiu a prática de fechar as portas da cidade no sábado para evitar violações da lei, durante o tempo do Velho Testamento.

Ele também avisou que seria mais difícil para as mulheres grávidas e mães de crianças pequenas (24:19).

Para fixar sobre seus ouvintes o significado deste terrível dia de destruição, Jesus usou linguagem como a que encontramos nas profecias do Velho Testamento, de total destruição de nações e povos. Quando lemos os versículos 29-31, dois pontos nos ajudam a perceber que Jesus ainda está falando de Jerusalém, e não do fim do mundo:


  • 1. O limite de tempo que Jesus determinou em sua profecia, no versículo 34. Tinha que ser cumprido naquela geração.
  • 2. O fato que as profecias do Velho Testamento usam a mesma linguagem para falar da destruição de reinos e cidades terrestres. Jesus disse: "Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados" (24:29). À primeira vista, isso pode soar como o fim literal do mundo. Mas tal linguagem é usada em outros lugares, para falar da extinção de reis e reinos aqui na terra: Faraó do Egito (Ezequiel 32:2,7-10), nações gentias (Joel 3:12-15), Babilônia (Isaías 13:9,10,13). É claro que tal linguagem não profetiza, necessariamente, o fim do mundo, mas pode ser usada para falar dos julgamentos físicos contra nações, que ocorreram há muito tempo.
Jesus continuou, nos versículos 30 e 31, com figuras de julgamento do que se encontram no Velho Testamento. Ele disse que o Filho do homem viria nas nuvens, para julgar e salvar.

Encontramos linguagem semelhante em passagens que falam do julgamento contra povos físicos, tais como Joel 3:16 e Amós 5:17-20. O Dia do Senhor não é necessariamente a segunda vinda de Cristo. Tal linguagem pode descrever a vinda de Deus em julgamento contra uma nação ou cidade.

Por que Jesus deu aos seus seguidores tais sinais detalhados sobre o julgamento contra Jerusalém? É claro, pela linguagem dos versículos 32-33, que Ele queria que estivessem alertas e vigilantes. Se pudessem ver os sinais que Ele tinha predito, teriam oportunidade para fugir e evitar serem destruídos (24:15-20).

Depois de afirmar que a destruição do templo seria acompanhada por claros sinais e que seria cumprida naquela geração (24:34-35), Jesus falou, nos versículos 36-39 "...a respeito daquele dia..." que viria sem aviso. Ele não deu uma data, nem sinais para identificar sua segunda vinda. De fato, nos versículos seguintes, Ele mostra que sua segunda vinda ser súbita, inesperada e sem sinais de advertência.

Parábolas do Julgamento Final (Mateus 24:40 - 25:30)


Depois de falar de coisas que tinham que acontecer naquela geração (até os versículos 34-35), Jesus falou de sua segunda vinda, como algo que aconteceria no momento escolhido pelo Pai, porém não revelado a ninguém (24:36-39). Ele ressalta este ponto com uma série de parábolas que descrevem sua segunda vinda.

Estas parábolas todas enfatizam à importância de se estar preparado para sua volta:

  • Jesus falou dos trabalhadores no campo (24:40-42);
  • do ladrão na noite (24:43-44); 
  • da diferença entre os servos bons e os maus (25:45-51); 
  • do contraste entre os tolos e os prudentes (25:1-13) e, 
  • da importância de preparar-se para a volta do Mestre, como é explicado na parábola dos talentos (25:14-30).

Descrição do Julgamento Final (Mateus 25:31-46)


A parte final do capítulo 25 descreve o julgamento final, mostrando que Jesus se sentará no trono do julgamento, separando os servos desobedientes dos fiéis. Essa separação será final: "E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna" (25:46).

