sábado, 17 de outubro de 2015

O QUE NÃO É; É, PODE SER

A Igreja, “coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3:15), tem como missão, não apenas anunciar o Evangelho, mas denunciar os pecados e os valores mundanos dos homens (1 Tm 1:18-20). A palavra “valor” origina-se do latim e significa “ser digno”. “Valores”, no contexto deste artigo, referem-se aos princípios éticos e sociais aceitos por uma pessoa ou grupo, isto é, ao comportamento humano, suas regras e padrões.


Atualmente, tem havido uma “inversão” desses valores: a ética e a moral cristãs, antes aprovadas pela sociedade, vêm sendo sistematicamente substituídas por princípios amorais mundanos (Is 5:18-25; Cl 2:8). Em 2 Pedro 1:3-10, a Palavra de Deus estabelece os princípios éticos, as virtudes e valores necessários à boa conduta dos filhos de Deus.

Inversão dos valores bíblico-cristãos


Causas da inversão dos valores - Ao folhearmos alguns jornais e revistas seculares, constatamos o quanto os valores éticos e morais cristãos têm sido desprezados pela sociedade moderna. Vejamos as causas:

  • Ascensão do relativismo moral.
Segundo esta teoria filosófica, não existe norma moral ou ética válida para todas as pessoas. As normas variam de cultura para cultura, de pessoa para pessoa. Cada um vive conforme as regras que estabeleceu para si mesmo. 

Assim, há uma ética para o cristão, outra para o ateu e uma terceira para os que não se enquadram nas anteriores. Não existem, de acordo com esse pensamento mundano, normas, verdades ou valores que sirvam para todas as pessoas em todos os lugares.


  • Manifestação social do pluralismo.

O pluralismo reconhece que há uma multiplicidade de culturas, religiões e posições éticas e morais conflitantes. Essa doutrina filosófica, todavia, diz que essas posições contraditórias podem coexistir, como se cada uma delas trouxesse uma parte da verdade e, nenhuma, a verdade completa ou absoluta. Assim, a verdade encontra-se em cada sistema religioso, filosófico ou moral.

Segundo esse pensamento, o cristianismo traz uma parte da verdade, o budismo outra e assim sucessivamente. Segundo o pluralismo, assumir e respeitar diferentes valores em uma sociedade em constante mudança é uma manifestação de empatia e tolerância com o outro.

  • Crescente mundanismo.

O mundanismo faz constante oposição à igreja e aos valores cristãos (Tg 4:4; 1 Jo 2:15-17). A sociedade organizada e rebelada contra Deus, tem estabelecido suas próprias leis, sem a menor consideração aos mandamentos divinos. O que temos visto, infelizmente, é o sagrado e o religioso curvarem-se ante o profano e o secular, até mesmo em certas denominações evangélicas.

Os valores cristãos invertidos


Há uma lista considerável de princípios bíblicos que não apenas foram desvalorizados, mas ultrajados pela sociedade pós-moderna. Vejamos:

Quanto ao casamento - Atualmente, em algumas sociedades, já se aceita a união entre pessoas do mesmo sexo. É contrario à Palavra de Deus, família e os valores cristãos O Senhor instituiu e abençoou apenas a união entre homem e mulher (Gn 1:27,28; 2:22-24).

A Bíblia é implacável neste caso: “Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos... herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6:9-10 – NVI).

Quanto à família - As virtudes cristãs concernentes à família estão sendo substituídas por valores anticristãos: filhos que não respeitam os pais; pais permissivos quanto à moralidade; e a substituição do culto à moralidade; e a substituição do culto doméstico por entretenimentos perniciosos etc.

Quanto à igreja - Nesses “tempos trabalhosos”, muitas comunidades cristãs valorizam mais o “ministério” bem-sucedido do pregador que a santidade e o testemunho mantido por ele; mais o marketing ministerial do que os verdadeiros sinais do poder de Deus. Pregadores santos e tementes a Deus são preteridos por aqueles que buscam o louvor próprio em vez da glória de Cristo.


Os elevados preceitos da Palavra de Deus são imutáveis e servem de regra para orientar os homens em todas as gerações (Is 30.21; Mt 24.35; 2 Tm 3.16). Esses valores são insubstituíveis, e devem ser coerentes com o testemunho cristão.

Contexto geral


A inversão de valores na sociedade hoje em dia é algo normal, comum, embora não devesse ser. Mas o que nos preocupa é que as igrejas do Senhor já há muito entrou por este caminho. A inversão de valores é quando coisas que não tem nenhuma importância, passa a ter mais importância do que as que têm. Enfim coisas sem valor ou de pouco valor tendo mais valor do que as que realmente tem valor.

O que podemos notar é que em muitas igrejas o Espírito Santo não é consultado em decisões tomadas pela igreja. Mas o homem este sim é consultado. As decisões do Espírito Santo não são mais importantes, não têm valor nenhum. As do homem sim - Jr 17: 5; Ef 4:30; 1 Ts 5:19.

