sábado, 30 de maio de 2015

OS CRENTES E AS DOENÇAS DO SÉCULO

Para algumas pessoas depressão não é doença, é problema espiritual. Estresse já foi visto como pura frescura, "doença de rico". A síndrome do pânico já foi associada ao ataque de espíritos malignos. Os nomes são modernos, mas os problemas são antigos. A Bíblia relata inúmeros distúrbios descritos de diferentes formas: semblante descaído, espírito abatido, desespero, alma cansada, coração turbado, fardos pesados de iniquidade, peso que faz encurvar, tristeza a ponto de verter lágrimas ou desfalecimento. Nos tempos bíblicos, homens e mulheres também sentiram terríveis sensações, que tentaram descrever com suas próprias palavras. Podemos então dizer que Elias estava numa crise de depressão quando estava no deserto e pediu a morte para Deus? Neemias também ficou "deprimido" quando ficou sabendo de toda a situação de Jerusalém e do povo? A Bíblia diz que ele assentou-se, chorou e lamentou-se por alguns dias. Assim como eles, Jó, Saul, Noemi, Ana, Davi, Jeremias, Jonas (no final de sua vida), Pedro, e tantas outras pessoas descritas nas Escrituras Sagradas, passaram por situações típicas de uma depressão. O que dizem os especialistas?

Doenças do século


Segundo os psicólogos, em entendimento unânime, pelo fato do ser humano ser singular, ficaria muito generalizado responder a pergunta apenas com um conceito. A depressão, entendem, pode ser resultado de uma disfunção orgânica, emocional, social ou espiritual, dependendo do caso, porque nossa vida, além de ser formada pelo corpo - células, tecidos, órgãos e sistemas, também é formada pelo nosso social, o meio em que vivemos e os nossos relacionamentos, além do psicológico e do espiritual. A harmonia de todos esses fatores resulta em alguém saudável e qualquer desajuste reflete no todo. Então, ainda conforme entendimento dos especialistas, quando não há sensibilidade e desvalorizamos os alarmes produzidos pelo nosso organismo, ele busca escapes como o estresse, o pânico e a depressão.

O estresse


Das doenças do século, o estresse é o mais comum e ele é causado pelo desrespeito do próprio ser humano por ele mesmo. Conforme explicação dos especialistas, o estresse vem da falta de auto-conhecimento, que contribui para a falta de respeito da estrutura física, emocional e espiritual. Por exemplo, respeitamos as luzes de advertência do painel do nosso carro, então paramos e vamos atrás de um especialista para realizar a manutenção necessária e assim nos sentimos mais seguros ao dirigir. Mas nós raramente paramos quando nosso corpo dá o sinal de alerta, normalmente seguimos em frente, e as consequência vem depois.

A depressão


Depois do estresse, vem a depressão que está em segundo lugar entre as doenças do século. Muitas pessoas, antes de conhecer a causa da depressão, buscam tratamento com antidepressivos, às vezes, mesmo sem orientação médica. No site oficial de Dráuzio Varella - médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo, na qual foi aprovado em 2° lugar, conhecido por popularizar a medicina em seu país, através de programas de rádio e TV -, ele explica em um artigo intitulado "Estilo de Vida" que as pessoas não se cuidam e ainda se justificam por isso, como se a culpa não fosse delas. "Nas grandes cidades, não faltam justificativas para nossa irresponsabilidade na prevenção dos problemas de saúde que afligem o homem moderno. 'Saio cedo, perco horas no trânsito caótico, tenho uma jornada massante de trabalho e volto tarde, morto de fome, como vou levar uma vida saudável?' - é a desculpa que damos a nós mesmos para justificar o descaso com um bem que a natureza nos ofertou sem termos feito qualquer esforço pessoal para merecê-lo: o corpo humano", alerta o dr. Dráuzio. 

A síndrome do pânico


Essa doença, que em dias atuais vem se tornando cada vez mais comum, principalmente pelo aumento descontrolado nos índices de violência nos grandes centros metropolitanos (que também vem se alastrando pelas antes pacatas e tranquilas cidadezinhas do interior), é originada em experiências traumáticas do passado que não bem interpretadas. Com o tempo, quando a racionalização perde seus recursos, vem a sensação de ameaças. Pode-se dizer que o pânico é a consequência do estresse e da depressão mal resolvidos. Há um desequilíbrio químico, físico e emocional que se manifesta com o excesso de temores. Funciona como um mecanismo de defesa, levando a pessoa a uma perda de controle, com sentimento de desespero e incompreensão da situação. Quando há uma disfunção do cérebro impedindo a captação normal da seratonina - neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, temperatura corporal, sensibilidade a dor, movimentos e as funções intelectuais - surge um disparo de alerta sem motivo aparente do sistema nervoso, produzindo noradrenalina - é uma das monoaminas que mais influencia o humor, ansiedade, sono e alimentação junto com a Serotonina, Dopamina e Adrenalina - . em grandes quantidades, provocando assim sintomas físicos reais, como a taquicardia, tremores, sudorese, náuseas, tensão muscular, formigamentos entre outros sintomas, explica a psicologia. 

