sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ANTES DE DIZER 'SIM', SAIBA QUE...

Casamento. O casamento é uma aliança que, além de ter força, tem poder sobrenatural, porque está debaixo de um decreto sagrado irrevogável, por isso requer alguns cuidados. Este é um dos grandes objetivos de grande parte dos jovens cristãos (ou não). Com a modernidade, o casamento hoje pode ser encontrado em várias "versões". Algumas bem polêmicas, por fugirem completamente do que sempre foi considerado padrão. Em outro extremo há os que se opõem ao casamento, por considerá-lo uma "instituição falida". Estes são os adeptos do chavão popular "juntado com 'fé', casado é". É a judicialmente chamada união estável, os "amigados" e/ou amasiados.


Sob a ótica de Deus o casamento é o inicio de uma família. O primeiro degrau para formação de um novo lar. Deus tem tanto zelo pelo casamento que ele - considerando os devidos contextos temporais e culturais - está presente na Bíblia desde os primórdios. O primeiro milagre de Jesus aconteceu justamente em uma cerimônia de casamento, nas bodas em Caná da Galileia (João 2:1-11). Deus também faz uma analogia simbólica da segunda vinda de Jesus para buscar sua Igreja com o ritual de uma cerimônia de casamento judaico (Apocalipse 19:1-10).

Uma coisa é certa, apesar dos esforços diabólicos para a destruição do casamento, este é sim um momento importante na vida daqueles que por ele optam. E tem mais. O casamento no contexto bíblico, é eterno. A cultura do divórcio que hoje é tolerada - e até defendida por alguns - no meio evangélico nunca foi algo programado por Deus. Por tudo isso, é importante que as igrejas tenham um programa de acompanhamento e aconselhamento pré-matrimonial, onde os futuros cônjuges tenham a oportunidade de conhecer princípios bíblicos e orientações cristãs importantes para uma vivência matrimonial saudável.

É fato que grande parte das crises conjugais, separações e divórcios poderiam ser evitados se, antes do casamento, os casais tivessem recebido orientação adequada e, até mesmo, oportunidade de refletir se a decisão de casar-se era mesmo acertada.

Nesse sentido, apresento, principalmente àqueles que almejam o casamento, algumas questões que devem merecer sua atenção antes de dizer o tradicional 'sim'.

1. Há quanto tempo você conhece seu(sua) noivo(a)?


Sei que a questão de tempo é relativa, mas não há como negar que o tempo de convívio é fator indispensável para se conhecer alguém. É incrível, mas já recebi vários casais que pediam para celebrar seu casamento e que tinham apenas 5, 4, 3 meses de convivência. Com amor, aconselhei-os a aguardarem um pouco mais e não se casarem com tão pouco tempo de conhecimento um do outro. Alguns aceitaram o conselho e, depois de um período maior, apararam algumas arestas, casaram-se e estão bem, Outros, que também aceitaram a orientação, terminaram o relacionamento pouco tempo depois, por perceberem que não eram a pessoa certa um para o outro. É claro que o conhecimento mais profundo um do ouro só virá com a convivência conjugal mas, sem dúvida, é possível e necessário ter uma boa noção de conhecimento do "pretendente" antes do casamento. Não dá pra dizer "sim... até que a morte nos separe" para alguém que você mal conhece. É preciso estar seguro da sua decisão.

2. Vocês têm o mesmo propósito básico de vida? Estão sob o mesmo jugo?


A Bíblia adverte: "Não vos ponhais em jugo desigual..." (2 Coríntios 6:14, 15); e questiona: "Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?" (Amós 3:3). Uma das coisas que mais prejudica o casamento é o jugo desigual e o descordo de propósitos. É muito importante que os futuros cônjuges compreendam a importância dessa verdade e definam uma direção comum em suas vidas naquelas áreas fundamentais como: uso do dinheiro, uso do tempo, lazer, educação de filhos e principalmente, fé. Muitos casais experimentam um relacionamento cheio de conflitos e desarmonia porque não atentaram para importância de caminhar na mesma direção nas áreas básicas da vida. É um engano pensar: 'depois do casamento definiremos isso!' Aos que pensam assim, preciso alertar que, raramente, vejo isso acontecer. Por isso, a Bíblia ensina a estarmos em acordo, no mesmo jugo, e, aí sim, iniciar a caminhada. Não se trata de anular a individualidade de cada um, mas de adaptarem-se à uma nova realidade: a de que, após o casamento, "os dois tornam-se uma só carne" (Gênesis 2:24). Isso é fundamental para a felicidade conjugal.