Aplicações


Entre as muitas lições que podemos aprender, no estudo deste texto, é importante que lembremos duas:


  • 1. Que o cuidadoso estudo dos trechos bíblicos em seu contexto pode ajudar-nos a evitar que sejamos desencaminhados por doutrinas humanas sensacionalistas, tais como o pré-milenismo. Deveríamos sempre começar pela Bíblia, e não pelas últimas manchetes dos jornais. Além do mais, todas as datas que foram "marcadas" ou "previstas" por essa gente, foram furadas, verdadeiros fiascos -  como as feitas pela senhora Ellen Gold White (1827-1915), a profetiza-mor e fundadora dos Adventistas do Sétimo Dia.
  • 2. Que precisamos estar sempre preparados para a volta de Cristo. Ele não enviará sinais para nos avisar da sua volta. Pode acontecer daqui a milhares de anos, ou pode acontecer hoje exatamente nesse momento... Ladrões não mandam cartas com antecedência para avisar suas vítimas, e Deus não mandará aviso antecipado da volta de Cristo. Isto é fato incontestavelmente bíblico e qualquer coisa além disso é especulação de cunho teológico QUE NÃO SE SUSTENTAM NA BÍBLIA!

Conclusão


Aqueles que estão preparados, absolutamente nada têm a temer. Os despreparados enfrentam o trágico futuro de eterno sofrimento, separados de Deus. Que cada um se prepare para estar com Cristo na eternidade!

Você, que está tendo a oportunidade de ler este artigo, ainda te resta uma chance. Arrependa-se de seus pecados, confesse-os, abandone-os e reconheça Jesus como seu único e suficiente salvador e passe a viver o Reino de Deus, que consiste numa vida de acordo com a vontade de Deus.

Até o próximo artigo da série... se ainda estivermos aqui.

sexta-feira, 29 de julho de 2016

MC BIEL: DA OSTENTAÇÃO DA IMBECILIDADE À CULTURA DO ESTUPRO


Alto lá, meu blog NÃO É um espaço para repercutir fofocas de celebridades, sub-celebridades e afins. Para isso eu teria de competir com os Fuxicos (o secular e o gospel), sites especializados em... nisso mesmo, fuxicos. Eu perderia feio. Não tenho capacidade para tanto. 

O que quero aqui é tratar de um assunto bem sério e que tem tomado espaço na mídia. O termo ''cultura do estupro'' ganhou notoriedade nas últimas semanas. Invadiu redes sociais, memes e ''textões''. Não faltou quem o explicasse, mas também quem não o compreendesse. Ou quem, mesmo compreendendo, não conseguisse visualizar o tamanho do problema. Essa incompreensão não diz respeito a qualquer incapacidade, demérito pessoal ou dificuldade cognitiva. De fato, é uma parte fundamental da questão. 

Cultura do estupro


Cultura do Estupro é um conceito cunhado nos anos 1970 pelo feminismo norte-americano (do inglês Rape Culture). Basicamente, apontava a tendência massiva da sociedade em culpar a vítima e tornar ''natural'' a violência masculina. Não foram poucos os críticos que, mesmo reconhecendo essa tendência social, negaram que ela fizesse parte ou pudesse ser nomeada como cultura. Esses mesmos críticos, embora reconhecendo o fenômeno do estupro, não se cansaram em demonstrar que tal violência foi sempre rechaçada e, portanto, não poderia ser considerada uma ''cultura''. Falemos sobre isso.

O conceito de cultura 


Em primeiro lugar, é necessário deixar claro com qual conceito de cultura estamos lidando. Embora englobe e se expresse no que conhecemos como produção cultural, a cultura a que nos referimos tem um sentido mais amplo. 

Estamos aludindo às bases estruturais e naturalizadas de nossa sociedade, por isso mesmo, quase invisíveis, difíceis de serem percebidas. Tais bases informam não somente nossas atitudes diante do crime de estupro, mas da nossa fala cotidiana, da forma como criamos nossas filhas e filhos, de nosso comportamento na rua, na escola, no grupo de amigos (dentro e fora do WhatsApp). 

Logo, perceber a cultura do estupro como algo real acaba por levar a uma completa revisão de coisas que estão muito além do fato do estupro em si. Envolve rever nossos parâmetros e o que parece comum em nosso dia a dia. 

É natural que os pais digam às suas filhas que não voltem tarde nem sozinhas. É normal que outros pais se orgulhem de filhos pegadores e repitam que, afinal, ''eles não engravidam''. É comum que outros tantos pais digam a suas filhas que se cuidem, que se preservem, que se deem valor. 