Enfim, problema psíquico ou espiritual?


O transtorno psíquico existe e é provado cientificamente, é um distúrbio mental muito frequente nos dias de hoje, mas em alguns casos, pode haver influências espirituais, conforme alguns especialistas. A princípio o distúrbio é sempre físico e psicológico, mas dependendo da realidade em que a pessoa está inserida, isso pode contribuir para que haja influências malignas sim. Quando o quadro chega num ponto em que a pessoa começa a ouvir vozes, por exemplo, é necessário averiguar as origens.

Atualmente não são apenas as ovelhas que sofrem com depressão e que precisam de ajuda. Pastores também estão depressivos, vivendo à base de medicamentos. O assunto é sério e merece atenção. Cada um com seus próprios motivos, muitos estão com os nervos em frangalhos, massacrados pelo sistema que se instalou nas igrejas, obrigados a cumprir metas e a contabilizar tudo, como se o templo fosse uma verdadeira organização administrativa. O fato é que, seja por fatores internos ou externos, a disfunção psíquica acontece com qualquer um e satanás aproveita-se da fragilidade físico que, consequentemente, coloca a pessoa espiritualmente vulnerável, não perde a oportunidade e lança seus tentáculos malignos. 

Cura em Deus


O cristão precisa se conscientizar que não é um "super humano". Somos templos do Espírito, habitar de Deus. E somos os responsáveis de zelar pelo bem estar desse templo. Ainda que seja fato que essas doenças do séculos, às quais, contextualizando, chamamos de doenças da alma, possam ser atuação maligna, a que se saber o motivo pelo qual elas se instalam no indivíduo. Dentro do contexto espiritual, devemos ter o seguinte procedimento no enfrentamento dessas doenças:

1. Não culpar ou questionar a Deus. Muitos crentes ao enfrentar uma enfermidade culpam ao Senhor e, martirizando-se, questionam: “Por que Deus?”. E, pior, afirmando que tal mal veio de Deus como uma provação. Assim agiu o rei Ezequias, mas Deus acrescentou-lhe mais quinze anos (Is 38:5). Contudo, durante esse período de sobrevida, ele cometeu um de seus maiores erros (Is 39:1-8 - Não teria sido melhor que tivesse morrido antes?). Não podemos nos esquecer de que somos pó e que um dia ao pó haveremos de retornar (Gn 3:19). Diante das situações de confronto, portemo-nos humildes diante do Senhor e não como autossuficientes.

2. Confiar em meio à dor. A dor e o sofrimento não devem afastar-nos da presença do Pai Celeste; ambos devem servir para que aprendamos a confiar ainda mais no Senhor. Até mesmo diante da morte, o crente verdadeiro pode temer, todavia, não se assombra e continua a confiar: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo [...] (Sl 23:4)”. Deus - através de Jesus Cristo, homem - já nos provou ser mais forte do que a morte.

3. Na expectativa de um milagre. Deus é imutável! Ele continua a operar milagres e maravilhas. Todavia, não podemos nos esquecer da sua soberania. Ele opera quando quer e a sua maneira de agir é única. Não desista, continue a confiar no poder do Altíssimo, pois sua esperança não será frustrada (Pv 23:18). O homem sem Deus desconhece o seu futuro, mas o crente tem a certeza da vida eterna e sabe que o Todo-Poderoso jamais nos deixará: “O Senhor conhece os dias dos retos, e a sua herança permanecerá para sempre” (Sl 37:18).

Conclusão


O crente não está imune às enfermidades. Mas a nossa vitória sobre as doenças está na confiança em Deus. Ele nos ama e jamais nos abandona em meio à dor e ao sofrimento. Se você tem sido assolado pelas enfermidades, não se desespere! Confie no Senhor e ouça a sua voz: “Não temas, pois, porque estou contigo” (Is 43.5). E creia que ele não irá nos curar, ele JÁ nos curou (atente-se para a conjugação verbal: presente do indicativo): 

"Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados."
Isaías 53:4,5

[Fontes: CPAD, Tua Saúde] 

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