A família é uma entidade espiritual e social, não apenas um ajuntamento de pessoas morando debaixo de um mesmo teto. É a principal unidade pela qual Deus se comprometeu a realizar a sua obra. Através de Jesus Cristo, o Pai deseja abençoar todas as famílias da Terra. A bênção é o mecanismo principal que Deus usa para transferir a sua mensagem de identidade e destino em nossas vidas. Sendo assim, podemos entender que se desejamos se bem sucedidos como pais e/ou educadores, devemos ministrar Cristo aos nossos filhos, cumprindo esse ministério com devoção e crendo que estaremos em consonância com a instrução do Senhor quando nos diz: "Ensina a criança o caminho que deve andar e mesmo estando velho, não se desviará dele" - Provérbios 22:6. Jesus então é o caminho e temos essa responsabilidade. O Senhor nos constituiu como famílias e como desejamos ter a sua bênção, devemos conduzir nossa posteridade à dimensão gloriosa do reino de Deus.
Ensinando através do testemunho
A introdução do Evangelho na educação da criança se dá através de várias metodologias, que se transformam em estratégias para alcançar o objetivo de ensinar o Evangelho do Senhor Jesus aos pequeninos. A linguagem deve ser adaptável, flexível e de fácil entendimento para prender a atenção da garotada. Na criação de filhos, os pais devem colocar isso em prática usando recursos de áudio e vídeo, livros e internet. Com a popularização da tecnologia, o acesso à informação ampliou e muito seus horizontes. São muitos os meios para alcançar o interesse da criança com relação ao Evangelho. O mundo está mudando num abrir e piscar de olhos e essa mudança acelerada é confirmada por estatísticas e pesquisas nos variados setores e segmentos, e isso inclui o teológico-eclesiástico. Sendo assim, os pais precisam adaptar as formas de ensino. Não podemos obrigar uma criança a participar de um culto, uma célula, uma reunião de ensino ou de oração, principalmente se houver adultos em sua maioria. Quando existem mais crianças, o contexto se torna totalmente adequado para os métodos informais, como brincadeiras, historinhas, fantoches e jogos cristãos com temática infanto-juvenis. Hoje, todo esse material é acessível aos pais para que eles lancem mão para trabalhar as crianças e ensiná-las de uma forma mais pragmática [Pragmático = aquilo que habitualmente se pratica. É um adjetivo que se refere àquilo que se realiza conforme a pragmática, que é o conjunto de regras, formalidades ou etiquetas da boa sociedade].
A melhor maneira de incentivarmos as crianças a aprenderem sobre o Evangelho é a forma natural. Os pais devem criar seus filhos sob os preceitos de Deus, dando testemunho da presença de Jesus em suas vidas. Por exemplo, uma criança habituada a ver os pais orando, estudando a Palavra, adorando e tendo atitudes condizentes com a confissão cristã, naturalmente irá absorver tais práticas, pois elas a aprenderão por associação: se meus pais fazem, eu posso e devo fazer também. Da mesma forma, se as atitudes dos pais forem contrárias essas. Vivenciar o caráter cristão juntamente com os filhos fará com que eles se sintam motivados a buscar o Senhor e reconheçam a importância do Pai no dia-a-dia.
Ensinando através da motivação
Nunca devemos obrigar uma criança a participar dos cultos sem que ela queira. A insatisfação, a inquietude e a rebeldia são sinais de que o pequenino não está sendo cativado. Devemos procurar entender a situação e promover a correção desse desvio de interesse. O ideal é promover evento que envolvam estratégias inteligentes e mecanismos aplicativos à motivação da garotada, transformando todo o processo em algo agradável e prazeroso. Com sabedoria, amor e compreensão conseguiremos levar a Palavra de Deus às crianças, demonstrando que desde pequenininhos podemos nos apoiar e confiar no Senhor. "E estas palavras, que hoje te ordeno, estejam em teu coração; e as ensina a teus filhos, e fala delas sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao te deitares e ao te levantares" - Deuteronômio 6:6, 7.
Assim sendo, a melhor maneira de introduzir Deus na vida de uma criança é criar um cerco de proteção espiritual, onde o lar cristão se unifica com a igreja do Senhor. Devemos quebrar qualquer laço ou influência hereditária contrária a nossa fé e, quanto aos que são pais, consagrar a vida de seus filhos a Deus, prosseguindo na formação do seu caráter cristão conforme a maneira de Deus.
As estratégias evangelísticas devem mudar de acordo com as etapas de crescimento de uma criança. Muitos erros já foram cometidos nessa área, não considerando o desenvolvimento infantil e as dimensões de absorções de aprendizado em cada fase. Felizmente hoje temos recursos avançados para atendermos adequadamente a criança com abordagens pedagógicas concernentes à sua capacidade em acompanhar e registrar ensinamentos aplicáveis à sua vida e ao seu coração.