Outros papais dizem à suas meninas que o fulaninho da escola que lhe bateu, mordeu, xingou, puxou seu cabelo, na verdade, ''gosta dela''. Ou seja ensinam as meninas a tolerar o abuso e a violência porque ''é próprio dos meninos''. Ao mesmo tempo ensinam os meninos que eles somente serão aceitos como ¿meninos de verdade? se forem violentos, desregrados, indisciplinados, selvagens, pois ''é isso que os homens são''. 

A cultura nos antecede e estamos imersos nela. Contudo, ela não é sempre a mesma e nem é uma mera capa dos impulsos biológicos. Pelo contrário, é ela que os molda. Por conta disso, muitos elementos de nosso comportamento foram se alterando ao longo da história. Outros, porém, permanecem. No caso da relação entre os gêneros feminino e masculino, podemos notar tanto elementos de continuidade como de ruptura. 

Em termos legislativos, a imensa maioria das sociedades do passado dedicou um momento para debater e legislar sobre o lugar das mulheres na sociedade. Inúmeras leis foram promulgadas para negar seu espaço público, durante muito tempo. Ora, se são necessárias leis é porque elas precisam coibir comportamentos que existem. Quando as leis cessam de existir é porque o comportamento que ela proibia não mais ocorre. Hoje, precisamos fazer leis que garantam às mulheres o espaço público e, pior, desconsideramos a história ao dizer que, podendo ocupá-lo, elas não o fazem por que não querem. 

Sexualidade feminina 


Esse é somente um dos inúmeros exemplos. Podemos falar de outro em que encontramos uma ruptura significativa, a que diz respeito à sexualidade feminina. Até meados da época Moderna (considerando aqui apenas a história europeia), as mulheres eram descritas como loucas por sexo, insaciáveis e perigosas. Logo, o estupro teria um papel didático ao submeter as características demoníacas de todas as mulheres. 

Os avanços nos modelos de controle social nos séculos 18 e 19 abriram espaço a um novo olhar sobre as mulheres. Agora, passa a haver dois tipos: as perdidas e as puras. Essas últimas não gostavam do sexo, submetiam-se a ele como um favor aos homens e à ordem bíblica de procriar. Se, dentre as que deviam ser puras, encontrávamos alguma dissonante, essa era inscrita no rótulo da anormalidade: a histérica, a louca. Nos dois casos, forçar o sexo não era um problema. As primeiras deviam respeitar as necessidades masculinas. As segundas poderiam ser curadas de seus males. 

Durante o século 20, as mulheres lutaram para voltar a ter o controle de sua sexualidade, o que lhes fora negado por séculos, tanto na sua descrição de insaciáveis, como na sua descrição de recato e repulsa ao sexo. Contudo, a ruptura foi apenas parcial. A cultura que informava todo o resto da sociedade e seu olhar sobre as mulheres mudou a roupagem, mas não a essência. 

Controle, poder e medo 


E qual seria essa essência? Esse ponto cultural que não conseguimos visualizar nitidamente? O controle. Essa é a questão. O controle dos comportamentos femininos. O controle sobre seus corpos, suas vontades. A cultura do estupro é a cultura do medo. Todas as mulheres são criadas para ter medo. Elas podem ser as próximas e por mais que se comportem, obedeçam, façam tudo ¿direitinho?, pode acontecer com elas também. Dizemos isso o tempo todo. 

Quando perguntamos sobre as roupas das vítimas, seus horários, comportamento prévio, etc., dizemos as nossas meninas: viram, se vocês forem comportadas e obedientes isso não lhes acontecerá. E, se acontecer (e acontece), seremos os primeiros a lhes perguntar o que elas fizeram? Como se colocaram naquela situação? Como foram confiar naquele rapaz específico? Aquele rapaz que pode ser o namorado, noivo, marido, pai, tio, avô...! 

