sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

ANTES DE "SER" QUALQUER DENOMINAÇÃO, "SEJA" SUA FAMÍLIA

"Eu sou a...!", este é o slogan de peça publicitária de uma conhecida denominação evangélica. E o tal slogan pegou, virou mania (ganhou até página em rede social, com manifestações favoráveis e contrárias), tanto que membros de outras denominações o adotaram. 

Na referida peça publicitária, os fiéis da denominação (com a participação de anônimos, artistas e esportistas), dão depoimentos sobre suas vidas - sempre com teor que sugerem superação pessoal à base de conquistas financeiras e materiais - e dizem, orgulhosamente: “Eu sou a ...!” Desde 2014 os anúncios são exibidos durante os intervalos da programação da denominação na TV Record e em outras emissoras, além do Youtube e redes sociais. 

Em linguagem publicitária, a campanha "Eu sou a...! se vale da retórica usada para persuadir o auditório de que ele deve comprar determinado produto, confiar num determinado político ou se converter a uma certa denominação religiosa. O anúncio também tem um propósito persuasivo, com um deslocamento da ênfase do produto para o destinatário, obtendo muitas vezes um consenso emotivo. Dessa forma, tanto a retórica quanto a publicidade se utilizam da palavra e/ou dos diversos signos através dos quais se exprimem, com um fim pragmático: convencer o ouvinte, obter um consenso emotivo que se traduzirá na adesão do receptor às suas propostas. 

Mas, deixando os meandros publicitários pra lá, quero propôr uma outra reflexão:Qual que vêm em primeiro lugar? A Igreja, a denominação ou a família? 


Invertendo valores e incorrendo em erros


Neste artigo vou abordar este assunto esclarecendo o seguinte: 

  1. A Igreja é importante, pois o Senhor a instituiu, porém a mesma é composta de famílias. 
  2. A Igreja é importante, pois é através da mesma que os princípios de vida cristã são ensinados através da doutrina da Palavra de Deus, a Bíblia; Porém é na família que o alicerce deve ser lançado. 
  3. Na Igreja é onde devem estar os verdadeiros homens de Deus chamados para o ministério pastoral, porém é na família cristã é que eles nasceram seguindo o exemplo de seus pais na vida de fé. 
  4. A Igreja é o lugar da união de pessoas que se dizem cristãs, ou seja, seguidoras de Jesus Cristo, porém é na família que esta unidade deve ser ensinada e vivida. 
  5. A Igreja (templo) é o local onde as famílias vão adorar o Senhor entregando as suas vidas no altar em completo arrependimento de seus pecados, porém é na família que o altar de Deus encontra as vidas. 
É bom lembrar que a Igreja como nós a conhecemos, um templo de quatro paredes não era a prioridade na Igreja primitiva. As Igrejas se reuniam nos lares. O lar era um permanente seminário de instruções cristãs, onde os preceitos, onde os mandamentos, os ensinos do Senhor eram aprendidos para serem praticados. 

Infelizmente hoje a realidade é bem diferente. Os lares não estão cumprindo o seu papel na instrução dos verdadeiros valores de Deus. De fato alguns colocam a Igreja (a denominação) como prioridade, talvez por não sentirem a presença de Deus em suas próprias casas. Os homens como sacerdotes, não estão cumprido o seu papel de pastoreio de suas famílias. Eles precisam levá-las ao templo para que outros ministrem a elas. Os filhos não estão recebendo orientação bíblica em suas casas. Pela misericórdia de Deus quando alguns se convertem necessitam de famílias espirituais diferentes da sua de origem para receberem delas cuidado. Não deveria ser assim. 

É a partir da família que o alicerce deveria ser lançado, fundamentado. A família em torno da Palavra, dos cânticos, do testemunho, da comunhão e oração. É com pesar que constatamos que muitas Igrejas estão doentes. Doentes por que? Porque suas famílias não recebem alimento diário. Este alimento só é dado nos finais de semana. Durante a semana ficam famintas porque a leitura da Palavra e a oração estão sendo negligenciadas em seus próprios lares.

