terça-feira, 26 de maio de 2015

A DANÇA E A ADORAÇÃO


Dança. De todas as artes, é provavelmente a que mais gera controvérsias dentro da igreja hoje. Ministros de louvor e musicistas têm as opiniões mais diversas e extremas sobre dança – e dançarinos – do que sobre qualquer outra expressão de adoração. Por que é que a essência da dança faz com que as pessoas reajam tão negativamente, e o que as Escrituras têm a dizer sobre isto?

Eu tenho aprendido, através de muito estudo da Palavra de Deus e da história da Igreja, que a obra do Espírito Santo é progressiva na igreja e através das gerações do Cristianismo. Também acredito na multiforme graça de Deus, que não se submete à rótulos, conceitos e fórmulas humanos.

Deus, em Sua soberania, permite que certas facetas do revelar de Si mesmo através de Sua igreja aqui na terra, sejam reservadas para certos períodos da história. Houve um tempo em certas culturas da igreja onde instrumentos musicais foram banidos. Houve um tempo quando o uso de roupas de cores fortes era considerado por algumas pessoas como sendo mundano ou pecaminoso. Houve um tempo em que cantar qualquer outra parte vocal além da melodia era considerado sensual, e não era permitido. 

A igreja passou por muitas fases cheias de controvérsias, e tudo contribuiu para seu crescimento, expressão e maturidade. Jesus não veio e morreu numa cruz eliminando assim sacrifícios animais enquanto não tinha chegado o tempo designado na história para isso. A pessoa do Espírito Santo não foi revelada a todos fiéis até depois do Calvário. Será que isso significa que estes princípios espirituais não estavam por perto, sem agir antes disso? Claro que não! Isto só significa que Deus tem um tempo na história para todas as coisas, e que a Sua revelação de Si mesmo, mesmo que NUNCA vai contra as Escrituras, sempre é progressiva para cada geração de cristãos na terra. 

Eu creio que o conceito da dança física na igreja é algo que Deus está trazendo à evidência nesta geração, e usando sua importância para trazer a expansão de Seu Reino na terra e a Sua glória. É interessante eu acreditar, aceitar que meu corpo é templo, santuário de Deus e que eu não possa usá-lo para com ele expressar minha adoração. Não que a adoração “nasça” no corpo. Ela é em espírito e em verdade. Entendo que ela nasce dentro e se manifesta fora, fazendo com que o meu ser em sua completude seja envolvido, revestido pela unção da adoração.

Quer estejamos confortáveis com ela ou não, a dança é definitivamente mencionada ou aprovada pelas Escrituras. E se enganou quem pensou que eu me reportaria às danças de Miriam – que dançou após os filhos de Israel terem atravessado o Mar Vermelho e o exército de Faraó ter sido derrotado (Êxodo 15:20) – e de Davi – que tendo uma revelação tremenda da adoração pós-calvário, dançou diante do Senhor quando a Arca da Aliança foi retirada da isolação ara Jerusalém (2 Samuel 6:14). Não os cito como base, pois, ambos os casos estão inseridos dentro de contextos específicos. Entretanto, existem muitos exemplos de pessoas dançando na presença do Senhor – seja como uma expressão de alegria ou intimidade, ou uma expressão profética da guerra espiritual. 

Nós somos ordenados a dançar no Senhor no livro de Salmos, muitas vezes (Salmos 150 é somente um exemplo disto). Nós precisamos nos lembrar que Satanás foi o primeiro ministro de música em existência, e que antes de haver se exaltado em orgulho, seu engano e queda, ele ministrava ao pé do trono do próprio Deus (Estudar Ezequiel 28.). Ele sabe muito bem que a adoração acontece com o fim de honrar a presença de Deus e libera Seu poder, e ele não quer que entendamos ou usemos as armas poderosas e preciosas que Deus nos tem dado.

Todo componente da música e movimento como conhecemos hoje foi incorporada na criação de seu ser e ele entende as forças espirituais que operam quando nós cantamos, tocamos instrumentos ou dançamos diante do Senhor. Até hoje, uma de suas maiores estratégias aqui na terra é envolver a raça humana em expressões musicais, rítmicas e visuais em adoração a si mesmo. Ele distorce a pureza da adoração, quer ela seja aural ou visual, e a degenera em algo sensual, pecaminoso e pervertido. É verdade que a humanidade foi criada para aprender com exemplos visuais mais do que com quaisquer outros, e quando as pessoas veem a dança, algo é liberado dentro delas, quer seja sensual ou espiritual.

Eu creio que por esta razão, muitas pessoas têm dificuldades em algumas áreas, quando se trata de veículos musicais, e expressões de dança – especialmente se estas atividades produziram pecado em suas vidas antes de se tornarem cristãos. Eu também creio que as artes não precisam ser redimidas – nós, como seres humanos, e nossas expressões da mesma, é que precisamos. Em sua criação original, elas são a perfeita expressão da adoração do Deus Todo-Poderoso. Nós somos aqueles que precisamos ser redimidos, e nossas expressões verbais, físicas e visuais de adoração, uma vez direcionados para o diabo e nossa carne sensual, devem agora ser usados de forma que possam trazer glória honra para o Deus Altíssimo. 

A Bíblia claramente diz que Satanás é o príncipe dos poderes do ar (Efésios 2:2) e quando nós falamos palavras, cantamos músicas ou realizamos ações físicas na adoração, nós literalmente estamos enviando ondas de som para sua área de domínio, interrompendo-a, e causando impacto em toda eternidade.

Primeiro e mais importante, as nossas próprias vidas devem ser uma dança – e uma canção de adoração – ao Senhor. Nós devemos viver de uma forma que possamos refletir Sua glória, não a nossa sensualidade e nossa carne. Nosso, vestir, nossa conduta e nosso falar, devem refletir a pureza e alegria da nossa vida-dança ao nosso companheiro celestial, o glorioso Rei dos reis e Senhor dos senhores. O Senhor nos chama para sermos irrepreensíveis, e de todas as maneiras, reverenciarmos o Espírito Santo e refletir Sua glória – não trazendo a atenção para nós mesmos ou nossos corpos, mas ao invés disso, usar nossos corpos para dar glória ao nosso maravilhoso Salvador, e declararmos nosso amor por Ele pelo sacrifício eterno que Ele pagou por nossas almas e corações.

Tem sido uma tendência da igreja eliminar os elementos do Cristianismo que criam “controvérsias”, ou ficar longe deles e ignorar as áreas “perigosas”, mas eu firmemente creio que o Espírito Santo não está procurando um ambiente seguro para Se mover, mas sim, um ambiente cheio de fé. 

Nós, como redimidos do Senhor, como Sua Noiva amada, devemos ser apaixonados, e sim, muito puros, em nossas expressões de adoração e amor ao nosso Deus. Nós não devemos correr das questões que geram controvérsias, mas sim, usando de sabedoria e instrução, tomar de volta o que o inimigo de nossas almas tem usado como SUA arma e começarmos a usar como NOSSA arma, pois a nós pertence este direito. A adoração é nossa; a música é nossa, e a dança é nossa! Vamos cumprir este momento na história o qual Deus chama a Igreja a cumprir, e viver vidas cheias de Sua presença, Seu poder, Sua pureza, e Suas expressões de adoração e gratidão em nossas almas e ações por tudo o que Ele tem feito, e por Sua graça eterna, pela qual nós somos eternamente gratos!

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