A cultura do estupro X o sexo 


A cultura do estupro nada tem a ver com sexo, embora um de seus objetos seja o controle da sexualidade feminina. A cultura do estupro tem a ver com o poder. E com o medo. Por isso, ela não se restringe a um momento. Ela está em tudo. Está na arte, na propaganda, na literatura, na novela. Didaticamente organizada para autorizar os homens a exercerem poder (disfarçado de romantismo, impulso biológico, masculinidade incontrolável, macheza) e para as mulheres se dobrarem a esse poder (disfarçado de romantismo, amor eterno, glamour, proteção, cuidado). 

Se, ainda assim, você acha que a cultura do estupro não existe, imagine um mundo diferente do nosso. Um mundo em que as mulheres não temem os homens. Mas, principalmente, imagine um mundo em que os homens não são qualquer tipo de ameaça a nenhuma mulher. Consegue imaginar? Só se for na imaginação mesmo, pois esse mundo não existe! 

Agora sim, vamos ao MC Biel 


Esse moço é mais um subproduto da indústria da música descartável. Sucesso entre os adolescentes, o funkeiro MC Biel, 20 anos, se envolveu numa grande polêmica: uma repórter do portal iG o denunciou por assédio sexual. O caso teria ocorrido durante uma entrevista em que ele deveria falar sobre seu disco de estreia, "Juntos Vamos Além", no mês passado, e foi gravado em áudio e vídeo, conforme o iG. As gravações estão com a 1ª Delegacia da Mulher de São Paulo. 

Conforme o site, a gravação em áudio registra Biel respondendo a perguntas sobre o novo trabalho e sua vida pessoal. Acompanhando a entrevista de outro repórter, a jornalista do iG menciona ter quase a mesma idade do artista, que retruca: "Idade não significa nada. Se te pego, te quebro no meio." Em outro momento, ele a teria chamado de "gostosinha". Além de registro em áudio e vídeo, o comportamento inadequado do cantor foi testemunhado por outras cinco pessoas. Segundo a delegada titular Giovanna Valenti, há fortes evidências de que a jovem de 21 anos tenha sido vítima do crime. 

Em face a essa situação, seria de se esperar que Biel fosse a público desmentir as acusações ou se retratar. Não o fez. No Instagram, Biel disse que tudo seria um mal entendido: "Não consigo entender como não levaram na brincadeira", afirmou. Depois, acusou a vítima e a imprensa: "O lobo mau será sempre o vilão se só escutarem a versão da chapeuzinho." Também atribuiu a situação à inveja: "Infelizmente, a felicidade acompanhada do sucesso incomoda." 

"Guerra" nas mídias sociais 


Vendo oportunidade de opinar sobre o assunto, o vlogger Felipe Neto [Felipe Neto Rodrigues Vieira é um empresário, vlogger, ator, comediante e escritor brasileiro. Ficou conhecido por ter criado um dos primeiros canais da história do YouTube brasileiro.] contou no Snapchat que estava escrevendo o roteiro de um vídeo sobre o caso. Pouco depois, no Twitter, Biel postou uma mensagem que soou como ameaça: "@felipeneto, quando você perceber que está mexendo com a pessoa errada vai poder ser tarde demais, garotinho". 

A mensagem, posteriormente apagada, não surtiu efeito. Felipe Neto fez o vídeo, que foi colocado na Internet e que entrou para a lista dos tópicos mais comentados do Twitter

Por mais oportunista que seja o vídeo de Felipe, o rapaz – que tem público da mesma faixa etária de Biel – prestou um baita serviço. Colocou sua popularidade à disposição de um tema polêmico e que nem sempre é discutido entre os adolescentes: os limites dos relacionamentos. De forma descontraída, Felipe trouxe à tona também a séria questão da cultura do estupro. 

Nossa sociedade naturalizou comportamento agressivo de homens que esperam a subserviência feminina como resposta. Mas não deve ser assim, e o recente e chocante caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro colocou essa proposta de transformação social em evidência (repercuti o caso aqui http://circuitogeral2015.blogspot.com.br/2016/05/assim-caminha-humanidade.html). 

Diante do fato, seria mais inteligente que MC Biel – que até aqui contava com uma reputação de bom rapaz – pedisse desculpas e aproveitasse para conscientizar sua plateia também. Seria uma postura mais adequada a um ídolo juvenil. 

Plantou, colheu! 


