quarta-feira, 1 de abril de 2015

NADA MAIS QUE A VERDADE (SERÁ?)!

"O Senhor Deus detesta os mentirosos, porém ama os que dizem a verdade." "Desde a criação do mundo ele [o Diabo] foi assassino e nunca esteve do lado da verdade porque nele não existe verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que é o seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as mentiras." "Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros" "Pois nós não podemos fazer nada contra a verdade, mas somente a favor da verdade." – Provérbios 12:22, João 8:44b; Efésios 4:25; 2 Coríntios 13:8
No capítulo 20 do livro do Gênesis, há o registro de um fato ocorrido entre Abraão, Sara e Abimeleque, rei de Gerar. O patriarca hebreu, no interesse de poupar sua vida e a de sua esposa, engendrou uma trama de mentira que quase levou à destruição a família de Abimeleque, o único inocente na história toda. A trama só não terminou mal por uma intervenção direta de Deus. Vale a pena ler.

A origem do "dia da mentira"


O dia 1º de abril é marcado como sendo o dia da mentira. Não se sabe ao certo quando se deu o início dessa “comemoração” mas hipóteses têm sido levantadas.

Alguns acreditam que a origem está ligada com a adoção do calendário cristão, no século XVI, que mudou o primeiro dia do ano para 1° de janeiro e não mais 1° de abril, como era até então. Outros explicam o dia da mentira através da mitologia nórdica, a qual consagrava o dia 1° de abril a Loki (Loke ou ainda, Lother), o deus das trapaças.

Já no Brasil, a primeira referência histórica a essa data remonta ao tempo do império, mais particularmente em 1848. No dia 1° de abril daquele ano, na cidade pernambucana de Olinda, teria sido publicado um jornal intitulado “A Mentira”, cuja matéria de capa anunciava a morte de Dom Pedro. Essa manchete, é claro, foi desmentida no dia seguinte.

A data é lembrada no mundo todo e até mesmo meios de comunicação de respeito e prestígio aproveitam o dia para noticiar mentiras como uma maneira de brincar com o público.

Alguns, entretanto, apregoam a prática da mentira não somente como zombaria, mas também como sendo uma opção filosófica. Um exemplo é a atual adoção do relativismo e a consequente desqualificação dos valores absolutos. Guiados por esse pensamento, há aqueles que defendem a mentira como sendo a opção pelo mal menor, ou seja, se a verdade trará consigo implicações desastrosas, a mentira pode ser justificada. A raiz disso é muito antiga, pois no século XIII, Tomás de Aquino já classificava a mentira em três categorias: jocosa, perniciosa e benevolente; em termos atuais seria como dizer que existe “mentira”, “mentirinha” e “mentirona”. Por esse prisma, as “mentirinhas” podem, então, ser facilmente toleradas ou até adotadas como prática usual. Os americanos têm até uma expressão para isso; eles as chamam de “mentiras brancas”. 

Então, para os que acreditam nisso, hoje é um dia de celebrar [com] o Diabo. 

Questão de caráter


O ato de mentir está ligado à personalidade, ao caráter das pessoas e provavelmente tem origem na infância, muitas vezes pelo modelo ou incentivo dos pais. Neste último caso, quando os pais pedem aos filhos que mintam para saírem de alguma situação embaraçosa. Muitas vezes a criança se vê dividida entre o que ela enxerga e o que os adultos lhe dizem. Estes, no intuito muitas vezes de poupar os filhos, não mostram a realidade das situações, e a criança cresce acostumada com omissões, duplas mensagens.

Exemplo 1: Papai chega preocupado e está na cara dele. Ninguém fala nada a respeito e se o filho pergunta, o costume é negar.

Exemplo 2: Um dia a mamãe está chorosa, a filha pergunta e é a mesma coisa, “não estou chorando”.

Exemplo 3: O telefone toca para o pai. Ele diz: “fala que eu não estou”.

Esses modelos simples e corriqueiros se reproduzem milhares de vezes ao longo da infância e trazem prejuízos enormes na confiança dos filhos nos pais. Então a criança vai achando que mentir é uma coisa normal. A influência do comportamento dos pais no comportamento dos filhos é fundamental, porque eles aprendem por imitação, espelho, imagem… 

Dependendo como foi o modelo ou o incentivo familiar, a criança e depois o adulto pode viver no mundo achando que pode ter tudo e que consegue enganar a todos, usando da mentira para conseguir as coisas. É comum nas famílias e em todos os relacionamentos na vida toda, a busca de se esconder sentimentos e emoções (muitas vezes com as melhores intenções, aquelas, que estão “enchendo o inferno”), mas com consequências desastrosas. Há pessoas que mentem sobre si mesmas, para se valorizarem, reforçar a própria imagem, querendo aparecer melhor dentro do meio social em que vivem.