3. Você realmente o(a) ama?


É preciso ter bem claro se o que você sente por seu(sua) noivo(a) é realmente amor verdadeiro ou paixão passageira. O amor verdadeiro envolve muito mais do que a atração física. Envolve auto-sacrifício, compaixão e a capacidade de colocar o outro em primeiro lugar. O dia do casamento, a cerimônia e tudo o mais que envolve aquela data tão especial, é somente um ponto de partida. Há uma vida à frente do casal, em que experimentarão alegrias, tristezas, risos, lágrimas, sucessos e fracassos. Somente o amor verdadeiro é capaz de fazer com que o casal vivencie todos esses momentos com companheirismo e superação. Só o amor "tudo sofre, tudo espera, tudo suporta" (1 Co 13:7).

4. Você se vê em condições de iniciar esse novo momento de sua vida, com independência de seus pais?


"Eis por que deixará o homem a seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne" (Gn 2:24). Observe que a união do homem com a sua mulher está atrelada ao fato de deixar pai e mãe. É dito ao casal que, primeiro, deixem seus pais para aí sim, unirem-se um ao outro. Há um princípio estabelecido aqui: o de que o homem (melhor dizendo, o casal) deve ser capaz de ter independência dos pais, para estabelecer seu próprio lar. Não se trata de abandono ou de quebra de vínculos, mas da independência, ao menos em três áreas básicas: física, emocional e financeira.

  • Física - no sentido do casal ter o seu próprio espaço, sua própria casa onde poderão desfrutar de sua intimidade;
  • Emocional - para ser capaz de conviver com variados momentos da vida em companhia do cônjuge e não apenas dos pais;
  • Financeira - no sentido de que a receita mensal do casal possibilite o casamento sem depender do orçamento dos pais.

5. Seus pais apoiam sua decisão? Abençoam seu casamento?


É salutar lembrar que, mesmo considerando a independência dos pais como um fator importante para o casamento não se deve casar sem a aprovação deles: "Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo" (Efésios 6:1). Aconselho-os a darem ouvidos a seus pais se eles se opuserem ao seu casamento, ou se eles desaprovarem o(a) companheiro(a) que escolheram. Isso não somente é bíblico, como também vocês devem se lembrar de que seus pais os conhecem melhor que qualquer outra pessoa e têm o conhecimento necessário para discernir certas coisas, talvez, muito melhor do que vocês mesmos. Receber a aprovação e a bênção dos pais é o melhor presente que os filhos podem receber. Enfim, creio que observar essas questões pode ajudar em muito àqueles que querem tomar a decisão certa e iniciar um casamento com grandes possibilidades de sucesso. Creio também que os já casados podem ser abençoados refletindo sobre elas e promovendo alguns ajustes necessários no casamento. É claro que sempre há exceções, mas a princípio, a observância desses pontos são fortes indicadores de um casamento que funcionará. Enfrentar as dificuldades naturais da vida conjugal é uma coisa, outra coisa é conviver com dificuldades criadas por nós mesmos pela falta da observância de questões bíblicas como essas.


Conclusão


“Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.” - Eclesiastes 4:9-12

Deus é um Deus de aliança, e Ele mostra que todas as dificuldades e todas as crises e circunstâncias adversas na aliança serão vencidas através de Sua presença, a presença do Deus Todo Poderoso. O casamento foi criado por Deus, é uma aliança elaborada por Ele que aponta para a vinda do Senhor Jesus, com o noivo representando o Senhor e a noiva representando a Igreja, e sempre há a figura do Pai aconselhando os noivos para dizerem que chegará o dia das Bodas do Cordeiro.

Sabemos que Deus está presente na aliança do casamento. O texto de Eclesiastes 4:9-12 - que não é para ser aplicado apenas no casamento, diga-se - dá uma lista de exemplos de que os dois vencerão juntos e que o cordão de três dobras não se quebra facilmente. Há uma unção de graça e excelência no casamento para sustentar o casal nas situações mais adversas e para poder provar que, quando o Espírito Santo está presente na vida do casal, o cordão não se rompe. Precisamos, dentro dessa realidade, ter uma linguagem irrepreensível e um comportamento de santidade na família, para que a nobreza e a excelência sejam impetradas na aliança do casamento.

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