Apesar de as fãs mais ardorosas estarem ignorando os fatos em favor de seu ídolo, Biel já começa a contabilizar prejuízos na carreira que vão além da má-reputação (e um processo judicial). 

O Comitê da Rio-2016 cortou o funkeiro da lista de condutores da Tocha Olímpica. Ele conduziria a chama em Fortaleza. O Comitê, que achou por bem excluí-lo depois da repercussão negativa do caso. 

– "Preferimos que os valores olímpicos não sejam vinculados a esse acontecimento. Queremos passar uma imagem de paz. Por isso, MC Biel foi desconvidado" – informou a assessoria de imprensa do Comitê. 

A carreira promissora do jovem ¿cantor? já começou a dar sinais preocupantes.

A confusão tem feito o ¿cantor? perder contratos. Além de uma marca de cadernos, duas outras empresas, uma de artigos esportivos e uma marca de barbeadores desistiram de contratar Biel para campanhas publicitárias. 

O jovem estava bem cotado entre anunciantes antes de se envolver nessa polêmica, mas a imagem dele está prejudicada no momento. 

Estima-se que só com novos contratos publicitários, o ¿cantor? tenha deixado de ganhar R$ 1 milhão após a denúncia de assédio. 

Programas de TV - aqueles enfadonhos dos domingos, que viviam bajulando o rapazote - estão reticentes com relação a convites para MC Biel. Por enquanto, a ordem geral nas produções das emissoras é evitá-lo. 

A procura por shows do rapaz segue intensa, mas ninguém sabe se a investigação do caso, que segue em andamento, não pode prejudicar ainda mais MC Biel. 

Biel e sua ostentação de imbecilidades




Sobre Biel o que tenho a dizer é que ele é um ¿cantor? que você, com mais de 13 anos, certamente não sabia que existia até aparecer na mídia "pedindo desculpas" por alguma coisa.



Sim, certamente não é a primeira vez que isso acontece com você: afinal, foi assim que Justin Bieber entrou em sua vida - e acaba aqui as comparações por favor, pois, apesar dos pesares, o tal de Bieber tem um genuíno talento. 

Não sei por que, mas  o brasileiro Biel nasceu como imitador oficial do astro canadense. A polêmica sobre o comprovado assédio sexual à repórter não foi a primeira do nosso ¿talentoso? sub-Bieber. Vamos aos fatos.
  • O menino já chegou querendo provar alguma coisa emoticon Dedo apontando pra baixo
Como se vê, ele sempre trabalhou para que as pessoas admirassem sua música e não sua forma física. Como se vê, ele sempre trabalhou para que as pessoas admirassem sua música e não sua forma física.


  • Agora veja isso emoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixo
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E tem mais emoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixo


   
Estou com tempo e fiz as contas: Biel teria que ficar sem dormir por 168 horas e achar duas mulheres para beijar a cada hora. Esse é fera! Morra de inveja, Mr. Catra!



Será que tanta auto-afirmação tem a ver com isso aqui? Foi o que a repórter assediada perguntou.emoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixo



E então ele saiu para a defesa. Como alguém ficaria "decepcionado" depois de ouvir que seria quebrado ao meio, não?                        

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Aí abdicou até do personagem garanhão.
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Engraçado que há alguns meses… Uai? Faltou cérebro, Biel?                                         emoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixoemoticon Dedo apontando pra baixo


E ainda arrumou briga com outro que adora fazer arruaças parecidas.
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Para fechar sua defesa, cometeu essa pérola do "quero fingir que sou feminista mas não faço ideia do que se trata".

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Conclusão


Brincadeiras à parte, fatos e criaturas como essas são só um lampejo do reflexo da preocupante alienação e futilidade da cada vez mais crescente geração "nem-nem". Estudos indicam que três em cada dez meninas nem estuda, nem trabalha. Gravidez precoce é uma das razões para abandonar a escola sem sequer concluir ensino médio. A pesquisa revela que as meninas são maioria na geração "nem-nem", jovens que nem estudam, nem trabalham... Juventude alienada e manipulada pela indústria midiática e todos os seus sub-produtos descartáveis.