Frases


“Quem enuncia um fato que lhe parece digno de crença ou acerca do qual forma opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o fato seja falso”.

"É mentira que mentir faz crescer o nariz; mas é verdade que mentir faz diminuir a confiança."

"A mentira não tem perna curta, ela não tem perna, rasteja como uma serpente peçonhenta."

"É o propósito com que falamos alguma coisa, a intenção, que definirá a mentira."

“Não há mentira, apesar de que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar”.

"Se você tiver que mentir para me ajudar, prefiro que não me ajude."

A mentira satisfaz também interesses de maneira indireta

Exemplo: Falsos rumores que diminuem, comprometem, execram pessoas que, de uma forma ou de outra, nos ameaçam (às vezes ameaçam apenas nosso bem estar emocional).

O mentiroso também passa por dificuldades, e quanto mais cai na tentação de mentir, tanto mais difícil vai ficando controlar a abundante base de dados das versões de suas mentiras, mais difícil vai ficando garantir a coerência de suas estórias, mais necessidade de novas mentiras para encobrir as antigas… A farsa cresce em progressão geométrica.

Há casos em que se diz uma mentirinha, que poderíamos chamar de positiva, é aquela com intenção de ajudar, aliviar as pessoas.

Exemplos:
– Pessoa doente: “Você está com uma cara mais saudável hoje”.
– Pessoa se diz envelhecida ou acabada: “Não concordo, ninguém diz a idade que você tem…”.

Uma das razões interiores mais comuns para mentir é a insegurança ou baixa autoestima, a pessoa faz tudo para elevar o que é ou tem.

Finalmente, há mentiras por razões patológicas como personalidade problemática. Exemplos: demência, delírios…

Mentira adoece


Nas Escrituras Sagradas, existem diversas passagens que mostram que mentir é pecado, mas há quem acredite que é impossível viver em sociedade, sem ao menos contar uma mentirinha. Necessidade, falta de moral ou brincadeira inocente? A discussão vai longe, mas uma coisa é certa: é uma prática que a Bíblia condena e não faz parte dos princípios cristãos.

O que nem todo mundo sabe é que a mentira faz mal à saúde, não somente para as vítimas, mas para quem a prática. Uma pesquisa recente mostrou que o ato de mentir, a curto prazo, causa problemas físicos e psicológicos.

Para chegar a essa conclusão, especialistas da Universidade de Notre Dame, Estados Unidos, analisaram, durante dez semanas, os efeitos que atitudes honestas causam aos indivíduos.

Cem pessoas, com idades entre 18 e 71 anos, foram analisadas física e emocionalmente. Elas foram dividas em dois grupos. Um deles foi instruído a evitar perguntas que levassem a uma mentira; já o outro pôde mentir à vontade.

O grupo “mentiroso” apresentou, em média, quatro vezes mais queixas ligadas à saúde mental e três vezes mais reclamações de dores físicas, comparado ao grupo “honesto”.

A psicóloga que encabeçou a pesquisa, explicou que a intenção era descobrir se viver honestamente pode melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. Já que nos Estados Unidades, as pessoas mentem, em média, 11 vezes por semana.

A especialista mostrou que é possível reverter este quadro. Um exemplo disso é o grupo “honesto”, que conseguiu reduzir o número de mentiras, na quinta semana de prática. Um progresso significativo, que também resultou na melhoria entre as relações mais próximas.

Afinal, por que mentimos, se todos sabemos que existe a chance de sermos desmascarados mais cedo ou mais tarde? Que força é essa que nos impele a não sermos fiéis aos fatos? Há mentiras justificadas ou não? A verdade, doa a quem doer, sempre é a melhor opção? A confissão positiva – por exemplo, dizer que tudo vai bem quando a realidade e circunstâncias provam o contrário – é um tipo de “mentira boa” (lembrando que mentira é pecado, seja ela para que fim for)? O que você acha? Olha lá, hein?! Não minta!

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