Mas a Igreja que nos serve de exemplo, a igreja dos Atos dos Apóstolos, não era assim. Nesta igreja o Espírito Santo era consultado, e as decisões finais pertenciam a Ele At 13:1-3; 14:21-23; 15: 28; 16: 6,7; 20:28; 14: 21.

Em muitas igrejas, a Palavra de Deus tem sido substituída por louvores prolongados. A música tem substituído a Palavra de Deus - 2 Tm 4:12; Mt 4: 23; 2 Co 9:16; Ef 5:14-19.

A pregação também tem sofrido com as inversões de valores na igreja. Tem sido substituída pela pregação da prosperidade, da riqueza para este mundo em detrimento da genuína mensagem da cruz -  Lc 18:18-22; Mt 6:19-33; I Tm. 6: 3 a 10; Is 56:10-12.

Os ensinos também têm sofrido tremendamente com as inversões de valores no meio da igreja. Pois ao invés de ensinar a buscar as coisas de cima, as espirituais, estão ensinando a buscar as coisas de baixo, as materiais - Mt 23: 15-20; Cl 3:1-3; 1 Co 2:6-16.

As Doutrinas do Evangelho, as Doutrinas de Jesus, têm sido substituída pelas doutrinas humanas. Doutrinas que não têm proveito algum para a salvação da alma. Mas sim para satisfazer o desejo da carne e alimentar, vitaminar, inchar o ego - Mt 5:1-48; 6:1-34; 7:1-14; 15:7-9; Mc 7: 6,7; Jo 7:16,17.

Devido as doutrinas humanas impostas nas igrejas, o temor a Deus tem sido substituído pelo temor a homens - Sl 111:10; Pv 10:27; Rm 3:18.

Até os cultos tem sofrido com as inversões de valores, pois os cultos são tão cheios de coisas como: cantorias, danças, anúncios, testemunhos, revelações, profecias, informações, propaganda, hora da oferta e a hora da Palavra, que deveria ser priorizada, fica espremida no meio dessa lista interminável de oportunidades, e faz com o culto se torne enfadonho, acabando lá pelas tantas, sem hora para começar e terminar. O culto, que deveria ser racional se torna, então, em algo extremamente irracional, confuso e chato, muito chato -  Sl 74:5-10; Rm 12:1.

Outro descalabro é o que ocorre em algumas igrejas: o culto aos anjos.  O anjo cura, entrega benção, fala pela boca do profeta, dá piruetas e falta fazer o quadradinho de 8... E a igreja vai ao delírio!  Enfim, cultuam a criatura, os anjos, e deixam de cultuar ao Senhor que é o Criador - Sl 74:5-10; Gl 1:6-8; Cl 2: 18,19.

Conclusão


Só 2% dos jovens que se dizem cristãos nos EUA, lê a Bíblia e medita nela. Dos adultos somente 9% dos cristãos faz o mesmo. Isto se refere aqueles que são assíduos aos cultos e trabalhos na igreja. São os denominados que “nasceram de novo”. Não está nesse índice os cristãos nominais. 

Precisamos hoje de pessoas mais altruístas e menos egoístas. Mais mártires, renunciando o ministério. Pessoas que praticam o respeito tanto para com Deus como para com o próximo. Os pastores hoje passaram de herói para vilões, na visão da sociedade de um modo geral. 

Diante de tudo isso o que precisamos fazer? - É preciso que seja feita uma reforma relacional. Relacionamento com Deus, com o nosso próximo e com o mundo. Ter uma fé vulnerável no sentido de amar a Deus e ao próximo como a nós mesmos. Amar é o grande segredo de um discipulado com a marca de Cristo. Em 2 Co 4 Paulo fala da fragilidade do vaso que é de barro mas que tem o mais valioso tesouro. Nós somos o vaso de barro. Aquele tempo é bem parecido com os nossos dias. A cultura helênica e a romana eram muito hostis. Hoje também o cenário é hostil. Muitos ministérios são narcisistas, mas precisamos olhar para um ministério como o de Paulo.

Vivemos num mundo pluralista, com a emergente campanha das minorias. Um mundo em que a liberdade de expressão está sendo tolhida, baseada num pluralismo em que todas as coisas estão corretas. Todo mundo está certo. Não nada errado. E todos têm que concordar com todos. Não se pode afirmar uma verdade excludente, pois isso fere os postulados contrários.Precisamos nos preparar para sermos mártires. Se vamos manter o padrão do que aprendemos até hoje, de que Cristo é o Caminho a Verdade e a Vida, ninguém vem ao Pai senão por Ele, se vamos pregar essa mensagem, tenhamos certeza de que vai sobrar alguma reprimenda para nós.

Vamos ensinar os nossos filhos, vamos alertá-los pois tal situação está mais perto de nós do que pensamos.

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