Outro dado também alarmante é o que diz respeito à família pastoral. Pastores espalhados neste mundo que têm um enorme zelo em alimentar as famílias de sua Igreja, mas que deixa a sua própria faminta. Nos cultos, nas classes de escola bíblica, transformam-se em homens santos, poderosos na oração. São mestres na hora de expulsar os demônios, porém em casa não são sacerdotes. Maltratam suas esposas, espancam os seus filhos e se transformam totalmente. Estes homens em nome de sua denominação e até em nome de Deus abrem os seus pulmões e dizem: "A Igreja vêm em primeiro lugar, depois a família e ponto final". Isto é MENTIRA! 

Famílias estão se deteriorando por causa de pais e mães que acham vantagem ficarem dia e noite enfiados em Igrejas: Esposas perdendo maridos para outras mulheres (por todos os lados estão as disponíveis); Maridos perdendo esposas para outros homens (idem); Pais perdendo os filhos para pedófilos, abusadores e traficantes. 

Amados do Senhor. A instrução que você está recebendo neste momento têm o respaldo bíblico. A Palavra de Deus nos diz: "mas se alguém não cuida dos seus e principalmente dos de sua família negou a fé e pior que o incrédulo" (1 Timóteo 5:8). Depois de Deus, a família deve vir em segundo lugar e a seguir a Igreja. A família em relação aos dogmas precisa estar na frente. Que adianta, por exemplo, eu como pastor ganhar inúmeras famílias para Cristo, e perder a minha para o diabo? 

A Igreja nada mais é a do que a extensão do meu lar. Se canto na Igreja devo cantar em meu lar, se prego na Igreja devo pregar em meu lar, se mantenho comunhão com outras famílias na Igreja, eu devo também ter comunhão com os da minha casa. Por não observar estas verdades é que vemos tantos relacionamentos frustrados, tantas famílias desunidas, longe de Deus, angustiadas, tristes e sem vida espiritual. 


Conclusão


Eu tenho o pensamento que um trabalho de evangelismo deve ter o seu ponto de partida a nossa casa. Precisamos levar os de nossa casa a Cristo urgentemente. Alguns se justificam citando a passagem bíblica em que Jesus disse: "Quem não deixar pai e mãe, irmãos, casa, campos por amor de mim, não verá o Reino de Deus" (citando descontextualizadamente Mateus 10:37) ou dizem: "Que profeta de casa não faz milagres" (fazendo alusão também descontextualizada de Marcos 4:6). Se expressam assim para poder continuar agindo em duplicidade em suas vidas. 

Amados, devemos "ser um Cristo", uma mesma pessoa na Igreja e dentro de casa. Não devemos usar mascaras. Devemos ser transparentes, devemos ser nós mesmos. 

A Igreja somos nós. A Igreja não são quatro paredes. São pessoas lavadas e remidas pelo sangue do Cordeiro. A verdadeira Igreja é composta de santos, Isto é de santificados pela Palavra do Senhor. Não são poucos obreiros por aí que gastam noites de oração em vigílias, buscando ao Senhor. São bons pregadores, expositores da Palavra, mas em seus lares parecem que são outras pessoas, se parecem com incrédulos. Eu tenho as minhas dúvidas se o Senhor os atendem. 

Que Deus nos ilumine debaixo de sua Graça, de sua unção para reconhecermos que a nossa família tem prioridade em relação ao cuidado que julgamos ter com a nossa Igreja. Deus tenha misericórdia do seu povo chamado cristão, ou seja, seguidor de Jesus Cristo. 

Temos que ser a mesma pessoa em todos os lugares que estivermos. Por que Deus habita em nosso coração. Isto quer dizer que por onde andarmos levaremos a presença de Deus conosco. Não faz sentido vivermos em duplicidade. Por isso eu quero orar para quebrar toda esta situação no seu lar. Para isso você precisa exercer fé neste momento, porque sem fé é impossível agradar a Deus. E a fé vem pelo ouvir e ouvir a Palavra Deus. 

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