Existem algumas crianças que têm resistência ao devocional e indiferentes ao espiritual. Isso não é muito comum quando ela está inserida no meio cristão desde pequena. Porém, quando tal situação acontece devemos ouvi-las, permitindo que ela se expresse revelando seus motivos de resistência ou dificuldade. Se sua produção verbal não for clara, devemos observá-la mais em seus comportamentos e atitudes. O ideal é também investigarmos os fatores externos que podem estar gerando a resistência e agirmos conforme for a questão, com compreensão e amor. Somando a toda essa postura, devemos estar juntos da criança nesses momentos, acompanhando-a ao devocional e fazendo dessa ocasião uma oportunidade de crescimento, de comunhão e de proximidade íntima com o Pai celestial. O resultado não pode ser outro a não ser o intenso prazer na prática cristã e não uma enfadonha obrigação.
É extremamente importante fortalecermos a identidade cristã nas crianças. A firmeza dos pais e a convicção daquilo que é repassado para os filhos é a base de tudo. Essa conduta permite que a garotada tenha uma postura mais consciente, determinada e natural diante das críticas que possam surgir advindas dos colegas, em virtude das práticas evangélicas. Assim sendo, estaremos evitando o constrangimento, a influência ou o desequilíbrio, fazendo com que nenhuma marca traumática de discriminação ou qualquer outro entendimento nesse sentido possa ferir a integridade do ser cristão. A partir daí devemos falar da relação da garotada com os que criticam ou discriminam. As crianças devem o amor de Cristo, amando, respeitando e perdoando aqueles que têm atitudes que desagradam a elas e a Deus. Seu testemunho deve ser firme e verdadeiro, não guardando mágoas, nem tendo rancores, simplesmente amando e perdoando.
Educação cristã: responsabilidade dos pais
A responsabilidade da educação dos filhos é inteiramente e intransferivelmente atribuída aos pais. As entidades de ensino servem apenas de apoio pedagógico e intelectual a essa árdua tarefa, principalmente no nosso contexto cultural, que demanda todo tipo de recursos para o avanço no aprender. Este é o principal motivo pelo qual me posiciono contra o Ensino Religioso na grade curricular das escolas públicas (ver artigo http://circuitogeral2015.blogspot.com.br/2015/06/educacao-religiosa-proselitismo-ou.html?spref=fb). Transferir a responsabilidade de uma identidade espiritual para escolas ou para qualquer outra pessoa - e até mesmo para a igreja -, é omissão e negligência a um importantíssimo princípio divino. Existem escolas ricamente montadas e habilitadas para ministrarem ensinos pedagógicos. Os colégios católicos têm esse perfil e estão modernamente equipados para conduzirem as crianças na vida estudantil. Sob essa perspectiva fica clara a vontade de os pais confiarem seus filhos a tais escolas, porém, quando se consideram as influências doutrinárias, devemos levar em conta o que já mencionamos em questões anteriores: o firme posicionamento dos pais nas suas escolhas. Os católicos são cristãos e aí? Partindo desse princípio, alguns pais se sentem encorajados a matricular seus filhos em escolas católicas sem se contrapor aos procedimentos estabelecidos pela entidade de ensino. Aqui em Belo Horizonte, o Colégio Salesiano (Rede Salesiana de Escolas, fundada pelo sacerdote Dom Bosco em 1859), um dos melhores colégios, que, sendo tradicional, já recebeu várias premiações de qualificação pedagógica, cuja qualidade no ensino é inquestionável e de reconhecimento internacional. O que deve ser feito nesses casos é preservar a integridade da fé da família e não se envolver nos eventos doutrinários diferenciados dos nossos. O ideal é ensinar aos filhos a existência e as diferenciações doutrinárias, fundamentando sempre a verdade de Deus. Os preceitos bíblicos devem ser respeitados e devemos priorizar Jesus independentemente da religião. Nenhuma religião pode ser maior e mais forte do que a fé genuína no Cristo ressurreto. É importante frisarmos: a responsabilidade da educação cristã dos nossos filhos é nossa e nós é que devemos cumprir o papel de conduzi-los ao Senhor e não os colégios, sejam eles quais forem.
Enfim, devemos nos conscientizar de que o amor, o carinho, a compreensão e a firmeza são aspectos determinantes para a correta introdução do Evangelho no mundo infantil. Quanto mais cedo iniciarmos a caminhada com Cristo, mais fácil se torna a aceitação de críticas e a superação de problemas. Jesus é amor, paz, carinho, e muito mais. E Ele tem um amor único pelas crianças, e deixou isso bem claro nos registros dos evangelistas: Mateus 19: 13-15; Lucas 18:15-17. Devemos ter em mente o fato de que não importa a igreja em sim ou a religião em si, pois o importante é reconhecer o Senhor como soberano e o único capaz de nos conceder a salvação.
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